sexta-feira, 28 de maio de 2010

Acordo seria mais fácil se países negociadores não tivessem armas nucleares, diz Lula


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o primeiro-ministro turco, Recep Tayyp Erdogan, fizeram nesta quinta-feira uma defesa conjunta do acordo nuclear com o Irã, formulado pelos dois países, e criticaram a rejeição por parte das potências que compõem o Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas).

"Provavelmente, se o Conselho de Segurança tivesse países sem armas nucleares, a possibilidade de fazer acordo seria maior", disse o presidente brasileiro.

"Os países que estão criticando são os países que têm a arma nuclear, e isso é contraditório", disse Erdogan, reforçando a crítica de Lula.

Lula reforçou que a lista de condições acatadas pelo líder iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, está muito próxima das propostas colocadas pelos Estados Unidos, em carta anterior ao acordo, endereçada pelo presidente Barack Obama tanto para o Brasil como para a Turquia.

O primeiro-ministro turco comentou, durante entrevista coletiva no Itamaraty, que "aqueles que criticam o processo são invejosos, fizemos o que era certo". Os dois líderes formularam um documento sobre a questão nuclear iraniana para levar ao encontro do G20 (que reúne os países desenvolvidos e emergentes), em junho, em Toronto (Canadá).

Os dois presidentes afirmaram que o comprometimento com o programa nuclear iraniano não será interrompido. Erdogan disse, inclusive, que já encaminhou cartas a 27 países. O líder disse estar convencido de que Teerã não tem fins bélicos em seu programa nuclear.

Cabeça arejada

O presidente Lula não definiu seus próximos passos --afirmou que vai aguardar a resposta da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) sobre a garantia de Teerã de que vai cumprir o acordo. Mas deu um recado às potências: que arejem a cabeça.

"Só haverá acordo se os líderes saírem de casa coma cabeça aberta para negociar", disse. "É preciso arejar a cabeça dos negociadores, que saiam de casa querendo a paz, e não a guerra, querendo o diálogo, e não o confronto", emendou.

Fonte: Folha
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