quinta-feira, 21 de agosto de 2025

Operação Formosa: Cortes na Defesa evidenciam descaso com soberania e comprometem capacidade operacional

O cancelamento da Operação Formosa, anunciado na última quarta-feira (20) pela Marinha do Brasil, expõe de forma explícita o descaso com a defesa nacional. Realizado desde 1988 em Formosa, Goiás, o exercício de adestramento em larga escala, estava previsto para o início de setembro e reuniria milhares de militares de todo o Brasil, em um exercício crucial de mobilidade, interoperabilidade e prontidão das tropas. A suspensão, segundo a Marinha, decorre de restrições orçamentárias, que refletem o crônico subfinanciamento da pasta de Defesa, há anos muito aquém das reais necessidades das Forças Armadas.

Nós do GBN Defense alertamos que a decisão representa mais do que um corte isolado: trata-se de um ataque direto à capacidade de defesa da soberania nacional, colocando em risco a preparação estratégica do Brasil em um cenário internacional de crescente tensão. A Operação Formosa não é um exercício qualquer: é uma atividade essencial que permite às tropas testar logística complexa, transporte estratégico de meios e emprego integrado de forças em grande escala, habilidades que não podem ser substituídas por treinamentos improvisados.

Desde 2018, o GBN Defense acompanha a Operação Formosa, registrando de forma exclusiva desde o deslocamento de tropas do Rio de Janeiro até Formosa, até o dia a dia integral dos militares. Em quatro edições, nosso editor, Angelo Nicolaci, vivenciou os desafios, a disciplina e o profissionalismo dos nosso fuzileiros navais, constatando a importância crítica desse exercício para a formação e a prontidão do contingente.

O cancelamento ocorre também em meio a uma crise diplomática com os Estados Unidos, que sinalizaram desistência de participar de exercícios conjuntos no Brasil, incluindo a Operação Formosa. Esse cenário evidencia que a decisão não é apenas administrativa, mas tem impacto estratégico, fragilizando a imagem do país perante aliados e compromissos de cooperação militar, como o Combined Operation and Rotation Exercise (CORE).

O episódio revela um problema estrutural: o subfinanciamento crônico das Forças Armadas, que força decisões que sacrificam treinamentos essenciais, adestramentos e até a segurança nacional. Cortes sucessivos, combinados com falta de planejamento orçamentário, comprometem a interoperabilidade entre as Forças, reduzem a prontidão operacional e criam lacunas perigosas na capacidade de resposta do Brasil a ameaças externas, isso sem entrar no mérito dos impactos sofridos pelos programas de modernização das capacidades de defesa, como o PROSUB, Gripen, Fragatas Tamandaré, SISFRON, dentre tantos outros.

O governo, ao priorizar outros gastos e permitir que exercícios vitais sejam cancelados, demonstra descaso com a defesa do Brasil, colocando em risco a soberania nacional e a proteção de interesses estratégicos fundamentais. Enquanto isso, militares comprometidos com a formação, o treinamento e a defesa do Brasil enfrentam limitações que deveriam ser prioritariamente supridas.

O GBN Defense reforça: a manutenção de exercícios como a Operação Formosa não é luxo, mas uma exigência estratégica. Cortes como este são um alerta vermelho sobre o futuro da defesa nacional, se não houver correção imediata, o Brasil estará cada vez mais vulnerável a crises, ameaças externas e a um perigoso déficit de capacidade militar.


por Angelo Nicolaci


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