domingo, 28 de novembro de 2010

Pyongyang adverte sobre 'consequências imprevisíveis' de manobras conjuntas


A Coreia do Norte afirmou neste sábado que "ninguém pode prever as consequências" da participação, no próximo domingo, de um porta-aviões americano nas manobras conjuntas com a Coreia do Sul no Mar Amarelo, indicou um comunicado divulgado pela agência oficial KCNA.

"Se os Estados Unidos trouxerem finalmente seu porta-aviões para o mar Ocidental (Mar Amarelo), ninguém pode prever as consequências", adverte o texto.

Pouco antes, o regime comunista prometeu "atacar sem piedade" em caso de violação de seu espaço soberano, principalmente no Mar Amarelo, onde há quatro dias operam os navios sul-coreanos e americanos, entre eles o porta-aviões "George Washington".

Pequim, principal aliado da Coreia do Norte, também declarou sua oposição à realização das manobras militares conjuntas, e alertou contra "qualquer ação militar não autorizada" ao longo de sua costa.

"Este exercício não é dirigido contra a China", respondeu um porta-voz do Pentágono. Estas operações "são de natureza defensiva e destinadas a reforçar a dissuasão contra a Coreia do Norte".

Na sexta-feira, a secretária de Estado americana Hillary Clinton conversou por telefone com seu par chinês, Yang Jiechi, para discutir a tensa situação na península coreana.

O chefe da diplomacia russa, Sergei Lavrov, também falou por telefone com Yang Jiechi neste sábado, para destacar "a necessidade de prevenir uma intensificação ainda maior da situação" e agir por vias que "aliviem as tensões" entre as duas Coreias, segundo comunicado do ministério russo.

Mais tarde, Yang Jiechi se comunicou também por telefone com o ministro de Relações Exteriores japonês, Seiji Maehara.

Um alto representante da chancelaria chinesa, Dai Bingguo, viajou este sábado a Seul para se reunir com o ministro sul-coreano das Relações Exteriores, Kim Sung-hwan, informou a agência estatal Nova China.

As manobras navais acontecem cinco dias depois do bombardeio da ilha sul-coreana de Yeonoyeong, no Mar Amarelo, pelos norte-coreanos.

O ataque, de magnitude sem precedentes desde a guerra de Coreia (1950-1953), deixou quatro mortos e mais de 20 feridos.

A Coreia do Sul prometeu vingar a morte de seus dois infantes da marinha, cujo funeral ocorreu neste sábado perto da capital Seul.

A cerimônia fúnebre, transmitida ao vivo pela televisão, contou com a presença de vários dirigentes políticos e militares.

"Nós com certeza vingaremos vossas mortes", declarou Yoo Nak-Joon, chefe do Estado Maior da Marinha, voltado para fotos dos dois marinheiros falecidos.

O novo ministro da Defesa sul-coreano, Kim Kwan-Jin, nomeado na sexta-feira, afirmou que é necessário "responder rápida e firmemente à atual situação de crise" com Pyongyang, "devolvendo os golpes multiplicados" em caso de ataque militar da Coreia do Norte, de acordo com uma entrevista publicada neste sábado pelo jornal conservador Chosun Ilbo.

Em uma concentração no centro de Seul, ex-combatentes sul-coreanos exigiram neste sábado uma resposta firme contra o regime de Pyongyang.

"Temos que nos unir e nos vingar", gritavam os ex-soldados da Marinha, que participaram da manifestação fardados.

Uma bandeira norte-coreana foi queimada, assim como retratos do líder Kim Jong-Il e de seu filho, Kim Jong-Un, que está sendo preparado para sucedê-lo.

A Coreia do Norte, por sua vez, disse neste sábado que "se for verdade" que civis sul-coreanos morreram nos bombardeios de terça-feira, seria "muito lamentável". No entanto, afirmou que as mortes são responsabilidade de Seul, que usa seus cidadãos como "escudos humanos".

De acordo com um comunicado divulgado pela KCNA, "Seul utiliza frequentemente em suas campanhas de propaganda as 'vítimas civis' para dramatizar, dando a impressão que os civis indefesos foram expostos a um 'bombardeio cego'".

"Se (a morte de civis) for verdade, é muito lamentável, mas o inimigo precisa ser responsabilizado pelo que aconteceu porque agiu de forma extremamente desumana ao utilizar 'escudos humanos'", acusou o regime norte-coreano.

Fonte: AFP
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