Em 4 de julho de 1974, o navio "Hughes Glomar Explorer" realizou uma missão histórica e secreta, conhecida como "Projeto AZORIAN", para recuperar os destroços de um submarino soviético afundado no Oceano Pacífico. Sob a fachada de uma expedição de mineração oceânica liderada pelo bilionário Howard Hughes, o verdadeiro objetivo era uma ousada operação da CIA para obter inteligência estratégica crucial da Guerra Fria.
Durante o processo de içamento, quando o submarino estava a um terço do caminho para a superfície, ele se partiu, resultando na perda de uma seção significativa, que voltou a afundar. Apesar do contratempo, a equipe conseguiu capturar uma parte do submarino e içá-lo com sucesso. A operação foi conduzida sob extrema vigilância, com navios soviéticos monitorando de perto os movimentos do Glomar Explorer, sem suspeitarem da real natureza da missão.
Após o primeiro esforço de recuperação, a CIA planejou uma segunda operação para resgatar a parte do submarino que havia ficado no fundo do mar. No entanto, antes que essa nova missão pudesse ser realizada, a história foi exposta publicamente, revelando que a "expedição de mineração" de Hughes era, na verdade, uma operação secreta da CIA. Com isso, o Projeto AZORIAN foi abruptamente encerrado.
Apesar de não ter atingido todos os seus objetivos, a operação é considerada um dos maiores feitos de inteligência da Guerra Fria. A recuperação parcial do submarino forneceu informações valiosas sobre as capacidades militares soviéticas, contribuindo para o entendimento estratégico dos EUA.
Além disso, o Projeto AZORIAN foi uma proeza da engenharia. A tecnologia desenvolvida para içar grandes cargas do fundo do mar impulsionou inovações na mineração oceânica e na engenharia de resgate. O *Glomar Explorer*, após o fim da operação, teve uma segunda vida como um navio de perfuração e operou por mais de 15 anos antes de ser aposentado em 2015.
Um dos componentes centrais dessa operação, o guindaste Sun 800, utilizado no Glomar Explorer, também tem uma história de destaque. Ele foi renomeado várias vezes, passando por diversas mãos, até se tornar o *Chesapeake 1000*, também conhecido como "Chessy". Esse guindaste continuou a ser utilizado em uma ampla gama de projetos, desde construções até missões de salvamento.
Embora o Glomar Explorer tenha sido desmantelado e sucateado, o legado do Projeto AZORIAN e do Chessy permanece. A história desse guindaste, que passou de uma ferramenta de espionagem a uma peça essencial de engenharia, reflete a evolução tecnológica que marcou a Guerra Fria.
Hoje, o "Chesapeake 1000" continua em operação, seu futuro incerto e repleto de novas possibilidades, mantendo viva a memória de um dos capítulos mais intrigantes da espionagem e engenharia naval.
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Com CIA
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