quinta-feira, 18 de abril de 2013

Um gigante vulnerável?

Uma década após os atentados que mudaram o cenário geopolítico mundial, novamente o gigante sente o duro golpe de um ataque em seu território. A maratona de Boston foi alvo de um atentado que tecnicamente não podemos descrever como de grandes proporções, mais atingiu o seu objetivo, levar o medo e o sentimeno de insegurança ao povo americano.
 
Dias após as explosões que deixaram três mortos e mais de cem feridos, ainda se buscam os culpados pelo atentado. Os principais orgãos de segurança dos EUA estão empenhados em descobrir os responsáveis, pairando uma interrogação sobre se a autoria foi interna ou externa.
 
Este novo atentado deixa claro que mesmo diante de uma grande estrutura de vigilância e controle, ainda não é possível prever e evitar com eficácia um atentado terrorista. A simplicidade dos artefatos utilizados e a capacidade de inserir tal artefato em meio á um grande evento trás novas perguntas e serve de alerta não só aos EUA, mas principalmente á outras nações que abrigarão grandes eventos internacionais, onde a grande visibilidade os torna um alvo potencial para organizações extremistas.
 
Hoje os EUA apesar de ainda enfrentar uma grande crise economica, possui um moderno aparato militar, que embora sofra sucessivos cortes em seu orçamento de defesa possui um arsenal capaz de contrapor qualquer ameaça convencional. Porém o terrorismo transnacional torna quase que nula toda a capacidade projetada de defesa e exige uma nova mentalidade de combate, uma nova visão do campo de batalha, pois não há como identificar visualmente o inimigo, o mesmo não respeita qualquer tipo de convenção internacional e principalmente esse inimigo não faz uso de grandes aparatos militares ou meios de comunicação controlados pelos atores estatais.
 
Conforme eu publiquei há algum tempo um artigo sobre a pratica do terrorismo, que os leitores podem conferir no link Analise geopolítica do terrorismo, o objetivo pode ter interesses diversificados, tais como: Religioso, Separatista, Revolucionário ou de causas sociais. Em geral o terrorismo é conduzido por minorias que não representam um Estado constituído, contra um Estado estabelecido, a fim de desestabilizar, derrubar ou conduzir as ações de determinado Estado a seu favor ou ainda em prol de uma determinada ”liberdade”. No caso de Boston paira a dúvida sobre a real intenção e a origem do grupo responsável, já que nenhuma organização terrorista assumiu ate o momento a autoria.
 
O cenário geopolítico hoje não vislumbra no horizonte guerras convencionais de grandes proporções, como se especula em relação á Coréia do Norte, mas guerras de desgaste, sendo o terrorismo uma eficiente ferramenta para atingir o inimigo se valendo de poucos recursos e sua fácil operação mesmo em território protegido como foi o caso de Boston.
 
É preciso uma revisão dos conceitos de segurança e controle, uma nova mentalidade de prevenção que não esteja baseada apenas em tecnologia e informação como tem sido feito até então, mas partir para uma nova arquitetura de anti-terrorismo. 
por: Angelo Nicolaci
GBN GeoPolítica Brasil
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2 comentários:

  1. Isso é falta do que falar.
    Os americanos não dormem, já estão caçando os terroristas.
    Inclusive 1 deles já foi pra vala.

    Acorda Nicolaci !!! MPO !!!

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  2. O artigo foi publicado com certo atraso, porém o governo dos EUA não esperavam um ataque e as medidas tomadas no pós ataque são uma resposta esperada de uma grande nação, porém ficou patente a dificuldade inicial.

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