terça-feira, 2 de setembro de 2025

Força Aérea Portuguesa recebe seus primeiros A-29N Super Tucano

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A Embraer realizou nesta semana o translado das primeiras aeronaves A-29N Super Tucano para Portugal, consolidando mais um passo em sua trajetória como fornecedora global de soluções aeroespaciais e de defesa. Três unidades do modelo pousaram nas instalações da OGMA, em Alverca do Ribatejo, distrito de Lisboa, onde receberão os equipamentos necessários para atender aos requisitos da Força Aérea Portuguesa (FAP) e da OTAN.

O feito acontece apenas oito meses após a assinatura do contrato entre Lisboa e a fabricante brasileira, um prazo considerado recorde para o setor. “A aquisição dos A-29N Super Tucano reforça a confiança da FAP nos produtos Embraer. Temos certeza de que estas aeronaves contribuirão ainda mais para a modernização da frota portuguesa e para uma cooperação mais ampla com a indústria local”, destacou Bosco da Costa Junior, presidente e CEO da Embraer Defesa & Segurança.

A chegada das aeronaves fortalece não apenas as capacidades operacionais da Força Aérea Portuguesa, mas também a parceria industrial entre Embraer e OGMA, empresa do grupo português que tem participação acionária da brasileira. A integração dos equipamentos será feita localmente, ampliando a transferência de tecnologia e o envolvimento da indústria de defesa europeia no programa.

O A-29N: versatilidade comprovada

Com mais de 600 mil horas de voo acumuladas e presença em 22 forças aéreas pelo mundo, o Super Tucano é reconhecido como líder global em sua categoria. Sua versatilidade permite o emprego em missões que vão desde o treinamento avançado de pilotos até operações de vigilância de fronteiras, apoio aéreo aproximado (CAS), patrulha aérea e reconhecimento.

Projetado para atuar em ambientes austeros, o A-29N é capaz de operar em pistas não pavimentadas e com baixa infraestrutura, mantendo altos níveis de confiabilidade e baixos custos operacionais. A robustez da plataforma, combinada com sistemas aviônicos de última geração e integração completa de armamentos, garante precisão, eficiência e flexibilidade.

Portugal e o reforço da defesa europeia

A adoção do Super Tucano ocorre em um momento de crescente atenção dos países europeus à segurança e defesa, diante de crises regionais e tensões globais. Para Portugal, a escolha da aeronave representa um investimento em capacitação operacional e interoperabilidade com aliados da OTAN, ao mesmo tempo em que fortalece a presença da Embraer no mercado europeu.

A expectativa é que o A-29N desempenhe papel central não apenas no treinamento de pilotos da FAP, mas também em missões de segurança nacional e cooperação internacional. Para a Embraer, a entrega consolida o Super Tucano como uma plataforma multinacional, de baixo custo e alto desempenho, ampliando sua já extensa lista de operadores ao redor do mundo.


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com Embraer



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O Brasil é dos Chineses : Falta de regulação deixa o Brasil vulnerável em setores-chave

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A recente negociação envolvendo a venda das minas de níquel da Anglo American para a MMG, subsidiária da estatal China Minmetals, escancara a vulnerabilidade do Brasil diante de investimentos estrangeiros que não apenas movimentam cifras bilionárias, mas tocam o coração da soberania nacional: o controle sobre recursos estratégicos. O negócio, avaliado em US$ 500 milhões, foi concretizado em condições que levantam fortes suspeitas. Outra interessada, a Corex Holding, ofereceu quase o dobro do valor, US$ 900 milhões, e mesmo assim foi preterida, em uma decisão que reforça a percepção de que a Anglo American priorizou interesses políticos e comerciais ligados à China, ainda que em detrimento da transparência e da competitividade.

O caso se torna ainda mais grave quando se analisam seus impactos sobre o mercado. Se confirmada, a transação entregará à MMG o controle de mais de 50% do mercado brasileiro de níquel, praticamente 100% do mercado nacional de ferro-níquel e cerca de 60% do mercado global. Estamos falando de um insumo central para a economia do futuro, essencial na produção de baterias, veículos elétricos e aço inoxidável. Ou seja, o Brasil corre o risco de se tornar conscientemente refém de uma potência estrangeira justamente em um setor estratégico para a transição energética e a indústria de ponta.

Esse episódio ilustra porque o Projeto de Lei 1051/2025, que cria o Comitê de Triagem e Cooperação para Investimentos Estrangeiros Diretos (CTIE) não é apenas necessário, mas urgente. A ausência de uma estrutura robusta de avaliação de investimentos abre espaço para que decisões de curto prazo comprometam o futuro da economia nacional. O CTIE teria a missão de filtrar operações que afetam diretamente a segurança nacional e a autonomia estratégica do país. Trata-se de mecanismo de defesa que países desenvolvidos já utilizam para conter a expansão predatória em setores sensíveis, prática comum entre os membros da OCDE.

Não se trata de xenofobia econômica, mas de realismo geopolítico. A China, por meio de suas estatais, persegue deliberadamente o controle de cadeias globais de suprimento de minerais críticos. A lógica é clara: quem domina os insumos controla os preços, define os prazos e estabelece condições comerciais e controle econômico. O Brasil, dono de vastas reservas minerais, assiste passivamente à entrega de seu patrimônio estratégico.

É simbólico que até o Instituto Americano do Ferro e do Aço busque pressão diplomática contra o acordo, denunciando a crescente ação global da China pelo controle dos minerais críticos. O país domina hoje o refino de minerais como níquel, cobalto e terras raras, mas ainda depende de minas no exterior para alimentar suas fundições. Por isso, corre para adquirir ativos estratégicos em diferentes continentes.

A soberania nacional está além de manter fronteiras, mas também resguardar a capacidade de decidir sobre nossos recursos. Portanto, a venda das minas de níquel não é apenas um negócio isolado: é um alerta. Sem instrumentos institucionais como o CTIE, o Brasil segue vulnerável a operações que comprometem seu futuro. O PL 1051/25 surge como uma salvaguarda indispensável, garantindo que decisões estratégicas sobre setores críticos não sejam tomadas sob a lógica do oportunismo financeiro, mas sob o imperativo maior da soberania nacional. O governo diz que o Brasil é dos brasileiros, porém, a verdade é que, até o momento, o Brasil caminha para ser propriedade dos chineses.


por Márcio Coimbra é CEO da Casa Política e Presidente-Executivo do Instituto Monitor da Democracia. Conselheiro da Associação Brasileira de Relações Institucionais e Governamentais (Abrig). Cientista Político, mestre em Ação Política pela Universidad Rey Juan Carlos (2007). Ex-Diretor da Apex-Brasil e do Senado Federal.

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Europa alcança novo recorde em gastos com defesa em 2025 em meio a tensões globais

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Em 2025, os gastos militares da União Europeia (UE) devem atingir 381 bilhões de euros, estabelecendo um novo recorde histórico, informou a Agência Europeia de Defesa (EDA). O valor supera os 343 bilhões de euros investidos em 2024, que já representaram 1,9% do PIB do bloco e um aumento de 19% em relação ao ano anterior.

O crescimento acelerado dos investimentos europeus reflete diretamente a invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022 e a crescente projeção militar da China. “A Europa está gastando quantias recordes em sua defesa para garantir a segurança de nossos cidadãos, e não vamos parar por aí”, afirmou Kaja Kallas, presidente da EDA e chefe de política externa da UE.

Distribuição do orçamento europeu

Do total previsto de 381 bilhões de euros, aproximadamente:

  • 118 bilhões de euros (31%) serão destinados à aquisição de novos equipamentos e armamentos.

  • 13 bilhões de euros serão aplicados em pesquisa e desenvolvimento.

Em relação a 2024, as compras de armamento cresceram 39%, enquanto a pesquisa e desenvolvimento aumentou 20%, refletindo a prioridade da UE em modernização tecnológica e preparo estratégico.

