segunda-feira, 18 de março de 2013

Renúncia dos EUA à quarta fase de ABM não indica alteração da posição americana



Na opinião da Rússia, a renúncia dos EUA à quarta fase de DAM na Europa não é uma decisão de princípio, mas é apenas um atraso técnico na via que conduz à defesa posicional. O “intervalo” terminará enquanto os Estados Unidos normalizarem seus assuntos financeiros e aperfeiçoarem tecnicamente sistemas de interceção. Em resultado, a Europa terá uma região de ABM, tal como o Pentágono havia planificado.

O novo secretário de Defesa dos Estados Unidos, Chuck Hagel, anunciou a 15 de março em Washington uma nova configuração do sistema antimíssil na Europa. Os EUA decidiram congelar a instalação de mísseis intercetores na Polônia e concentrar-se na proteção de seu próprio território. Para 2017, serão desdobrados no Alasca 14 intercetores pesados e construída no Japão mais uma estação de radar. Ao mesmo tempo, está a ser construída uma nova base de mísseis intercetores abrigados em silos no litoral leste dos Estados Unidos.

O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Ryabkov, disse hoje em entrevista ao jornal Kommersant que Moscou não interpreta como uma concessão a decisão de Washington sobre a quarta fase de DAM, não considerando-a como uma mudança radical da posição.

A maioria dos peritos russos concorda na íntegra com tal avaliação. Se a semelhante atitude testemunhasse o abandono de sua intenção pelos Estados Unidos, Moscou saudaria tal passo. Mas não se trata disso, aponta o vice-diretor do Instituto dos EUA e do Canadá russo, Pavel Zolotarev:

“Tal atitude não indica de modo algum que os Estados Unidos renunciaram em princípio à intenção de desdobrar uma região posicional de DAM na Polônia. Por isso não se deve sobrestimar a decisão de Washington. Os Estados Unidos deparam agora com problemas econômicos. Por outro lado, a concepção de atitude adaptativa consiste em que na Polônia aparecerão intercetores, quando surgir uma ameaça por parte do Irã. Não se trata de alteração cardinal da posição”.

Moscou considera que os Estados Unidos são obrigados a rever os planos de DAM na Europa em resultado da redução do orçamento do Pentágono em 45 biliões de dólares. A decisão foi influenciada também pela não prontidão técnica dos sistemas que os Estados Unidos pretendiam desdobrar, diz o diretor do Centro de Pesquisas Sócio-Políticas, Vladimir Evseev:

“Enquanto forem resolvidos os problemas financeiros e estiverem prontos tecnicamente os sistemas previstos para o desdobramento na Europa, os Estados Unidos começarão a concretizar os planos anunciados anteriormente. Em outras palavras, trata-se apenas de uma demora provisória e não de concessão de garantias em que insiste a Rússia. Consideramos que estes planos são agora apenas adiados. E se são adiados, por que razão a Rússia deve dar passos ao encontro dos Estados Unidos”.

Serguei Ryabkov e a subsecretária de Estado dos EUA para Controle de Armas e Segurança Internacional, Rose Gottemoeller, devem encontrar-se hoje e amanhã em Genebra e abordar com certeza este tema. Na situação que se formou não se deve esperar quaisquer novos avanços na área do desarmamento, afirma Vladimir Evseev:

“Na opinião da Rússia, desde que a FR e os Estados Unidos assinaram em 2010 em Praga o Novo Tratado de Redução de Armas Estratégica Ofensivas, este documento deverá ser cumprido. Desde sua assinatura até o cumprimento passarão ainda mais sete anos. Por que razão devemos concluir agora um novo tratado”.
Moscou está disposta a continuar o diálogo sobre o desarmamento com os Estados Unidos. Mas a Rússia continuará também a insistir na aprovação de acordos juridicamente obrigatórios sobre a não orientação de todos os elementos do sistema de DAM dos EUA contra as forças nucleares estratégicas russas.

Fonte: Voz da Rússia
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