segunda-feira, 25 de julho de 2011

Com plano da Petrobras, Brasil passa China e EUA em reservas até 2020



Novo plano de investimentos da Petrobras amplia foco em exploração e produção de petróleo, para duplicar reservas comprovadas da estatal e elevar em 137% extração diária de barris até 2020. Se atingida, meta de aumento das reservas fará Brasil superar China e EUA no ranking da Opep. Petrobras também corta quase 10% de gastos programados para este ano, o que ajuda governo a controlar inflação. Plano de US$ 224,7 bilhões até 2015 foi aprovado com atraso porque presidenta Dilma Rousseff, que já dirigiu o conselho, quis conhecer detalhes e por causa de incertezas sobre o futuro da economia mundial.

A Petrobras vai reforçar o peso e o volume de investimentos em exploração e produção de petróleo, com o objetivo dar um salto expressivo de produção na camada pré-sal e de dobrar as reservas comprovadas da estatal até 2020. Ao mesmo tempo, cortou parte dos gastos previstos para este ano, o que deve ajudar o governo a controlar a inflação com uma atividade econômica menos veloz.

Os novos planos da empresa foram decididos na última sexta-feira (21/07), pelo Conselho de Administração. Deveriam ter sido aprovados há mais tempo, mas houve atrasou por dois motivos.

Um: a presidenta Dilma Rousseff, que já dirigiu o conselho, quis conhecer o plano em detalhes primeiro e demorou a dar sinal verde, de acordo com uma fonte da Petrobras.

Dois: o Conselho, que tem alguns ministros do governo, precisou de três reuniões até tomar uma decisão, porque nas últimas semanas aumentaram as incertezas sobre o futuro da economia mundial e sobre o potencial impacto disso nas cotações internacionais do barril de petróleo.

Ficou definido que, até 2015, a Petrobras investirá US$ 224,7 bilhões, acréscimo de US$ 700 milhões em relação ao plano anterior, que vencia em 2014. A empresa optou por jogar mais para a frente alguns desembolsos que tinha programado fazer em 2011. A meta agora é aplicar neste ano US$ 84 bilhões, 9% a menos.

A área de exploração e produção de petróleo ficará com a maior parte dos investimentos até 2015, o que já acontecia na versão anterior. Mas sua fatia aumentou de 53% para 57%. Em cifras, ganhou mais US$ 8 bilhões e passou a US$ 127 bilhões. Como também houve cancelamento de outros tipos de investimentos, o plano praticamente manteve a cifra de 2011-2014.

Os outros US$ 97 bilhões do plano 2011-2015 vão para refino, transporte, comercialização, gás, petroquímica, distribuição, biocombustíveis e ações corporativas.

Ao concentrar um pouco mais as atenções em exploração, a Petrobras espera chegar a 2020 com o dobro de reservas de petróleo comprovadas, segundo comunicado distribuído depois da reunião do Conselho.

A estatal diz ter atualmente 15 bilhões de barris, quando se adotam critérios de medição da Agência Nacional do Petróleo (ANP) e de uma entidade internacional chamada Sociedade de Engenheiros de Petróleo. Já pelos critérios de uma agência norte-americana que vigia o “mercado” acionário nos Estados Unidos, o estoque da Petrobras seria de 12 bilhões.

Em seu anuário estatístico, cuja última edição foi divulgada dia 18 de julho, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), que reúne os principais produtores do mundo, reconhece 12,8 bilhões de barris como reservas brasileiras. E coloca o país na décima quarta posição, numa lista de 40, entre os maiores estoques internacionais. O campeão é a Venezuela, com 296 bilhões de barris, 20% das reservas mundiais.

Caso a Petrobras dobre mesmo seu estoque nos próximos nove anos, e nenhuma outra grande reserva seja descoberta no mundo neste período, o Brasil passaria China (18 bilhões de barris), Estados Unidos (19 bilhões) e Catar (25,3 bilhões) e se tornaria o décimo primeiro no ranking da Opep.

No caso dos gastos em produção, a meta da Petrobras é chegar a 2015 com alta de 43% no volume de barris diários e de 137% até 2020. Atualmente, a estatal extrai 2,7 milhões de barris por dia. A grande esperança para elevar este número é a extração efetiva de óleo da chamada camada pré-sal, que hoje representa apenas 2% da produção nacional. Até 2020, essa proporção avançaria para 40%.

Fonte: Carta Maior
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