Os países mais próximos da Rússia registram os maiores percentuais de gasto sobre o PIB:

  • Polônia: 4% do PIB

  • Estônia, Letônia e Lituânia: acima de 3% do PIB

A meta da OTAN prevê que seus membros europeus destinem pelo menos 5% do PIB à segurança nos próximos 10 anos, sendo 3,5% exclusivamente para despesas militares. Segundo Andre Denk, diretor da EDA, para alcançar esse objetivo será necessário gastar mais de 630 bilhões de euros por ano na UE.

Comparativo internacional de gastos militares em 2025

País / Bloco

Gasto Militar (US$)

Observações

Estados Unidos

997 bilhões

Maior orçamento do mundo, 37% dos gastos globais

União Europeia

381 bilhões (≈403 bi €)

Supera a China e quase 3x a Rússia

China

314 bilhões

Expansão da guerra cibernética e arsenal nuclear

Rússia

149 bilhões

Dobro do gasto de 2015, em guerra na Ucrânia

Ucrânia 64,7 bilhões Crescimento de 2,9% após invasão russa


Contexto estratégico

O aumento recorde dos gastos militares na União Europeia reflete um esforço deliberado para fortalecer a autonomia estratégica do bloco, reduzir dependências externas em setores críticos de defesa e modernizar as capacidades de suas forças armadas. Além da aquisição de armamentos e sistemas avançados, os investimentos incluem pesquisa e desenvolvimento tecnológico, integração de novas plataformas e a melhoria da interoperabilidade entre os Estados-Membros da OTAN.

O movimento é diretamente influenciado por dois fatores geopolíticos centrais: a agressão russa à Ucrânia, que expôs vulnerabilidades na segurança europeia e ressaltou a necessidade de prontidão rápida e robusta, e a ascensão militar da China, cujas ambições globais e modernização de forças armadas acrescentam uma dimensão estratégica de longo alcance para a Europa. Esses desafios reforçam a urgência de investimentos consistentes e de longo prazo, capazes de garantir que a UE não apenas acompanhe as tecnologias de ponta, mas também esteja preparada para responder a crises regionais e globais com eficácia.

Segundo Kaja Kallas, presidente da Agência Europeia de Defesa, “a Europa está construindo não apenas uma força militar moderna, mas também uma rede de cooperação estratégica sólida entre os Estados-Membros, capaz de garantir segurança coletiva, dissuasão efetiva e capacidade de resposta rápida a qualquer ameaça. Isso significa unir planejamento, tecnologia e coordenação operacional, garantindo que cada país contribua para a defesa do bloco de forma integrada e eficiente”.

O enfoque estratégico também envolve a criação de capacidades de defesa conjuntas, fortalecendo programas de pesquisa e desenvolvimento europeu, estimulando a indústria de defesa local e promovendo exercícios conjuntos que aumentem a resiliência operacional diante de crises e conflitos emergentes. Dessa forma, os investimentos não apenas ampliam o poder militar europeu, mas também consolidam a UE como ator global capaz de proteger seus interesses, sustentar a estabilidade regional e contribuir para a paz internacional.


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Incidente aéreo no Mar Egeu envolve caças F-16 da Türkiye e da Grécia

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Aeronaves F-16 armadas com mísseis ar-ar, um avião ATR-72 e um helicóptero turcos, violaram o espaço de informação de voo (FIR) da Grécia, segundo comunicado do Estado-Maior da Defesa Nacional Helênica. As aeronaves não chegaram a entrar no espaço aéreo grego, mas as ações foram consideradas uma provocação por Atenas, especialmente por não haver exercícios militares programados na região.

Os incidentes ocorreram no sudeste do Mar Egeu, próximo às ilhas de Rodes e Castelórizo, onde os caças turcos permaneceram na área por cerca de três a quatro minutos antes de serem interceptados por caças F-16 da Força Aérea Helênica. Autoridades gregas destacaram que a última incursão turca armada semelhante ocorreu em fevereiro de 2023, período durante o qual a atividade aérea turca no Egeu havia se mantido restrita a manobras ocasionais de helicópteros e veículos aéreos não tripulados.

O episódio acontece em meio a planos de Atenas para retomar as obras do cabo elétrico submarino Grécia-Chipre, levantando especulações de que Ancara possa estar enviando um sinal de pressão política. A situação também coincide com declarações do Ministro das Relações Exteriores turco, Hakan Fidan, alertando que ações gregas poderiam gerar “graves consequências estratégicas”.

Tanto a Grécia quanto a Türkiye, membros da OTAN, têm reivindicações sobre áreas do Mediterrâneo, incluindo direitos de zonas econômicas exclusivas (ZEE) e plataformas continentais das ilhas gregas próximas à costa turca. Nos últimos anos, tensões diplomáticas e incidentes militares na região têm se intensificado, levando as duas nações a buscarem medidas diplomáticas para evitar escaladas.

Ambos os países utilizam o caça F-16 Fighting Falcon como base de suas forças aéreas. A Grécia iniciou suas encomendas no final da década de 1980, modernizando continuamente a frota com radares avançados AN/APG-68(v9) e o sistema de comunicações Link-16. A Türkiye, por sua vez, operou desde 1987 aeronaves F-16, levando toda a frota ao padrão Block 50, enquanto enfrenta atrasos na aquisição de novos F-16 Block 70 e na integração de caças de 5ª geração devido a restrições internacionais.

Embora a Grécia avance na aquisição de caças F-35 e Rafale, a Türkiye mantém capacidades militares significativamente superiores em números, ao mesmo tempo em que desenvolve o caça nacional KAAN e negocia aeronaves Eurofighter. Apesar das tensões, o F-16 seguirá sendo a espinha dorsal das forças aéreas de ambos os países no futuro próximo, mantendo a região do Mar Egeu sob constante vigilância e risco de incidentes.


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ANAVIA inaugura nova sede e centro de prototipagem de UAS na Suíça

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A ANAVIA, empresa suíça do EDGE Group especializada em sistemas aéreos não tripulados (UAS) de asa rotativa, reforça sua presença na Europa com a inauguração de sua nova sede e centro avançado de prototipagem em Bilten, Suíça. A instalação será o núcleo global de pesquisa e desenvolvimento da companhia, enquanto a unidade original em Näfels seguirá dedicada à produção em série.

Segundo Jon Andri Jörg, co-CEO e fundador da ANAVIA, a nova sede é “um testemunho do nosso compromisso em fornecer sistemas aéreos não tripulados avançados para defesa, segurança e aplicações civis. Bilten concentrará engenharia e inovação, enquanto Näfels permitirá escalar a produção com precisão e agilidade.”

O co-CEO Ishan Sahgal acrescenta que o modelo de operação em dois polos acelera os ciclos de desenvolvimento, fortalece a colaboração com parceiros e impulsiona o futuro dos sistemas autônomos de asa rotativa.

A expansão deverá gerar mais de 100 empregos combinados entre Bilten e Näfels, fortalecendo tanto a economia local quanto o ecossistema de inovação aeroespacial da região. Entre os projetos em destaque da ANAVIA está o helicóptero não tripulado de carga pesada HT-750, capaz de transportar até 750 kg, com alcance superior a 2.500 km e autonomia de 15 horas, podendo operar de forma autônoma ou assistida. A empresa também desenvolve as plataformas HT-100 e HT-100 NAVAL, voltadas para operações de defesa e segurança.

A EDGE Group, com sede em Abu Dhabi, é um dos principais conglomerados mundiais de tecnologia avançada, reunindo mais de 35 entidades em seis grupos estratégicos. A organização atua em inovação de defesa, sistemas autônomos, cibertecnologia, robótica e materiais inteligentes, buscando fortalecer capacidades soberanas com potencial de exportação global.

Com a nova sede em Bilten, a ANAVIA consolida sua posição como referência europeia em UAS de asa rotativa, acelerando o desenvolvimento de plataformas de ponta e fortalecendo parcerias internacionais no setor aeroespacial.


