sexta-feira, 5 de setembro de 2025

Arábia Saudita encontra limitações no sistema antidrone SkyShield adquirido da China

A Arábia Saudita adquiriu o sistema integrado de defesa antidrone SkyShield, desenvolvido pela China, para reforçar a proteção de instalações críticas e de valiosos ativos de defesa aérea. A compra fazia parte de um esforço mais amplo do reino para conter a crescente ameaça representada por drones na região. No entanto, após ser implantado com o apoio de especialistas chineses, o sistema apresentou sérias limitações quando submetido às condições reais do ambiente desértico saudita.

Embora tenha impressionado em testes controlados, na prática o desempenho ficou abaixo do esperado. Um ex-oficial militar saudita que participou do projeto relatou que, apesar das promessas iniciais, a eficácia dos componentes do SkyShield em campo não correspondeu ao anunciado. O maior problema identificado foi o funcionamento do Silent Hunter, a arma a laser desenvolvida pela China Electronic Technology Group Corporation (CETC). Projetado para destruir drones diretamente, o sistema mostrou-se vulnerável a fatores ambientais típicos da região. Em determinadas situações, foi necessário manter de quinze a trinta minutos de mira contínua para abater um único drone, resultado muito distante da eficiência esperada. Além disso, poeira e areia prejudicaram o rastreamento óptico, enquanto as altas temperaturas desviaram grande parte da energia para o resfriamento, em vez de direcioná-la para o feixe de ignição. A exposição constante às condições adversas também acelerou o desgaste dos sistemas ópticos, comprometendo a confiabilidade do equipamento.

O SkyShield foi concebido como um sistema de defesa em camadas, reunindo sensores, meios de guerra eletrônica e armas de energia direcionada em um único pacote. Cada bateria é composta por um radar TWA 3D para vigilância aérea, um radar AESA antidrone com três painéis que oferecem cobertura de 360 graus, dois veículos JN1101 equipados com capacidade de interferência eletrônica e a arma laser Silent Hunter, destinada à destruição direta de drones. A ideia central é combinar a neutralização física e a interferência eletrônica em um sistema integrado, capaz de responder a diferentes níveis de ameaça.

Entretanto, os desafios encontrados pela Arábia Saudita revelam as dificuldades práticas de se empregar armas de energia dirigida em ambientes hostis como o deserto. Apesar de ser um conceito avançado e promissor, o SkyShield ainda depende fortemente das condições de operação para atingir a eficácia desejada. As autoridades sauditas já solicitaram à China ajustes tecnológicos que permitam o funcionamento pleno do sistema em climas quentes e empoeirados, mas, até que essas melhorias sejam implementadas, a utilização do Silent Hunter permanecerá limitada.

Essa experiência mostra que, enquanto aguarda soluções mais robustas de Pequim, o reino deve continuar a recorrer a uma combinação de radares, interferência eletrônica e sistemas convencionais de defesa aérea para manter sua estratégia de proteção contra drones, uma ameaça que segue em ascensão no Oriente Médio.


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