sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Hu diz que a China não é ameaça aos EUA


O presidente chinês, Hu Jintao, propôs na quinta-feira um estreitamento da cooperação econômica e de segurança entre o seu país e os EUA, especialmente na região da Ásia/Pacífico, onde as duas nações têm fortes interesses.

"Nossos dois países nunca desfrutaram de tamanhos interesses comuns e partilharam responsabilidades tão amplas como hoje", disse Hu em discurso no segundo dia completo de sua visita de Estado aos EUA.

"Vamos sem hesitação trilhar o caminho do desenvolvimento pacífico", disse Hu, acrescentando que a China adotará uma política militar defensiva e não participará de corridas armamentistas.

"A China se empenhará para resolver pacificamente as disputas internacionais", acrescentou Hu, que foi recebido na quarta-feira pelo presidente Barack Obama na Casa Branca, e na quinta-feira por líderes parlamentares.

O pujante crescimento econômico chinês leva o país ao centro do cenário mundial, e os EUA querem que Pequim assuma mais responsabilidades em áreas como a contenção das ambições nucleares de Irã e Coreia do Norte, ou a promoção da estabilidade econômica global.

Hu disse que China e EUA têm a ganhar com uma maior cooperação econômica, e estimou que os consumidores norte-americanos economizaram 600 bilhões de dólares na última década ao importar produtos chineses baratos.


China pede que EUA respeitem sua soberania sobre Taiwan e Tibete

O presidente chinês, Hu Jintao, fez um apelo nesta quinta-feira aos Estados Unidos, país onde realiza uma visita de Estado, pedindo que este respeite a soberania reivindicada por Pequim sobre o Tibete e Taiwan, e advertindo sobre os riscos de aumentar a tensão entre potências do Pacífico.

"Os assuntos relacionados com Taiwan e Tibete tratam da soberania e da integridade territorial da China, e representam o centro dos interesses chineses", disse Hu em um discurso em Washington.

Hu também afirmou que a China não tem interesse em uma corrida armamentista nem em buscar uma "hegemonia" no mundo.

"Não nos envolvemos em nenhuma corrida armamentista ou ameaça militar direcionada a nenhum país", declarou Hu Juntao nesta quinta-feira perante o Comitê nacional para as relações sino-americanas em Washington.

"A China não buscará nunca uma hegemonia nem uma política expansionista", acrescentou.

Nesta quinta-feira pela manhã, Hu se reuniu com o novo presidente da Câmara de Representantes, o republicano John Boehner, e com outros legisladores, entre eles a líder da minoria democrata na Câmara, Nancy Pelosi.

"É importante que continuemos resolvendo nossas diferenças de maneira que beneficie nossos países e nossos povos", estimou Boehner após a reunião. O líder republicano acrescentou que expressou suas "preocupações" sobre a liberdade religiosa na China.

Pelosi, porta-voz de frequentes críticas ao desempenho da China em relação aos direitos humanos, informou que o Tibete esteve entre as discussões. A líder democrata afirmou que o caso do dissidente detido e prêmio Nobel da Paz Liu Xiaobo foi citado.

Hu também se reuniu com o líder da maioria democrata no Senado, Harry Reid. Após qualificar o presidente chinês como "ditador", Reid se retratou e recebeu Hu nesta quinta-feira em uma das salas de gala do Senado.

Reid avaliou a reunião como "produtiva" e afirmou que falaram da moeda chinesa. Os direitos humanos, Coreia do Norte, Irã, Sudão e as relações com Taiwan também foram parte das discussões.

Mas no Congresso, os legisladores atribuem a Pequim a responsabilidade pelas dificuldades econômicas dos Estados Unidos, sobretudo no setor manufatureiro.

Na segunda-feira, véspera da chegada de Hu a Washington, três senadores americanos advertiram sobre sua intenção de promover leis para enfrentar o que consideram uma estratégia de Pequim para manter baixa a cotação de sua moeda e deixar suas exportações baratas.

Alguns legisladores do Congresso também deploraram a falta de controle por parte de Pequim sobre as imitações chinesas de produções americanas.

O senador independente Bernie Sanders se surpreendeu na quarta-feira porque bustos de presidentes americanos fabricados na China são vendidos em um museu em Washington. "É patético. Não sabia que a decadência de nossa capacidade manufatureira era tão importante", escreveu ao diretor do museu.

Sobre os direitos humanos, Hu fez uma declaração pouco comum, ao explicar "que há muito a ser feito na China" sobre este tema e prometeu melhorar a situação.

O presidente chinês partirá para Chicago antes de encerrar sua viagem aos Estados Unidos na sexta-feira.


Fonte: Reuters / AFP
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