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com EDGE Group

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SIATT inaugura nova sede em São José dos Campos e marca 10 anos de inovação em defesa

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A SIATT, empresa brasileira especializada no desenvolvimento de sistemas inteligentes para defesa e segurança, inaugurou sua nova sede e unidade de produção em São José dos Campos, no Jardim Limoeiro. Com 6.000 metros quadrados, a nova planta reúne setores administrativos, laboratórios de pesquisa e desenvolvimento, e linhas de produção de alta tecnologia, ampliando significativamente a capacidade industrial da empresa. A inauguração também celebra 10 anos de trajetória da SIATT no setor de defesa.

A cerimônia contou com a presença de autoridades civis e militares de destaque, incluindo o vice-governador de São Paulo, Felício Ramuth, o Comandante da Marinha do Brasil, Almirante Marcos Sampaio Olsen, o Comandante do Corpo de Fuzileiros Navais, Almirante Carlos Chagas, o CEO do Grupo EDGE, Hamad Al Marar, sócio estratégico da SIATT, e o prefeito de São José dos Campos, Anderson Farias. Prestigiaram ainda o evento o general Sérgio Etchegoyen, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, e o Brigadeiro Hugo de Oliveira Piva, ícone do setor aeroespacial.

Durante o evento, Hamad Al Marar, CEO do Grupo EDGE, destacou a importância da parceria: “Desde 2023, quando fizemos nosso primeiro investimento na SIATT, a empresa evoluiu de uma planta de pesquisa e desenvolvimento para uma unidade industrial de ponta. Isso demonstra o compromisso da SIATT com a autonomia tecnológica do Brasil e a criação de valor de longo prazo para a indústria de defesa.”

O CEO da SIATT, Rogerio Salvador, enfatizou o papel estratégico da nova unidade para as Forças Armadas brasileiras: “Esta inauguração não é apenas sobre prédios, mas sobre pessoas. Mais do que cortar uma fita, estamos abrindo caminhos feitos de mãos dadas, corações unidos e sonhos possíveis. A SIATT faz!” Salvador também ressaltou contratos em andamento com a Marinha e o Exército, destinados à produção de sistemas modernos para proteção da Amazônia Azul e do território nacional.

Fundada em 2015, a SIATT é referência no desenvolvimento e integração de sistemas de defesa e segurança, incluindo mísseis antinavio (Mansup e Mansup-ER), míssil antitanque Max 1.2 AC e o Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul (SisGAAz). Ao longo da última década, a empresa consolidou parcerias estratégicas com as Forças Armadas e empresas do setor, formando mão de obra altamente especializada e participando de projetos de relevância nacional.

A recente entrada do Grupo EDGE, que adquiriu 50% da SIATT em 2023, impulsionou o crescimento da companhia, ampliando sua capacidade de exportação e posicionando-a como um ator estratégico no ecossistema global de defesa. A nova unidade em São José dos Campos gerará 200 empregos diretos e 600 indiretos, reforçando o impacto econômico e tecnológico da empresa.

Além da sede, a SIATT está construindo uma fábrica em Caçapava, destinada a expandir ainda mais a capacidade produtiva e atender à crescente demanda por sistemas de defesa, tanto no Brasil quanto internacionalmente. A iniciativa reforça o compromisso da empresa com a autonomia tecnológica de defesa, a soberania nacional e a cooperação estratégica com países aliados.


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com SIATT e EDGE Group


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Banda Sinfônica do Corpo de Fuzileiros Navais celebra 116 anos do Theatro Municipal do Rio de Janeiro

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A Banda Sinfônica do Corpo de Fuzileiros Navais (CFN) realizou um concerto especial em homenagem aos 116 anos do Theatro Municipal do Rio de Janeiro (TMRJ), reunindo mais de 2.200 pessoas no evento aberto ao público. A apresentação contou com a participação dos artistas dos Corpos Permanentes de Dança, Coro e Orquestra do TMRJ, além de convidados renomados.

O espetáculo, conduzido por um ator vestido como entregador de jornal de época, percorreu a trajetória histórica do Theatro por meio de manchetes de cada década, proporcionando ao público uma viagem musical do período de fundação da casa até os dias atuais. O concerto teve quase duas horas de duração e reuniu gêneros variados, do clássico ao popular, do nacional ao internacional.

Composta por 120 músicos, entre homens e mulheres Fuzileiros Navais, a Banda Sinfônica se apresentou acompanhada de coro de solistas e utilizou instrumentos de percussão, sopro, cordas e palhetas. O repertório incluiu obras de Francisco Braga, patrono da Banda, como “Insomnia” e “Episódio Sinfônico”, e clássicos de Carlos Gomes, homenageando a primeira transmissão radiofônica do Brasil, em 1922.

Momentos marcantes do concerto incluíram apresentações do corpo de baile do TMRJ, como a bailarina Liana Vasconcelos interpretando “A Morte do Cisne”, de Tchaikovsky, e a execução de árias de óperas famosas, como “Nessun Dorma”, de Puccini, e “Brindisi”, de Verdi, com participação conjunta de cantores do Theatro e da Banda do CFN.

O evento também destacou a diversidade musical brasileira e internacional. Marchinhas de carnaval, clássicos do samba, rock, pagode e axé foram apresentados por artistas como Mona Vilardo, Ito Melodia e Ana Gabriella, além de integrantes do Programa Forças no Esporte (PROFESP), envolvendo toda a plateia. O concerto foi encerrado com “Cisne Branco”, hino oficial da Marinha do Brasil.

Para a regente da Banda Sinfônica, Capitão-Tenente Gizelle Rebouças, a apresentação representou “uma oportunidade de unir disciplina militar e arte em um espaço que simboliza a memória cultural do Brasil”.

A Banda Sinfônica do CFN, originada em 1872 e com denominação atual desde 1974, possui histórico de apresentações internacionais e nacionais, destacando-se em eventos como o concerto para a Rainha Elizabeth II no Palácio de Buckingham, na Inglaterra, e o Festival Internacional de Bandas Militares em Modena, na Itália. No Brasil, realiza apresentações regulares em diversas capitais e mantém tradição de se apresentar no Theatro Municipal em noites de gala anuais, difundindo música de qualidade e promovendo a cultura no país.


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com  Marinha do Brasil

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23ª Brigada de Infantaria de Selva é certificada como Força de Prontidão em exercício na Amazônia

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Entre os dias 22 e 29 de agosto de 2025, a 23ª Brigada de Infantaria de Selva (23ª Bda Inf Sl), unidade subordinada ao Comando Militar do Norte (CMN), realizou um exercício de grande porte nas localidades de Novo Repartimento, Tucuruí e Breu Branco, no Pará. O treinamento simulou cenários complexos de combate moderno, incluindo manobras ofensivas, defensivas e de estabilização, com o objetivo de certificar a Brigada como Força de Prontidão (ForPron) do CMN.

A certificação assegura que a unidade esteja preparada para ser rapidamente empregada pelo Sistema de Emprego da Força Terrestre em qualquer situação que demande resposta imediata, reforçando também seu papel como Força de Emprego Estratégico do Exército Brasileiro, apta a atuar em qualquer ponto do território nacional em tempo reduzido.

Durante o exercício, as tropas participaram de infiltrações em selva, marchas fluviais, deslocamentos com helicópteros, apoio à população e emprego de Sistemas de Aeronaves Remotamente Pilotadas (SARP). Além disso, foram simuladas operações de caráter dual, aplicáveis tanto a cenários de guerra quanto a ações de cooperação com órgãos de segurança pública, incluindo logística, apoio a emergências e proteção de áreas estratégicas, como a Usina Hidrelétrica de Tucuruí.

O treinamento também evidenciou a integração das capacidades operativas da Brigada, reafirmando sua versatilidade e capacidade de atuação em diferentes ambientes e situações. Segundo o Comando Militar do Norte, a certificação demonstra que a 23ª Brigada mantém sua prontidão para defender a Amazônia Oriental e garantir a soberania nacional, fortalecendo a capacidade do Exército de responder a missões complexas em todo o país.


