quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Militares reafirmam críticas a Dilma e afrontam Amorim



Em nota divulgada ontem, 98 militares da reserva reafirmaram recentes ataques feitos por clubes militares à presidente Dilma Rousseff e disseram não reconhecer autoridade no ministro da Defesa, Celso Amorim, para proibi-los de expressar opiniões.

A nota, intitulada "Eles que Venham. Por Aqui Não Passarão", também ataca a Comissão da Verdade, que apontará, sem poder de punir, responsáveis por mortes, torturas e desaparecimentos na ditadura. Aprovada no ano passado, a comissão espera só a indicação dos membros para começar a funcionar.

"[A comissão é um] ato inconsequente de revanchismo explícito e de afronta à Lei da Anistia com o beneplácito, inaceitável, do atual governo", diz o texto, endossado por, entre outros, 13 generais.

Apesar de fora da ativa, todos ainda devem, por lei, seguir a hierarquia das Forças, das quais Dilma e Amorim são os chefes máximos.

O novo texto foi divulgado no site "A Verdade Sufocada", mantido pela mulher de Carlos Alberto Brilhante Ustra, coronel reformado do Exército e um dos que assinam o documento.

Ustra, ex-chefe do DOI-Codi (aparelho da repressão do Exército) em São Paulo, é acusado de torturar presos políticos na ditadura, motivo pelo qual é processado na Justiça. Ele nega os crimes.

A atual nota reafirma o teor de outra, do último dia 16, na qual os clubes Militar, Naval e de Aeronáutica fizeram críticas a Dilma, dizendo que ela se afastava de seu papel de estadista ao não "expressar desacordo" sobre declarações recentes de auxiliares e do PT contra a ditadura.

Após mal-estar e intervenção do Planalto, de Amorim e dos comandantes das Forças, os clubes tiveram de retirar o texto da internet.

CRÍTICA A AMORIM

"Em uníssono, reafirmamos a validade do conteúdo do manifesto do dia 16", afirma a nota de ontem, que lembra que o texto anterior foi tirado da internet "por ordem do ministro da Defesa, a quem não reconhecemos qualquer tipo de autoridade ou legitimidade para fazê-lo".

Agora, os militares dizem que o "Clube Militar [da qual a maioria faz parte] não se intimida e continuará atento e vigilante".

A primeira das três declarações que geraram a nota foi da ministra Maria do Rosário (Direitos Humanos), para quem a Comissão da Verdade pode levar a punições, apesar da Lei da Anistia.

Depois, Eleonora Menicucci (Mulheres) fez em discurso "críticas exacerbadas aos governos militares", segundo o texto. Já o PT, em uma resolução, disse que deveria priorizar o resgate de seu papel para o fim da ditadura.

Fonte: Folha

Nota do Blog: A posição do governo hoje é preocupante, não há coesão entre ministros e suas pastas, em especial a de Defesa, onde o antecessor de Amorim, conduzia de forma fantástica a ligaçã entre o governo e militares, mas a nossa presidente não soube manter o único ministro que até hoje conseguiu conciliar a defesa e o governo de maneira produtiva.

Celso Amorim é um excelente diplomata, possui um ótimo histórico a frente do MRE, porém não possui o perfil necessário á pasta de Defesa, isso fica mais claro a cada dia, Nelson Jobim realmente faz muita falta nesta pasta.

Outro ponto preocupante é a tal "comissão da verdade", que gera tensão entre os setores militares uma vez que ameaça a lei de anistia. Ao meu ver não devemos negar os erros do passado, porém não é possível mudar o que já aconteceu, temos sim de aprender as lições para não repetir os mesmos erros, afinal tem muito político no governo que deveria ser investigado por crimes que são recentes e a justiça faz vista grossa, além de no passado até nossa presidente ter cometido crimes durante a ditadura, se deve haver comissão, então que se julgue todos os envolvidos a começar pela presidente.
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2 comentários:

  1. Os militares NUNCA ENGOLIRAM a submissão ao poder civil e ao ESTADO DE DIREITO.
    A cultura militar brasileira tem raízes profundamente fincadas em conceitos hierárquicos de extrema rigidez, com fim de controle máximo e liberdade mínima, onde o que interessa é garantir a obediência cega dos subordinados a qualquer custo e o meio utilizado para alcançar esse fim são regulamentos disciplinares extremamente severos editados a despeito de qualquer preocupação com conceitos de justiça.
    As leis brasileiras não são respeitadas pelos chefes militares. Nem mesmo a constituição federal é respeitada. A despeito de qualquer lei nacional, eles cumprem normas elaboradas por eles mesmos, que permitem a prática, dentro de um mundo fechado, de absurdos jurídicos inqualificáveis.
    Agem através da imposição do temor ou da dissimulação de ações, conforme os interesses a serem atingidos. Devido a extrema rigidez de opiniões não têm habilidade no trato de questões que exigem raciocínio jurídico e são um desastre em assuntos de desenvolvimento social.
    São um constante risco à consolidação da democracia brasileira porque sempre tendem a resolver pela força das armas as controvérsias que não conseguem solucionar com a força dos argumentos.
    E que ninguém se engane pensando que existe diferença nas opiniões entre os generais da ATIVA e da RESERVA. São todos farinha do mesmo saco.
    A única diferença é que os da ATIVA ainda tem interesse em continuar se beneficiando das mordomias que o cargo proporciona, por isso posam de disciplinados e não abrem a boca, enquanto os da reserva, que já foram obrigados a largar a teta, cumprem a missão de porta vozes da categoria confiantes na impunidade
    Essa comissão da verdade é tiro de festim. Está sendo montada só para enganar os organismos internacionais que tem pressionado o Brasil cobrando uma postura do governo que não toma nenhuma iniciativa realmente efetiva contra os ex-ditadores brasileiros.
    O governo ainda está comendo na mão dos militares.
    Isso não vai dar em nada. Sequer responsabilização criminal dos envolvidos será possível pleitear pela comissão fajuta que já surge repleta de limitações justamente para não poder fazer o que teria que ser feito de maneira satisfatória.
    Acorda povo brasileiro!!
    É uma grande farsa. Uma enganação planejada e ensaiada.
    Uma satisfação tem que ser dada à comunidade internacional que realmente leva esse assunto a sério.
    Só por essa razão esse assunto incômodo ainda consta das pautas de decisão do Governo. Não fosse por isso já teria sido enterrado em algum lugar que ninguém sabe.
    É preciso convencer os gringos de que houve empenho para ficar bem na foto.
    Aqui ninguém tem peito nem coragem d eenfrentar nos tribunais os militares que já estão há muito tempo empenhados em amaciar autoridades que ocupam funções chave no governo e nos poderes constituídos.
    A verdade é que a impunidade ainda impera nesse sistema institucionalizado de corruptos e corruptores que se beneficiam mutuamente de interpretações fantasiosas e convenientes que permitem manter as coisas em constante estado de insegurança jurídica, onde a lei tem papel meramente decorativo e só é efetivamente cumprida e respeitada se não contrariar os interesses dos grandes.
    Somente uma intervenção internacional, isenta dessa nociva contaminação histórica enraizada nas nossas instituições será capaz de obter algum resultado realmente significativo e confiável.
    A quem interessa mostrar a VERDADE?
    A quem interessa manter a MENTIRA?
    Sabendo essa resposta você já sabe quem vai vencer essa disputa de forças desiguais.

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  2. Tem que ser tudo executado!
    Eu SOU militar, senhores, e digo que isso é insubordinação! INADIMISSÍVEL!

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