domingo, 13 de julho de 2025

Gripen avança na América do Sul com protagonismo brasileiro - Colômbia e Peru seguem os passos do Brasil

A América do Sul vive um momento de renovação em sua aviação de combate, e no centro dessa transformação está o caça Gripen E/F, desenvolvido pela sueca Saab com forte participação da indústria de defesa brasileira. A decisão da Colômbia de adquirir o Gripen para substituir seus vetustos Kfir israelenses marca um novo capítulo para a aeronave na região, consolidando o Gripen como uma das escolhas mais atrativas para forças aéreas que buscam tecnologia de ponta, baixos custos operacionais e autonomia estratégica.

Colômbia escolhe o Gripen e se aproxima do Brasil

O anúncio feito pelo governo colombiano prevê a chegada do primeiro exemplar do Gripen em 14 a 18 meses, como parte do plano de modernização da Força Aérea Colombiana (FAC). Segundo o ministro da Defesa da Colômbia, Iván Velásquez, a aquisição garante uma "capacidade de superioridade" com modernos sistemas de armas e representa um passo rumo à independência tecnológica do país.

O presidente colombiano, Gustavo Petro, também enfatizou a importância de reduzir a dependência externa em assuntos de defesa. A mensagem, vista como uma crítica indireta à tradicional influência dos EUA, veio acompanhada de um gesto diplomático: a FAC visitou o Brasil para conhecer de perto o programa Gripen da Força Aérea Brasileira (FAB), buscando absorver experiências e boas práticas.


Brasil: primeiro operador do Gripen E/F no mundo

O Brasil foi o primeiro país a optar pelo Gripen E/F, uma decisão estratégica iniciada em 2014 com o contrato assinado entre o governo brasileiro e a Saab. Desde então, a Força Aérea Brasileira tem desempenhado papel de liderança regional, tanto na operação quanto no desenvolvimento do caça.

Hoje, o Brasil já opera dez caças F-39E Gripen e mantém uma linha de montagem final em Gavião Peixoto (SP), sob responsabilidade da Embraer. O primeiro caça completamente montado em solo brasileiro está em fase final de produção, demonstrando a maturidade da parceria tecnológica entre o Brasil e a Suécia.

Durante a F-AIR Colômbia 2025, dois exemplares do F-39E da FAB voaram ao lado de um cargueiro KC-390, representando o país em um dos maiores eventos aeronáuticos da América Latina e reafirmando a presença do Gripen como vetor de dissuasão e cooperação regional.

“O F-39E Gripen é reconhecido por sua eficiência, baixo custo operacional e alta disponibilidade. Equipado com tecnologia de ponta e capaz de realizar missões de defesa aérea, ataque ao solo e reconhecimento, esta aeronave representa um avanço operacional significativo para a Força Aérea Brasileira”, destacou a FAB em nota.

Peru também sinaliza interesse

No Peru, os sinais também são claros. A presidente Dina Boluarte recebeu em Lima o presidente do conselho da Saab, Marcus Wallenberg, e deve se reunir com o ministro da Defesa sueco, Pål Jonson, nos próximos dias. A imprensa local indica que o país deve adquirir 24 exemplares do Gripen, seguindo os passos de Brasil e da Colômbia.

Embora não haja confirmação oficial, fontes ligadas ao Ministério da Defesa peruano indicam que a decisão já foi tomada, em substituição à antiga frota de Mirage 2000. A opção sueca venceu propostas concorrentes como o F-16 Block 70 dos EUA e o Dassault Rafale da França, com destaque para os diferenciais do Gripen: transferência de tecnologia, financiamento competitivo e operação de baixo custo.

Por que o Gripen ganha espaço na América do Sul

Apesar de não ter ainda sido testado em combate real, o Gripen E/F é uma plataforma moderna, com capacidades comprovadas em testes e simulações. Equipado com radar AESA, suíte avançada de guerra eletrônica, datalink tático e sensores de última geração, o caça é projetado para operar em ambientes desafiadores com alta taxa de disponibilidade e manutenibilidade simplificada.

Além disso, sua filosofia de integração multinacional e parcerias industriais tem sido um diferencial importante para países que, como o Brasil, desejam não apenas comprar, mas desenvolver capacidades em defesa.

Um futuro comum e integrado na aviação de combate sul-americana

A crescente adesão ao Gripen E/F na América do Sul aponta para um futuro mais integrado no campo da defesa aérea regional. Com Brasil, Colômbia e possivelmente o Peru como operadores da mesma plataforma, aumentam as possibilidades de cooperação logística, intercâmbio operacional e desenvolvimento conjunto de capacidades, elementos fundamentais para o fortalecimento da segurança hemisférica.

Neste contexto, o Brasil assume um papel estratégico, não apenas como cliente do Gripen, mas como polo tecnológico, logístico e político da Saab na América Latina. O sucesso do programa no país serve de exemplo para outros governos, que buscam modernizar suas forças sem abrir mão da autonomia nacional.


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