quarta-feira, 29 de junho de 2011

Airbus vende 88 aviões A320 às empresas chinesas CAS e ICBC

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A Airbus anunciou nesta terça-feira a venda de 88 aviões do modelo A320 de um só corredor à CAS (Companhia Chinesa de Serviços Aéreos) e à filial do gigante bancário ICBC (Banco Industrial e Comercial da China).

O presidente da Airbus, Tom Enders, assinou com o presidente da CAS, Li Hai, o acordo geral de venda destes aviões, cujo preço é de entre US$ 65 milhões e US$ 100 milhões, segundo as características da aeronave.

A Airbus detalhou em comunicado que a ICBC Leasing assinou um contrato de aquisição de 42 das aeronaves, o que constitui o primeiro pedido feito pela filial do banco chinês, o maior do mundo por valor de mercado, a um fabricante de aviões.

Li Xiaopeng, presidente desta companhia de leasing, que conta por enquanto com uma frota de 68 aviões, destacou que a decisão "estratégica" foi tomada após "uma avaliação e um estudo em profundidade do mercado".

Os dois dirigentes chineses destacaram as qualidades dos A320, em particular sua "regularidade técnica elevada e os baixos custos operacionais", assim como sua eficiência em termos econômicos.

"Estamos contentes de ter recebido um novo pedido da CAS, um cliente nosso há muito tempo, e também a primeira encomenda do ICBC Leasing", declarou Enders, que afirmou estar convencido de que os aviões "contribuirão com o crescimento e o êxito do setor da aviação na China".

Fonte: EFE
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terça-feira, 28 de junho de 2011

Navio com blindados chegou na última sexta ao Porto de Rio Grande

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Atracou na manhã da última sexta-feira, no Porto de Rio Grande, o navio Grande Brasile, de bandeira italiana. A bordo dele, 38 blindados de guerra, que fazem parte do projeto Leopard, do Exército brasileiro. Inicialmente previsto para quinta-feira, o desembarque dos carros só foi possível na sexta, em função do mau tempo.

O projeto Leopard é um contrato de compra e apoio do Ministério da Defesa brasileiro com a Alemanha, com o objetivo de modernizar e reaparelhar as unidades blindadas do Exército. Já foram adquiridas 220 viaturas blindadas de combate, sete especializadas de socorro, quatro Lança Pontes (VBE L Pnt), quatro viaturas de Combate de Engenharia e quatro de Escola de Motorista.

Este foi o quinto lote de aquisições do governo brasileiro. Ao todo, sete compras estão previstas até o início de 2012. Os carros serão encaminhados para Santa Maria por meio rodoviário.

O fornecimento de diversos equipamentos de simulação, rádios, ferramentas, suprimentos e manuais estão incluídos no projeto. Também está previsto o treinamento de recursos humanos e o suporte logístico para todos os materiais de emprego militar.

Fonte: ZERO HORA
Sugestão: Lauro
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Projeto de defesa chinês será um "alvo grande e gordo" para a Marinha dos EUA

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Fazem mais de vinte anos desde que a Marinha dos EUA obteve uma expressiva arma em caso de guerra. Na década de 1970 e 1980 a Marinha Soviética produziu uma série de grandes navios de superfície para contrapôr a Marinha dos EUA. Havia um grande número de classes de destroyers e até mesmo cruzadores da classe Kirov de propulsão nuclear. Em seguida, houve vários porta-helicópteros da classe Moskva, porta-aviões Kiev e Tbilisi / Admiral Kuznetsov. No seu auge, a Marinha soviética possuía mais de sessenta grandes navios de superfície. Hoje esse número foi reduzido para cerca de 28 e sem porta-aviões.

Agora a China está oferecendo a Marinha dos EUA a oportunidade de praticar suas estratégias de observação e combate. Segundo relatos de Westpac, a China enviará seu primeiro porta-aviões para realizar testes no mar na próxima semana. É também um velho navio, o Varyag, um porta-aviões da era soviética que estava em construção quando o "Império do Mal" entrou em colapso há vinte anos. Sua construção estava parcialmente concluída no cais por anos antes de a Marinha da China fazer uma proposta por ele. Lá ele permaneceu ainda por alguns anos, enquanto Pequim e Moscou discutiam os planos de construção, o preço e quem faria o trabalho restante para concluir o navio. Finalmente, em 2000, foi rebocado para o porto chinês de Dalian, onde foi submetido a reconstrução e armamento desde então.

