A Bundeswehr da Alemanha, passou a considerar oficialmente a Rússia como um "risco existencial" para o país e para o continente europeu. A informação foi revelada em uma reportagem da revista alemã Der Spiegel, que teve acesso a um novo documento estratégico elaborado pelos comandos militares alemães.
De acordo com o relatório confidencial, o Kremlin está ajustando suas estruturas de comando e sua base industrial de defesa para um possível conflito de larga escala com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) até o final desta década. O documento aponta que a Rússia está reforçando suas forças militares principalmente na região oeste de seu território, próxima às fronteiras com países membros da OTAN.
Os militares alemães também preveem que, já a partir do próximo ano, a Rússia poderá ter cerca de 1,5 milhão de soldados em serviço ativo, o que representa um aumento considerável da capacidade de mobilização russa.
O documento estratégico, que vem sendo elaborado ao longo dos últimos 18 meses por especialistas e oficiais das Forças Armadas alemãs, tem como objetivo nortear o desenvolvimento futuro da Bundeswehr diante do novo cenário de segurança internacional.
Entre as recomendações, destaca-se a necessidade de um fortalecimento consistente das capacidades militares e sociais da Alemanha como forma de resposta à ameaça russa. A estratégia prevê investimentos em equipamentos, treinamento, infraestrutura e mobilização social para enfrentar possíveis cenários de conflito.
Apoio político a maior investimento em defesa
O relatório surge em um momento de mudança na política de defesa alemã. Recentemente, o chanceler Friedrich Merz declarou apoio à proposta do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que exige que os países-membros da OTAN elevem seus gastos com defesa para 5% do Produto Interno Bruto (PIB).
Essa meta representa uma transformação histórica na postura fiscal da Alemanha, que há décadas mantém limites constitucionais rígidos para os gastos públicos, incluindo os investimentos em defesa. O relaxamento dessas restrições sinaliza um novo ciclo de fortalecimento militar por parte de Berlim.
Reações internacionais
Até o momento, o Ministério da Defesa alemão não comentou oficialmente o conteúdo do documento revelado pelo Der Spiegel. No entanto, analistas apontam que a publicação pode ter repercussões importantes nas relações diplomáticas entre a Alemanha, seus aliados da OTAN e a própria Rússia.
O novo posicionamento alemão confirma uma tendência já perceptível nos últimos anos: o retorno da ameaça de conflitos convencionais em larga escala no continente europeu, algo que muitos julgavam superado desde o fim da Guerra Fria.
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