quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

A importância de entender sobre Defesa para o Brasil

Muito se tem dito nos fóruns e grupos de discussão acerca da defesa e segurança no Brasil, e diante deste fato, nós do GBN Defense resolvemos trazer mais informações e conhecimento afim de fomentar o debate de forma mais madura e produtiva, balizados pelas normas e leis que regem o tema no Brasil. 

Recentemente publicamos aqui no GBN Defense, um artigo originalmente publicado pelo Ministério da Defesa, o qual aborda o "Plano de Articulação e Equipamento de Defesa (PAED)", que representa a consolidação dos detalhados planos de recomposição da capacidade operativa da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, associada à busca de autonomia tecnológica e ao fortalecimento da indústria de defesa nacional.

É premissa para se debater defesa, entender as estruturas que envolvem a Defesa no Brasil, e só então partir para os possíveis caminhos para alcançar nossos objetivos de soberania e independência. Sendo assim, o primeiro ponto chave é entender qual o papel da Defesa no Brasil. Algo que levanta um grande debate envolvendo diversos setores de nossa sociedade, os quais divergem em muitos pontos quando o assunto é investir em defesa e qual o papel desta na sociedade brasileira, lembrando que há quase 150 anos não nos envolvemos em larga escala num conflito bélico, isso não desconsiderando ou diminuindo a importância de nossa atuação na Segunda Guerra Mundial, o Brasil é tido como um país pacífico e sem inimigos no horizonte próximo, o que tem consolidado nossa posição como provedor de paz no cenário internacional, tendo relevante participação nas missões da ONU mundo afora. 

Apesar de gozarmos de uma posição pacífica, não podemos nos dar ao luxo de estar despreparados para enfrentar um hipotético cenário conflituoso, com a possibilidade de eclosão de cenários hostis. Isso é bem exemplificado por uma palestra que nosso editor Angelo Nicolaci proferiu há exatos dez anos, na qual descreve com grande clareza as necessidades de investirmos em defesa tendo como principal ponto de partida os interesses internacionais acerca de nossos vastos recursos naturais, industriais e tecnológicos. Nesta análise deixa bem claro que não basta contar com um eficiente "soft-power", amparado por acordos bilaterais e internacionais com diferentes nações, sem contar com um eficiente "hard-power", o qual deve estar preparado e ser capaz de dissuadir potenciais ameaças de qualquer espécie. 

Política Nacional de Defesa, conheça melhor

As questões referentes a Defesa são gerenciadas pelo Ministério da Defesa, o qual tem por missão esclarecer e mobilizar a sociedade brasileira em torno de uma Estratégia Nacional de Defesa (END) que assegure os interesses e a soberania do Brasil. 

Segundo essa Política Nacional de Defesa (PND), que é voltada prioritariamente contra ameaças externas, a Política Nacional de Defesa é o documento condicionante de mais alto nível do planejamento de defesa. Ela estabelece objetivos e diretrizes para o preparo e o emprego da capacitação nacional, com o envolvimento dos setores militar e civil, em todas as esferas do Poder Nacional. 

A PND está dividida em duas partes: uma política, que aborda os conceitos e objetivos de defesa, além de análises acerca dos ambientes interno e externo; e outra estratégica, focada nas orientações e diretrizes inerentes à segurança nacional.

Tema de interesse de todos os segmentos da sociedade brasileira, a Política Nacional de Defesa tem como premissas os fundamentos, objetivos e princípios dispostos na Constituição Federal e encontra-se em consonância com as orientações governamentais e a política externa do país.

O documento, além disso, ressalta a necessidade de todo cidadão brasileiro estar consciente de seu dever para com a Defesa Nacional, haja vista que, apesar de defender a paz entre as nações, o Brasil não está imune a antagonismos capazes de ameaçar seus interesses.

Aprovado originalmente pelo Decreto no 5.484, de 30 de junho de 2005, como Política de Defesa Nacional (PDN), o documento foi atualizado em 2012, passando a se chamar Política Nacional de Defesa (PND).

