O presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou mensagens aos presidentes dos EUA, França, Rússia e México, além da Unasul (União de Nações Sul-Americanas), para pedir apoio na manutenção das negociações com o governo do Irã sobre o desenvolvimento de seu programa nuclear.
De acordo com porta-voz da Presidência, Marcelo Baumbach, as cartas são um apelo de Lula para que se evite a aplicação de novas sanções econômicas ao país persa, que na visão do governo brasileiro devem levar o Irã a fechar definitivamente os canais diplomáticos com o ocidente.
"A decisão sobre a aplicação ou não de sanções ainda vai, ao que tudo indica, demorar um pouco. E o Brasil continuará neste meio tempo empenhado em fomentar o diálogo para impedir que esta porta que foi aberta com a declaração de Teerã venha a se fechar", disse Baumbach.
Nos últimos dias, países que compõem o Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), EUA à frente, endureceram suas críticas ao programa nuclear iraniano e defenderam a necessidade da aprovação de novas sanções para forçar o país a rever o projeto de enriquecimento de urânio.
Ontem, a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, disse que o acordo de Teerã, assinado por Brasil, Turquia e Irã, possui "deficiências que não atendem às preocupações [internacionais].
Pelo acordo, já entregue à AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), o Irã se compromete a entregar 1.200 kg de seu urânio pouco enriquecido, que ficaria sob a guarda da Turquia até que, no prazo de um ano, fosse feita a troca por 120 kg do material enriquecido a 20%, que será usado para fabricação de medicamentos.
O acordo tem como base exigências feitas em outubro do ano passado pelos EUA. Os norte-americanos, porém, alegam agora que o estoque de urânio pouco enriquecido do Irã atualmente é muito superior aos 1.200 kg. Além disso, apontam que o país não se comprometeu a suspender o seu programa de enriquecimento do material.
Fonte: Folha
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