domingo, 20 de novembro de 2011

Pelotão de Fronteira convive com adversidade o tempo todo




As unidades militares instalados nos lugares mais inóspitos do território brasileiro, nos quais a adversidade é parte do cotidiano, são os Pelotões Especiais de Fronteira.

O CMA (Comando Militar da Amazônia) tem 27 pelotões de fronteira implantados ao longo da divisa com sete países, entre eles três produtores de cocaína (Colômbia, Peru e Bolívia), nações com vazios institucionais (Guianas) e atuação de guerrilhas (Venezuela).

Tudo isso obriga o Exército Brasileiro a manter uma vigilância constante na faixa de fronteira, embora a condição esteja longe do ideal.

Com 11 mil quilômetros de extensão, a fronteira na Amazônia é um desafio logístico. A maior parte do território é coberto por selva.

O próprio comandante do CMA, general de Exército Eduardo Villas Bôas, admite o problema: “Existem mais de 1.000 quilômetros na Amazônia sem a presença de ninguém, nem das Forças Armadas, o que é muito perigoso”.

Divisão

Os 27 pelotões de fronteira do CMA estão distribuídos por 6 Estados: Amazonas, Pará, Acre, Rondônia, Roraima e Amapá. O maior número está concentrado no Amazonas, Roraima e Acre, com 23 pelotões, em razão dos problemas na faixa de fronteira.

O VALE conheceu os pelotões de Bonfim, Normandia, Uiramutã e Pacaraima, na região Nordeste de Roraima, e o trabalho de militares em uma operação especial, de combate ao desmatamento, nas cidades de São Luiz do Anauá, São João da Baliza e Caroebe.

Também entraram nessa operação o distrito de Caroebe e a comunidade indígena de Jatapuzinho, todos eles na região sul de Roraima.

Reserva

Dentro da reserva indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima, os militares combatem ações de criminosos no tráfico de drogas, contrabando e roubo de motos.
Segundo o coronel Marcos Araripe Souza Oliveira, os bandidos roubam motos em Bonfim, passam pela fronteira com a Venezuela, trocam o veículo por maconha e voltam para vender a droga em Manaus. “Estamos atuando em Normandia e Bonfim, com duas tropas, para conter esses tipos de crime”, afirmou.

Longe de tudo e de todos, os militares confirmam a máxima de que, nos pelotões de fronteira, vale muito a iniciativa dos soldados e oficiais.

Soldados índios conhecem a mata a fundo

Eles são militares e têm ascendência indígena. Atuam nos confins da Amazônia, região que conhecem como a palma da mão.

O Exército Brasileiro aprova e estimula o engajamento voluntário de índios em razão do conhecimento que eles têm da selva.

“O índio servindo é extremamente positivo para nós. O ambiente operacional de selva exige ações próprias de selva. Ninguém é melhor para fazer isso do que o próprio índio”, disse o general Eduardo Villas Bôas, comandante do Exército na Amazônia.

Nos Pelotões Especiais de Fronteira, os índios e aqueles que têm algum parentesco com indígenas são a maioria dos militares.

Wilson André Laurindo, 20 anos, é soldado do pelotão de fronteira em Uiramutã, em Roraima, e descendente da etnia macuxi. Ele entrou em 2011 no Exército e vê com otimismo o futuro na vida militar. “Cada vez mais índios estão entrando na vida militar. Eles ajudam porque têm mais acesso às comunidades indígenas.”

Descendente da tribo dos tucanos, do interior do Amazonas, a técnica agrícola Alcilene Cordeiro Loureiro, 33 anos, é sargento do Exército.

Ela serve no batalhão de engenharia de Boa Vista e considera a vida militar um divisor de águas em sua vida. “Foi um desafio. Eu morria de medo de tudo e o Exército me ensinou muita coisa”, afirmou.

Fonte: O Vale via Plano Brasil
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