sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

Polêmico, F-35 supera metas e atrai interesse internacional

Um dos mais polêmicos programas de defesa da história, o Joint Strike Fighter (JSF) F-35  Lightning II, tem nos últimos anos começado a superar a miríade de contratempos e reveses em sua história. O ambicioso programa que já foi extensamente criticado e que já chegou a ser posto em check, no ano de 2019 começou a registrar várias conquistas, demonstrando que nem tudo esta perdido, pelo contrário, tem firmado sua posição como solução para as próximas décadas.

O F-35 teve um aumento bastante significativo em sua taxa de disponibilidade, que saltou de 55% registrado em 2016, para média de 75% em 2019, se aproximando da meta estipulada pelo Departamento de Defesa de 80%. Um desafio que esta na mira da Lockheed Martin (LM), que há tempos tem enfrentado uma série de problemas com a cadeia de suprimentos para frota de F-35, onde alguns fornecedores não conseguem suprir a demanda de determinados componentes, enquanto outros deixaram de fazer parte da cadeia logística. Mas que segundo fontes consultadas pelo GBN Defense na LM, devem ser superados nos próximos anos com a otimização dos processos produtivos e a incorporação de novos fornecedores, somado ao amadurecimento da aeronave, que já superou diversos cases onde foram identificadas falhas que levaram a modificações em componentes.

Outra boa notícia associada ao Programa JSF está relacionada a capacidade de produção, com as linhas de montagem ganhando cada vez maior capacidade de entrega, superando no último ano a meta estabelecida de 131 aeronaves, atingindo a marca de 134 aeronaves entregues, atendendo não apenas as encomendas norte americanas, mas também os parceiros do programa e clientes de exportação, o que levou a redução significativa no custo unitário da aeronave, a qual agora esta competindo diretamente com aeronaves de 4ª geração, com valor unitário de 77,9 milhões de dólares! Abaixo da meta de 80 milhões de dólares projetada para o final de 2020, o que torna uma opção atraente no mercado internacional.

Segundo informações da Lockheed Martin em 2019 foram entregues 81 aeronaves as forças armadas norte americanas, 30 para países membros do consórcio JSF e 23 para clientes de exportação, um aumento de 47% em relação a 2018. Neste ano a meta da Lockheed Martin é entregar 141 aeronaves, demonstrando o aumento na capacidade produtiva de suas linhas de montagem.

O F-35 tem atraído interesse de vários países, os quais tem solicitado propostas do caça norte americano de 5ª Geração em seus programas de reaparelhamento, como foi o caso recente da Polônia, que preteriu outras aeronaves propostas e definiu sua opção pelo F-35, a qual recebeu o aval do Congresso norte americano em setembro, levando a soma de 32 aeronaves na carteira de vendas da LM, uma venda estimada em cerca de 6,5 bilhões de dólares, o que ameniza em parte a perda com a suspensão da Turquia do programa devido a aquisição de sistemas de defesa aérea russos.

Outro marco alcançado em 2019 diz respeito a declaração norueguesa do seu primeiro esquadrão de F-35 operacional, sendo o terceiro país do velho continente a contar com o novo caça operacional, somando-se ao Reino Unido e Itália.

A aeronave que chegou a levantar dúvidas quanto ao seu futuro, se mostra uma realidade nos números apresentados, segundo relatórios da Lockheed Martin, mais de 490 aeronaves foram entregues, tendo superado as 240.000 horas de voo acumuladas. O F-35 já debutou no campo de batalhas, tendo sido empregado em combate real pelos EUA e Israel, além de estar operacional em mais de oito países.

Por maior que tenha sido problemático o seu desenvolvimento, onde foram enfrentados inúmeros atrasos e aumentos vertiginosos nos custos de desenvolvimento, a aeronave tem aos poucos demonstrado seu valor, sendo um forte candidato a equipar muitas forças ao redor do mundo, apesar de sua história até aqui, é inegável o futuro sucesso desse importante e revolucionário programa de defesa.

Por Angelo Nicolaci - Jornalista, editor do GBN News, graduando em Relações Internacionais pela UCAM, especialista em geopolítica do oriente médio, leste europeu e América Latina, especialista em assuntos de defesa e segurança, membro da Associação de Veteranos do Corpo de Fuzileiros Navais (AVCFN), Sociedade de Amigos da Marinha (SOAMAR), Clube de Veículos Militares Antigos do Rio de Janeiro (CVMARJ) e Associação de Amigos do Museu Aeroespacial (AMAERO).

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