quinta-feira, 15 de outubro de 2020

Eis as armas e equipamentos sem as quais os melhores operadores de Forças Especiais dos EUA não saem de casa

Os Delta Force (US Army), os SEAL (US Navy), e outros membros do SOCOM (Comando de Operações Especiais dos EUA, também chamado de USSOCOM) devem cumprir uma gama bastante variada de missões. As armas e equipamentos que seus operadores levam consigo são muito variadas, mas que sempre 'descem a porrada'.

 

Dois operadores dos SEAL (Foto: US Navy, domínio público)

 

"As pessoas são mais importantes que o equipamento"

Esta é uma das cinco verdades das operações especiais. Não é o equipamento que faz com que um operador do SOCOM seja especial — é a mentalidade, treinamento e personalidade que os fazem especiais.

Tendo dito isto, operadores especiais empregam sistemas no estado da arte, o que lhes permite dominar quaisquer cenários em que se encontrem.

 

FUZIS DE ASSALTO

 

Elemenstos do 3rd Special Forces Group (Airborne) treinando com fuzis M4A1 treinando no Marine Corps Air Ground Combat Center em Twentynine Palms, California, 14/10/2019 (Foto: USMC, domínio público)

 

O fuzil de assalto padrão do USSOCOM é o M4A1 com o upgrade SOPMOD II, que acrescenta uma variedade de acessórios ao fuzil, como 'trilhos Picattiny', lasers, lunetas, amplificadores e empunhaduras. Muitos operadores, entretanto, tem a liberdade de equipar seu fuzil como acharem melhor.

A variante MK18 é uma visão comum no SOCOM. Esta versão mais curta do M4 foi desenhada para CQB (combate em espaços confinados) e é muito confiável.

Ademais, o HK416 é um favorito da Delta Force e do DEVGRU, também conhecido como Equipe 6 dos SEAL. O HK416 foi baseado na plataforma AR-15 mas com mudanças significativas, fruto de uma colaboração especial entre a Delta Force e a Heckler & Koch. Esta foi a arma que matou Osama bin Laden.

Alguns operadores dos SEAL e Rangers, operaram o FN SCAR por um curto período de tempo, em função dos engajamentos a longas distâncias no Afeganistão.

O SCAR, desenhado especialmente para unidades de operações especiais, prometia ser uma plataforma mestra para todas as funções, pois podia ser facilmente adaptada através da troca dos canos. Mas nunca se tornou muito popular, pois o design acabou se revelando ineficiente e propenso a falhas.

 

METRALHADORAS

 

Um elemento do SEAL carregando uma metralhadora MK48 com conduíte flexível para a cinta de munições ligado a uma mochila (Foto: Naval Special Warfare Command, domínio público)

 

As metralhadoras de escolha do SOCOM são as Mk46 e Mk48.


A Mk46 emprega munições 5,56x45, oferecendo uma opção mais leve e portátil, enquanto que a Mk48 emprega munições 7,62x51, mais pesada mas também mais potente. São armas confiáveis e eficientes, usadas até por unidades convencionais.

Unidades especiais dependem muito de um elevado poder de fogo para lidar com inimigos numericamente superiores, situação frequente devido aos grupos pequenos geralmente empregados. Poder de fogo desproporcional aos números fazem com que os operadores especiais sejam excepcionalmente letais e eficientes no campo de batalha. Esse mesmo poder de fogo lhes dá uma pequena vantagem local, que geralmente ajuda na vitória.

Por exemplo, um pelotão SEAL com 16 homens pode levar 6 ou mais metralhadoras; compare isso com um pelotão de 48 Marines e no máximo 6 metralhadoras, e a diferença no poder de fogo é bem evidente. No Vietnã, os pelotões de SEAL chegavam a combater o Vietcong com 10 metralhadoras.

