quarta-feira, 3 de abril de 2013

Perspectivas de contratos russo-chineses

 
Embora a reportagem televisiva da CCTV sobre a conclusão de grandes transações de venda de armas pela Rússia e China na véspera da visita de Xi Jinping a Moscou tivesse frases conhecidas há muito tempo, por causa de formulações insuficientemente exatas e citações erradas nasceu uma história informativa de nível internacional.
 
No enredo falou-se da conclusão de acordos-quadro na véspera da visita sobre o fornecimento de 24 caças Su-35 e de quatro submarinos Amur à China. A mídia russa comunicou sobre este fato ainda no fim do ano passado, publicando ainda alguns detalhes dessas transações, referidos também pela CCTV.
 
Foi errada apenas a ligação das transações à visita do mais alto nível. Na prática das relações russo-chinesas, os projetos concretos na esfera da cooperação militar- técnica praticamente nunca são discutidos pelos dirigentes supremos dos dois países. Os líderes formulam apenas posições gerais em relação à cooperação.
 
A temática da cooperação militar-técnica não foi abordada nas conversações entre os presidentes da Rússia e China. É natural, porque, após a assinatura do memorando de intenções, as respectivas companhias da Rússia e da China, assim como os Ministérios da Defesa e outros departamentos especiais dos dois países foram encarregados da preparação de contratos. Terão que coordenar os preços, as condições de fornecimento, as exigências concretas em relação aos engenhos, à proteção dos direitos de proteção intelectual, aos serviços de pós-venda, etc. Tais trabalhos podem continuar anos. As conversações têm caráter técnico e podem ser efetuadas só peritos qualificados e a participação de dirigentes políticos delas não é razoável.
 
As decisões-chave na esfera da cooperação militar-técnica russo-chinesa são tomadas pela Comissão Intergovernamental Mista para a Cooperação Militar-Técnica, constituída ainda em 1992. Os co-presidentes da Comissão são os ministros da Defesa da Rússia e da China e as suas reuniões se convocam cada ano alternadamente em Moscou e em Pequim. Habitualmente, as notícias na esfera da cooperação militar-técnica russo-chinesa são conhecidas após reuniões da Comissão.
 
Ao mesmo tempo, as conversações sobre aviões Su-35 e submarinos Amur-1650 encontram-se ainda na etapa inicial e não há certeza de que elas possam terminar antes da próxima reunião da Comissão.
 
Contrariamente ao comunicado da CCTV, estes contratos não serão as primeiras grandes transações de fornecimentos de armas à China nos últimos dez anos. Fornecimentos de armas russas em estado disponível à China nunca foram suspensos completamente. Por exemplo, em 2010, foi cumprido na íntegra um grande contrato de fornecimento à China de 15 baterias do sistema de defesa antiaérea S-300PMU2 e atualmente está sendo realizado um contrato de fornecimento de 10 aviões Il-76 das reservas da Força Aérea da Rússia.
 
Embora no quadro da visita de Xi Jinping não fossem discutidos projetos concretos de armas russas à China, a visita mostrou o crescimento da confiança recíproca entre os dois países na esfera da defesa e da segurança. Assim, Xi Jinping foi o primeiro líder estrangeiro que visitou o Centro de Comado Operacional das Forças Armadas da Rússia. Em condições do clima político favorável, a cooperação russo-chinesa tem todas as hipóteses para superar os indicadores dos anos passados.
 
Fonte: Voz da Rússia
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