quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Corte no orçamento de defesa - Omissão e conivência com a "Insegurança Nacional"



A capacidade de ser omisso ou conivente com a falta de segurança em nosso país por parte do governo federal é absurda. Hoje (23) pela manhã como sempre de costume leio os principais meios de notícias do Brasil e do mundo, além claro de confirmar boa parte das notícias de destaque através de minhas fontes em Brasília e outros orgãos do governo. Então me deparei com o absurdo corte nos recursos destinados á Amazonia. Mais um crime gritante e uma demosntração de incompetência da administração dos recursos federais, além da total falta de visão estratégica. Como sempre os burrocratas, corruptos e desprovidos de qualquer senso da importancia de se investir no campo de defesa, uma que isso não dá votos, reduziram a menos de 10% os recursos programados para ser aplicados na modernização e implantação do sistemas de vigilância de nossas fronteiras, que como bem sabemos são mais de 16 mil quilômetros.

Como sempre apresentam o belo discurso de que a vigilância da fronteira na Amazônia é uma prioridade, mas os recursos repassados pelo governo para os projetos que atendem à região vem sofrendo constantemente cortes e reduções. Para o ano de 2012, o Exército pretendia investir cerca de 1 bilhão para acelerar a implementação do Sistema Integrado de Monitoramente de Fronteira (Sisfron). Mas o orçamento enviado ao Congresso prevê o emprego de apenas 105,5 milhões.

Este valor representa um décimo do pedido para modernizar e aumentar a fiscalização dos 16,8 mil quilômetros de fronteira seca que partilhamos com dez países, e cerca de 13 mil destas são na Amazônia. Sendo o Sisfron um projeto de vital importância para todo o aparato de defesa nacional e combate ao narcotráfico e contrabando de armas para o Brasil, atuando ao lado do Sivam para prover uma real vigilância de nosso território. O valor do projeto é estimado em 17 bilhões, para ser desenvolvido ao longo de dez anos.

O corte acarretará no atraso da instalação de radares e sensores na região, previstas no projeto, que facilitaria, por exemplo, a detecção de ameaças ao País, como traficantes e narcoguerrilheiros. É mais um sintoma do sucateamento provocado por cortes orçamentários á nossa defesa.

Ontem foi revelado um documento sigiloso da Defesa que relata a condição atual do nosso aparato militar, onde muitos dos meios estão fora de operação, são aviões, veículos blindados, navios e submarinos, isso em resumo pois se formos descrever todos os meios teriamos de formular uma verdadeira "lista de schindler". Sem os equipamentos não é possível identificar as ameaças e muito menos contrapô-las. Outros meios vitais, como a comunicação, também enfrentam uma situação delicada, a aquisição de rádios comunicadores essenciais para manter contato entre a base e os pelotões avançados de fronteira, estão com a licitação atrasada.

Para reduzir o impacto do ajuste fiscal, o Ministério da Defesa negocia com o Planejamento a ampliação dos 105,5 milhões previstos para ao menos 500 milhões, buscando firmar o compromisso de que os recursos para os próximos anos sejam garantidos no orçamento, seguindo o Plano Plurianual, que prevê 710,44 milhões para ano de 2013, 780, 98 milhões para 2014 e 929,61 milhões para 2015.

O assessor especial do Ministério da Defesa, José Genoino, rebateu ontem as queixas de cortes e falta de recursos alegando que "as coisas na área de defesa não acontecem de uma vez só". E emendou: "O importante é que todos os projetos importantes estão em andamento, devagar, mas caminhando". Como diria o Cmte Angelo Nicolaci, meu avô, ele não tem noção real da necessidade e importância que isso representa, ou ele não faz a menor ideia do que esta falando.

Este corte ainda pode representar a falta de interesse político na repressão efetiva ao narcotráfico e contrabando de armas, pois como sabemos o dinheiro que esses atos ilícitos movimentam é muito expressivo e a corrupção política no Brasil é um grande mal a ser combatido. Como disse um amigo em uma frase no facebook, a polícia ocupou o complexo do Alemão, Cruzeiro, Mangueira e Rocinha, quando vão ocupar Brasília e prender a corja de bandidos corruptos e traidores de nossa pátria?

Nem mesmo a transferência de mais militares para a região está sendo cumprinda em acordo com o cronograma preestabelecido. O Comando Militar da Amazônia pretendia no curto prazo contar com pelo menos 35 mil homens na região, mas, no momento, o Exército possui apenas 26,6 mil militares em uma extensão territorial onde caberia praticamente a Europa.

Nossos militares querem cumprir seu dever constitucional, porém o governo os deixa de mãos e pés atados com essa visão míope em relação aos assuntos de defesa, não precisamos de mais discursos bonitos e slides em seminários e congressos, mas sim de uma atitude responsável do governo em relação á defesa.

Angelo D. Nicolaci
Editor GeoPolítica Brasil



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2 comentários:

  1. Angelo meu amigo, sou militar e fico desmotivado com a falta de recursos de minha força, é humilhante ter que trabalhar sem os meios necessários.

    Espero que os nossos governantes leian seu artigo. Assim como eu gostaria de ver um cara como você lá em Brasilia para defender o nosso país e nossas forças armadas.

    Parabéns pelo excelente artigo

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