sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Caçado em Trípoli, Kadhafi desafia inimigos



Muamar Kadafi lançou mais um desafiou nesta quinta-feira (25) a seus inimigos líbios e estrangeiros, enquanto em alguns pontos da capital Trípoli seguidores leais ao regime combateram os rebeldes cada vez mais empenhados em encontrar e silenciar o líder foragido.

Rumores de que Kadafi e seus filhos estariam encurralados, ou mesmo que teriam sido vistos, proliferaram entre os rebeldes. Mas, dois dias depois da tomada do complexo governamental de Bab al Aziziya, violentas ações na retaguarda continuam frustrando as expectativas de que a guerra civil líbia estaria chegando ao fim.

Potências ocidentais exigiram a rendição de Kadafi e discutem formas de liberar para os rebeldes bilhões de dólares de patrimônio líbio congelado no exterior, o que permitiria iniciar a reconstrução do país após seis meses de conflito.

Mas os combates prosseguem em alguns bolsões da capital, no deserto e na região natal de Kadafi, que na quinta-feira divulgou mais uma mensagem de áudio em um canal de TV simpático ao seu regime.

"As tribos... devem marchar sobre Trípoli. Não deixem Trípoli para esses ratos, matem-nos, derrotem-nos rapidamente", afirmou. "O inimigo está delirante, a Otan está recuando", bradou ele, com voz mais firme e clara do que em um discurso semelhante transmitido na véspera.

Os rebeldes acreditam que Kadafi ainda esteja na capital ou arredores, mas temem que ele use uma rede de túneis e esconderijos subterrâneos para escapar à perseguição e iniciar uma insurgência contra o novo governo.

Recalcitrantes do regime talvez centenas deles impedem que os rebeldes assumam o controle total da capital. Em um bairro da zona sul, próximo à famosa prisão de Abu Salim, as forças rebeldes lançaram uma ofensiva coordenada, indo de casa em casa e tomando prisioneiros. Em outros lugares, forças pró-Gaddafi fizeram disparos contra posições dos rebeldes no aeroporto de Trípoli, e aviões da Otan bombardearam Sirte, a cidade natal de Gaddafi, a leste.

Moradores se aventuram

Em meio aos disparos esporádicos, alguns dos 2 milhões de habitantes de Trípoli se aventuraram a sair de casa pela primeira vez em vários dias, para comprar mantimentos.

Agências humanitárias alertaram para o risco de escassez de alimentos, água e medicamentos. Mas a nova liderança disse ter encontrado enormes estoques na capital, que aliviariam a situação.

Em um sinal de que a autoridade rebelde está gradualmente se apropriando das alavancas do poder, um membro do Conselho Nacional de Transição, Ali Tarhouni, disse na noite de quinta-feira que a entidade começou a se transferir de Benghzi, onde funcionou nos últimos meses, para Trípoli.

"Proclamo o começo da retomada do trabalho do escritório executivo em Trípoli", disse Tarhouni, encarregado de questões financeiras e petrolíferas, a jornalistas na capital. Essa mudança é considerada crucial para evitar divisões traumáticas no país, especialmente entre o leste e o oeste.

Também na quinta-feira, a África do Sul que relutava em aceitar o aval da ONU à liberação de patrimônio para os rebeldes fechou um acordo com os EUA que deve permitir o acesso do novo governo líbio a 1,5 bilhão de dólares, a serem usados para fins civis e humanitários, segundo diplomatas na ONU.

Rebeldes oferecem uma proposta de anistia e uma recompensa de US$1,7 milhão por ditador, vivo ou morto.

Preço por captura de Muammar Kadhafi, vivo ou morto, já foi divulgado e rebeldes prometem anistia e uma recompensa de US$ 1,7 milhão. Ao mesmo tempo em que enfrentam resistência, os rebeldes que controlam a maior parte da capital da Líbia, Trípoli, oferecem passagem livre ao ditador se ele entregar o poder, depois de 42 anos no governo.

Em Benghazi, o presidente do Conselho Nacional de Transição – CNT, Abdul Jalil, disse ainda que os rebeldes dariam a Khadafi livre passagem para deixar a Líbia e encontrar asilo em qualquer país, caso aceitasse deixar o poder. Ele admitiu, porém, que essa possibilidade é remota. “Eu acho que [Khadafi] prefere morrer ou ser capturado do que fazer isso [entregar o poder].”

Guma El Gamaty, porta-voz dos rebeldes, disse que aqueles que estão no círculo mais próximo de Khadafi estão “fortemente envolvidos com ele em crimes contra a humanidade e em crimes contra o povo líbio”. Segundo ele, existe um “enorme incentivo psicológico” para os aliados do coronel. “Se eles não quiserem cair com ele e salvar a sua pele, ficarão isentos de ser processados se o entregarem ou o matarem”, acrescentou.

De acordo com comandantes das forças rebeldes, é importante capturar Khadafi para eliminar qualquer possibilidade de que o líder ou seus partidários possam organizar um contra-ataque.

Trípoli segue sendo palco de combates entre os rebeldes e partidários do presidente da Líbia. Um médico britânico trabalhando na capital do país, identificado apenas como Moez, informou que “incontáveis corpos” estão sendo levados aos hospitais da capital. Segundo ele, os corpos de combatentes rebeldes, mortos na luta para tomar o quartel-general de Khadafi nesta quarta, 24, estão sendo empilhados.

Fonte: Reuters

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