Aparentemente, o ex-Varyag, agora teria sido nomeado Shi Lang, está pronto para sua festa de debutante. O porta-aviões chinês é um grande navio, mais de 900 pés. Que vai incorporar aeronaves de decolagem e aterrissagem convencional. O principal candidato para este papel é o J-15, inspirado no caça Sukhoi Su-33 naval russo. O J-15 também pode incluir aviônicos e equipamentos do J-11B, que é baseado no russo Su-27. Além disso, há relatos de que a China está desenvolvendo o J-18 Red Eagle, uma aeronave de decolagem e aterrissagem curta/vertical (VSTOL). O que ainda é obscuro são os planos de desenvolvimento de aeronaves de apoio que são necessários para a condução de operações aéreas.

Parece que a China não apenas comprou um ex-porta-aviões soviético, mas significativamente, ela comprou a visão de uma potência mundial crescente exigindo para tanto uma Marinha de água azul. No processo, a União Soviética perdeu enormes recursos criando forças navais que foram praticamente irrelevantes política e militarmente. Já a China, como a União Soviética / Rússia é uma potência continental. Mesmo com uma economia em crescimento, Pequim não terá os recursos para construir a curto prazo uma força aérea eficaz e uma marinha de água azul.

Além disso, a implantação de um porta-aviões, mesmo com um complemento de aeronaves de ataque não é a mesma coisa que ter um grupo de ataque operacionalmente eficaz. A Marinha chinesa terá que desenvolver a capacidade de fornecer defesa aérea contra mísseis de 360º, uma frota de ASW, um sistema de coordenação ar / mar e uma frota de submarinos SSN. Onde seria equivalente a marinha chinesa ao sistema Aegis de defesa aérea, ou ao E-2D de vigilância aérea e C2 ou aos SSN da Classe Los Angeles?

A realidade é que a Marinha dos EUA deve saudar o esforço chinês para criar a sua própria marinha de águas azuis. A Marinha dos EUA tem uma história de setenta anos de capacidade de engajar e destruir frotas de superfície hostil. O nome Shi Lang também pode ser traduzido como "alvo grande e gordo".

Fonte: Defense & Professional
tradução e Adaptação: Angelo D. Nicolaci

Nota do Blog: Este artigo de origem americana demonstra o quanto os americanos ainda subestimam as capacidades e o vertiginoso desenvolvimento chinês, como bom observador e atento analista, acredito que dentro de poucos anos veremos uma China muito bem equipada e superando em larga escala as projeções dos ditos especialistas americanos. Claro que não vejo a China como uma super potência militar nos moldes americanos, mas com potencial suficiente para impôr sua posição no mundo.
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IAI e Airbus Military assinam parceria para desenvolver sistema de controle e alerta

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A Israel Aerospace Industries (IAI) e a Airbus Military anunciaram na última terça-feira (21), durante o Paris Air Show 2011, em Le Bourget (França), uma parceria para desenvolver e comercializar um sistema de Controle e Alerta Antecipado Aerotransportado (AEW&C). O resultado será uma nova versão da plataforma do Airbus Military C295, embarcado com o sistema AEW&C, produzido pela ELTA Systems, subsidiária da IAI. O principal sensor do sistema será a quarta geração do radar Active Electronically Scanned Array (AESA), da ELTA. O conjunto aeronave/radar receberá o nome de C295 AEW&C.

O novo sistema vem sendo concebido para proporcionar 360º de vigilância com alta qualidade, criando quadros situacionais marítimos e aéreos on line em tempo real, além de ordem eletrônica de combate. O quadro situacional pode, ainda, ser compartilhado com forças aliadas por meio de Network Centric data links.

De acordo com o presidente da ELTA Systems, Nissim Hadas, os conflitos emergentes em todo o mundo estão enfatizando a importância de frotas aéreas para missões especiais. “Temos certeza de que, unindo forças, poderemos oferecer ao mercado a solução ideal com a tecnologia certa”, comentou.

A nova geração do C295 é ideal para transporte militar e missões civis como ajuda humanitária, segurança nacional, de patrulha marítima e vigilância ambiental.


Empresa estatal, a IAI é a maior exportadora israelense de produtos de defesa. No Brasil ela é representada pela EAE Soluções Aeroespaciais, uma joint venture com o Grupo Synergy.

Fonte: Grupo Synergy
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Entre o novo e o velho mundo: reação e contra reação hegemônica

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Os Estados Unidos enfrentam gradual perda de espaços estratégicos, proporcionais a sua crise e à vitalidade das “novas nações”. Mesmo que lenta, e até negada pelos que discordam das hipóteses do declínio, esta redução de projeção e de eficiência é concreta, caracterizada por um avanço gradual das nações emergentes em alianças de geometria variável, organizações internacionais governamentais e em zonas de influência tradicionais do ocidente com a América Latina e África.

