domingo, 30 de maio de 2010

China exorta região a evitar confronto das Coreias


Durante uma cúpula regional realizada na Coreia do Sul, a China rejeitou neste domingo a pressão para censurar a Coreia do Norte, exortando seus vizinhos a acalmar as tensões sobre o afundamento de um navio de guerra e evitar um confronto que poderia abalar a Ásia.

Seul e Tóquio culpam a Coreia do Norte, cujo líder Kim Jong-il visitou a China no início do mês, por torpedear a corveta sul-coreana Cheonan em 26 de março, matando 46 marinheiros - no incidente militar mais mortífero desde a Guerra da Coreia. Em 20 de maio, uma comissão investigadora internacional concluiu que a corveta foi alvo de um torpedo disparado por um submarino norte-americano. A Coreia do Norte nega taxativamente estar por trás da tragédia.

A China, maior parceira comercial da Coreia do Norte e que lutou ao seu lado na guerra travada entre 1950 e 1953, recusou-se a se juntar publicamente à condenação internacional de Pyongyang, dizendo que ainda analisa as provas sobre o incidente. O premiê chinês, Wen Jiabao, manteve essa posição na cúpula de dois dias em Seogwipo, um resort na ilha de Jeju, na Coreia do Sul, que em princípio trataria da integração econômica da região.

"A tarefa premente agora é reagir apropriadamente aos sérios efeitos do incidente de Cheonan, reduzir as tensões progressivamente e especialmente evitar um confronto", disse Wen, ao lado do primeiro-ministro japonês, Yukio Hatoyama, e do presidente sul-coreano, Lee Myung-bak, ao final da cúpula.

Wen não citou a Coreia do Norte nominalmente nem deu indicações concretas de que a China aceitaria uma iniciativa do Conselho de Segurança da ONU para condenar a Coreia do Norte. Desde a divulgação dos resultados da investigação, a Coreia do Sul, os Estados Unidos e o Japão vinham buscando o apoio da China para sancionar, ou pelo menos condenar, Pyongyang no Conselho de Segurança da ONU.

A Agência Oficial de Notícias Coreana disse no sábado que os EUA culpam o Norte pelo afundamento do navio para manter uma base da Marinha no Japão e fazer a China se sentir "constrangida".

Na semana passada, a Coreia do Sul anunciou uma série de sanções contra sua vizinha, incluindo cortes no comércio, retomada das transmissões de propaganda política através da fronteira e lançamento de exercícios navais perto da disputada fronteira marítima do Mar Amarelo. O país ainda prometeu levar o caso ao Conselho de Segurança da ONU.

Manifestação na Coreia do Norte

Em uma manifestação organizada pelo regime de Pyongyang, cem mil pessoas marcharam neste domingo contra Seul, que acusaram de estimular tensões depois do naufrágio, segundo a imprensa local. A manifestação aconteceu na praça Kim Il Sung, fundador da Coreia do Norte e pai do atual líder Kim Jong Il, segundo a rádio e televisão estatais captadas pela agência sul-coreana Yonhap.

No local das manifestações havia cartazes chamando o presidente sul-coreano de traidor. Choe Yong-Rim, secretário do comitê do Partido dos Trabalhadores Coreanos (partido único), pediu que os participantes se preparassem para enfrentar um ataque da Coreia do Sul e seu aliado, os Estados Unidos, afirmando que a península está à beira da guerra.

Fonte:Último Segundo
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