domingo, 17 de dezembro de 2017

China - Os pilares que garantem seu avanço tecnológico

Nas últimas décadas presenciamos o surgimento de uma nova ordem mundial, a qual ainda se encontra em suas evoluções, sendo marcante as mudanças geopolíticas que temos presenciado, com um expressivo aumento na expressiva economia asiática e principalmente no crescimento de seu poder no campo político e de defesa no cenário mundial, alcançando um novo patamar, o qual possui como maior expoente a China.

O gigante asiático acordou, e em pouco mais de duas décadas conseguiu um imenso salto, deixando de ser uma nação atrasada em vários setores e ocupando um lugar de grande relevância na economia mundial. Diante disto o GBN News resolveu publicar esta matéria, para que com uma analise superficial possamos entender os gatilhos que tornaram a China o gigante que é hoje, quer no campo industrial, político, econômico ou de defesa, o último sendo objeto de nosso maior foco.

Contando com uma farta mão de obra, aliada aos baixos salários e a capacidade produtiva com poucas limitações, no fim dos anos 70, pra ser preciso em 1978, a China começou a implementar severas mudanças em seu modelo econômico. Até então isolada do mundo por uma política comunista retrograda, passou a adotar uma nova visão de mercado e economia, iniciando um verdadeiro salto sem precedentes, passando rapidamente a ocupar a primeira posição no mercado mundial de exportações e a terceira posição como maior importador no mundo.

O país que possuía um parque industrial atrasado e muito limitado, hoje apresenta um dos mais completos, capaz e moderno parque industrial do mundo, a China fez a transição de uma economia planejada para uma economia mista com um mercado cada vez mais aberto, um sistema chamado por alguns de "socialismo de mercado" que o Partido Comunista da China oficialmente descreve como "socialismo com características chinesas".

Logo foi registrado um grande movimento de industrialização que gerou uma grande demanda por mão de obra, o que sobrava na China até então, tal mudança teve um enorme impacto na taxa de pobreza chinesa, que registrava em 1981 um índice de 53%, em 20 anos caiu para apenas 8% registrados em 2001!

Um dos pontos que serviram para alavancar a economia chinesa foi a mudança na sua ideologia econômica, onde foram revistos os seus projetos e planejamentos, com o estado passando a analisar de maneira sistemática todo seu erário, com tal mudança, muitas fazendas coletivas foram privatizadas afim de otimizar a produção, com o mesmo se dando com seu parque industrial, onde várias estatais classificadas como de baixo desempenho, passaram a ser privatizadas, estando entre estas a indústria de minério de carvão e indústria de produção de itens básicos, como vestuário e processamento de alimentos, tal mudança contribuiu de forma considerável para alavancar a economia chinesa e permitiu uma dinâmica competitiva, tornando a produção chinesa em seus mais diversificados setores produtivos muito competitiva no mercado internacional, apesar de no primeiro momento ter apresentado produtos de baixa qualidade ou de qualidade dúbia, eles atingiram uma grande taxa de crescimento, a qual foi mantida desde o princípio das reformas na faixa dos 11%. Hoje já encontramos produtos chineses de qualidade compatível com as normas internacionais e competitivos com mercado ocidental, lembrando que hoje muito do que é "produzido" no ocidente na verdade possui grande parte dos componentes produzidos em filiais na China.

Com custos de produção e mão de obra muito baixos, logo o preço do produto final se tornou imbatível em comparação com seus concorrentes no mercado internacional, com isso os produtos chineses tomaram conta dos mercados nos quatro cantos do mundo. Os concorrentes da industria chinesa pressionaram seus governos para tentar barrar o avanço dos produtos chineses, mas em 2001 a OMC (Organização Mundial do Comércio) declarou a China uma economia de mercado globalizado. Onde neste novo momento a economia chinesa que outrora era basicamente estatal, já registrava um índice de 70% da economia pertencente ao setor privado. Este robusto crescimento econômico, combinado com excelentes fatores internos como estabilidade política, grandes reservas em moeda estrangeira, com a China sendo hoje a detentora da maior reserva do mundo, com 818,9 bilhões de dólares, contando com um mercado interno que ainda possui grande potencial de crescimento, tornam a China atualmente um dos melhores mercado para investimento no mundo, o que atrai milhares de investidores estrangeiros.

