domingo, 19 de setembro de 2010

Terrorismo nuclear: o maior medo dos EUA


Em 1997, muita gente achou ridículo quando o filme ‘O Pacificador’ mostrou um sujeito andando por Nova Iorque com uma bomba nuclear na mochila, com os ‘mocinhos’ George Clooney e Nicole Kidman tentando detê-lo. Porém, segundo um especialista americano, hoje o medo de um ataque terrorista nuclear é real. E tão grande que alimenta algumas das principais preocupações do governo dos EUA com os programas nucleares do Irã e da Coreia do Norte.

Um dos maiores temores dos EUA é de que armas do tipo — ou o material que permita fabricá-las — sejam desviadas do arsenal atômico dos chamados “países-problema” para as mãos de terroristas. A afirmação foi feita em palestra recente no Rio por Alexander Lennon, pesquisador e editor-chefe do ‘The Washington Quarterly’, publicação acadêmica do Center for Strategic and International Studies (CSIS), de Washington.

Segundo ele, para tentar conter o problema, autoridades em energia atômica tentam desenvolver uma ténica para fazer com que todas as armas nucleares tenham tecnologia que permita rastrear onde foram fabricadas, após cada detonação. Isso poderia ser um ponto de partida numa investigação sobre autoria de possível atentado, por exemplo.

BIN LADEN JÁ TENTOU

A preocupação com o terrorismo nuclear consta em vários documentos oficiais americanos. Depoimento de um ex-segurança do líder da Al Qaeda, Osama Bin Laden, por exemplo, afirma que ele já procurou obter armas nucleares.

“A política de não-proliferação nuclear tende a ter foco no Irã e na Coreia do Norte. Uma das principais preocupações é que, quanto mais países tenham armas atômicas, maior é a chance de terroristas comprarem, roubarem ou adquirirem armas nucleares”, explicou.

Segundo Lennon, os EUA veem como maiores ameaças organizações não estatais, como a Al-Qaeda. “Há também preocupação de que, por causa de alinhamento ideológico de governos de ‘países-problema’ com terroristas, as armas cheguem às mãos destes. Por outro lado, se um estado como o Irã adquire armas nucleares, outros podem também desenvolver programas nucleares.”

‘Bomba-suja’ já foi usada na Rússia

Até agora, os terroristas não conseguiram detonar uma explosão nuclear. Em 1995, entretanto, separatistas chechenos explodiram uma ‘bomba-suja’ — explosivo convencional que espalha material atômico. No início do ano, membros de uma ONG contra a energia nuclear chegaram a se infiltrar numa instalação nuclear militar americana na Bélgica para evidenciar o risco de se manter armas do tipo.

Foram exatamente os esforços na política de não-proliferação nuclear que renderam ao presidente americano, Barack Obama, o último Nobel da Paz. Em agosto, Obama assinou com o presidente russo, Dimitri Medvedev, a terceira versão do programa Start, que prevê a redução do arsenal nuclear de cada país de aproximadamente 2.200 ogivas para cerca de 1.550, em sete anos.

Segundo Lennon, entretanto, Obama ainda precisa que o tratado seja ratificado no Congresso e, para isso, vai precisar do apoio de políticos do partido rival, o Republicano. As votações acontecem nos próximos meses.

Fonte: O Dia
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