Enquanto a sociedade norte-americana e a europeia continuam dando sinais de desgaste, os emergentes ocupam espaços econômicos e políticos. Neste cenário destacam-se a eleição de José Graziano da Silva como chefe da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), a presença de Lula como chefe da Missão Diplomática na África para a 17ª Assembléia da União Africana, a inclusão da África do Sul nos BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), dentre outros. Com isso, os Estados Unidos enfrentam gradual perda de espaços estratégicos, proporcionais a sua crise e à vitalidade das “novas nações”.

Mesmo que lenta, e até negada pelos que discordam das hipóteses do declínio, esta redução de projeção e de eficiência é concreta, caracterizada por um avanço gradual das nações emergentes em alianças de geometria variável, organizações internacionais governamentais e em zonas de influência tradicionais do ocidente com a América Latina e África. No Oriente Médio observam-se as Primaveras Árabes e a dificuldade em sustentar no poder regimes aliados autoritários, controlar as transições posteriores depois da queda destes aliados e, em países não aliados, acelerar as movimentações populares para recuperar espaços como na Líbia ou na Síria. Independente do desfecho que venha a ter a situação de Kadafi na Líbia, incluindo o recente mandato para sua prisão emitido pelo Tribunal Penal Internacional, é patente a dificuldade da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). Desde a autorização do Conselho de Segurança das Nações Unidas (em votação na qual os emergentes se abstiveram, Brasil, Rússia, Índia e China, ao lado da Alemanha), a OTAN tem bombardeado fortemente o território líbio, sem solução decisiva, subestimando a resistência do regime vigente.

Frente a esta realidade, desde a morte de Osama Bin Laden em maio de 2011, o Presidente Barack Obama tem empreendido uma significativa ofensiva externa, acompanhado pela Secretária de Estado Hillary Clinton. Tal ofensiva, além de representar um reposicionamento tático da administração democrata visando ocupar espaços internos diante da fragmentada oposição republicana, demonstra uma real preocupação dos EUA com a crescente perda de espaços estratégicos.

A ofensiva, entre maio e junho, consistiu-se em quatro frentes, em ordem cronológica: Oriente Médio e Norte da África, emergentes, África e Afeganistão. Comum a todas, a “disposição” norte-americana em ajudar aliados democráticos, mas, ao mesmo tempo, em reafirmar liderança. Outro fator de convergência é a resposta aos emergentes. Em termos específicos, a preocupação em sinalizar ao público doméstico que as ações externas não significam desatenção aos problemas internos, mas que a América precisa continuar presente no mundo.

No que se refere ao Oriente Médio e Norte da África, o discurso de Obama em 19 de maio de 2011, ecoou o de janeiro de 2009 sobre a importância da democracia na região, sob o signo de uma realidade diferenciada. Se em 2009 a região mantinha-se à margem dos movimentos populares, em 2011, a mesma tornou-se foco de renovadas dimensões sociais, muitas contrárias aos interesses norte-americanos como no caso do Egito. Obama procurou recuperar a influência na região, por meio de propostas de parcerias comerciais e um “Plano Marshall” para o desenvolvimento local. Retomou a iniciativa no processo de paz Israel-Palestina por meio da proposta de constituição do Estado palestino nas fronteiras pré-Guerra de 1967, sustentada na resolução 242 da ONU. A proposta, mesmo pelos palestinos, foi recebida com desconfiança, e, em Israel e nos EUA, sob protestos, o que a coloca em xeque. Uma proposta real? Ou uma tentativa de desacelerar o processo de reaproximação entre facções palestinas, Hamas e Fatah?

Somado a estes questionamentos, mencionou-se a ausência da Árabia Saudita no texto, que recebeu diversas interpretações: a permanência da tolerância com o regime ou um “recado” indireto pedindo mudanças pró-democracia?

O tom “propositivo e positivo” foi substituído por Obama e, depois Hillary Clinton, por “alertas” aos emergentes e sobre os mesmos. No primeiro caso, diante do Parlamento britânico em 25 de maio, o presidente deixou claro que os EUA não se encontram em declínio e que a ascensão da China, Índia e Brasil é condicionada à hegemonia. O argumento central é que sem a liderança prévia dos EUA para estabilizar o sistema internacional política e economicamente, provendo-o de estruturas de governança, o crescimento dos emergentes não seria possível. A prevalência do “velho” mundo anglo-saxônico ocidental sobre os “novos” pólos permanece.

