sábado, 27 de agosto de 2011

Um olhar sobre a Líbia Pós-Kadhafi





A situação líbia pós-kadhafi tende a levantar incertezas quanto aos acordos e contratos firmados antes da queda do regime do ditador líbio. Entre os países mais afetados pela queda do ditador temos a Rússia encabeçando a lista, seguida de China e Brasil, estados que se abstiveram na votação da resolução 1973 que determinou a “Zona de exclusão aérea” sobre a Líbia.


A Rússia teve suspensos contratos de ordem superior aos 4 bilhões de dólares após a aprovação das sanções pelo Conselho de Segurança da ONU. Em sua grande parte contratos na área de defesa. Com a ascensão dos rebeldes ao poder é previsível que haja mudanças nas relações externas do país, principalmente com relação aos estados que de certa forma apoiaram o ditador mesmo que de forma indireta, embora os líderes do CNT neguem qualquer tipo de medida retaliatória aos países que se abstiveram no apoio á sua causa. Realmente é factível, assim como é fato que países como França, Reino Unido, Suécia, EUA e os demais envolvidos nas operações de apoio ao CNT , obterão uma condição privilegiada nos acordos e tratados a serem estabelecidos pelo novo governo, principalmente com a reabertura do mercado líbio.


Olhando no âmbito comercial, temos ai uma grande chance para que a França consiga emplacar sua primeira exportação do caça Dassault Rafale, que durante as operações sobre a Líbia demonstrou suas plenas capacidades, tendo sido esta bem sucedida operação uma excelente vitrine para o mercado internacional de caças. Outro estado que sai com vantagem nesta transição é o Reino Unido que possui grande interesse na prospecção de petróleo em território líbio.


Analisando agora as relações Brasil – Líbia, temos uma série de fatores que podem prejudicar o nosso sucesso nas relações com a Líbia pós-Kadhafi, a começar pelo bom relacionamento que possuíamos com o regime, somando a nossa abstenção na votação da Resolução 1973 e mais recentemente nossa posição em relação ao reconhecimento do CNT como sendo o novo governo líbio. Em relação ao mercado líbio, os principais afetados podem ser as empreiteiras brasileiras que possuem um longo histórico na Líbia, e de forma muito limitada a Petrobrás. Embora eu acredite que o Itamaraty possa em um curto espaço de tempo contorna essa situação e recuperar o prestígio em nossas relações bilaterais.


Em resumo, o Líbia esta em uma fase transitória na qual pouco podemos prever quanto ao seu futuro político, obtendo apenas uma previsão superficial em relação ao novo governo e sua posição em relação ao mundo após o baixar das cortinas do regime de Kadafi.

Por: Angelo D. Nicolaci – Editor do GeoPolítica Brasil, cursa Relações Internacionais pela Universidade Candido Mendes, observador das questões Norte-Africanas e Oriente Médio, Consultor e Assessor para mercado de defesa no Brasil.


Fonte: GeoPolítica Brasil

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3 comentários:

  1. Fala kamaradas e kamarada Angelo...

    Muito bem colocado e lembrado. Os grandes vencedores dessa empreitada bélica contra Kadafi é a França, EUA e Inglaterra e em menor proporção Canadá e Itália... Mas quem sai realmente perdendo com tudo isso é sempre a população, e neste caso o povo líbio.

    As empresas petrolíferas e de defesa destes países já estão abrindo seus cofres p/ receberem os dividendos da guerra!!!

    Como sempre a verdade fica nas entrelinhas e a maioria esmagadora da população aceita oq a grande mídia dissemina... .

    Falow

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  2. Gostei da sua apreciacao, amigo Angelo.Visto de forma adversa, o mundo nao pode continuar com principios passados, vamos respeitar a dinamica do mesmo e acima de tudo respeitar as nossas difenças, sem contudo signifique que o homem seja lobo de outro homem, conforme disse Loock/Hob. Nao pautuo com mantanças, banhos de sangue só para produzir vantagens materiais, tal como o sao os EUA, França e a Inglaterra e tantos outros que de forma timida o foram corelacao a situacao na libia.Tenhamos todos o slogan de Paz e harmonia.

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  3. Esta atitude tem como consequencias similares aos de 11 de Setembro, nos EUA, ao ataque ao metro de Madrid.

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