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com Exército Brasileiro


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Marinha do Brasil e Japão realizam exercícios conjuntos no litoral do Rio de Janeiro

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No dia 29 de agosto de 2025, a Marinha do Brasil (MB) e a Esquadra de Treinamento da Força Marítima de Autodefesa do Japão conduziram uma série de exercícios operativos nas águas próximas a Cabo Frio (RJ), reforçando a cooperação entre as duas marinhas e promovendo o treinamento de futuros oficiais japoneses.

As Fragatas brasileiras “Defensora” e “União” partiram da Base Naval do Rio de Janeiro no dia anterior para o ponto de encontro com os navios japoneses, que incluíam o navio-escola JS “Kashima” e o destróier JS “Shimakaze”, da Classe “Hatakaze”, adaptado para fins de treinamento, sob o comando do Contra-Almirante Hiroshi Watanabe. A escala no Brasil integra o cruzeiro de instrução da Esquadra japonesa, cujo objetivo é qualificar aspirantes a oficiais e fortalecer os laços diplomáticos.

Durante os exercícios, a Marinha do Brasil empregou aeronaves AH-11B “SuperLynx”, embarcada na Fragata “Defensora”, e AF-1 “Skyhawk”, que decolou da Base Aérea Naval de São Pedro da Aldeia (RJ). Entre as manobras realizadas, destacou-se o exercício de trânsito sob ameaça aérea, com a participação da AF-1 “Skyhawk”, simulando a neutralização de possíveis adversários.

Outro destaque foi o treinamento do tipo Helo Cross Deck, no qual a aeronave AH-11B “SuperLynx” realizou pousos sucessivos a bordo do navio JS “Kashima”. A atividade proporcionou adestramento avançado às tripulações e aprimorou a capacidade de operações aéreas embarcadas em ambiente internacional.

Além das manobras táticas, a atividade incluiu intercâmbio de militares entre os navios, promovendo a troca de experiências profissionais e culturais. O Capitão de Mar e Guerra Caetano Quinaia Silveira, comandante do 1º Esquadrão de Escolta e do Grupo-Tarefa brasileiro, destacou que os exercícios reforçam a capacidade da Marinha do Brasil de operar em conjunto com forças internacionais. “Temos um vasto histórico de operações desse tipo, que nos qualificam para integrar e comandar Forças-Tarefa marítimas multinacionais”, afirmou.

A Esquadra de Treinamento japonesa contou com cerca de 580 tripulantes, incluindo 190 Guardas-Marinha recém-formados como Aspirantes a Oficial, que participaram da navegação transoceânica de instrução. O Contra-Almirante Hiroshi Watanabe ressaltou a satisfação de conduzir exercícios conjuntos com a MB, elogiando a preparação e a eficiência operacional dos militares brasileiros tanto no planejamento quanto na execução das manobras.

A visita ao Brasil também marcou uma data histórica: a celebração dos 130 anos do Tratado de Amizade, Comércio e Navegação entre Brasil e Japão, reforçando não apenas o treinamento militar, mas também os laços diplomáticos e culturais entre os dois países.


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com Marinha do Brasil


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Peru avalia Gripen E/F como futuro caça multimissão em visita à Suécia

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A Força Aérea Peruana (FAP) deu mais um passo importante no processo de modernização de sua frota de caças. Entre os dias 18 e 22 de agosto de 2025, o Ministro da Defesa do Peru, Walter Enrique Astudillo Chávez, visitou a Suécia para conhecer de perto as instalações da Saab em Linköping, onde são produzidos os caças Gripen E/F, candidatos a substituir os atuais Mirage 2000P e MiG-29.

A visita também incluiu encontros de alto nível em Estocolmo, com reuniões bilaterais que reforçaram a cooperação política e de defesa entre os dois países. No Palácio de Karlberg, o Ministro Astudillo e o Ministro das Relações Exteriores do Peru, Elmer Schialer, foram recebidos pelo Ministro da Defesa sueco, Pål Jonson, e pela Ministra das Relações Exteriores, Maria Malmer Stenergard. A cerimônia de boas-vindas contou com guarda de honra e uma reunião oficial, na qual foram discutidas oportunidades de colaboração tecnológica e estratégica.

Em suas declarações, Jonson afirmou que a Suécia busca aprofundar as relações com o Peru, destacando o potencial de cooperação em defesa e inovação, e saudou o Gripen como uma das opções para a renovação da frota peruana. A Chanceler Stenergard, por sua vez, ressaltou que a visita consolida o relacionamento político e econômico e dá continuidade às conversas iniciadas no início deste ano.

O processo de seleção do futuro caça multimissão peruano ocorre em um momento decisivo: o país dispõe de um orçamento de aproximadamente US$ 3,5 bilhões para a aquisição de 24 aeronaves. Além da Suécia, o Peru também avaliou recentemente a proposta americana do F-16, em conversas realizadas em Washington. No entanto, a visita à Saab permitiu à delegação peruana, que incluía o Comandante-em-Chefe da FAP, General-de-Brigada Carlos Enrique Chávez Cateriano, analisar diretamente o Gripen E/F e suas capacidades operacionais, incluindo baixo custo de operação, alta interoperabilidade com sistemas da OTAN e aptidão para combates modernos.

A assinatura do contrato com a Saab representará um marco para a FAP, substituindo aeronaves que estão em serviço há mais de 40 anos e garantindo maior projeção do poder aéreo nacional. A modernização não apenas trará ganhos estratégicos em defesa, mas também reforçará a posição do Peru na região sul-americana em termos de tecnologia militar e cooperação internacional.


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CIAvEx conclui treinamento avançado em emergências aéreas com simulador de voo

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Entre os dias 18 e 22 de agosto de 2025, o Centro de Instrução de Aviação do Exército (CIAvEx), localizado em Taubaté, realizou o Programa de Treinamento em Emergências, utilizando o moderno Simulador de Voo Flight Training Device (FTD). A iniciativa teve como objetivo aprimorar a preparação de militares da Aviação do Exército para situações críticas durante operações aéreas.

O simulador FTD, altamente avançado, permite a reprodução segura de diferentes cenários de risco, possibilitando aos pilotos avaliar todas as fases do voo, desde a decolagem até o pouso, incluindo a tomada de decisões rápidas e a coordenação com a tripulação e equipes de apoio no solo. Segundo o CIAvEx, o equipamento oferece um ambiente realista para treinar respostas a emergências, como falhas de sistemas aeronáuticos e adversidades climáticas.

Durante o programa, os militares participaram de instruções detalhadas que incluíram:

  • Simulação de falhas de sistemas de aeronaves;

  • Procedimentos de tomada de decisão em situações críticas;

  • Coordenação efetiva entre tripulação e equipes de apoio em solo.

O treinamento não apenas aprimora a capacidade técnica dos pilotos, mas também reforça a cultura de segurança e a eficiência operacional da Aviação do Exército, garantindo que os militares estejam prontos para enfrentar situações imprevistas com rapidez e precisão.

A Aviação do Exército desempenha papel fundamental em todo o território nacional, fornecendo aeromobilidade à Força Terrestre e apoiando diversas missões. Entre elas estão operações de resgate, assistência em calamidades públicas e transporte de pessoas, feridos, cargas, mantimentos, água, roupas e itens essenciais à sobrevivência em situações de emergência.

O CIAvEx reafirma, assim, seu compromisso com a excelência no preparo de seus militares, utilizando tecnologia de ponta para simular cenários reais e garantir a capacidade de resposta imediata diante de qualquer desafio aéreo.


