Como comentario feito por um de nossos leitores a respeito de um artigo que escrevi sobre as Malvinas nesta última segunda, o amigo Afonso de Portugal, citou a situação em que a Argentina vivia nos idos de 1982. O regime do militar estava em franca decadência e necessitava de uma causa que pudesse reavivar a confiança do povo na ditadura, culminando no fracasso das Malvinas, onde poderia ter ganho tal conflito segundo estudos que foram apresentados anos mais tarde e que inclusive foram tema de um documentário do "History Channel".
Mas o objetivo maior deste novo artigo é tirar algumas posições que poderiam ser mal interpretadas pelos leitores e fazer junto com vocês uma analise dos fatos em curso.
Eu citei no artigo que hoje se formos fazer uma breve comparação, a Argentina não possui um terço da capacidade militar que a mesma possuia quando em 1982 levou a cabo os planos de retomar as Malvinas. Além deste fato, cabe também nos atermos a capacidade que os ingleses instalaram nas Malvinas para manter a defesa do arquipelago. Hoje eles possuem uma dotação de caças Typhoon, embora sejam apenas 4 unidades, podem proporcionar superioridade aerea frente a sucateada Força Aerea Argentina. Também possuem uma relevante capacidade maritima com fragata e a capacidade de receber e apoiar operações de submarinos nucleares e deslocamento de forças táticas.
Devido a estes fatores e a atual crise interna que a Argentina enfrenta, vemos a Presidente Cristina Kirchner pedir o apoio de todos os vizinhos para buscar uma solução à questão, uma vez que a mesma não possui capacidade de conduzir sozinha a situação rumo a uma solução diplomática que seja a favorável a Argentina.
Uma vez que não possui peso diplomático ou respaldo militar para fazer exigências e pressões na hora de negociar.
Na minha concepção é uma humilhação um Estado "soberano" ter de recorrer a seus vizinhos e a comunidade internacional para defender-se, não pelo fato de pedir auxílio em si, uma vez que a mesma faz parte de um bloco econômico e a região tende a cada dia mais se integrar, ganhando peso no atual cenário global. Mas digo que é vergonhoso uma nação não possuir capacidade de Defesa adequada e moderada de dissuassão, não que seu uso seja necessário, mas a possibilidade de se fazer uso de um poder dissuassório mesmo que limitado gera sempre um peso a mais para resolver as questões pacificamente, uma vez que a capacidade de defesa tem de ser o principio de um Estado dito Soberano
Os hermanos hoje devem estar arrependidos, principalmente o governo por adotar uma postura arriscada de redução dos investimentos em defesa e mesmo do orçamento básico para manutenção das tropas e meios ja existentes, que mesmo estando obsoletos.
Só para termos uma idéia da falta de capacidade Argentina, vejamos seu principal vetor, A-4AR Fightinghawk, modernizados no inicio dos anos 90 e uma marinha básicamente de figuração, pois não teria capacidades de levar a cabo qualquer incurssão contra as ilhas ou mesmo uma patrulha para criar uma zona de controle.
A atual situação da crise das Malvinas tende a ficar nas mesas de negociação e com protestos na ONU e outras organizações governamentais, com o apoio de seus vizinhos, como Brasil que já repudiou a atitude Inglesa e a Venezuela dentre outros países da America Latina, que a cada dia se une em busca de obter um peso maior na geopolítica mundial.
Esta é uma lição que nós brasileiros devemos tomar para nós, pois vemos que muitos em nosso país são contra o reequipamento e o investimento nos setores militares. A capacidade de Defesa de um país é determinante para que possa ter alguma voz nas mesas de negociação, não basta ter bons diplomatas se não há qualquer respaldo bélico, este é o mundo em que vivemos, os recursos estão ficando escassos e temos de abrir nossos olhos para isso. Pois assim como foi o caso da Argentina, podemos enfrentar o mesmo caso não estejamos preparados. Somos detentores das maiores reservas de recursos naturais.
Como se diz: "É estando prontos para guerra que fazemos a Paz"
Autor: Angelo D. Nicolaci - Editor do GeoPolitica Brasil, Consultor e Palestrante sobre questões geopolíticas brasileiras, atualmente realizando a palestra Brasil- A Importância de investir em Defesa, que aborda a necessidade clara que temos hoje de investir em nossa defesa e analisa desde os recursos naturais que possuimos até as questões que nos leva a ter a consciêcia desta necessidade. Entre em contato e leve esta palestra a sua unidade de ensino.
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