Mais vale tarde do que nunca?
No início do ano, o principal navio da classe Borei, o Yuri Dolgoruky, foi entregue à Marinha. A sua construção fora iniciada em 1995. O Severodvinsk demorou ainda mais tempo, pois a sua construção fora lançada em 1993. A construção do Aleksandr Nevsky foi mais rápida e começou em 2004.
Porém, é preciso compreender os fatores que influenciaram a construção do Yuri Dolgoruky e do Severodvinsk: o financiamento estável e os trabalhos regulares começaram apenas nos meados dos anos 2000. Antes disso, ambos os submarinos eram apenas secções separadas quase sem nada no interior. Além disso, ambos os projetos tiveram de ser adaptados a novos equipamentos.
Hoje, os prazos de construção são reduzidos: em 2014, deverá ser entregue à Marinha o terceiro submarino do projeto 955: Vladimir Monomakh, cuja construção foi iniciada em 2006. E planeja-se reduzir até 4 anos o prazo de construção do quarto e dos restantes Borei. O mesmo deve acontecer com os Yasen.
Por enquanto, o principal problema dos Borei continua a ser o fato de o complexo de mísseis Bulava ainda não estar perfeito, porém, isso deverá ficar resolvidos nos próximos 1-2 anos.
Contenção nuclear e convencional
A função dos Yasen e dos Borei é idêntica, mas tem diferenças substanciais. Os Borei Dolgoruky, Nevsky e seguintes são porta-mísseis estratégicos. Cada um transporta a bordo 16 mísseis balísticos com cargas nucleares.
A principal arma dos Yasen são as rampas de lançamento universais que comportam até 32 complexos de mísseis de cruzeiro Oniks e/ou Kalibr. Dependendo dos armamentos, os Yasen podem atingir alvos submarinos e costeiros a uma distância até 2.800 quilômetros. O raio de alcance dos mísseis antinavio é menor: até 300 quilômetros, mas eles têm uma maior velocidade de voo.
A diversidade e a alta precisão dos mísseis de cruzeiro permite utilizar os submarinos do tipo Yasen para tarefas de contenção convencional, eles podem atingir eficazmente infraestruturas militares, incluindo componentes do sistema de prevenção avançada e de defesa antimíssil. Além disso, podem atacar esquadras de porta-aviões e os seus torpedos e hidra-acústica permitirão combater contra porta-mísseis estratégicos do adversário.
Em geral, no quadro do atual programa estatal de armamento, a Marinha deverá receber até 2020 oito submarinos dos projetos 955 Borei e 885 Yasen. Atualmente, foram entregues à Marinha de Guerra da Rússia dois Borei e, nos próximos tempos, espera-se a entrega do primeiro Yasen, em diversas fases de construção e testes encontram-se mais dois Borei e dois Yasen. Em 2014, espera-se o início da construção de pelo menos dois dos quatro submarinos de ambos os projetos.
Não só dos Yasen...
Não obstante todas as qualidades do projeto 885 Yasen, ele tem uma desvantagem substancial: o preço destes submarinos é de cerca de 100 bilhões de rublos. Isto é condicionado pelas suas enormes dimensões e caraterísticas técnicas, juntando-se a isso as possibilidades de combate. Além disso, as tarefas da Marinha de Guerra da Rússia não poderão ser resolvidas exclusivamente à custa da construção de um pequeno número desses submarinos.
No melhor dos casos, os Yasen são capazes de substituir os “caçadores de porta-aviões” do projeto 949A Antei. Porém, a Marinha necessita de pelo menos 15 a 20 modernos submarinos nucleares multifuncionais para realizar as tarefas diárias de seguir os submarinos e navios do provável adversário, bem como para proteger os porta-mísseis dos submarinos -“caças” inimigos. E, finalmente, para a presença regular nas regiões fulcrais do oceano com a possibilidade da atual rotação de forças e do seu aumento.
O novo projeto Malakhita do Bureau Naval de Construção de Máquinas de São Petersburgo deverá precisamente corresponder a esses requisitos. A construção do submarino deve começar por volta de meados da década. Ele irá ter medidas e um arsenal menores em comparação com o Yasen. Isso tornará a construção significativamente mais rápida. Em combinação com os submarinos a diesel da nova geração, os três novos submarinos do projeto Yasen, os Borei e o promissor submarino Malakhita constituirão a base das forças submarinas da Marinha de Guerra da Rússia nos próximos 30-40 anos.

Fonte: Voz da Rússia