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OTAN intensifica operações antissubmarino no Mar da Noruega diante de ameaça russa

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A OTAN lançou uma operação antissubmarino de grande escala no Mar da Noruega após relatos de que um submarino russo estaria ameaçando o porta-aviões americano USS Gerald R. Ford. A operação envolveu aeronaves P-8A Poseidon da Força Aérea Real Britânica (RAF), da Marinha dos EUA e da Força Aérea Real da Noruega, realizando missões de patrulha e vigilância na área. Essas aeronaves são equipadas com sensores avançados, incluindo o radar AN/APS-154, que permite a detecção e rastreamento de submarinos inimigos.

A operação coincidiu com os exercícios de treinamento do grupo de ataque do USS Gerald R. Ford junto à Marinha da Noruega no Mar do Norte. O Ministério da Defesa confirmou que a atividade era uma operação real, não um exercício, mas não divulgou detalhes adicionais por razões de segurança. Especialistas sugeriram que o submarino russo já havia sido localizado ou que um esforço intensivo estava em andamento para encontrá-lo. A fragata HMS Somerset, especializada em caça a submarinos, também participou da busca nas águas norueguesas.

O P-8A Poseidon é uma aeronave de patrulha marítima e reconhecimento desenvolvida pela Boeing, baseada na plataforma do Boeing 737 Next Generation. É projetada para realizar guerra antissubmarino (ASW), guerra antissuperfície (ASuW), vigilância e reconhecimento, consciência situacional marítima e missões de busca e resgate. A aeronave é equipada com torpedos, mísseis antinavio Harpoon e outros armamentos, pode lançar e monitorar bóias de sonar e operar em conjunto com outros ativos, incluindo o veículo aéreo não tripulado de vigilância marítima MQ-4C Triton.

A presença de um submarino russo nas proximidades do USS Gerald R. Ford foi confirmada por autoridades norueguesas, que descreveram a situação como uma "incursão potencialmente hostil" em uma zona estratégica do Mar da Noruega. 


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segunda-feira, 1 de setembro de 2025

O Dia que Mudou o Mundo: a Invasão da Polônia em 1º de Setembro de 1939

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Na madrugada de 1º de setembro de 1939, o silêncio na fronteira oriental da Alemanha foi rompido por bombardeios e disparos de artilharia. Às 4h45 da manhã, tropas alemãs cruzavam o território polonês em diversos pontos, marcando o início de uma ofensiva planejada minuciosamente e que ficaria conhecida pela sua rapidez e brutalidade: a Blitzkrieg, ou “guerra-relâmpago”. Era o estopim da Segunda Guerra Mundial.

A operação, batizada de Fall Weiss (“Caso Branco”), previa três frentes de ataque pelo norte, a partir da Prússia Oriental; pelo oeste, cruzando a fronteira direta; e pelo sul, através da Eslováquia, recém-transformada em Estado-satélite do Reich. O objetivo era claro: cercar e neutralizar as forças polonesas, conquistando a capital Varsóvia em questão de dias.

O ataque não foi precedido por declaração de guerra formal. Para justificar a agressão, o regime nazista havia encenado um episódio conhecido como Incidente de Gleiwitz: na noite de 31 de agosto, agentes da SS vestidos como poloneses simularam um ataque a uma estação de rádio alemã, transmitindo uma falsa mensagem anti-alemã. Com esse teatro, Adolf Hitler tentou legitimar perante sua população a invasão que já estava decidida.

Naquele 1º de setembro, as primeiras bombas caíram sobre a cidade de Wieluń, arrasando hospitais e áreas civis, em um ato simbólico do terror aéreo que caracterizaria a guerra. Ao mesmo tempo, o encouraçado alemão Schleswig-Holstein abriu fogo contra o depósito militar polonês de Westerplatte, em Danzig (atual Gdańsk). O ataque a Westerplatte se transformaria em símbolo da resistência polonesa, que resistiu heroicamente por sete dias contra forças muito superiores.

Apesar da coragem das tropas polonesas, a disparidade era esmagadora. O exército alemão, com tanques modernos, aeronaves de apoio e táticas combinadas, encontrou pouca dificuldade para avançar. A Polônia, por sua vez, contava com equipamentos em grande parte ultrapassados, muitos ainda herdados da Primeira Guerra Mundial.

A reação internacional foi rápida, mas não suficiente para deter o avanço inicial alemão. Em 3 de setembro, dois dias após o início da invasão, Reino Unido e França declararam guerra à Alemanha, cumprindo suas garantias de defesa à Polônia. Contudo, a ajuda prática demoraria a chegar, e os poloneses ficaram sozinhos no campo de batalha.

Enquanto isso, no leste europeu, outra ameaça se preparava. Conforme os termos secretos do Pacto Molotov-Ribbentrop, assinado semanas antes entre Alemanha e União Soviética, a Polônia estava destinada a ser dividida. No dia 17 de setembro, tropas soviéticas atravessariam a fronteira pelo leste, selando o destino do país.

O 1º de setembro de 1939 não foi apenas o início de uma invasão: foi o marco do maior conflito da história da humanidade. Em poucas semanas, a Polônia seria derrotada e ocupada, sua elite perseguida e seu povo submetido a anos de violência e repressão sob dois regimes totalitários.

A Estratégia Alemã e o Novo Cenário Geopolítico

A ofensiva alemã contra a Polônia não foi apenas o primeiro ato da Segunda Guerra Mundial; representou também a aplicação de uma estratégia militar inovadora e o resultado de uma manobra diplomática calculada por Hitler para redesenhar o equilíbrio de poder na Europa.

No campo militar, a Wehrmacht estreava de forma contundente a chamada Blitzkrieg, ou “guerra-relâmpago”. Essa doutrina, ainda em gestação, consistia na combinação de forças blindadas, infantaria motorizada e apoio aéreo em ataques rápidos e coordenados, visando romper as linhas inimigas e desorganizar completamente o comando adversário. Executada através do Plano Fall Weiss, a ofensiva se deu em três frentes simultâneas, norte, oeste e sul, cercando as tropas polonesas e abrindo caminho para Varsóvia em poucas semanas.

A Luftwaffe desempenhou papel crucial nesse processo. Seus bombardeiros não se limitaram a alvos militares: a destruição de infraestrutura, centros urbanos e linhas de comunicação tinha como objetivo quebrar a capacidade de resistência e semear o pânico entre civis. O bombardeio de Wieluń, ainda no primeiro dia, simbolizou o novo tipo de guerra que se desenhava: rápida, devastadora e sem distinção entre frente de batalha e retaguarda civil.

Em contrapartida, a Polônia mostrava-se mal preparada para enfrentar esse tipo de guerra. Embora tivesse um exército numeroso, suas forças estavam equipadas de forma desigual e ainda baseadas em doutrinas ultrapassadas, como a cavalaria tradicional.

Um episódio emblemático desse contraste ocorreu logo no primeiro dia da invasão, durante a Batalha de Krojanty. O 18º Regimento de Ulanos poloneses lançou uma carga de cavalaria contra a infantaria alemã nas proximidades de Chojnice, conseguindo inicialmente surpreender o inimigo. Porém, a chegada de blindados e veículos mecanizados rapidamente inverteu o resultado, impondo pesadas baixas aos poloneses. Embora a propaganda nazista tenha explorado o fato para insinuar que a Polônia teria atacado tanques com lanças e sabres, o episódio real ilustra o enorme descompasso entre as forças: um exército ainda preso a tradições do passado enfrentando a guerra mecanizada do futuro.

Por trás dessa operação militar bem-sucedida estava também um cenário geopolítico manipulado habilmente por Hitler. O passo decisivo foi dado em agosto de 1939, com a assinatura do Pacto Molotov-Ribbentrop. Publicamente um tratado de não-agressão, o acordo continha cláusulas secretas que previam a divisão da Polônia entre Alemanha e União Soviética. Assim, Hitler neutralizou o risco de uma guerra em duas frentes, erro fatal cometido pelo Império Alemão em 1914, e garantiu liberdade de ação contra Varsóvia.