Os principais objetivos da Defesa são:
I. garantir a soberania, o patrimônio nacional e a integridade territorial;
II. defender os interesses nacionais, as pessoas, os bens e os recursos brasileiros no exterior;
III. contribuir para a preservação da coesão e unidade na­cional;
IV. contribuir para a estabilidade regional;
V. contribuir para a manutenção da paz e da segurança in­ternacional;
VI. intensificar a projeção do Brasil no concerto das na­ções e sua maior inserção em processos decisórios interna­cionais;
VII. manter as Forças Armadas aprestadas, modernas e integradas; com crescente profissionalização, ope­rando de forma conjunta e adequadamente desdobradas no território nacional;
VIII. conscientizar a sociedade brasileira da importância dos assuntos de defesa do país;
IX. desenvolver a Base Industrial de Defesa nacional, orientada para o desenvolvimento e consequente autonomia em tecnologias indispensáveis;
X. estruturar as Forças Armadas em torno de capacidades, dotando-as de pessoal e material compatíveis com os plane­jamentos estratégicos e operacionais; e
XI. desenvolver o potencial da logística de defesa e de mo­bilização nacional.

O que é a Estratégia Nacional de Defesa?

A Estratégia Nacional de Defesa (END) estabelece diretrizes para a adequada preparação e capacitação das Forças Armadas, de modo a garantir a segurança do país tanto em tempo de paz, quanto em situações de crise, como por exemplo, o emprego das Forças Armadas (FAs) na Garantia da Lei e Ordem (GLO).. 

A mesma também tem por objetivo atender às necessidades de equipamentos e meios dos Comandos Militares, concebendo através de uma nova visão estratégica a renovação das capacidades tecnológicas da indústria nacional de defesa, se valendo de medidas como as cláusulas contratuais de transferência de tecnologia presentes nos acordos e contratos de aquisição de meios, o que impulsiona a modernização de nossa base industrial de defesa, a qual vem a absorver  avançadas tecnologias em parcerias com industrias estrangeiras, trazendo a industria nacional a um novo e avançado patamar de domínio tecnológico.

Indo de encontro a retrógrada e obtusa mentalidade que se encontra arraigada há muito no Brasil, possuir uma estrutura de defesa adequada em suas diversas esferas, propicia uma maior estabilidade ao país, não apenas para assegura sua proteção territorial, mas também de sua população e dos setores estratégicos de nossa economia, fazendo com que a mesma seja uma das engrenagens primordiais ao desenvolvimento tecnológico e industrial, a qual está ligada diretamente a nossa economia e sua robustez, tornando a mesma capaz de atender variados nichos no mercado regional e extrarregional. Em outras palavras, a END é inseparável da estratégia nacional de desenvolvimento, vinculando o conceito e a política de independência do país à responsabilidade constitucional das Forças Armadas de resguardar nossa soberania.

O documento institui ações estratégicas de médio e longo prazo e objetiva a modernização da estrutura nacional de defesa. Também trata das questões político-institucionais que garantam os meios para fazer com que o governo e sociedade se engajem decisivamente na “grande estratégia” de segurança da nação.
Além disso, aborda temas propriamente militares, estipulando orientações e paradigmas para a atuação operacional da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.

A Estratégia Nacional de Defesa está estruturada em quatro eixos principais, que abordam:
    • como as Forças Armadas devem se organizar e se orientar para melhor desempenharem sua destinação constitucional e suas atribuições na paz e na guerra;
    • a reorganização da Base Industrial de Defesa, para assegurar o atendimento às necessidades de equipamento das Forças Armadas apoiado em tecnologias sob domínio nacional, preferencialmente as de emprego dual (militar e civil);
    • a composição dos efetivos das Forças Armadas;
    • o futuro do Serviço Militar Obrigatório, observando a necessidade das Forças Armadas serem formadas por cidadãos oriundos de todas as classes sociais.

Lançada em 2008, a END foi revista em 2012, quando foi aprovada a versão que se encontra em vigor, a qual deverá dentro de alguns anos ser objeto de uma nova revisão.

O Livro Branco de Defesa

O Livro Branco de Defesa Nacional (LBDN) é o mais completo e acabado documento acerca das atividades de defesa no Brasil. Abrangente, visa esclarecer a sociedade brasileira e a comunidade internacional sobre  as políticas e ações que norteiam os procedimentos de segurança e proteção à nossa soberania. 

Além de aportar transparência quanto à atuação das Forças Armadas, prestando contas sobre a adequação da estrutura de defesa disponível no país, serve de instrumento para estimular o debate sobre esse tema no âmbito do Congresso Nacional, da burocracia federal, da Academia e da sociedade em geral.  No contexto internacional, tem por objetivo compartilhar as motivações e finalidades do instrumento militar junto à comunidade internacional para, assim, constituir mecanismo de construção de confiança mútua entre o Brasil e as nações amigas, especialmente as vizinhas. 

