A sueca Saab ampliou sua campanha comercial no setor de aeronaves de vigilância aérea, oferecendo oficialmente o sistema GlobalEye ao Catar e à Arábia Saudita. A informação foi confirmada pelo CEO da empresa, Micael Johansson, em entrevista à agência Reuters, destacando que ambos os países demonstraram interesse na plataforma já adquirida pelos Emirados Árabes Unidos.
Segundo Johansson, as propostas já foram apresentadas e integram uma estratégia mais ampla da Saab para expandir a presença de suas aeronaves militares no Oriente Médio, uma região onde a demanda por capacidades de alerta antecipado e vigilância de longo alcance cresce em meio a tensões regionais e modernização das forças armadas. “Estamos em campanha e já lhes fizemos propostas. Agora aguardamos os próximos passos no processo decisório desses países”, afirmou.
O GlobalEye, plataforma baseada em jatos Bombardier modificados, combina radares de longo alcance, sensores avançados e sistemas de comando e controle, permitindo detectar aeronaves, mísseis, navios e alvos terrestres com elevada precisão. A solução tem atraído interesse crescente de diversos países. França e Emirados Árabes Unidos já têm encomendas firmadas, e outras nações avaliam o modelo, segundo o CEO.
Na última semana, o Ministério da Defesa dos Países Baixos anunciou, junto com parceiros da OTAN, a desistência da compra de seis aeronaves concorrentes Boeing E-7 Wedgetail. Com essa decisão, os holandeses passaram a considerar alternativas, e o GlobalEye entrou imediatamente na avaliação. “Agora eles estão analisando se podem ter outra capacidade, que estamos propondo, o GlobalEye”, disse Johansson.
Durante visita oficial ao Canadá, acompanhando a agenda do rei Carl XVI Gustaf e da rainha Sílvia, Johansson discutiu oportunidades industriais com autoridades do país. A Saab sinalizou disponibilidade para realizar transferência de tecnologia, com a Bombardier desempenhando parte dos trabalhos de integração de sensores e militarização dos chamados jatos “verdes”, tradicionalmente feitos na Suécia. O governo canadense, no entanto, ainda não tomou uma decisão.
Sobre aeronaves de combate, Johansson afirmou que a Saab não está conduzindo uma campanha ativa para oferecer o Gripen ao Canadá, embora esteja fornecendo informações para auxiliar Ottawa em sua avaliação. O caça sueco já esteve anteriormente entre os candidatos para substituir parte dos F-35 canadenses, após disputas comerciais entre o país e os Estados Unidos. A oferta da Saab continha ainda a proposta de fabricar os Gripen sob licença pela Bombardier, criando uma linha de produção nacional.
Enquanto isso, as linhas de montagem do Gripen na Suécia e no Brasil seguem com produção garantida. Johansson confirmou que ambas serão responsáveis pela fabricação dos caças destinados à Colômbia, dentro do acordo recentemente firmado com Bogotá, avaliado em US$ 3,6 bilhões.
Com forte presença industrial, propostas agressivas de cooperação e produtos reconhecidos pela capacidade tecnológica, a Saab consolida sua posição no mercado global. A expansão do interesse pelo GlobalEye confirma a tendência de maior competição internacional em sistemas de vigilância estratégica, um dos segmentos mais valorizados pelas forças aéreas modernas.


.jpg)


0 comentários:
Postar um comentário