Chegando à África, o teor é similar. Se em Westminter o “alerta” foi para a conformação dos emergentes à ordem, em visita a diversos países africanos para lançar pacotes de ajuda para o desenvolvimento (Ato de Crescimento e Oportunidade Africano), a Secretária de Estado Hillary Clinton “avisou” os africanos dos riscos de um novo colonialismo. Este novo colonialismo seria praticado pela China e pela Índia, principalmente a China via assistência financeira e projetos de infraestrutura. A natureza da empreitada sino-indiana consistiria, ainda, na busca de mercados, e no acesso a bens primários (alimentos e minérios) e ao gás e petróleo africanos. Além disso, e nesta equação se incluiria o Brasil, os emergentes estariam projetando seu poder no continente visando objetivos políticos próprios. Paradoxalmente, o mecanismo que Hillary critica é reprodução daquele desenvolvido pelas potências europeias no ciclo imperialista do século XIX e XX, ao qual os EUA se associaram posteriormente.

A repercussão das palavras da secretária foi vista de forma crítica. Se há espaços no continente é porque o mesmo esteve colocado à margem dos fluxos internacionais. A “redescoberta” norte-americana da África é produto da percepção de que o vácuo está sendo ocupado e que será preciso mais do que acenos positivos e discursos para recuperar espaço. Por sua vez, os emergentes mantiveram sua postura. Isto sinaliza seu
reposicionamento político diante da hegemonia com uma ação mais autônoma e mais descolada de pressões e contenções.

Finalmente, o Afeganistão. Ainda que o discurso de Obama de 22 de junho tenha sido recebido como uma declaração de mudança de missão, seu conteúdo, pelo menos o da retirada das tropas até 2014, era razoavelmente conhecido desde o encerramento oficial da missão militar do Iraque. A principal diferença reside, portanto, na velocidade da intervenção, encerrando em 2011 a ofensiva que se prolongaria até 2012. A fala de Obama foi uma reação ao corte de verbas pelo Congresso e à queda de apoio à guerra e à Presidência. Mais do que no Afeganistão, a decisão residiu em Washington visando 2012.

Os resultados da ofensiva são parciais: geram visbilidade, mas não revertem em apoio sustentado à Casa Branca. Para a maioria da opinião pública, o principal problema dos EUA é econômico e os demais temas a ele se subordinam. No campo internacional, as relações entre o “novo e o velho” mundo reproduzem dinâmicas de reação e contra reação do líder. Diferente do passado, talvez a “troca” hegemônica do século XXI não ocorra por guerras mundiais, mas sim por um avanço e recuo mútuo de posições estratégicas, que, enquanto não finalizado, alternará momentos de estabilização e crise, no centro e na periferia do poder.

Cristina Soreanu Pecequilo - Professora de Relações Internacionais da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)

Fonte: Carta Maior
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O resgate da Grécia é resgate dos bancos europeus

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O resgate da Grécia à beira da bancarrota, corresponde, em parte, ao resgate dos bancos europeus é a tese que defende o editorial do jornal The New York Times (NYT), de 21 de junho. O artigo questiona a vulnerabilidade dos bancos americanos em relação a uma possível falência da zona euro.

"Traduzindo" a tradução da afirmação do NYT, poderíamos dizer que a crise da dívida na Grécia, e consequente falência do Estado grego, corresponde, em parte, à falência dos bancos europeus.

Só na França e na Alemanha, os bancos detêm cerca de 90 bilhões de dólares em dívida pública e privada grega. O Banco Central Europeu também detém dívida pública grega, e o medo é que o padrão de perdas na Grécia possa ameaçar toda a Europa.

O NYT pergunta se os bancos dos EUA também se encontram numa situação vulnerável e aponta razões para uma resposta afirmativa embora indique que “ninguém tem certezas”. Os bancos estadunidenses não são grandes credores da Grécia mas ocupam lugares de ponta nos mercados de derivativos.

Se a Grécia entrar na bancarrota, um banco dos EUA que detenha CDS [“credit default swaps", derivados de crédito graças aos quais os bancos se seguram contra o risco dos seus devedores] sobre títulos de dívida grega, de um banco europeu, terá também de pagá-los.

Os CDS são o tipo de derivativos que estão por detrás da implosão da American International Group e do efeito dominó que se seguiu no sistema financeiro global. A partir das evidências disponíveis, não parece que a Grécia tenha o mesmo poder destrutivo, “mas ninguém está ansioso para testar isso”.

O próximo presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, banqueiro italiano que passou pela Standard & Poor's, avisou recentemente que ninguém sabe realmente quem está ameaçado por estes instrumentos financeiros de risco. “Quem são os proprietários dos CDS? Quem assegurou quem no caso da falência de um país?, perguntou.

