quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Ataques a brasileiros foram "selvageria", diz embaixador no Suriname


O governo do Brasil cobrou do Suriname alerta máximo para evitar que novas ameaças a brasileiros que estão em áreas de garimpo no país vizinho se concretizem. Em entrevista à estatal Agência Brasil, o embaixador do Brasil em Paramaribo, José Luiz Machado e Costa, disse nesta terça-feira que os ataques aos brasileiros na véspera do Natal foram "atos de selvageria e de violência extrema".

Seguindo a linha adotada pelo Itamaraty, Costa não confirmou as denúncias de que 20 brasileiras teriam sido estupradas e de que haveria desaparecidos.

"Jamais minimizamos a gravidade de tudo o que ocorreu. Agora trabalhamos para administrar a crise e dar assistência às vítimas e suas famílias. O que houve no dia 24 foram atos de selvageria e violência extrema", disse ele, que negou haver xenofobia contra os brasileiros no país vizinho. "Os brasileiros nunca tiveram problemas no Suriname. Sempre houve uma tolerância muito grande com os brasileiros. Quando a embaixada perguntava quem queria voltar, não havia demonstrações de interesse."

Pelo menos três brasileiros continuam internados em estado grave em um hospital de Paramaribo após o violento ataque que deixou ao menos 25 feridos. Segundo o Ministério de Relações Exteriores do Brasil, nenhum dos brasileiros corre risco de morte.

Em nota enviada à imprensa nesta terça-feira, o ministério reafirmou que não há confirmação oficial de nenhuma morte e nem de desaparecimentos.

"Em sua grande maioria, os brasileiros que vivem na região de Albina trabalham em garimpos no interior do Suriname e da Guiana Francesa e costumam passar semanas na floresta, incomunicáveis. Por esse motivo, é necessário aguardar antes de considerar 'desaparecido' qualquer desses cidadãos", segundo o ministério.

Dos 25 brasileiros feridos dos quais havia informações, 20 já receberam alta. Cinco ainda estão internados e deverão ser levados para Belém em voo da FAB nesta quarta-feira, dia 30, informou o Itamaraty. Os brasileiros transferidos para Paramaribo estão instalados provisoriamente em hotéis na capital e poderão também ser transportados para o Brasil, caso expressem esse desejo.

Em reunião com o embaixador do Brasil, a chanceler do Suriname, Lygia Kraag, expressou, em nome do Presidente Ronald Venetiaan, a "profunda desolação" do governo do Suriname em relação ao ocorrido, segundo a nota, segundo a qual, ela declarou que o governo tomará todas as providências necessárias para que fato similar não se repita.

Segundo o embaixador brasileiro, a situação está se normalizando e deve, aos poucos, se estabilizar, e o governo do Suriname, tomou providências após comunicações do governo brasileiro.

"Foi reforçado o policiamento em todas as regiões de garimpo no país e a cobrança interna e externa é imensa. A dificuldade é que a atividade do garimpo de ouro é ilegal e, aliado a isso, os que atuam nela não têm documentos nem são identificados.

Fonte: Folha
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