Nesse sentido, o Livro Branco contribui também para fortalecer a cooperação entre os países da América do Sul, de modo a estimular a organização de uma comunidade de paz e segurança no entorno estratégico brasileiro, possibilitando a opção por soluções pacíficas e eliminado a hipótese de conflitos na região. 

O LBDN, por fim, representa um grande esforço democrático na construção de um conceito de Defesa Nacional. Elaborado com a participação da comunidade acadêmica, do setor empresarial e da sociedade em geral, por meio de audiências públicas realizadas em diferentes cidades do país, possibilita não só aprofundar o conhecimento da população sobre a temática militar, bem como engajá-la nas indispensáveis discussões relacionadas à Defesa Nacional.

A importância de uma Base Industrial de Defesa

Base Industrial de Defesa (BID) é formada pelo conjunto de empresas estatais e privadas que participam das diversas etapas que compreende a pesquisa, desenvolvimento, produção, distribuição e manutenção de produtos estratégicos destinados à defesa, os quais por suas peculiaridades contribuem direta ou indiretamente para alcançar os objetivos relacionados à segurança e/ou à defesa do Brasil.

Para que possa se consolidar com sucesso, a BID depende do trabalho conjunto e harmônico do setor produtivo, concentrado essencialmente na iniciativa privada, com o setor de desenvolvimento, este a cargo do Estado, o qual fomenta programas que se destinam a concepção e obtenção de meios e soluções para emprego militar ou dual, tendo por objeto atender as necessidades de defesa e segurança do Estado brasileiro.

O Ministério da Defesa (MD) atua com vistas a promover condições que permitam alavancar a Base Industrial de Defesa nacional, capacitando a indústria deste setor para que a mesma conquiste autonomia em tecnologias estratégicas. Diante deste grande desafio, o mesmo trabalha arduamente para que haja esforço orçamentário continuado para os projetos estratégicos de defesa.

Duas iniciativas nesse sentido são a instituição do "Plano de Articulação e Equipamento de Defesa (PAED)" e o advento da "Lei de fomento à Base Industrial de Defesa"a Lei nº 12.598/2012, estabelece mecanismos de fomento à indústria brasileira de defesaPreparada pelo Ministério da Defesa, com o apoio de outros órgãos do Governo, a lei é um desdobramento do Plano Brasil Maior, criado para aumentar a competitividade da indústria nacional, a partir do incentivo à inovação tecnológica.

Mais que um avanço legal, a Lei nº 12.598/2012 é um verdadeiro marco no modo como o país trata o papel da indústria de defesa. Além de instituir um regime especial de tributação para o setor (RETID), desonerando empresas de encargos diversos, a norma diminui o custo de produção de companhias legalmente classificadas como estratégicas e estabelece incentivos ao desenvolvimento de tecnologias indispensáveis ao Brasil.


Como desdobramento da nova legislação, o MD credenciou em 2013 vinte e seis empresas e vinte e seis produtos estratégicos de defesa, que passaram a ter benefícios fiscais e tributários que permitirão desonerar a cadeia produtiva em até 18%, tornando-as mais competitivas nos mercados interno e externo.

Em março de 2013, o Governo Federal aprovou os decretos 7.970/2013 e 8.122/2013 (Retid), que regulamentam seus dispositivos. Antes da sanção presidencial, a nova lei foi aprovada por unanimidade nas duas casas do Legislativo brasileiro.

Comissão Mista da Indústria de Defesa (CMID)

A Comissão Mista da Indústria de Defesa (CMID) foi criada em 28 de março de 2013 através do Decreto nº 7.970/2013, tem por finalidade assessorar o Ministro da Defesa em processos decisórios e em proposições de atos relacionados à Indústria Nacional de Defesa.

São atribuições da CMID:
I – propor e coordenar estudos relativos à política nacional da indústria de defesa;
II – promover a integração entre o Ministério da Defesa e órgãos e entidades públicos e privadas relacionadas à base industrial de defesa;
III – emitir parecer e propor ao Ministro de Estado da Defesa a classificação:
a) de bens, de serviços, de obras ou de informações como Produto de Defesa – PRODE, nos termos do inciso I do caput do art. 2º da Lei nº 12.598, de 2012;
b) de PRODE como Produto Estratégico de Defesa - PED, nos termos do inciso II do caput do art. 2º da Lei nº 12.598, de 2012;
c) de conjunto inter-relacionado ou interativo de PRODE como Sistema de Defesa – SD, nos termos do inciso III do caput do art. 2º da Lei nº 12.598, de 2012;