Mas a industria chinesa conseguiu se tornar o que é hoje graças á um minucioso planejamento e estratégias diversificadas, muitas das quais condenáveis. Dentre tais estratégias a China buscou atrair o investimento estrangeiro, o que levou grandes multinacionais a fincarem suas bandeiras em solo chinês, levando capacitação e expertises que levariam décadas para se desenvolver no país, e aliada a essa entrada de grandes multinacionais e seus expertises, os chineses adotaram uma política de capacitação de seus engenheiros e cientistas se valendo em grande parte do processo de engenharia reversa, algo que foi implantado nos mais diversos setores e níveis produtivos, ampliando enormemente o know-how de sua industria, a qual passou a produzir não apenas cópias de tecnologias estrangeiras, mas passou a desenvolver novas tecnologias usando como plataforma tecnologias copiadas. Tal "política" foi alvo de inúmeros processos mundo afora contra produtos chineses que eram basicamente cópias de produtos ocidentais, não se limitando apenas ao conteúdo, mas copiando muitas vezes até o design. Quando não lançou mão da engenharia reversa, se apoio na espionagem industrial, a qual eu classifico como uma das mais eficientes do mundo, principalmente na capacidade de invasão de bases de dados e roubo de informações e projetos dos mais variados, não escapando nem os programas e projetos militares sensíveis dos EUA. 

Hoje a China produz quase que na totalidade seu material de defesa, detentora da maior força militar do mundo, em termos de numéricos, possui o segundo maior orçamento de defesa do mundo. No entanto, os Estados Unidos afirmam que a China não informa sua despesa militar real. 

A China tem modernizado suas forças armadas, tendo comprado aeronaves de última geração junto a Rússia, como foi com os caças Sukhoi Su-30, e também produziu os seus próprios meios modernos, com grande parte do desenvolvimento tecnológico destes modernos meios sendo oriundos dos processos de engenharia reversa e espionagem industrial em diversos níveis. Vários meios e sistemas se beneficiaram destas práticas condenáveis pelos demais países, onde podemos citar como alguns destes exemplos as aeronaves chinesas Chengdu J-10, Shenyang J-11 e Chengdu J-20. 

Também adquiriu e aprimorou o míssil russo S-300, que é considerado um dos melhores sistemas de interceptação de aeronaves do mundo. Em anos recentes, a China apresentou e já esta iniciando a produção de suas próprias aeronaves de tecnologia stealth, as quais foi descoberto recentemente ser frutos de espionagem e roubo de dados do governo e indústria dos EUA, onde foram roubados mais de 50 Terabytes de dados sobre o projeto, desenvolvimento e testes de vários equipamentos de última geração do governo americano, com muito do conteúdo sendo referente aos programas F-35, F-22 e B-2, que provavelmente foram usados nos rápidos desenvolvimentos chineses, como o Stealth Chengdu J-20 e seu outro caça stealth mais leve o J-31, que possui muita semelhança com o F-35 norte americano.

A China também adquiriu seu primeiro Navio Aeródromo (NAe) através de uma manobra surpreendente, usando laranjas para adquirir junto a Ucrânia o casco inacabado do "Varyag", projeto soviético que havia sido abandonado após a queda da URSS, os quais negociaram e o compraram alegando que o mesmo se destinaria a criação de um cassino e um hotel flutuante, ao que após a liberação da compra e a chegada á China, o mesmo logo foi rebocado para o cais militar, onde foi extensamente estudado e posteriormente se iniciou um rápido processo de finalização da construção do NAe, onde foi concluída a sua construção e em seguida o comissionamento do mesmo. Mas o ponto principal foi o inicio posterior da construção do primeiro NAe de origem chinesa, programa o qual não seria possível sem a aplicação da engenharia reversa no "Varyag". 

A China deveria servir de modelo para países com o Brasil, onde infelizmente há uma grave epidemia de "miopia estratégica" e corrupção, as quais impossibilitam nosso país de realmente avançar no campo econômico e principalmente tecnológico, onde apesar de possuirmos algumas ilhas de excelência, estamos limitados por uma pesada e burocrática política econômica e escassos investimentos. Com muitos ainda contaminados pela mentalidade estatizadora que engessa o potencial de desenvolvimento de nossa industria, além do perigoso e nocivo vírus da corrupção que se alastra pelos mais variados escalões do poder público brasileiro.

Acredito que se nós estudássemos o modelo econômico chinês, teríamos uma boa base não só para estabilizar nossa economia, mas incentivar seu crescimento e torna-la competitiva e atraente não só para o consumidor e investidor brasileiro, mas para competir em igualdade no mercado internacional, quer seja com investimentos pesados em pesquisa e desenvolvimento, pelo investimento em centros de capacitação técnica, quer seja pela adoção de meios extremos como a engenharia reversa. O fato é que carecemos de ferramentas que nos possibilitem a crescer.


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