segunda-feira, 8 de março de 2021

Democrata Adam Smith critica F-35 e sugere alternativas ao caça de 5ª geração


O "The Washington Post" publicou na última sexta-feira (5) uma matéria sobre o posicionamento do presidente democrata do Comitê de Serviços Armados da Câmara, o deputado Adam Smith, que se referiu ao F-35 Joint Strike Fighter produzido pela Lockheed Martin como um "buraco de rato". A referência ao programa ocorreu durante um 
evento virtual com a Brookings Institution na sexta-feira (5), e sugeriu que os EUA deveriam considerar se "reduziriam suas perdas" investindo em uma variedade de aeronaves de combate concorrentes.

O deputado Adam Smith, tem um forte interesse político na possibilidade de diversificação das compras pela USAF, eleito pelo Distrito de Seattle, Smith é opositor do programa JSF (Joint Strike Fighter) desde a derrota da Boeing com seu proposto Boeing X-32, lembrando que Seattle tem uma grande relação de dependência da Boeing, onde a industria é um dos maiores investidores e geradores de postos de trabalho naquele distrito. 

A adoção de um mix de aeronaves como forma de garantir a USAF manter seu poderio aéreo a um custo bem mais palatável que o representado pelo custo operacional do F-35, abriria uma ótima oportunidade para Boeing abocanhar novos contratos junto a USAF, onde sua principal aposta tem sido o Boeing F-15EX, variante mais avançada do consagrado "Eagle", aeronave que apesar do idade avançada do projeto original, se mostra ainda um vetor altamente capaz no cenário de guerra moderna para garantir a supremacia aérea, principalmente se combinado a operação conjunta com meios stealth, como é o caso do próprio F-35 alvo de diversas críticas por lobistas e outros setores do governo americano.

“Eu quero parar de jogar dinheiro naquele buraco de rato em particular”, disse Smith em uma conversa via webcast com Michael O'Hanlon da Brookings.

Ele caracterizou o F-35 como uma plataforma de defesa excessivamente cara com capacidades decepcionantes. Criticando os custos de operação como “brutais” e disse não acreditar que um dia esses números possam cair. A solução, segundo ele, seria investir em outros caças para que o Departamento de Defesa tenha uma gama de opções ao seu alcance.

“O que vou tentar fazer é descobrir como podemos obter uma combinação de aeronaves de combate com a melhor relação custo-benefício. Uma grande parte disso é encontrar algo que não nos obrigue a confiar no F-35 pelos próximos 35 anos ”, disse Smith.

O F-35 foi projetado para servir como uma aeronave de ataque que pode empregar armamento avançado, empregando sofisticados dispositivos eletrônicos de interferência e evitar a detecção do inimigo em virtude de seu design furtivo. Ele também possui capacidades de vigilância e comunicação através de um sofisticado Link que o conectam a outros ativos das Forças Armadas dos Estados Unidos.

Mas o programa deve custar mais de 1 trilhão de dólares ao longo de sua vida útil de 60 anos, tornando-o o programa de armas mais caro da história dos Estados Unidos. Seu preço unitário caiu recentemente para menos de 80 milhões de dólares, tornando-o mais barato do que o Boeing F15-EX no que tange ao cust "fly away". Porém, embora tenha alcançado em parte a meta de atingir um custo unitário mais baixo, resultado do fato do aumento expressivo em suas carteira de encomendas, na qual o Departamento de Defesa dos EUA figura como mais importante cliente, comprando mais unidades e gastando mais no programa como um todo, o custo operacional do F-35 continua muito alto e distante da realidade de muitos hipotéticos clientes da OTAN e demais aliados, limitando os mesmos a aquisição de um número muito limitado de unidades, o que não ajuda na diluição dos custos operacionais, sendo um ponto criticado pelos opositores ao programa.

O F-35 é um caça avançado, cuja combinação de furtividade, consciência situacional e poder de fogo o torna um importante dissuasor a hipotética agressão de nações hostis como Rússia ou China. Mas a aeronave tem apresentado sérias dificuldades em manter os índices de disponibilidade, um problema causado em grande parte pelo desafio logístico de manter suas peças sobressalentes avançadas prontamente disponíveis em todo o mundo, um exemplo claro é que mesmo após a expulsão da Turquia do programa JSF, a mesma continua atuando como um dos importantes fornecedores da cadeia logística do F-35, com sua industria ativamente produzindo importantes componentes da aeronave.

Um relatório de 2019 do Government Accountability Office concluiu que a frota geral de F-35 era capaz de realizar todas as suas missões com índice de disponibilidade de aproximadamente 34%, porém, este relatório considerou toda a frota, o que torna o dado muito longe da realidade, uma vez que se consideram unidades de avaliação e treinamento. Outro relatório publicado que considera como métrica apenas os F-35 “codificados para combate”, a taxa de disponibilidade é muito mais alta em cerca de 80%, o que melhor reflete a real capacidade operacional do caça, embora os custos hora/voo sejam quase o dobro do F-15EX.

O Pentágono já está buscando alternativas. Está nas fases iniciais de desenvolvimento de uma nova geração de aeronaves de combate, denominado Next Generation Air Dominance, ou NGAD, que acabará por substituir futuramente o F-35 e demais plataformas aéreas. A USAF tem avaliado a possibilidade de retomar as comprar de aeronaves F-16 "Viper", e já realizou a encomenda de um lote da mais nova variante do "Eagle", o F15-EX da Boeing para dar-lhe uma alternativa de menor custo operacional.

Doug Birkey, diretor executivo do Instituto Mitchell de Estudos Aeroespaciais, afiliado à Associação da USAF, disse que seria tolice reduzir significativamente o programa JSF no momento em que ele está apenas começando a se consolidar, o que resultará em escala e consequentemente na redução dos custos operacionais ao longo de alguns anos. Os Estados Unidos já investiram incontáveis ​​bilhões em seu desenvolvimento e podem muito bem colher os frutos, disse ele.

Reduzir o programa de aquisição e desenvolvimento do F-35 neste ponto “seria como comprar toda a madeira para construir uma nova casa, chegar na metade da construção e então dizer 'sabe de uma coisa, não quero pagar pela pintura, ” disse Birkey.

O F-35 apesar dos altos custos envolvidos em sua fase operacional, entrega muito mais que os demais meios hoje em operação, superando as hipotéticas ameaças no horizonte representadas pelos desenvolvimentos russos e chineses, os quais apesar do empenho, ainda estão anos atrás das capacidades oferecidas pelo F-35 em suas três variantes.


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com informações do The Washington Post


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