IV – propor ao Ministro de Estado da Defesa:
a) o credenciamento de empresa de defesa como Empresa Estratégica de Defesa, nos termos do inciso IV do caput do art. 2º da Lei nº 12.598, de 2012; e
b) políticas e orientações sobre processos de aquisição, de importação e de financiamento de que tratam os art. 3º, art. 4º e art. 6º da Lei nº 12.598, de 2012; e

V – apreciar e emitir parecer sobre os Termos de Licitação Especial - TLE. 
Parágrafo Único. O regimento interno da CMID será elaborado pela Comissão e aprovado pelo Ministro de Estado da Defesa Segue abaixo a Base Legal e os documentos referentes aos processos que envolvem a CMID:



Projetos Estratégicos de Defesa

A partir das diretrizes estabelecidas pela Estratégia Nacional de Defesa (END), o Ministério da Defesa definiu os projetos estratégicos que permitirão ao país desenvolver capacidade para defender com eficiência, sua soberania e seus interesses.

Prioritárias, essas iniciativas contam com aportes financeiros que garantem sua execução continuada. Todos esses projetos, além disso, foram incluídos no Plano de Articulação e Equipamento da Defesa (PAED), principal instrumento que o Estado dispõe para garantir o fornecimento dos meios que as Forças Armadas necessitam.

Abaixo você confere a descrição de alguns dos principais Projetos Estratégicos:

Marinha do Brasil

PROSUB / PNM

Um dos mais ousados e importantes programas estratégicos em andamento no Brasil hoje, o PROSUB (Programa de Desenvolvimento de Submarinos) engloba três importantes projetos no seio do mesmo programa, onde objetiva capacitar a industria naval brasileira na construção de submarinos de conceito moderno, partindo do SBR, projeto de submarino convencional com propulsão diesel-elétrico com base no projeto francês "Scorpéne", batizado como classe "Riachuelo", o qual já se encontra em provas de mar, prevista inicialmente a construção de quatro exemplares dessa classe, com segundo exemplar da classe em fase final de montagem e os demais em avançado estágio de construção.

O PROSUB tem por objetivo maior, o desenvolvimento e construção do primeiro submarino nuclear brasileiro (SNBR), empregando boa parte da tecnologia absorvida com os exemplares SBR da classe "Riachuelo". perseguindo o intento da Marinha do Brasil de ingressar no seleto grupo de construtores e operadores de submarinos de propulsão nuclear, atendendo uma antiga necessidade estratégica imposta pela vasta extensão marítima territorial brasileira.

O Programa Nuclear da Marinha foi iniciado em 1979, dividido em dois grandes projetos: o domínio do ciclo do combustível nuclear e o Laboratório de Geração Núcleo-Elétrica (Labgene).

O Brasil já domina o ciclo de produção do combustível nuclear. A Marinha inaugurou, em fevereiro de 2012, a Unidade Piloto de Hexafluoreto de Urânio (Usexa), última etapa para o domínio pleno do ciclo.

O Labgene tem o propósito de desenvolver a capacidade tecnológica para o projeto, construção, operação e manutenção de reator nuclear do tipo PWR (Pressurized Water Reactor) que será empregado na propulsão do primeiro Submarino Nuclear (SNBR) a ser construído no Brasil, além de obter importante domínio da tecnologia nuclear, a qual empregará o Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), um reator nuclear de pesquisa, capaz de produzir os radioisótopos que o Brasil precisa, e que hoje são importados, reduzindo os riscos de desabastecimento e diminuindo os custos para a produção dos radiofármacos, o que permitirá maior volume de exames e tratamento de doenças, em especial de diferentes tipos de câncer. Isso significará melhores condições para o investimento na área médica, com a consequente ampliação do atendimento em medicina nuclear, para um maior contingente populacional. .
Importância Estratégica:

O Programa Nuclear da Marinha dará ao Brasil capacidade técnica para o projeto, a construção e operação de plantas núcleo-elétricas de tecnologia nacional. A energia gerada por essas plantas poderá ser utilizada tanto para a propulsão de meios navais, como será o caso dos SNBR, para pesquisa científica e farmacêutica, quanto para a alimentação de redes elétricas urbanas e rurais.

