domingo, 15 de abril de 2018

Conheça os meios empregados pela coalizão no ataque à Síria

Bom pessoal, nós em conjunto com Cmte Robinson Farinazzo, nosso parceiro do Canal “Arte da Guerra”, resolvemos tratar neste artigo sobre os meios empregados no ataque lançado pelos EUA e seus aliados contra instalações na Síria ocorrido na última sexta-feira (13).

Há ainda muitos dados que desconhecemos, então vamos nos ater aos dados oficialmente confirmados, com números e meios divulgados pelas fontes oficiais afim de garantir ao nosso leitor informação de qualidade.

Houve muita especulação sobre o número de mísseis lançados e interceptados pela defesa aérea da Síria, onde há divergências nas fontes, enquanto a maior parte dá conta do sucesso do sistema de defesa aérea da Síria, algumas fontes norte americanas insistem que não houve a interceptação dos mísseis pelas defesas sírias, porém, as imagens e provas apresentadas em diversas fontes tem mostrado que houve interceptação dos mísseis pela defesa aérea, mas não podemos ainda afirmar em 100% que o número alcançado seja de 70%, mesmo que seja um número bastante plausível.

Um ponto que é preciso esclarecer aos nossos leitores, é que nenhuma das aeronaves empregadas na operação entrou no espaço aéreo sírio, principalmente devido ao armamento empregado pelas mesmas, sendo basicamente armamento inteligente do tipo standoff. Como resultado, não foi preciso empregar na operação um conjunto mais complexo de meios, como por exemplo os caças F-22, que não precisaram ser usados ​​para dar escolta aos bombardeiros B-1B “Lancer”, tendo bastado o emprego de uma aeronave de guerra eletrônica EA-6B “Prowler”, para dar cobertura aos aliados dois grupos de quatro elementos cada, compostos por caças F-16 oriundos da base de Aviano na Itália e caças F-15 baseados no Reino Unido foram deslocados para operação, recebendo o importante apoio de aeronaves de reabastecimento KC-135R e KC-10A, aeronaves não tripuladas RQ-4B atuaram em conjunto com uma aeronave RC-135V na coleta de dados, bem como as comunicações e ligação entre os diversos meios empregados pela coalização tiveram sua comunicação possível graças ao emprego de uma aeronave E-11A que está baseada no Afeganistão.

Os B-1B “Lancer” foram responsáveis pelo lançamento de 19 misseis de cruzeiro JASSM-ER (Joint Air-to-Surface Standoff Missile – Extended Range), sendo esta a primeira vez que é empregado em combate.

Os EUA ainda empregaram no ataque misseis BGM-109 Tomahawk lançados a partir de seus navios, com o cruzador “USS Monterey” da classe “Ticonderoga” disparando 30 mísseis de cruzeiro Tomahawk e o destróier “USS Laboon” da classe “Arleigh Burkedisparando sete Tomahawks no Mar Vermelho. No norte do Golfo Pérsico, outro destróier da classe “Arleigh Burke”, o “USS Higgins”, disparou 23 Tomahawks. No Mediterrâneo, pela primeira vez um submarino da classe Virginia teria sido usado em um ataque, com “USS John Warner” tendo disparado seis mísseis de cruzeiro Tomahawk.

"Longuedoc" lança seus mísseis contra a Síria
Os meios empregados pela França e Reino Unido, seguiram o mesmo perfil, tendo lançado armas inteligentes standoff que possibilitaram atacar sem a necessidade de penetrar no espaço aéreo sírio. Dentre os meios empregados pelos franceses damos destaque a participação da fragata “Longuedoc”, quarto navio da Classe “Aquitaine” construído do programa franco-italiano FREMM, que a partir do Mediterrâneo disparou três versões de sua variante do míssil de cruzeiro SCALP.  Os franceses lançaram 12 de seus mísseis de cruzeiro SCALP através de seus Dassault Rafale, os quais operaram a partir do Chipre, contando com a escolta de caças Dassault Mirage 2000-5, reabastecimento aéreo provido pelos seus C-135 e alerta aéreo antecipado de uma aeronave E-3 e ligação entre as forças da coalizão operando no ataque.

Já os britânicos participaram com seus caças-bombardeiros Tornado GR.4 baseado em Chipre, lançando oito misseis standoff Storm Shadow/SCALP-EG, tendo sido escoltados por caças Typhoon FGR.4 também baseados em Akrotiri, Chipre, o reabastecimento ficou a cargo do Airbus A330 MRTT, o Voyager KC-2. Há informações que uma aeronave Sentinel R.1 teria sido usada no reconhecimento e ligação entre as forças da coalizão que atuaram no ataque.

Segundo informações divulgadas posteriores ao ataque, três áreas foram focadas nos ataques, embora também tenham sido atacadas bases aéreas:

 Barzah após o ataque - foto: Rustam Bougadinov
·       O Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Barzah, que foi apontado como o “coração” do programa de armas químicas do regime de Assad e está localizado em uma das áreas mais fortemente defendidas do mundo, muito perto da capital de Damasco. Este local foi alvo apenas de forças americanas, com 57 mísseis Tomahawk lançados por mar e 19 misseis JASSM-ER lançados por dois bombardeiros B-1B. Embora o alvo tenha sido declarado como uma instalação abandonada pelo governo sírio e russos, com muitas fotos divulgadas que mostram o complexo totalmente destruído.

·       A instalação Him Shinshar Chemical Weapons, localizada a oeste de Homs, foi atingida pelas três nações. Os EUA lançaram nove Tomahawks, os britânicos lançaram oito mísseis Storm Shadow a partir de suas aeronaves Tornado e Typhoon, e os franceses lançaram três mísseis de cruzeiro e dois SCALP-EG, que são seu equivalente do Storm Shadow. Os EUA avaliam que esta instalação foi destruída. 


·       O bunker Him Shinshar Chemical Weapons, a cerca de 7 quilômetros do local anterior. Este foi atacado apenas pelos franceses, com sete mísseis SCALP-EG. Em ambos os locais, os SCALP foram disparados pelos caças Rafale, escoltados por caças Mirage 2000-5 responsáveis pela proteção.


Bem estas são as informações que temos até este instante, e vale a pena conferir o vídeo que nosso parceiro Cmte Farinazzo lançou no Canal “Arte da Guerra”, algo que vem a complementar o que abordamos, basta clicar no link e não esqueçam de se inscrever no canal, há um grande acervo de vídeos de grande valor para quem deseja se aprofundar no campo de defesa, CLICK AQUI.


Por Angelo Nicolaci - Jornalista, editor do GBN News, graduando em Relações Internacionais pela UCAM, especialista em geopolítica do oriente médio e leste europeu, especialista em assuntos de defesa e segurança.


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