A Aviação Naval nasceu em 1916, apenas dez anos após o histórico voo do 14-Bis de Santos Dumont. Dez anos depois, a Marinha já escrevia páginas decisivas da história da aviação militar brasileira com a operação do Curtiss F‑1914, abrindo caminho para operações aéreas em benefício da Esquadra. Ao longo de sua trajetória, participou da Primeira Guerra Mundial, integrando o 10º Grupo de Operações de Guerra da Royal Air Force, e posteriormente retomou operações com asa-fixa embarcada nos porta-aviões Minas Gerais e São Paulo. Entre os pioneiros, destacou-se o Tenente Jorge Marques de Azevedo, que se tornou referência em acrobacias e testes de voo, realizando o primeiro voo do Focke-Wulf 44J “Pintassilgo” inteiramente montado no Brasil. Sua dedicação e coragem inspiram até hoje os aviadores navais, como vários heróis que possibilitaram à Marinha avançar na aviação.
A Aviação Naval mantém hoje uma presença estratégica em todo o território nacional, com Esquadrões Distritais em Manaus, Ladário, Rio Grande e Belém, além de unidades sediadas em São Pedro da Aldeia, que concentram o Comando da Força Aeronaval, o Centro de Instrução e Adestramento Aeronaval, a Base Aérea Naval, o Grupo Aéreo Naval de Manutenção, o Centro de Intendência e a Policlínica Naval. O Grupo Aéreo Naval de Manutenção, criado em 2019, supervisiona manutenções de 2º e 3º escalões, garantindo que aeronaves estejam sempre operacionais, em terra ou embarcadas, enquanto a Diretoria de Aeronáutica da Marinha coordena normas, aquisições e modernizações, além de investigar e prevenir acidentes aeronáuticos, assegurando operações seguras e eficientes.
A frota da Aviação Naval combina modernidade e versatilidade. Entre os helicópteros leves UH-17, essenciais para missões na Antártica, e os AH-15B Super Cougar, equipados com radar APS-143(C)V3, sensores de autodefesa Saab IDAS, lançadores de chaff e flare e mísseis Exocet AM39 B2M2, a força mantém capacidade de vigilância e ataque em alto-mar. As aeronaves AH-11B WildLynx modernizadas na Inglaterra participaram de operações internacionais, como UNIFIL no Líbano e hoje na GUINEX no Golfo da Guiné. Os caças AF-1B e AF-1C modernizados garantem defesa aérea e apoio aéreo aproximado as operações anfíbias, enquanto o 1º Esquadrão de Aeronaves Remotamente Pilotadas (QE-1), com drones ScanEagle, amplia a capacidade de reconhecimento e vigilância. O recente recebimento do helicóptero IH-18 (H125M) inicia a substituição do veterano IH-6B na formação prática de voo, marcando uma nova fase na instrução de oficiais aviadores.
A Aviação Naval não atua apenas em defesa, mas também em missões humanitárias e de apoio à população. Helicópteros embarcados transportam equipes médicas e suprimentos para comunidades isoladas na Amazônia e no Pantanal, realizam patrulha de rios e fronteiras e participam de operações de busca e salvamento. A versatilidade se evidencia em missões como a Operação “Taquari 2” em São Sebastião, onde aeronaves que podem empregar armamento também salvaram vidas, demonstrando a capacidade dual da Força: letalidade e proteção.
O alcance da Aviação Naval se estende internacionalmente, com apoio ao Programa Antártico Brasileiro na Estação Comandante Ferraz, projeção de presença em operações internacionais e participação em missões humanitárias, reforçando a soberania, a ciência e o prestígio do Brasil no cenário global. Essa atuação depende de formação contínua de nossos militares em pilotagem, armamento, manutenção, hidráulica, elétrica e suprimentos, garantindo operação segura e precisa em qualquer condição.
Com 109 anos, a Aviação Naval reafirma seu papel estratégico na defesa da Amazônia Azul e do litoral brasileiro, no apoio a missões humanitárias e na projeção internacional do país. Investimentos contínuos, modernização tecnológica e previsibilidade orçamentária são fundamentais para que continue a proteger as riquezas nacionais, salvar vidas e manter o Brasil na vanguarda da aviação militar. Como sintetiza o lema da Força, “No ar, os homens do mar”, a Aviação Naval combina tradição, pioneirismo e inovação, consolidando um legado que se estende do pioneiro Tenente Azevedo às mais modernas aeronaves da atualidade.
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