Principais Benefícios:
  • Fomento da Indústria Nacional de Defesa;
  • Arrasto tecnológico;
  • Domínio de tecnologia sensível;
  • Capacitação e aprimoramento de mão de obra;
  • Desenvolvimento de planta núcleo-elétrica de emprego dual.



Exército Brasileiro



Programa Guarani


O Programa Guarani tem por objetivo dotar o Exército Brasileiro de uma nova família de blindados sobre rodas. Esses veículos vem substituindo gradativamente os vetustos  Engesa "Urutu" e "Cascavel", empregados há mais de 30 anos. A primeira viatura desenvolvida pelo programa foi VBTP Guarani na variante 6x6 aerotransportável, o qual já vem ocupando um grande espaço nas unidades do EB e oferecendo um novo padrão tecnológico, com novos conceitos e capacidades que projetam a cavalaria e infantaria brasileiras ao moderno teatro de operações.

Importância Estratégica:

Uma das grandes vantagens das viaturas do Programa Guarani é o emprego desses veículos como material de defesa na proteção das infraestruturas estratégicas do país. Por apresentar robustez, simplicidade no emprego e custo reduzido de manutenção, esses blindados podem ser utilizados no fortalecimento das ações do Estado, na segurança e na defesa do território nacional, sendo constantemente empregados em missões GLO, principalmente no Rio de Janeiro.

Com índice de nacionalização que chega em cerca de 90%, o "Guarani" está alinhado com os objetivos da Estratégia Nacional de Defesa, na medida em que colabora com o desenvolvimento da indústria nacional de defesa, gerando divisas para o Brasil.

Principais Benefícios:

  • Fortalecimento das ações do Estado na segurança e defesa do território nacional;
  • Elevação da capacidade tecnológica da indústria nacional;
  • Diversificação da pauta de exportações;
  • Ampliação da capacidade de dissuasão do Estado brasileiro;
  • Emprego no apoio à Defesa Civil e Segurança Pública.

Força Aérea Brasileira

Programa F-X2 (Gripen E/F)

O Programa F-X2, foi fruto da necessidade de reequipamento da Força Aérea Brasileira (FAB) com novas aeronaves de caça, as quais tem por objetivo renovar a frota da Força Aérea e elevar suas capacidades ao moderno cenário de guerra aérea, o qual contempla a aquisição, em etapas, onde na primeira fase constitui a aquisição de 36 aeronaves de múltiplo emprego que deverão cumprir com a missão de defesa aérea, finalmente cobrindo a lacuna existente há mais de duas décadas de um vetor moderno e capaz de prover à FAB uma aeronave no "Estado da Arte", substituindo finalmente os Mirage 2000 que chegaram ao Brasil como solução intermediária e foram desativados nos idos de 2013.

Há muita discussão com relação aos critérios que definiram a opção brasileira pela aeronave sueca da SAAB. Diante disto é preciso ter em mente que o  processo de seleção da aeronave, levou em consideração cinco aspectos principais criteriosamente analisados por uma comissão interdisciplinar:
• Transferência de tecnologia;
• Domínio do sistema de armas pelo Brasil;
• Acordos de offset;
• Características técnico-operacionais;
• Fator comercial.

Ao final de 2013 foi finalmente definido o vencedor da disputa internacional que tinha por finalistas as aeronaves: Dassault Rafale da França, Boeing F-18 E/F "Super Hornet" dos EUA e o sueco SAAB JAS-39 Gripen NG. O governo brasileiro levando em consideração o relatório técnico e o parecer da comissão, optou pela aquisição da aeronave sueca, a qual já esta na fase final de homologação.

Importância Estratégica: 

A aquisição dessas aeronaves traz consigo um enorme incremento as capacidades de combate da FAB. A defesa aérea do Brasil terá um grande salto qualitativo e técnico-operacional, alcançando o mesmo nível tencológico das mais modernas Forças Aéreas do mundo. As características multimissão dessa aeronave, incorporam tecnologia e interface com armamentos de última geração, permitindo o emprego nos mais diversos cenários.

A montagem das aeronaves no Brasil, pela Embraer Defesa e Segurança em Gavião Peixoto-SP, e todo desenvolvimento e transferência de tecnologias previstos no contrato, tem a ativa participação de diversas empresas brasileiras, como AKAER, AEL e outras empresas,  que tem sido responsável pela capacitação técnica e profissional, gerando milhares de empregos de altíssimo nível e incrementando as capacidades da indústria nacional, com investimento estrangeiro em nosso parque industrial e a criação de novos centros de tecnologia, como é o caso da criação da SAM (SAAB Aeronáutica Montagens) em São Bernardo do Campo, uma moderna fábrica de aeroestruturas focada na produção de componentes do Gripen E/F.