 

COMBATE EM ESPAÇOS CONFINADOS (CQB)

Um aluno do US Army John F. Kennedy Special Warfare Center treina com uma submetralhadora MP5 SD, 12/05/2020. (Foto: US Army, domínio público)

 

Os operadores especiais acabam frequentemente envolvidos em situações de CQB. Combate de cômodo a cômodo é tanto uma arte como uma ciência, e exige anos de treino para se dominar. E é justamente o domínio em CQB que diferencia a Delta Force e o DEVGRU das demais unidades do SOCOM.

"Quando se trata de CQB, deve-se lembrar que nem todo combate ocorre a curtas distâncias", o ex-operador de forças especiais israelense Eli Fieldboy disse ao Insider. "Num segundo você está num escritório de 4 x 4 metros, e no outro está num corredor de 50 metros, ou numa avenida, ou tendo que atirar da janela para fora do edifício".

Nos primeiros anos de CQB e da GWOT (Guerra Mundial contra o terrorismo, que é como os EUA chamam seus esforços contra grupos como al Qaeda e ISIS), era normal ter uma arma diferente para cada missão. As equipes dos SEAL, por exemplo, usavam as submetralhadoras MP5 nos espaços claustrofóbicos dos navios, mas os fuzis CAR-15 e M4 para as ações diretas nos demais ambientes.

Embora tal prática encorajasse a adaptabilidade, custou a consistência. É melhor treinar com a mesma arma para todos os cenários.

Fieldboy, que é o CEO da Project Gecko, uma empresa especializada em treinamento tático e de CQB, prefere a plataforma SIG Sauer MCX Low Visibility Assault Weapon (LVAW), que está ganhando adeptos na Delta Force e em vparias outras agências de operações especiais, inclusive de polícia, ao redor do mundo.

"Eu acho que a SIG Sauer MCX LVAW oferece uma funcionalidade muito sólida e versátil", Fieldboy explicou. "Emprega munições 5,56x45, é bem compacta com seu cano de 6,5 polegadas (16,5 cm), é uma arma que não apenas é muito fácil de carregar e se mover com ela, mas que também permanece eficiente até 200 m de distância".

 

PRONTOS PARA TUDO

 

Soldados da 10th Special Forces Group (Airborne) arrombam uma porta durante treinamento de demolição em Fort Carson, Colorado, 29/09/2016. (Foto: US Army, domínio público)

 

Além dos fuzis e metralhadoras, os operadores especiais levam diversos outros equipamentos, como material para arrombamento, equipamentos de visão noturna, mísseis anticarro, lança-granadas, coletes, kits de primeiros socorros, facas, relógios, GPS, capacetes, cinturões, e por aí vai.

Arrombadores, em particular, levam diversos equipamentos, que dependendo do alvo e suas defesas, podem variar de simples cargas para derrubar portas a espingardas, pés de cabra, serras elétricas e maçaricos.

Nos anos 1990, quando a Delta Force estava encarregada de conter a proliferação nuclear, instituiu uma unidade especializada em arrombar casamatas fortificadas e cofres que poderiam conter armas nucleares.

 

Embora as cargas variem bastante conforme a unidade, equipe e indivíduo, eis o que uma equipe de 5 homens da Delta Force carregam em uma missão: fuzis HK416 com 1.500 munições, pistolas Glock 17 ou 21, ou M1911, com 425-500 munições, uma Mk46 ou Mk48 e 800-1.000 munições, granadas de concussão e fragmentação, e até mesmo um lança-granadas.

O bastante pra 'descer a porrada' com gosto.


Fonte: https://www.businessinsider.com/weapons-gear-used-by-us-military-special-operations-delta-seals-2020-10

Adaptação e tradução: Renato Henrique Marçal de Oliveira


Renato Henrique Marçal de Oliveira é químico e trabalha na Embrapa com pesquisas sobre gases de efeito estufa. Entusiasta e estudioso de assuntos militares desde os 10 anos de idade, escreve principalmente sobre armas leves, aviação militar e as IDF (Forças de Defesa de Israel).

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