quarta-feira, 23 de julho de 2025

Nova versão do sistema de armas PUSU amplia capacidades de combate com baixo custo e alta mobilidade

Na abertura da IDEF 2025, uma das maiores feiras internacionais de defesa, realizada na Türkiye, a ROKETSAN apresentou uma nova versão do sistema de armas PUSU, projetado para ser instalado em veículos 4x4 e caminhonetes. O sistema destaca-se por integrar um conjunto atualizado de sensores e uma gama ampliada de armamentos, incluindo mísseis antitanque OMTAS, mísseis de defesa aérea portátil SUNGUR e quatro mísseis guiados a laser CİRİT de 70 mm.

A principal inovação está no novo pacote de sensores, que incorpora quatro radares AESA (varredura eletrônica ativa) distribuídos ao redor da torre, proporcionando detecção simultânea de alvos terrestres e aéreos com alta precisão e rapidez. Essa capacidade permite que o sistema realize múltiplas missões, como interceptação de ameaças aéreas, apoio a tropas de infantaria e neutralização de blindados. Complementando essa modernização, o sistema eletro-óptico/infravermelho foi substituído por uma versão mais avançada com gimbal, oferecendo maior estabilidade e melhor desempenho em ambientes adversos.

Em termos de comparação, o PUSU oferece uma alternativa mais leve e econômica quando comparado a sistemas pesados. A sua instalação em caminhonetes e veículos leves, amplamente disponíveis e com manutenção simplificada, amplia a mobilidade operacional e reduz o custo logístico.

Interessante solução para o Exército Brasileiro e Corpo de Fuzileiros Navais

O Brasil, com seu território de mais de 8,5 milhões de km² e fronteiras terrestres de quase 17 mil km, enfrenta o desafio constante de proteger vastas áreas com recursos limitados. De acordo com o Plano Estratégico do Exército (PEE) 2023-2032, as Forças Terrestres buscam fortalecer suas capacidades em mobilidade, inteligência e poder de fogo, especialmente em operações de patrulha e reconhecimento em áreas remotas e de difícil acesso.

Nesse cenário, a adoção de um sistema como o PUSU representaria um ganho estratégico significativo. Sua versatilidade para múltiplas missões, combinada com o baixo custo de aquisição e operação, o torna ideal para reforçar a presença do Exército em regiões de fronteira, selvas e zonas urbanas, onde a mobilidade e a rapidez de resposta são determinantes.

Adicionalmente, o PUSU amplia as capacidades expedicionárias e de reconhecimento avançado, podendo ser integrado em veículos táticos leves como o IAG LRV (Light Reconnaissance Vehicle) e outras plataformas similares. O IAG LRV, reconhecido por sua robustez, simplicidade, agilidade e adaptabilidade a diversos terrenos, foi testado pelo nosso editor, Angelo Nicolaci, durante sua visita aos Emirados Árabes Unidos, no deserto de Has Al-Khaimah, reforçando a confiança nas operações em ambientes severos e complexos. Essa integração permite missões de reconhecimento com maior proteção e poder de fogo, essenciais para operações rápidas e precisas.

Para o Corpo de Fuzileiros Navais, a mobilidade e a capacidade de autodefesa são cruciais em operações anfíbias e de intervenção rápida. O PUSU, com seus sistemas de defesa aérea portátil, agrega uma camada adicional de proteção contra ameaças aéreas de baixa altitude, otimizando a segurança das unidades durante desembarques e patrulhas litorâneas.

O custo-benefício do sistema é igualmente relevante diante da realidade orçamentária brasileira, que exige soluções que maximizem o retorno operacional. A utilização de plataformas leves e com manutenção simplificada, como caminhonetes equipadas com PUSU, reduz os custos logísticos, de treinamento e de reparo, além de acelerar a mobilização das tropas.

Além disso, a adoção de sistemas como o PUSU pode fomentar a transferência de tecnologia e a cooperação industrial nacional, em consonância com a Política Nacional de Defesa (PND) e o Plano Estratégico de Defesa (PED), que estimulam o desenvolvimento da indústria de defesa brasileira, promovendo autonomia tecnológica e geração de empregos qualificados.

A nova versão do sistema de armas PUSU combina alta tecnologia, multifuncionalidade e baixo custo, proporcionando uma solução que atende às demandas operacionais e orçamentárias do Exército Brasileiro e do Corpo de Fuzileiros Navais. Ao ampliar as capacidades de mobilidade, reconhecimento e autodefesa em plataformas leves e versáteis, o PUSU se posiciona como um vetor interessante para a modernização das Forças Armadas brasileiras, o qual deveria ser avaliado.


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