Principais Benefícios:
• Elevação da capacidade operacional da Força Aérea Brasileira (FAB);
• Geração de empregos de alta qualificação durante as fases de produção em série e de desenvolvimento da versão brasileira;
•Internalização de novas tecnologias pela indústria nacional, com a transferência tecnológica no GDDN;
• Fomento à Base Industrial de Defesa.


Programa KC-X (KC-390 Millenniun)


O Programa KC-X deu origem ao Embraer KC-390 Millenniun, aeronave de transporte militar e reabastecimento em voo, capaz de operar em pistas com pouco preparo, localizadas em qualquer latitude e longitude do globo terrestre. 

O KC-390 surgiu para substituir com vantagens a envelhecida frota de aeronaves C-130 Hércules operadas pela Força Aérea Brasileira (FAB). O "Gigante" que assume um importante papel na logística brasileira, se tornará em pouco tempo uma das mais importantes ferramentas da FAB para prover a integração nacional, bem como suprir a necessidade de mobilidade estratégica necessária às forças de defesa do Brasil.

A Embraer já entregou dois exemplares ao setor operativo da FAB, o primeiro chegando no dia 4 de setembro de 2019 e a segunda entregue em 13 de dezembro de 2019, iniciando a transição para uma nova realidade operacional na aviação de transporte da FAB.

O KC-390 é apontado como uma grande aposta no mercado internacional, tendo como parceiros no desenvolvimento do programa países como Argentina, Portugal e República Tcheca.

Importância Estratégica: 

O desenvolvimento do KC-390 não só projetar e solidifica a posição do Brasil como um dos grandes desenvolvedores e fabricantes de equipamentos de defesa no mundo, como o coloca entre os grandes players do mercado internacional de defesa, posicionado como principal rival do vetusto "Hércules" que há mais de 50 anos se via isolado na liderança deste nicho do mercado. Além do grande potencial de exportação, a aeronave é um produto de alto valor agregado e tende a substituir os vetustos "Hércules" que hoje operam em diversas Forças Aéreas, como é o caso de Portugal.

Suas características multimissão, o torna uma solução ímpar, capaz de atender às necessidades dos mais exigentes operadores, tanto em missões no cenário de emprego militar, como de ajuda humanitária, contando com um amplo envelope de voo que o tornar capaz de operar em qualquer latitude e longitude no mundo, desempenhando o mais variado leque de missões.

Principais Benefícios:

• Elevação da capacidade operacional da FAB;
• Aumento das exportações (estudos indicam um mercado para cerca de 700 aeronaves, o que pode corresponder a, aproximadamente, US$ 20 bilhões de exportações nos próximos 20 anos)
• Geração de empregos de alta qualificação durante as fases de desenvolvimento e de produção em série;
• Domínio de novas tecnologias (o projeto implica domínio de sistemas de controle fly-by-wire, sistemas de manufatura de ponta, uso de novos materiais e a integração de software embarcado).


Considerações Finais:

As questões de Defesa como ficou bem exposto neste artigo, são muito mais profundas e complexas do que muitos imaginam ou se especula em algumas mídias ou publicações, sendo um importante objeto de pesquisa e leitura afim de se obter o mínimo conhecimento para se discutir de maneira produtiva os rumos da defesa no Brasil, uma vez que se faz mais que necessário o debate mais sério e aprofundado sobre a temática, tendo em vista enormes erros e falta de comprometimento por parte de nossos representantes no governo com tão importante setor de nossa nação, a qual vai muito além de tropas e meios em si, sendo um importante locomotor do desenvolvimento tecnológico, industrial e econômico, trazendo importantes ganhos em áreas vitais como a saúde e educação colateralmente.

Em breve pretendemos aprofundar e cada vez amadurecer mais a visão e senso crítico de nossos leitores, pois o conhecimento é um fator decisivo para alavancar uma mentalidade que veja a Defesa e os setores correlatos com a devida importância que os mesmos possuem.   

Por Angelo Nicolaci - Jornalista, editor do GBN News, graduando em Relações Internacionais pela UCAM, especialista em geopolítica do oriente médio, leste europeu e América Latina, especialista em defesa e segurança.




GBN Defense - A informação começa aqui
com informações do EB, MB, FAB e MD

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