A reação internacional revelou as fragilidades das alianças. Dois dias após a invasão, Reino Unido e França declararam guerra à Alemanha, cumprindo seus compromissos com a Polônia. No entanto, a esperada ofensiva ocidental não ocorreu. Instalou-se a chamada “Guerra de Mentira”, em que tropas francesas e britânicas permaneceram praticamente inativas até a ofensiva alemã em 1940. A Polônia, portanto, enfrentou sozinha a máquina de guerra nazista, até que, em 17 de setembro, foi surpreendida pela invasão soviética a leste, selando sua derrota.

Esse movimento conjunto de Berlim e Moscou não apenas dividiu a Polônia, mas demonstrou que alianças entre regimes ideologicamente opostos eram possíveis diante de interesses estratégicos comuns. Ao mesmo tempo, expôs a limitação prática das garantias ocidentais, que embora representassem um gesto político, não foram capazes de alterar o destino imediato do país.

A campanha polonesa consolidou a confiança alemã em sua nova doutrina militar e estabeleceu um padrão de guerra que se repetiria nos anos seguintes, em países como Dinamarca, Noruega, Holanda, Bélgica e França. Também inaugurou uma nova etapa da política internacional: marcada por pactos secretos, ofensivas rápidas e pela incapacidade das potências tradicionais de deter a escalada nazista.

O dia 1º de setembro de 1939, portanto, não apenas marcou o início de um conflito devastador, mas também redefiniu a forma de se fazer guerra e abriu um ciclo de instabilidade geopolítica que moldaria todo o século XX.


por Angelo Nicolaci


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Drones Militares: Transformação Tecnológica e Desafios para o Brasil

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Nos últimos anos, os drones militares, ou veículos aéreos não tripulados (VANTs), emergiram como uma das tecnologias mais disruptivas no campo da defesa global. Sua capacidade de realizar operações de vigilância, reconhecimento e ataque com precisão e a baixo custo tem redefinido as estratégias militares em diversos contextos, desde conflitos armados até missões de paz. No cenário atual, marcado por tensões geopolíticas e avanços tecnológicos acelerados, o Brasil e seus vizinhos na América Latina enfrentam a necessidade urgente de adaptar suas forças armadas a essa nova realidade. Este artigo explora a importância crescente dos drones militares, com destaque para o treinamento especializado, o impacto regional – incluindo o recente abate de um helicóptero colombiano por um drone – e a necessidade de investimentos em contramedidas para garantir a soberania e a segurança nacional.

A Ascensão dos Drones no Contexto Militar Global

A utilização de drones ganhou destaque a partir de conflitos como os registrados no Oriente Médio e, mais recentemente, na guerra entre Rússia e Ucrânia. Esses dispositivos, que variam desde modelos comerciais adaptados, como os drones Mavic da DJI, até sistemas avançados desenvolvidos por potências militares, oferecem vantagens estratégicas significativas. Eles permitem a coleta de inteligência em tempo real, a execução de ataques precisos e a redução de riscos para soldados em campo. Contudo, essa democratização tecnológica também trouxe desafios, pois grupos não estatais, como cartéis de drogas e milícias, passaram a empregar drones de baixo custo em operações ilícitas, conforme relatado em análises sobre o uso de drones pelo narcotráfico.

Um exemplo marcante da versatilidade desses equipamentos é observado na Ucrânia, onde drones equipados com granadas têm sido usados para atingir alvos terrestres, incluindo veículos blindados e posições de infantaria. Essa tática demonstrou que operações tradicionais, como o deslocamento conjunto de tropas e blindados, tornaram-se vulneráveis diante da presença de dispositivos simples, mas eficazes. O cenário na América Latina, com suas florestas densas e áreas de difícil acesso, amplifica essa vulnerabilidade, exigindo uma reavaliação das doutrinas militares regionais. Além disso, exercícios internacionais, como o Joint Viking 2025 na Noruega, destacam a integração de drones em treinamentos realistas, simulando ameaças e respostas em ambientes hostis.

O Caso da América Latina: Um Novo Ambiente de Riscos

A América Latina, tradicionalmente associada a desafios como narcotráfico e instabilidade política, está se tornando um campo de teste para o uso de drones em contextos militares e criminosos. Um evento recente ilustra essa tendência: o abate de um helicóptero da polícia colombiana por um drone em agosto de 2025, resultando na morte de vários oficiais. Esse incidente, ocorrido em uma área afetada pelo tráfico de drogas, chocou as forças de segurança da região e evidenciou a capacidade de grupos armados, como dissidentes das FARC e cartéis, de adaptar tecnologias comerciais para fins letais. A perda do helicóptero Black Hawk, atribuída a um ataque com drone, sinaliza uma mudança paradigmática na dinâmica de confrontos na região, conforme relatado por fontes jornalísticas.

Esse episódio não é isolado. Relatos indicam que drones têm sido usados para derrubar aeronaves estatais, alterando o equilíbrio de poder em áreas de conflito. Essa evolução tecnológica entre atores não estatais reflete uma tendência global, onde o acesso a equipamentos como os da DJI, amplamente disponíveis no mercado civil, é combinado com modificações para transporte de explosivos. Para o Brasil, que compartilha fronteiras extensas com países como a Colômbia e a Venezuela, essa realidade impõe a necessidade de uma resposta coordenada e inovadora, incluindo parcerias para o desenvolvimento de tecnologias de defesa, como as discutidas em análises recentes.

O Papel do Brasil no Cenário Regional

O Brasil, como maior potência militar da América do Sul, tem a responsabilidade de liderar esforços para conter a proliferação de drones em mãos indevidas. Sua posição geopolítica, aliada à vasta extensão territorial e à complexidade de sua Amazônia, torna o país um alvo potencial para ameaças híbridas que combinam tecnologia e crime organizado. Além disso, o Brasil participa ativamente de missões de paz sob o comando da ONU, onde a presença de drones poderia tanto auxiliar na estabilização quanto expor vulnerabilidades se não houver preparo adequado.

Atualmente, as Forças Armadas Brasileiras possuem um número limitado de drones militares, muitos dos quais são usados para vigilância de fronteiras e monitoramento ambiental. Contudo, o investimento em pesquisa e desenvolvimento de sistemas próprios, como os projetos liderados por empresas nacionais como a Embraer, está ganhando impulso. A modernização do equipamento e o treinamento de pessoal são passos essenciais para que o Brasil mantenha sua liderança regional e cumpra seus compromissos internacionais. Recentemente, acordos com grupos internacionais, como o da EDGE dos Emirados Árabes Unidos, visam aprimorar capacidades anti-drone.

Treinamento com Equipes ‘Azul’ e ‘Vermelha’: Uma Abordagem Estratégica

Um dos pilares para enfrentar os desafios impostos pelos drones é o treinamento especializado, que inclui simulações com equipes ‘azul’ e ‘vermelha’. As equipes ‘azul’ representam as forças amigas, responsáveis por operar e defender com drones, enquanto as ‘vermelha’ simulam adversários que utilizam a mesma tecnologia para ataques. Esse método, amplamente adotado por nações como os Estados Unidos e países da OTAN, permite identificar vulnerabilidades e desenvolver táticas de resposta em cenários realistas, como visto no exercício Joint Viking 2025, onde drones simularam ataques com bolas de tênis representando granadas.

No contexto brasileiro, o uso de drones comerciais, como os da DJI, em exercícios de treinamento pode ser uma estratégia inicial acessível. Essas simulações devem incluir cenários que repliquem o abate do helicóptero colombiano e os campos de batalha na Ucrânia, testando a capacidade de detecção e neutralização de ameaças aéreas de baixo custo. Além disso, o treinamento deve abranger o uso de drones em missões de paz, onde a distinção entre amigo e inimigo é crítica, evitando incidentes que comprometam a credibilidade das forças brasileiras no cenário internacional. A integração de lições de exercícios como o Joint Viking, com restrições a drones civis durante o treinamento, pode enriquecer essas práticas.

