domingo, 14 de novembro de 2021

Primeiro-Ministro polonês pede "medidas concretas" da OTAN em meio à crise na fronteira com Bielo-Rússia


A OTAN deve tomar "medidas concretas" para resolver a crise de imigrantes na fronteira com a Bielo-Rússia, disse o primeiro-ministro polonês neste domingo (14), acrescentando que Polônia, Lituânia e Letônia podem solicitar consultas sob o tratado da aliança.

A UE acusa Minsk de orquestrar a crise para pressionar o bloco sobre as sanções, mas a Bielo-Rússia negou repetidamente. Alguns países da região alertaram que o impasse pode se transformar em conflito militar.

"Não é suficiente apenas expressarmos publicamente nossa preocupação, agora precisamos de medidas concretas e do compromisso de toda a aliança", disse Mateusz Morawiecki à agência de notícias estatal polonesa PAP.

De acordo com o Artigo 4 do tratado da OTAN, qualquer aliado pode solicitar consultas sempre que, na opinião de qualquer um deles, sua integridade territorial, independência política ou segurança estiver ameaçada.

O presidente russo, Vladimir Putin, um dos principais apoiadores do líder bielorrusso Alexander Lukashenko, disse que a Rússia está pronta para ajudar a resolver a crise, informou a agência de notícias RIA neste domingo (14), citando uma entrevista em um canal de TV estatal.

Morawiecki disse ao PAP que os líderes da UE discutiriam mais sanções contra a Bielo-Rússia, incluindo o fechamento completo da fronteira.

O chefe de política externa da UE, Josep Borrell, disse que o bloco vai ampliar as sanções contra a Bielo-Rússia na segunda-feira para incluir companhias aéreas e agências de viagens que se acredita estarem envolvidas no transporte de migrantes.

Morawiecki disse que a UE deveria financiar conjuntamente um muro de fronteira.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, falou com o ministro das Relações Exteriores polonês Zbigniew Rau no sábado e disse que as ações da Bielo-Rússia ameaçam a segurança regional e desviam a atenção das atividades militares russas na fronteira com a Ucrânia, disse o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price.

"O secretário Blinken reafirmou o apoio dos EUA à Polônia em face da cínica exploração de migrantes vulneráveis ​​pelo regime de Lukashenka", disse Price em um comunicado no domingo.

TENSÃO DA FRONTEIRA

Enquanto isso, as forças polonesas descreveram uma situação cada vez mais tensa na fronteira, com a Guarda de Fronteira dizendo que os migrantes estavam recebendo instruções e equipamentos dos guardas bielorrussos e que esperavam outra "grande tentativa" de passagem.

"Enormes toras de madeira estão sendo trazidas, provavelmente para abaixar a cerca", disse a porta-voz da Guarda de Fronteira Katarzyna Zdanowicz à emissora privada TVN24.

O serviço de blogging bielorrusso NEXTA compartilhou um vídeo do que dizia ser uma grande coluna de migrantes caminhando em direção à fronteira.

Imagens postadas no Twitter pelo Ministério do Interior polonês mostraram o que parecia ser um canhão de água implantado na fronteira, enquanto uma mensagem gravada alertava os migrantes que a força poderia ser usada contra eles se não seguissem as ordens.

A ONG Grupa Granica disse em um comunicado que recebeu informações sobre as tentativas da Bielo-Rússia de forçar os migrantes a usarem violência contra oficiais poloneses.

"Devido ao risco de escalada da violência, queremos lembrar a todas as partes que os migrantes não são agressores, mas reféns do regime de Lukashenko", escreveu o documento.

O porta-voz do Comitê Estadual da Guarda de Fronteira da Bielo-Rússia, Anton Bychkovsky, disse que as acusações eram desinformação. “Não corresponde à realidade”, afirmou.

No sábado, um grupo de cerca de 50 migrantes rompeu as defesas na fronteira e entrou na Polônia perto da vila de Starzyna, disse a polícia no domingo. A Guarda de Fronteira disse ao PAP que todos foram pegos.

Fonte: Reuters

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