Contudo, alertando para um possível efeito de contágio, Draghi argumentou contra uma reestruturação da dívida grega - o que poderia implicar o alargamento das condições de reembolso ou cancelamento de parte da dívida - apesar de cada vez mais haver certezas sobre o incumprimento da Grécia e por isso a reestruturação da dívida ser inevitável, refere o NYT.

Quer sejam ou não os bancos americanos vulneráveis a esta crise, certo é que os derivativos financeiros se encontram "ainda muito desregulados", aponta o jornal americano. As reformas financeiras que supostamente deveriam melhorar a transparência e reduzir a especulação ainda não foram implementadas. A incerteza é maior quando se considera que os CDS são apenas um tipo de derivados financeiros que ligam os bancos em todo o mundo. Outros existem por aí, nos mercados internacionais.

A Grécia será ajudada enquanto os decisores políticos acreditarem que a alternativa poderá ser o colapso de todo o sistema, da zona euro. Esta semana, o Parlamento grego deu ao primeiro-ministro, George Papandreou, um voto de confiança, abrindo caminho para uma votação favorável de mais cortes salariais e outras medidas de austeridade dolorosas para o povo grego, que os responsáveis europeus exigem em troca de mais ajuda.

O NYT conclui que a crise da dívida grega é um lembrete do quão pouco mudou realmente desde a explosão da última crise financeira e do quanto está ainda para ser feito para evitar que tudo volte a acontecer de novo.

Fonte: Carta Maior
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Disputas no mar do Sul da China podem causar guerra, diz estudo

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Há um crescente risco de que os incidentes marítimos envolvendo a China desencadeiem uma guerra na Ásia, o que poderia envolver também os Estados Unidos e outras potências, alertou uma instituição australiana nesta terça-feira.

O Instituto Lowy afirmou em relatório que o comportamento de risco dos militares chineses nos mares do Sul e do Leste da China, junto com a demanda do país por recursos e sua maior assertividade no cenário global, elevam as chances de um conflito armado.

"As linhas marítimas do Indo-Pacífico na Ásia estão ficando mais lotadas, disputadas e vulneráveis a tensões armadas. Forças navais e aéreas estão sendo fortalecidas em meio a uma mudança nos equilíbrios do peso econômico estratégico", escreveram Rory Medcalf e Raoul Heinrichs, autores do estudo.

"As fricções da China com Estados Unidos, Japão e Índia devem persistir e se intensificar. Conforme crescem o número e o ritmo dos incidentes, cresce também a probabilidade de que um episódio chegue a um confronto armado, a uma crise diplomática ou possivelmente até a um conflito", diz o texto.

A divulgação do estudo coincide com o lançamento pela China, talvez já nesta semana, do seu primeiro porta-aviões, num símbolo da atual expansão militar de Pequim. Neste mês, a China enviou seu maior navio civil de patrulha ao mar do Sul da China, o que preocupou as Filipinas, que disputa com os chineses uma zona marítima supostamente rica em gás e petróleo.

Na segunda-feira, o Senado dos EUA aprovou uma moção que deplora o uso da força contra navios vietnamitas e filipinos no mar do Sul da China. Um porta-voz da chancelaria chinesa reagiu dizendo que a resolução "não para em pé", e que países que não estejam diretamente envolvidos na disputa não deveriam interferir.

O relatório australiano detalha também tensões entre China e Japão, decorrentes de um exercício militar chinês em abril de 2010 perto das ilhas japonesas de Okinawa, e exacerbados pela detenção de um pescador chinês cuja traineira abalroou uma embarcação da Guarda Costeira japonesa.

Esses incidentes causaram uma crise diplomática durante a qual a China interrompeu suas exportações de terras-raras, um mineral raro, para o Japão, maior aliado dos EUA na região.

Fonte: Reuters
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O capitalismo precisa de férias

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O crescimento mede ao menos uma coisa: a saúde do capitalismo. Desse ponto de vista, o futuro parece sombrio. Nos Estados Unidos, o esgotamento dos efeitos da política monetária da administração Obama e a evolução da dívida pública marcam os limites de uma política de alavancagem que não toca nas alucinantes desigualdades na distribuição de renda. O sobressalto japonês reduziu-se a nada, pelas consequências da catástrofe nuclear. Quanto à Europa, ela bate no muro com alegria.

