quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Russia pode substituir os 'Kalashnikov' por Fuzis Americanos ou Franceses?


O ministro da Defesa da Rússia, Anatoly Serdyukov, desencadeou um debate acalorado na Rússia depois de ter mencionado que o orgulho militar da Rússia, o fuzil de assalto AK-47 está ‘moralmente obsoleto’ e que está considerando para comprar armas leves estrangeiras.

As palavras de Serdyukov foram feitas durante uma reunião privada com os membros da Duma (Câmara baixa da Federação Russa), antes do Ano Novo segundo relata a mídia russa. Na reunião, Serdyukov, apresentou um plano de aquisição de armas estrangeiras e essas aquisições seriam encabeçada pela compra do porta-helicópteros Mistral para a Marinha Russa. Esse plano faz parte do plano de reforma, modernização e reestruturação das Forças Armadas Russas.

Os fuzis Kalashnikov, em especial o AK-47 são o orgulho militar da Rússia. Desenhado e construído durante a Segunda Guerra Mundial, o AK-47 é considerado o primeiro fuzil de assalto do mundo de fato. Os AK-47 são conhecidos mundialmente pela sua robustez e por se adaptarem a quase todas condições. A simplicidade no uso,a fácil manutenção, o baixo custo de produção e a confiabilidade são marcas registradas do AK-47. Militares americanos afirmam que o AK-47 pode ser enterrado na lama, desenterrado um ano depois, e ainda assim ele continuará atirando.

Por essas razões, o AK-47 se transformou em um símbolo nas mãos de forças irregulares, vide o Talibã. A Forças Armadas Russas (soviéticas) começaram a usar o AK-47 a mais de 60 anos, mas o fuzil pouco mudou desde então.

Com legados não se mexe! Serdyukov foi mexer no legado do AK-47 e agora ouve críticas de todos os lados, seja dos civis, seja dos militares. Recentemente o jornal russo Pravda reproduziu as palavras de Dmitry Shirayev, um projetista de armas russos e que disse isso:

“Os estrangeiros admitem que as armas leves russas são as melhores do mundo. Mostre-me um fuzil estrangeiros que compete com os russos em todas as especificações, inclusive no nível de integridade”, disse Shirayev.

Shirayev continuou dizendo: “O principal problema aqui (na Rússia) é que ninguém quer trabalhar na produção de armas devido aos baixos salários. Ao Comprar armas estrangeiras, poderá acabar de vez com a indústria de armas leves na Rússia.”

Sergei Clussky, um ex-membro das Forças Especiais Russas, disse ao mesmo jornal russo que as palavras do ministro da Defesa vieram fora de hora.

“O ministro da defesa não é um militar, esse é o problema. Como ele pode avaliar as vantagens e desvantagens desse ou daquele tipo de arma? Pessoas que não tem formação (em alusão o fato do ministro não ser militar) não podem tomar decisões tão importantes”, disse Clussky.

Clussky já comandou uma unidade contra-terrorista e segundo ele o AK-47 é a arma preferida dos insurgentes chechenos.

“Os terroristas do Cáucaso sempre optam por usar os Kalashnikovs e rifles SVD”, disse Clussky. “O financiamento que eles recebem do exterior, dão-lhes uma boa oportunidade para receber armas americanas e francesas. Eles costumam usar sistema de comunicação de origem estrangeira, mas isso já não acontece quando o assunto é fuzis. Afinal eles quase sempre utilizam fuzis de fabricação russa.”

O comentarista de assuntos militares do canal Fox News, o Major-general Bob Scales, disse não ficar surpreso com o fato dos russos estarem procurando uma arma melhor. Entretanto, é cedo para esperar que eles comprem armas americanas.

“O AK-47 é uma arma obsoleta porque não é precisa”, diz Scales, “Eu suspeito que os russos estejam procurando por uma arma mais precisa, porém robusta, e isso sacrificará o AK-47, que está em serviço ativo daquele país desde 1947.

Scales disse que a precisão de 400 metros (alcance efetivo do AK-47) não é bom para a guerra moderna hoje. O padrão ouro para as armas do ocidente é o Colt M4 americano, fuzil cujo o alcance efetivo é de 600 metros.

Mas Scales disse que os olhos dos russos podem estar voltados para o G1 alemão (FN FAL usado Alemanha Oriental) ou para rifles franceses ou britânicos com o calibre menor (5.56mm). O Galil israelense estaria descartado, segundo Scales, pois o mesmo é uma mera cópia do AK-47.

Para Scales, uma arma não é apenas um pedaço de tecnologia, mas sim um instrumento que reforça a cultura militar. Segundo ele, na cultura americana cada arma sempre foi instrumento de precisão, o que envolve tecnologia de ponta. Mas isso não acontece na Rússia, visto que cada arma tem que ser a arma do povo. Tem que ser uma arma que qualquer jovem em idade escolar possa montar e desmontar, que qualquer camponês leve 10 minutos apenas para aprender a atirar, Esse é o espírito dos militares russos.

Como mais de 110 milhões de unidades produzidas até a presente data, é pouco provável que os Kalashnikovs desapareçam.

Fonte: Pravda via Hangar do Vinna
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