quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Irã diz que não negociará com EUA sob ameaças e sanções


O supremo líder iraniano, aiatolá Ali Khamenei, disse nesta quarta-feira que seu país não irá conversar com os Estados Unidos sobre seu programa nuclear a menos que as sanções e ameaças militares sejam suspensas.

"O que eles dizem, nosso presidente e outros estão dizendo, é que nós negociaremos --sim, nós iremos, mas não com a América porque a América não está negociando honestamente e como um negociador normal", disse o aiatolá em um discurso televisionado a importantes autoridades.

"Ponham de lado as ameaças e as sanções", afirmou.

O presidente Mahmoud Ahmadinejad afirmou que o Irã deseja retomar as negociações com o grupo de seis potências mundiais nas próximas semanas.

Não ficou claro se Khamenei estava se referindo a retomar as negociações com os seis países, que incluem os Estados Unidos, ou que não haverá um diálogo bilateral com Washington -- um cenário improvável uma vez que Irã e EUA não têm laços diplomáticos.

As potências desejam que as negociações sejam concentradas em um acordo para controlar o programa de enriquecimento de urânio do Irã, algo que a República Islâmica afirma ser inegociável. O Irã alega que seu programa nuclear tem como objetivo gerar eletricidade, e não bombas, como suspeita o Ocidente.

Negociações anteriores já aconteceram com os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) -- EUA, Rússia, China, França e Grã-Bretanha -- mais a Alemanha. Ahmadinejad disse que deseja a presença de outros países dessa vez.

Mas Khamenei, que possui a autoridade máxima no país persa, rejeitou negociações com os Estados Unidos que, além de ter pressionado pelas novas sanções, se reserva o direito de usar a força militar se a diplomacia não tiver sucesso para impedir o Irã de avançar com seu programa nuclear.

"Se as superpotências quiserem ameaçar, colocar pressão, impor sanções, mostrar sua mão forte e, por outro lado, quiserem sentar para negociar, isso não é uma negociação, e nós não vamos ter esse tipo de negociação com ninguém", disse.

Khamenei acrescentou que o Irã não descarta negociar com os Estados Unidos em outras circunstâncias.

Os Estados Unidos não descartam um ataque preventivo para impedir a República Islâmica de construir uma bomba atômica, mas afirmam que continuam comprometidos com uma aproximação dupla --sanções e diplomacia-- para convencer o Irã a suspender seu programa nuclear.

Khamenei também fez um alerta aos EUA para não atacaram o Irã.

"É improvável que eles (EUA) tomem uma medida tão estúpida, mas todo mundo deve saber que na hipótese de um ataque, a resposta da nação iraniana não será limitada à região (do Oriente Médio) e terá um alcance mais amplo."

Autoridades do Irã já afirmaram que podem fechar o Estreito de Hormuz no caso de uma operação militar -- bloqueando a rota marítima por onde passa 40 por cento do transporte marítimo de petróleo do mundo.

Analistas afirmam que a República Islâmica também pode atacar alvos militares dos EUA na região, e que grupos militantes como o Hamas e o Hezbollah também entrariam em ação contra os norte-americanos.

Fonte: Reuters
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