Os velhos países capitalistas não vão bem. É o que mostram as últimas previsões da ONU: “Uma desaceleração do crescimento mundial é esperada em 2011 e em 2012”. Para os países desenvolvidos, o informe prevê um crescimento de 1,9% em 2011 e depois de 2,3% em 2012. A União Europeia (1,5 e 1,9%) e o Japão (1,1% e 1,4%) fariam ainda bem menos e os Estados Unidos (2,2 e 2,8%) um pouco melhor. O crescimento mundial será puxado pelos países em desenvolvimento, com 6% em 2011 e 6,1 em 2012. “A retomada do crescimento mundial foi freada pelas economias desenvolvidas”, diz o informe. Pode-se mesmo se perguntar se haveria uma retomada nos países desenvolvidos sem o dinamismo dos países emergentes.

O crescimento mede ao menos uma coisa: a saúde do capitalismo. Desse ponto de vista, o futuro parece sombrio. Nos Estados Unidos, o esgotamento dos efeitos da política monetária de Quantitative Easing e a evolução da dívida pública marcam os limites de uma política de alavancagem que não toca nas alucinantes desigualdades na distribuição de renda. O sobressalto japonês reduziu-se a nada, pelas consequências da catástrofe nuclear. Quanto à Europa, ela bate no muro com alegria.

O informe da ONU assinala com razão que “a austeridade orçamentária corre o risco de desacelerar mais do que a retomada do crescimento, que o aumento da instabilidade nas taxas de câmbio permanece um risco tanto como um reequilíbrio coordenado da econômica mundial”. Vistas de perto, as proposições avançadas são de uma vacuidade quase cômica: seria preciso “coordenar os programas de relançamentos; a política orçamentária deve ser revista, a fim de se reforçar seu impacto sobre o emprego”. A ONU chama de suas metas “uma política monetária mais eficaz, um acesso mais previsível para financiar o desenvolvimento, objetivos mais concretos e executivos para a coordenação das políticas internacionais”.

Num contexto como esse, o projeto de “desglobalização” carece ao menos de simetria. Sua proposição central é a de um protecionismo (europeu no melhor dos casos, ou limitado "ao hexágono" [A forma geográfica da França lembra um hexágono, razão pela qual o país é chamado de "L'hexagone"] em relação às importações provenientes dos países emergentes que não respeitam as normas sociais e ambientais. Mas nem [Arnaud] Montebourg, nem [Emmanuel] Todd, nem [Jacques] Sapir falam de exportações. Ora, são os países emergentes hoje puxam e financiam a retomada do crescimento econômico: “as transferências financeiras líquidas dos países pobres para os países ricos ainda estão em crescimento”, sublinha a ONU. Querer reduzir unilateralmente as importações não pode conduzir a uma configuração estável.

A desmundialização assim concebida deve ser distinguida do altermundialismo em vários aspectos recentemente sintetizados por Jean-Marie Harribey. Em primeiro lugar, a mundialização não é a única fonte de degradação social. A ONU prevê assim “a presistência do desemprego nos países desenvolvidos”. Com a crise, as taxas de desemprego passaram de 6 para 9% e deve permanecer superior a 8% em 2012. Essa retomada [da economia] sem emprego [jobless recovery] que está no horizonte dos velhos países capitalistas não resulta da mundialização que os mercados visam a explorar, mas de uma vontade convicta de restabelecer as taxas de lucro e a sacrossanta competitividade.

O tema da desmundialização remete a um encadeamento que não funciona mais: competividade, logo crescimento, logo emprego. Mas se tudo o crescimento serve a uma pequena parte dos ricos, para quê procurar um crescimento mais elevado? O que está em jogo de verdade é uma outra maneira de distribuir a riqueza, mas também aí é a mundialização que força os acionistas a se esbaldarem, quando todos os outros devem apertar os cintos? Esse projeto visa no fundo a retomar o capitalismo aos “Gloriosos Anos Trinta”, por meio de um protecionismo que permita uma reindustrialização fundada sobre um crescimento produtivista. Significa dar as costas à alternativa real: a grande bifurcação em direção a um outro modelo, que combine a satisfação das necessidades sociais com a luta contra o aquecimento global.

Por Michel Husson - economista, membro do Conselho Científico da ATTAC/França.

Fonte: Carta Maior
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Irã lança 14 mísseis durante manobras 'defensivas'

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O Irã lançou nesta terça-feira 14 mísseis balísticos de curto e médio alcance durante um de seus tradicionais exercícios de "defesa" destinados a demonstrar a força do país e a dissuadir Israel e EUA de atacar a República Islâmica.

Os Pasdaran, oficiais da Guarda Revolucionária que controlam o programa de mísseis iraniano, dispararam um Ghadr de médio alcance (1.800 a 2.000 km) e outros 13 modelos de curto alcance: Zelzal (400 km), Shahab 1 e Shahab 2 (300 km a 500 km).

