segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Aniversário do chefe soviético Joseph Stalin é comemorado em Moscou


Cerca de 1.500 russos comemoraram nesta segunda-feira o aniversário de 130 anos do nascimento do ditador soviético Joseph Stalin, que continua contando com muitos admiradores apesar das deportações em massa e da eliminação sistemática de dissidentes que caracterizaram seu regime.

"O que Stalin fez, em particular como líder militar supremo, o torna para sempre imortal", afirmou Guennadi Ziuganov, diretor do Partido comunista (PC) , após deixar uma coroa de flores para o "pai dos povos" na Praça Vermelha, em Moscou.

"É uma cerimônia para um carrasco dos povos da URSS, uma festa sobre o sangue vertido das vítimas", criticou, indignado, Serguei Mitrojin, líder do partido reformista Iabloko.

"A propaganda do stalinismo deveria ser proibida", escreveu Mitrojin em uma carta aberta publicada nesta segunda-feira.


Segunda Guerra

Stalin continua sendo venerado na Rússia por seu papel crucial na vitória dos Aliados na Segunda Guerra Mundial. No entanto, sua responsabilidade na deportação e morte de milhões de soviéticos apenas é objeto de debate, especialmente na cúpula do Estado.

A maioria dos russos (54%) diz admirar a liderança de Stalin, embora 58% deles acredite que a Rússia de hoje não precisa de um dirigente como Stalin.

No fim de outubro, o presidente russo, Dimitri Medvedev, declarou que nenhuma motivação de Estado justifica as milhões de vítimas das perseguições stalinistas, em uma incomum condenação ao ditador soviético.

"Carrasco ou pai dos povos?", indagou nesta segunda-feira a rede independente de televisão RenTV, antes de chegar à surpreendente conclusão de que "são cada vez mais numerosos os russos que o perdoam por suas várias milhões de vítimas".

"Stalin é um homem político eminente, incomparável com os de agora", opinou Dimitri Petrov, engenheiro de 50 anos que prestou homenagem a Stalin na casa de São Petersburgo onde o ditador vivia em 1917.

"As coisas só podem mudar com métodos duros. E estas mudanças satisfazem a todos", explicou à AFP.


Exposição

Em meio ao debate, a exposição "Stalin: mitos e realidade" - com fotos, retratos e documentos inéditos - foi inaugurada nesta segunda-feira em Moscou.

"O interesse dos russos por Stalin é enorme, porque a atual liderança não propõe nenhuma ideia nacional, e levou o país a uma rua sem saída", afirmou seu diretor, Yuri Iziumov.

O Ministério da Cultura não deu sua autorização para que esta exposição seja realizada. Por isso, Iziumov - "membro do PC desde 1960" - a organizou graças a "doadores", informou à AFP o próprio.

Além disso, centenas de defensores de Stalin, nascido na Geórgia, se reuniram nesta segunda-feira em Gori, cidade natal do ditador, levando bandeiras soviéticas.

Entre eles estava Evgueni Djugachvili, neto de Stalin, que denunciou os ataques contra seu avô, frequentemente considerado o mais sanguinário ditador do século 20.

"É terrível que alguns coloquem Stalin e Hitler no mesmo patamar. Stalin foi um libertador contra Hitler, que foi um agressor, um colonizador de povos", alegou Djugachvili à AFP.

Fonte: AFP
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