sexta-feira, 28 de maio de 2010

EUA e Brasil têm "sérias discordâncias" sobre Irã, diz Hillary


A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, declarou esta quinta-feira (27) que seu país e o Brasil têm "sérias discordâncias" a respeito do programa nuclear do Irã, apesar das relações em outros temas serem boas.

"Sem dúvida temos sérias discordâncias sobre a política diplomática do Brasil com o Irã", disse Hillary.

Medidas tomadas por países como o Brasil em busca de uma solução diplomática com o Irã tornam o mundo mais perigoso, afirmou Hillary. "Nós achamos que dar tempo ao Irã, permitir que o Irã evite a unidade internacional a respeito de seu programa nuclear, torna o mundo mais --e não menos-- perigoso."

Já o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou hoje que um acordo de troca de combustível com o Irã mediado por Brasil e Turquia, com o objetivo de amenizar os temores internacionais sobre o programa nuclear de Teerã, é uma oportunidade que não pode ser desperdiçada.

Em entrevista coletiva em Brasília ao lado do primeiro-ministro da Turquia, Tayyip Erdogan, Lula disse que os envolvidos em negociações nucleares com o Irã precisam pensar em diálogo, e não em confronto.

Erdogan afirmou também que o momento não é o adequado para discutir sanções contra o Irã, que reafirmou à Turquia não ter planos de construir armas nucleares.

Desacordo

No último dia 17, Brasil, Irã e Turquia assinaram o acordo pelo qual Teerã se comprometeu a enviar 1.200 kg de seu estoque de urânio pouco enriquecido à Turquia, sua vizinha, para em um ano receber de volta 120 kg do material processado a 20% para uso em pesquisa médica.

Os EUA rejeitaram o pacto nuclear, apontando-o como uma estratégia do Irã para evitar novas retaliações da ONU (Organização das Nações Unidas) devido a seu programa nuclear. Um dia após a assinatura do acordo, os EUA apresentaram ao Conselho de Segurança da ONU uma proposta para impor novas sanções ao país persa.

Turquia e Brasil e Irã pediram uma suspensão das discussões sobre as sanções por causa do acordo de troca de combustível, mas as potências ocidentais suspeitam que o acordo seja apenas uma tática iraniana para evitar ou postergar as sanções.

O Ocidente teme que o Irã pretenda desenvolver armas nucleares, mas Teerã afirma que o seu programa tem fins pacíficos.

Nesta quarta-feira (26), o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, pediu que Obama aceite o acordo nuclear mediado por Brasil e Turquia. Segundo ele, o líder americano "perderá uma oportunidade histórica" de cooperação com Teerã caso o rejeite.

Fonte: Folha
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