sábado, 19 de julho de 2025

Tráfico no Rio de Janeiro usa arma de guerra para cegar drones e desafia forças de segurança


Apreendido pela primeira vez no estado do Rio de Janeiro, equipamento antidrone de origem ucraniana bloqueava operações de drones e colocava até a aviação civil em risco. Mas tecnologia nacional desenvolvida para ambientes hostis oferece resposta segura e estratégica.

Uma operação realizada na comunidade de Acari, na Zona Norte do Rio de Janeiro, revelou um salto alarmante na capacidade tecnológica do narcotráfico. Policiais militares do 41º BPM, com apoio da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), apreenderam um interceptador de drones, o sistema antidrone "Interceptor" de uso militar, semelhante aos empregados em zonas de guerra da Ucrânia.

Instalado no sótão de uma residência e conectado a uma antena de alta potência, o dispositivo era capaz de bloquear sinais de drones e GPS em um raio de até sete quilômetros. Com isso, interferia diretamente nas operações de monitoramento aéreo das forças de segurança e colocava em risco até as comunicações aeronáuticas e a aviação civil.

Essa é a primeira vez que um equipamento desse tipo é apreendido no Rio de Janeiro. O artefato, cuja origem ainda está sendo investigada, possivelmente ucraniana, está agora sob perícia da Polícia Federal. A posse de "jammers", como são conhecidos esses bloqueadores, é proibida por lei e seu uso é restrito a órgãos federais e militares. O crime organizado, porém, rompeu essa barreira.

Na ação, além do sistema antidrone, também foram apreendidos um fuzil, uma granada, rádios transmissores e um carregador. Cinco suspeitos foram presos.

Uma ameaça invisível que paralisa a atual tecnologia policial

O uso desse tipo de equipamento levanta sérias preocupações sobre a vulnerabilidade das forças policiais frente ao avanço do crime organizado. Os drones, que vêm se consolidando como ferramentas essenciais para o monitoramento em áreas de risco, ficam completamente cegos diante de interferências desse porte.

Sem imagem, sem GPS, sem controle: o dispositivo transforma o espaço aéreo da comunidade em uma zona de exclusão, o que impossibilita o emprego de drones, representando um ganho estratégico para o narcotráfico e um desafio as forças de segurança, que perdem uma importante capacidade de monitoramento e consciência situacional, que pode resultar em perdas de vidas.

Tecnologia brasileira fura o bloqueio e pode devolver a vantagem ao Estado

Frente a esse novo desafio, uma solução nacional começa a se destacar por sua resistência a interferências dessa categoria. Trata-se do HARPIA, drone desenvolvido pela empresa brasileira ADTECH, projetado para manter operações mesmo sob condições extremas de guerra eletrônica.

Imune a bloqueadores como o encontrado em Acari, o HARPIA pode permanecer por até 12 horas em voo contínuo, transmitindo imagens de alta resolução em tempo real, de dia ou de noite, inclusive sob chuva ou baixa visibilidade. Capaz de se manter imperceptível e fora do alcance do arsenal do narcotráfico, o HARPIA emerge como uma solução para as comunicações e monitoramento, garantindo operação mesmo em ambientes de alto risco eletrônico.

Além de seu desempenho em campo, o HARPIA possui baixo custo operacional, manutenção simplificada, permitindo sua implantação rápida em operações táticas. Isso o torna uma ferramenta estratégica para ampliar a consciência situacional das forças policiais durante incursões em áreas dominadas pelo narcotráfico, reduzindo o risco de baixas e aumentando a eficácia das ações.

Soberania tecnológica como arma contra o crime

O episódio de Acari não apenas expõe a ousadia do crime organizado, mas também ressalta a importância de investir em tecnologias de defesa nacionais. O HARPIA é um exemplo claro de como o Brasil pode responder com inteligência, eficiência e soberania a ameaças cada vez mais sofisticadas.

Nesse contexto, o estado do Acre se destacou como pioneiro na adoção do HARPIA, incorporando a plataforma como parte de sua estratégia de segurança pública para enfrentar desafios complexos em áreas de difícil acesso e atuação de organizações criminosas na região de fronteira. A iniciativa demonstra como a aplicação de tecnologia nacional pode fortalecer as ações do Estado em diferentes realidades territoriais.

A guerra pela retomada do controle dos territórios urbanos não será vencida apenas com força, mas com superioridade tecnológica, e essa precisa estar nas mãos do Estado.


por Angelo Nicolaci


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