Os disparos foram feitos um dia depois de o Irã revelar ter silos subterrâneos que podem carregar mísseis capazes de atingir Israel e bases dos EUA no Golfo. A TV estatal mostrou imagens dos silos, alegando que mísseis de médio e longo alcance estocados no local estão prontos para ser lançados no caso de um ataque ao Irã.

Sem oferecer detalhes, uma autoridade da Guarda Revolucionária disse que Teerã construiu "numerosos" silos subterrâneos de mísseis que não podem ser detectados por satélites.

A informação sobre os testes desta terça-feira foi revelada pela televisão estatal, que citou o general Amir Ali Hajizadeh, comandante da Força Aérea da Guarda Revolucionária, o Exército de elite iraniano. Os disparos foram efetuados como parte dos dez dias de "manobras defensivas" iniciados na segunda-feira pela Guarda, que todos os anos executa exercícios desse tipo.

O Ghadr, que teoricamente pode atingir o território de Israel, é uma versão aperfeiçoada do míssil de combustível líquido Shahab-3 iraniano, desenvolvido a partir do No-dong norte-coreano, segundo os especialistas ocidentais. Os mísseis Shahab 1 e 2, assim com o Zelzal, são derivados do Scud soviético.

Apesar de o Irã ter apresentado as manobras como uma "mensagem de paz e amizade para os países da região", sem ameaça a nenhum país, o general Hajizadeh indicou claramente os destinatários da demonstração de força. "Os mísseis iranianos estão dirigidos a objetivos americanos na região e ao regime sionista", declarou à agência oficial Irna.

Em várias ocasiões, Israel e EUA afirmaram não descartar ataques militares contra a República Islâmica, suspeita, apesar dos reiterados desmentidos, de tentar produzir armamento atômico sob a fachada de um programa nuclear civil.

Em outro sinal a Washington, o general Hajizadeh declarou que o Irã havia mostrado a especialistas russos aviões teleguiados americanos que Teerã afirma ter derrubado sobre o Golfo, onde os EUA dispõem de importantes bases, principalmente no Bahrein.

Em compensação, o comandante das forças aéreas da Guarda Revolucionária afirmou que os mísseis iranianos "não ameaçam os países europeus"."Temos a tecnologia para construir mísseis de maior alcance (mais que 2.000 km), mas não precisamos nem tentamos fazê-lo", disse.

Os programas espacial e de mísseis do Irã preocupam os países ocidentais, que temem que Teerã desenvolva uma capacidade balística que permita lançar eventuais armas nucleares. Essa ameaça foi destacada para justificar o projeto da Otan de estabelecer um escudo antimísseis na Europa.

Fonte: Último Segundo
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Gaddafi, o TPI e o Brasil

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A ordem de detenção de Muammar Gaddafi, emitida pelo Tribunal Penal Internacional, pode servir como truque jurídico para que a OTAN extrapole os limites do mandato do Conselho de Segurança e saia à caça do ditador líbio.

A lógica seria a seguinte: o Conselho de Segurança, numa primeira resolução sobre a Líbia, decidiu impor sanções ao governo Gaddafi e encaminhar o caso dele ao TPI. Se o Tribunal, agora, emite ordem de captura, executá-la seria uma consequência lógica e até inescapável da resolução original, mesmo que a segunda resolução tenha autorizado apenas a introdução da zona de exclusão aérea sobre a Líbia --o que, em tese, não inclui a detenção.

Os ataques que se seguiram podem não seguir literalmente a letra da resolução, mas o espírito dela era claramente impedir que prosseguisse o massacre dos opositores. A única forma de fazê-lo era atacar o atacante.

O problema é que os ataques, além de não terem resultado, até agora, na defenestração do ditador, ainda provocaram mortes de civis. Consequência: países que apoiaram a zona de exclusão aérea, caso da Itália, por exemplo, agora pedem o fim das operações.

A decisão do TPI pode ser interpretada como um passo na contramão desses segundos pensamentos. O Brasil, sem ruído, também está incomodado com os ataques. O Itamaraty acha até que os resultados justificam a posteriori a abstenção brasileira na votação da segunda resolução. Acontece que o Brasil votou a favor da primeira resolução, a que remetia Gaddafi ao TPI.

Se aprovou a iniciativa, agora que o resultado dela é a ordem de captura do ditador, como reagirá o Itamaraty? Opor-se-á ao cumprimento pela OTAN da ordem de captura, que é, convém repetir, decorrência de proposta aprovada pela diplomacia brasileira?

