sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Após recusa britânica, EUA e França mantêm planos de ataque à Síria

 
Os Estados Unidos e a França mantiveram seus planos de intervenção militar na Síria mesmo após o Parlamento britânico rejeitar uma ação no país árabe. Os dois países buscam retaliar o regime de Bashar al-Assad pelo suposto uso de armas químicas em um ataque em Damasco, na semana passada.
 
As declarações foram feitas horas após o Parlamento britânico rejeitar a ação militar, por 285 votos a 272, hipótese apresentada pelo primeiro-ministro David Cameron. Os legisladores não ficaram convencidos com os argumentos apresentados sobre o uso dos agentes químicos.
 
A votação foi marcada também pelo temor de uma situação similar à Guerra do Iraque, quando o então primeiro-ministro, Tony Blair, autorizou a intervenção mesmo não tendo provas cabais da existência de armas de destruição em massa no regime de Saddam Hussein. Anos depois, a acusação foi refutada, provocando fortes críticas.
 
COALIZÃO
 
Em entrevista nas Filipinas, o secretário de Defesa americano, Chuck Hagel, disse que os EUA continuam a buscar uma coalizão internacional para responder ao regime de Assad. Ele disse respeitar a decisão dos britânicos e diz que vai consultá-los caso intervenham na Síria.
 
"Nossa abordagem é continuar a buscar uma coalizão internacional que atuará em conjunto. E eu acho que vocês estão vendo uma série de países anunciar, anunciar publicamente, sua posição sobre o uso de armas químicas."
 
Hagel disse que não iria "especular sobre situações hipotéticas", quando perguntado se havia alguma coisa que Assad poderia fazer nesta fase final para deter a ameaça de uma ação militar estrangeira.
 
"Eu não fui informado de qualquer alteração na posição do regime Assad sobre qualquer assunto. Então, eu lido com a realidade do que temos", disse.
 
A Casa Branca consultou na quinta-feira (29) os líderes do Congresso para comunicar as informações em seu poder sobre o ataque com armas químicas na Síria e a eventual ação militar contra o regime de Assad.
 
Segundo o representante democrata Eliot Engel, o presidente americano, Barack Obama, ainda não tomou uma decisão sobre o ataque e "a equipe de segurança nacional segue avaliando suas opções e manterá consultas com o Congresso".
 
HOLLANDE
 
Assim como os EUA, a França também não descartou uma ação militar na Síria. O presidente François Hollande afirmou em entrevista ao jornal "Le Monde" que ainda defende uma ação punitiva "firme" em resposta ao ataque químico, que ele disse ter causado dano "irreparável" ao povo sírio.
 
"Todas as opções estão sobre a mesa. A França quer uma ação proporcional e firme. Cada país é soberano sobre participar ou não em uma operação. Isso é válido para o Reino Unido da mesma forma que para a França."
 
Hollande negou que pretenda agir na Síria antes da saída dos inspetores da ONU, prevista para sábado (31), embora não tenha descartado uma intervenção armada antes da próxima quarta-feira (4), quando o Parlamento francês analisará as acusações contra o regime sírio.
 
A pressão ocidental contra Assad aumentou na última semana após denúncia dos rebeldes sírios de que o regime comandou um ataque de armas químicas na periferia da capital Damasco, no último dia 21.
 
A oposição afirma que 1.300 pessoas morreram na ação, enquanto a organização Médicos sem Fronteiras cifra as mortes em 355. O regime sírio nega a ação e apresentou à ONU na última quarta-feira (28) um documento com provas que incriminariam os rebeldes pelo ataque químico.
 
A denúncia foi feita três dias após a chegada dos inspetores da ONU a Damasco para verificar denúncias de armas químicas. Após pressão da comunidade internacional, os agentes começaram a investigar a hipótese, deixando de lado a missão inicial.
 
Fonte: Folha
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