terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Segundo presidente da TAM classe C vai dar fôlego a crescimento da aviação civil no Brasil


O potencial de crescimento da aviação brasileira está na classe C. É desse consumidor, que parcela em até 48 vezes um trajeto antes feito de ônibus, que a TAM vai atrás. É o que diz o novo presidente da empresa, Líbano Barroso, 44. Vice-presidente de Finanças desde 2004 e presidente interino desde outubro deste ano, Barroso foi confirmado ontem no cargo pelo Conselho de Administração da companhia. O executivo substituiu David Barioni Neto, que deixou o comando da TAM após dois anos de uma gestão que, prejudicada pela crise e pela explosão do dólar, amargou prejuízo de R$ 1,3 bilhão em 2008. O novo presidente projeta crescimento de 12% no mercado de aviação brasileiro no próximo ano e diz não ter medo da guerra de preços com a Azul e a Gol: "O cliente satisfeito compra de novo". A seguir, trechos da entrevista que concedeu à Folha ontem.

FOLHA - O que o sr. pretende fazer à frente da TAM?
LÍBANO BARROSO - O objetivo é dar sequência aos planos definidos pelo Conselho, a TAM é uma companhia que tem padrão diferenciado de governança. O meu principal papel é interpretar essa estratégia, que passa pela ideia de que a TAM seja reconhecida como a companhia aérea preferida de clientes e fornecedores. Nós vamos entrar na Star Alliance em abril, o que permitirá a interligação de cidades de médio porte com destinos em qualquer lugar do mundo. A partir de abril vai ser possível interligar o interior de Minas com a China com uma só passagem e um único despacho de bagagem.

FOLHA - É possível a TAM manter o crescimento do número de passageiros que registrou ao longo deste ano?
BARROSO - O mercado brasileiro deve continuar crescendo o que cresce historicamente, de 2,5 a 3 vezes o crescimento do PIB. No ano que vem, o mercado doméstico deve crescer cerca de 10% a 12%. O internacional cresce um pouco menos, mas também próximo de 10%. Estamos preparados para crescer com o mercado.

FOLHA - Os preços também vão subir?
BARROSO - Nós não administramos a companhia pensando no preço, administramos pensando no maior número de pessoas voando nas nossas aeronaves. Para atrair um público que normalmente viaja de ônibus dentro do Brasil, estamos oferecendo parcelamento em até 48 meses por meio do Banco do Brasil e do Itaú.

FOLHA - A TAM está em busca desse mercado da classe C?
BARROSO - Sim, porque nós entendemos que é onde há um grande potencial de crescimento e é uma evolução natural dos mercados. É como aconteceu nos EUA, onde hoje 40% dos passageiros viajam a negócios e 60% viajam a lazer. No Brasil, essa parcela é de 70% a negócio e 30% a lazer. A tendência é que daqui a 20 anos nós tenhamos meio a meio, o lazer tem muito a crescer. E é o público da classe C que está entrando no mercado.

FOLHA - É possível manter a qualidade e competir com a Gol e a Azul nesse mercado?
BARROSO - É, nós entendemos que o cliente satisfeito compra de novo, e o cliente fiel fala bem da companhia.

FOLHA - O foco no mercado regional é uma tendência ou a compra da Pantanal foi algo pontual?
BARROSO - A compra da Pantanal representa, para nós, a abertura de uma nova linha de negócios, que é exatamente os mercados de média densidade, que crescem a taxas superiores aos grandes centros urbanos. Mas não temos nenhuma nova aquisição planejada, o objetivo é o crescimento orgânico.

FOLHA - Os problemas de infraestrutura dos aeroportos brasileiros podem prejudicar o crescimento da empresa?
BARROSO - Temos trabalhado com o governo para evitar que tenhamos descontinuidade. Um exemplo foi a operação de fim de ano, passamos bem pelo Natal com nosso plano de contingência. E o governo está sensível aos investimentos necessários, provavelmente teremos investimentos tanto em Guarulhos como em Viracopos.

FOLHA - Como vocês veem a ascensão da Gol? A TAM manterá a liderança de mercado?
BARROSO - Nós pretendemos oferecer um serviço diferenciado, abrangente e atendendo cada vez melhor o público. A posição no mercado é consequência do serviço e da sua oferta, então estamos preparados para crescer com o mercado.

Fonte: Folha
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