Ou ficará em cima do muro, preferindo que a captura se dê apenas se e quando Gaddafi deixar a Líbia, o que não parece estar a vista sem mais ataques, os ataques que o Brasil não quer?

Por Clóvis Rossi - repórter especial e membro do Conselho Editorial da Folha, ganhador dos prêmios Maria Moors Cabot (EUA) e da Fundación por un Nuevo Periodismo Iberoamericano. Assina coluna às quintas e domingos na página 2 da Folha e, aos sábados, no caderno Mundo. É autor, entre outras obras, de "Enviado Especial: 25 Anos ao Redor do Mundo e "O Que é Jornalismo".
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No Brasil, prioridade da francesa Thales será área de defesa

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A francesa Thales planeja trazer ao Brasil tecnologias da área de defesa nos próximos 12 meses, antes de anunciar outras inovações nos segmentos de eletroeletrônicos. A área de defesa representa hoje 50% da receita da companhia, que no ano passado foi de € 13,1 bilhões.

Entre as tecnologias que devem chegar ao país estão softwares de comunicação por rádio, sistemas de rádios estáticos e a implantação de um projeto piloto de sistema de vigilância de fronteiras que usa comunicação por rádio e por radares, afirma o diretor-geral da Thales Brasil, Laurrent Mourre.

A empresa também inicia neste ano, por meio de sua subsidiária Omnisys, a fabricação do radar GM 400, um radar de defesa de terceira geração (3D) de longo alcance. A produção do satélite, que custou€ 50 milhões para ser desenvolvido, exigirá investimento no país de € 5 milhões, para a instalação da fábrica, que será sediada em São Bernardo do Campo.

Há duas semanas, a companhia apresentou a membros do comando do Exército, em Brasília, seus sistemas de monitoramento de fronteiras e de vigilância, e de simuladores, que permitem o treinamento de tropas para ações em campo, em tanques, submarinos, aviões ou helicópteros. "Existem negociações em curso, baseadas em transferência de tecnologia, que podem ser concluídas no prazo de um ano", afirmou Mourre ao Valor.

Esses simuladores integram os softwares de voo de aeronaves à base de dados de satélites que identificam informações como relevo, presença de casas, veículos, pessoas e aeronaves. Os sistemas são acoplados a um equipamento que simula a cabine de uma aeronave. Com as imagens obtidas por satélite, os pilotos podem treinar ações de vigilância. O negócio de simuladores gera para a Thales faturamento anual de aproximadamente €400 milhões.

Na área civil, segundo Mourre, ainda não há encomendas. Esses equipamentos que fazem a simulação de voos e são usados para treinamento de pilotos são vendidos a preços em torno de US$ 30 milhões. "Existe necessidade de instalação de centros de simuladores, mas não sei se serão efetivadas vendas no curto prazo", afirmou.

A concorrente canadense CAE parece ter sido mais rápida nesse segmento. A empresa anunciou que vai dobrar de oito para 16 o número de centros de simulação de voos no mundo até 2013, sendo que um dos centros será instalado em São Paulo, com inauguração prevista para 2012, afirmou Jeff Roberts, presidente da CAE.

Fonte: Valor Econômico
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Israel volta atrás em ameaça a jornalistas estrangeiros

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Israel voltou atrás nesta segunda-feira na ameaça de proibir, durante dez anos, a entrada dos repórteres estrangeiros que estivessem na frota que deve partir para Gaza nos próximos dias.
Segundo um comunicado oficial, não devem ser aplicados ao caso "os procedimentos comuns aos infiltrados e aos clandestinos".

O comunicado ainda afirmou que Israel permitirá que jornalistas israelenses e estrangeiros subam nos barcos de guerra que devem interceptar a frota.

No domingo, Israel havia afirmado que a participação na expedição poderia "custar" aos jornalistas estrangeiros, além da proibição de entrada em Israel por dez anos, "o confisco do material e sanções suplementares".

A Foreign Press Association (Associação da Imprensa Estrangeira) afirmou que o aviso israelense levanta dúvidas a respeito do compromisso de Israel com a liberdade de imprensa. Vários parlamentares israelenses também criticaram a decisão.

A frota internacional com ajuda humanitária para Gaza deve zarpar da Grécia nos próximos dias.

Essa é a segunda vez que uma frota sai em direção à Gaza. Em maio de 2010, a primeira frota da liberdade tentou chegar à Gaza, mas foi interceptada pelas forças israelenses, uma ação que resultou na morte de oito ativistas turcos e um turco-americano.

Fonte: Folha
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