Contramedidas: Uma Necessidade Imperativa

Para mitigar os riscos associados aos drones, o Brasil precisa investir em contramedidas tanto ‘hard’ quanto ‘soft’. As contramedidas ‘hard’ incluem sistemas de defesa antiaérea, como canhões de tiro rápido e mísseis de curto alcance, capazes de abater drones hostis. Já as contramedidas ‘soft’ envolvem guerra eletrônica, com tecnologias de interferência ativa – que perturbam os sinais de controle – e passiva – que detectam e rastreiam os dispositivos sem engajá-los diretamente.

A guerra eletrônica, em particular, tem se mostrado eficaz em conflitos como o da Ucrânia, onde sistemas de jamming foram usados para neutralizar drones russos e ucranianos, conforme relatado em estudos especializados. No Brasil, o desenvolvimento de capacidades nesse campo poderia ser impulsionado por parcerias com a indústria de defesa nacional e internacional, incluindo colaborações com a Marinha Brasileira para tecnologias anti-drone. Investir em pesquisa local não apenas fortalece a soberania tecnológica, mas também reduz a dependência de importações, um ponto sensível em tempos de sanções internacionais, conforme discutido em análises sobre soberania tecnológica.

Joint Viking 2025: Lições da Europa para a América Latina

Uma análise recente compartilhada por um especialista em defesa, disponível em uma thread no X, oferece uma visão valiosa sobre o uso de drones em contextos militares. O autor, focado no desenvolvimento das forças armadas tchecas e na segurança da Europa Central, destaca a necessidade de adaptar táticas e tecnologias aos drones, tanto como vantagem quanto como ameaça. A thread discute o exercício Joint Viking 2025 das Forças Armadas Norueguesas, onde um "Combat Lab" simula impactos reais de sistemas não tripulados em operações terrestres, aéreas e marítimas.

A thread enfatiza que os drones adicionam uma nova camada à guerra convencional, sem substituí-la, e que exercícios como esse fornecem dados concretos para otimizar forças armadas. Vídeos anexados mostram drones em ação em terreno nevado, com imagens térmicas detectando veículos e soldados lançando granadas de treinamento, simulando ataques de maneira semelhante ao que já ocorre na Ucrânia e em outros locais.

Para o Brasil, esse exemplo reforça a urgência de agir proativamente, especialmente diante de cenários onde drones comerciais adaptados podem alterar o equilíbrio de poder em conflitos regionais, alinhando-se a investimentos em UAVs militares no país.

Desafios e Oportunidades para o Futuro

O avanço dos drones militares apresenta tanto desafios quanto oportunidades para o Brasil. Por um lado, a falta de preparo pode expor o país a riscos crescentes, especialmente em áreas de fronteira onde o narcotráfico já utiliza tecnologias adaptadas, como relatado em análises sobre o uso criminal de drones no Brasil. Por outro, o investimento em drones e contramedidas pode posicionar o Brasil como um líder em inovação militar na América Latina, fortalecendo sua presença em missões de paz e sua autonomia estratégica.

Para alcançar esse objetivo, é necessário um esforço conjunto entre o governo, as forças armadas e o setor privado. Programas de capacitação, como os que simulam o uso de equipes ‘azul’ e ‘vermelha’, devem ser ampliados, enquanto o desenvolvimento de sistemas de guerra eletrônica deve ser priorizado. Exemplos de exercícios como o Joint Viking, com restrições a drones civis durante o treinamento, destacam a importância de cenários controlados para testar contramedidas.

Além disso, a colaboração internacional, como a participação em exercícios multinacionais, pode acelerar o aprendizado. O Brasil, ao investir em tecnologias como rifles anti-drones, alinha-se a tendências globais de defesa.

Com o aumento de ataques por drones na Colômbia, incluindo bombas em veículos, a região deve priorizar inteligência compartilhada para combater essas ameaças. Essa abordagem holística, combinando treinamento, tecnologia e diplomacia, é crucial para enfrentar os desafios impostos pelos drones no século XXI.


Por Renato Henrique Marçal de Oliveira - Químico e trabalha na Embrapa com pesquisas sobre gases de efeito estufa. Entusiasta e estudioso de assuntos militares desde os 10 anos de idade, escreve principalmente sobre armas leves, aviação militar e as IDF (Forças de Defesa de Israel)


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domingo, 31 de agosto de 2025

SisGAAz e Inovação Tecnológica Marítima em Evidência no Exercício “SAREX Brasil 2025”

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Nos dias 26 e 27 de agosto, a Marinha do Brasil (MB) promoveu o Exercício de Busca e Salvamento “SAREX Brasil 2025”, voltado ao teste de tecnologias de ponta e ao fortalecimento da articulação entre setores estratégicos. Coordenadas pelo Comando de Operações Marítimas e Proteção da Amazônia Azul (COMPAAz), que atua como SALVAMAR Brasil, estrutura central do Sistema de Busca e Salvamento Marítimo (SAR), as atividades reuniram Organizações Militares, instituições acadêmicas e empresas privadas em torno de operações simuladas de resgate em águas sob jurisdição brasileira.

O exercício contou com a participação do Comando da Força Aeronaval (ComForAerNav), Centro de Hidrografia da Marinha (CHM), Centro de Análises de Sistemas Navais (CASNAV), Centro de Adestramento Almirante Marques de Leão (CAAML) e Diretoria de Gestão de Programas da Marinha (DGePM). Além disso, integraram a operação representantes da Força Aérea Brasileira (FAB), da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e das empresas CLS, OceanPact e DefenSea.

Durante a atividade, as equipes acompanharam as simulações no Centro de Controle do Tráfego Marítimo (CCTRAM), garantindo monitoramento contínuo e análise de dados em tempo real. O Comandante do COMPAAz, Contra-Almirante Alexandre Itiro Villela Assano, ressaltou que a integração entre setores público, privado e acadêmico é essencial para ampliar horizontes e gerar soluções inovadoras, não apenas na esfera militar, mas em áreas críticas para a sociedade.

“O êxito do exercício ‘SAREX Brasil 2025’, que reuniu empresas e universidades em torno de um propósito comum, evidencia como a interação entre diferentes setores amplia horizontes e multiplica possibilidades. A convergência entre capacidades operativas, conhecimento acadêmico e inovação tecnológica mostrou-se capaz de gerar soluções além do campo estritamente militar, apontando para benefícios concretos à sociedade em áreas críticas" ,afirmou o Contra-Almirante Assano, destacando o papel estratégico do Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul (SisGAAz).

O SisGAAz se posiciona como plataforma central na coordenação das operações, integrando sensores, processando grandes volumes de dados e difundindo informações em tempo real. Seu emprego fortalece a segurança da navegação, aumenta a eficácia das operações SAR e contribui para a salvaguarda da vida humana no mar. Além disso, a plataforma projeta-se como instrumento estratégico em monitoramento ambiental, proteção da biodiversidade, pesca sustentável e prospecção de recursos estratégicos, como petróleo, gás, minerais críticos e alimentos.

O exercício utilizou boias de deriva iSLDMB fornecidas pela empresa canadense DefenSea, lançadas pela aeronave SH-16 “Seahawk”. Esses dispositivos simulam o deslocamento de pessoas à deriva, transmitindo suas posições via satélite para o sistema de monitoramento. Foram integrados também dados meteoceanográficos do CHM e informações do radar de alta frequência CODAR, operado pela OceanPact, permitindo medir ondas, correntes e detectar embarcações na área de cobertura.

O SAREX avaliou ainda a alimentação do Sistema de Planejamento e Apoio à Decisão em Operações SAR (SPADSAR) com informações das boias e do radar CODAR, otimizando modelos de predição de deriva em tempo real. Uma prova de conceito do sistema CRONOS (OceanPact), originalmente voltado à deriva de óleo, demonstrou potencial para aplicação em Busca e Salvamento. O SPADSAR, desenvolvido pela CLS e integrado ao Sistema de Consciência Situacional Unificado por Aquisição de Informações Marítimas (SCUA), fornece áreas de busca sugeridas com base em dados oceanográficos.

