sábado, 25 de setembro de 2010

Argentina e Bolívia reivindicam reforma no Conselho de Segurança da ONU


Argentina e Bolívia se uniram hoje a um grupo de países em desenvolvimento que defende que algumas superpotências não podem continuar controlando o poder mundial e reivindicaram uma reforma profunda do Conselho de Segurança da ONU.

"O mundo bipolar não existe mais", afirmou a presidente argentina, Cristina Kirchner, na Assembleia Geral das Nações Unidas.

Ela acrescentou que o Conselho de Segurança "perdeu funcionalidade" e não está em sintonia para enfrentar os perigos do mundo atual.

O Conselho de Segurança, principal órgão decisório da ONU que tem como membros permanentes Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido, foi alvo de críticas na 65ª sessão da Assembleia Geral do organismo.

"O cenário mundial mudou. O mundo bipolar hoje já não existe", ressaltou Crista em discurso improvisado no fórum mundial, que reúne representantes de 192 nações.

Ela reivindicou uma grande reforma da ONU e dos organismos de crédito por considerar que eles fracassaram em sua missão de manter uma economia estável a nível global e também pediu uma nova legislação internacional para fundos financeiros.

Por sua vez, o presidente boliviano, Evo Morales, destacou que "é preciso acabar" com o Conselho de Segurança que, segundo ele, "só responde aos interesses dos Estados Unidos e não da segurança mundial".

"É um Conselho de insegurança", disse hoje Morales em entrevista coletiva na ONU, onde exigiu uma "profunda revolução" desta organização mundial para "começar a democratizá-la".

Colômbia, Haiti, Venezuela e El Salvador também discursam nesta segunda jornada de debates da Assembleia Geral.

O chefe de Estado da Colômbia, Juan Manuel Santos, se dirigirá à ONU um dia após anunciar o importante sucesso das forças de segurança de seu país na operação que culminou na morte do chefe das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), Víctor Julio Suárez Rojas, conhecido como "Mono Jojoy".

O governante de El Salvador, Mauricio Funes, pedirá à comunidade internacional que apoie a luta do México e da América Central contra o crime organizado e o narcotráfico, disseram fontes diplomáticas.

Já a Venezuela está representada pelo seu embaixador perante a ONU, Jorge Valero. O presidente Hugo Chávez, que costuma monopolizar a atenção midiática, não viajou para Nova York por causa das eleições legislativas de domingo.

Nesta sessão, o líder mais polêmico é o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, que em seu discurso de quinta-feira na abertura da Assembleia Geral insinuou que os atentados de 11 de setembro de 2001, em Washington e Nova York, foram uma conspiração de americanos e israelenses.

Após as declarações de Ahmadinejad, as delegações de Estados Unidos, União Europeia, Canadá, Austrália, Nova Zelândia e Costa Rica deixaram a sala.

O presidente dos EUA, Barack Obama, qualificou hoje as declarações de Ahmadinejad como "ofensivas" e "repletas de ódio" durante uma entrevista à rede "BBC".

Por sua vez, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, qualificou de "inaceitável" o discurso do governante iraniano no fórum mundial para semear dúvidas sobre a responsabilidade e os motivos por trás dos atentados de 11 de setembro.

Fonte: EFE
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