O exercício reforçou o treinamento do Sistema SALVAMAR em todos os Distritos Navais e evidenciou o emprego dual do SisGAAz. O grande volume de dados gerados pelos sensores amplia aplicações de interesse público, incluindo detecção, monitoramento e previsão de manchas de óleo, além de apoiar pesquisas conduzidas por universidades e institutos científicos.

Os resultados consolidados do SAREX Brasil 2025 serão apresentados a órgãos civis e militares com o apoio da Secretaria da Coordenação Interministerial para os Recursos do Mar (SECIRM), reforçando a importância do SisGAAz como catalisador de pesquisa, inovação e desenvolvimento nacional.

Vinculado às vertentes de Monitoramento e Proteção do SisGAAz, o COMPAAz consolida a consciência situacional marítima e contribui para o aprestamento e emprego das Forças Navais, Aeronavais e de Fuzileiros Navais subordinadas ao Comandante de Operações Navais, fortalecendo a presença e a segurança do Brasil na Amazônia Azul.


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sábado, 30 de agosto de 2025

Reino Unido aposta no míssil Nightfall para os MLRS M270 como alternativa ao PrSM americano

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O Ministério da Defesa do Reino Unido anunciou o desenvolvimento do míssil balístico Nightfall, que será integrado aos lançadores múltiplos MLRS M270 já em operação. A proposta é criar uma solução nacional de baixo custo que possa cumprir o mesmo papel do PrSM (Precision Strike Missile), sistema norte-americano que está em fase de introdução e que representa hoje a referência no segmento de mísseis de curto alcance de precisão.

De acordo com o aviso publicado pelo MoD, o Nightfall deverá ter alcance superior a 600 km, o que o enquadra na categoria de mísseis balísticos de curto alcance (SRBM), embora o governo britânico o descreva como “tático”. A arma será capaz de transportar uma ogiva de aproximadamente 300 kg, valor próximo ao do ATACMS, antecessor do PrSM, mas com maior poder de destruição. O sistema será compatível com os MLRS M270 já existentes, permitindo o carregamento de até quatro mísseis por veículo.

Outro ponto essencial é a precisão. O MoD estabeleceu como requisito que 50% dos disparos tenham erro circular provável (CEP) inferior a 5 metros, mesmo em cenários de negação ou degradação de sinais GNSS, o que exigirá sistemas de guiagem avançados e resistentes a interferências eletrônicas. O míssil também deverá ter baixa assinatura, elevada mobilidade com processos rápidos de pré e pós-lançamento, além de manter a capacidade de transporte múltiplo nos veículos lançadores.

O maior desafio, entretanto, será equilibrar todas essas exigências com o custo de produção. O programa estipula que cada míssil Nightfall deve custar menos de US$ 675 mil por unidade (sem contar a ogiva), além de estabelecer uma cadência mínima de 10 unidades por mês para produção em série. Considerando o alcance desejado, a necessidade de sistemas de guiagem resistentes a bloqueio de sinais e a precisão exigida, especialistas avaliam que esse teto orçamentário é ambicioso e poderá forçar ajustes no projeto. A solução para manter a compatibilidade com os lançadores, por exemplo, pode estar no uso de aletas dobráveis, mas isso também adiciona complexidade e custos.

O cronograma também impressiona pela agressividade: o Ministério da Defesa espera que o desenvolvimento inicial seja concluído em 9 a 12 meses, com ao menos cinco protótipos de teste prontos até o fim desse prazo. Isso representa uma aceleração significativa em comparação com programas tradicionais de mísseis, e indica o nível de prioridade que o Reino Unido está atribuindo ao projeto.

Mais do que apenas um programa de armamento, o Nightfall reflete a busca do Reino Unido por autonomia estratégica e pela redução da dependência de sistemas norte-americanos, em um momento em que a competição global por capacidades de ataque de precisão se intensifica. Caso os objetivos sejam alcançados, os MLRS M270 britânicos ganharão um míssil com alcance ampliado, maior letalidade e custos inferiores ao PrSM, reforçando a capacidade de dissuasão do país no cenário europeu e além.


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Projeto P-75I: Índia investe US$ 8,4 bi em seis submarinos Tipo 214 contra avanço chinês

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A Índia confirmou a aquisição de seis submarinos de propulsão independente do tipo 214, de projeto alemão, dentro do Programa P-75I, estimado em US$ 8,4 bilhões. O objetivo é equilibrar suas capacidades estratégicas frente à crescente presença da Marinha chinesa no Oceano Índico e modernizar uma frota que sofre com o envelhecimento de seus atuais meios.

O Comitê de Segurança do Gabinete indiano aprovou a decisão em 24 de agosto, abrindo caminho para as negociações contratuais. Os submarinos serão construídos localmente pela Mazagon Dock Shipbuilders Limited (MDL), em Mumbai, com apoio da alemã ThyssenKrupp Marine Systems (TKMS), reforçando a transferência de tecnologia e a integração industrial nacional.

Características técnicas e operacionais

O Tipo 214 é um submarino diesel-elétrico de 84 metros de comprimento e 1.700 toneladas de deslocamento, equipado com sistema de propulsão independente de ar (AIP) baseado em célula de combustível de hidrogênio. Essa tecnologia comprovada permite que a embarcação permaneça submersa por mais de 20 dias, um diferencial importante para patrulhas discretas no Índico.

Com autonomia de até 8.000 milhas náuticas, o submarino é adequado tanto para operações costeiras quanto para missões em pontos estratégicos de estrangulamento marítimo. A plataforma possui oito tubos de proa capazes de lançar torpedos pesados e mísseis antinavio Harpoon, além de sistemas modernos de sonar e gerenciamento de combate, que ampliam sua percepção situacional e eficiência operacional.

Experiência internacional com o Tipo 214

A escolha indiana reflete a confiança global no projeto. A Grécia foi a primeira nação da OTAN a adotar o Tipo 214, embora tenha enfrentado atrasos iniciais devido a ajustes de assinatura acústica no submarino Papanikolis. A Turquia incorporou seis unidades do modelo, batizadas de classe Reis, com forte nacionalização, incluindo sensores, sistemas de combate e torpedos próprios. Já a Coreia do Sul opera o Tipo 214 localmente sob a designação classe Son Won-il, consolidando o uso do projeto em diferentes marinhas.

A decisão de Nova Déli também representa uma preferência pela maturidade tecnológica em detrimento da inovação ainda instável. O concorrente espanhol S-80 enfrentou problemas de flutuabilidade e distribuição de peso, o que fez do projeto alemão uma aposta mais segura para atender às necessidades urgentes da Índia.

Rivalidade estratégica no Indo-Pacífico

A aquisição ocorre em um contexto de intensificação da rivalidade com a China. A Marinha do Exército de Libertação Popular (ELP) expandiu suas operações no Oceano Índico, deslocando tanto submarinos nucleares quanto convencionais e apoiando-se em bases avançadas na região.

A Índia, por sua vez, aposta em uma estratégia mista: enquanto desenvolve submarinos nucleares de mísseis balísticos (SSBN) e planeja submarinos de ataque nuclear (SSN) para patrulhas de dissuasão de longo alcance, vê no Tipo 214 uma solução complementar. As embarcações convencionais, mais furtivas e de custo relativamente baixo, serão cruciais para a defesa costeira e para a vigilância de áreas sensíveis do Índico.

Impacto industrial e próximos passos

Fontes ligadas à defesa afirmam que o contrato com a TKMS não apenas preenche uma lacuna crítica de capacidade, diante da obsolescência das classes Kilo e Tipo 209 em serviço na Índia, mas também reforça os laços estratégicos com a Europa.

As entregas estão previstas para começar no início da década de 2030, condicionadas ao sucesso da transferência de tecnologia e da construção local pela MDL. Se bem-sucedido, o P-75I não só renovará a frota indiana, mas também consolidará sua posição como uma das principais forças submarinas do Indo-Pacífico.



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