A Alemanha confirmou o vazamento de negociações sigilosas da Bundeswehr sobre a guerra na Ucrânia. O chanceler Olaf Scholz respondeu rapidamente, prometendo uma investigação minuciosa sobre os vazamentos russos, que revelaram uma discussão entre oficiais de alto escalão, incluindo o chefe da Força Aérea Alemã, tenente-general Ingo Gerhartz.
A autenticidade da gravação, divulgada pela mídia estatal russa, foi confirmada pelo Ministério da Defesa alemão. No entanto, uma porta-voz do ministério ressaltou que ainda não podem garantir a integridade da versão circulante nas redes sociais, deixando a possibilidade de edição em aberto.
Na gravação, os oficiais alemães discutiram a possibilidade de fornecer informações de direcionamento aos ucranianos sem se envolver diretamente no conflito com a Rússia. Uma parte crucial da conversa referiu-se aos mísseis de cruzeiro Taurus e sua capacidade de destruir uma ponte, aparentemente fazendo alusão à nova ponte que liga a Crimeia ocupada pela Rússia ao continente russo.
O vazamento expôs também menções aos britânicos, indicando a presença de "algumas pessoas no terreno" relacionadas à implantação de mísseis de cruzeiro Storm Shadow entregues à Ucrânia.
A revelação gerou preocupação entre legisladores alemães. Konstantin von Notz, presidente da comissão de supervisão parlamentar do Bundestag, considerou o incidente "altamente preocupante" e destacou a necessidade de determinar se é um caso isolado ou um problema estrutural de segurança.
Roderich Kiesewetter, da União Democrata Cristã, sugeriu que a Rússia vazou a conversa para pressionar a Alemanha a não fornecer mísseis Taurus à Ucrânia. Ele alertou sobre a possibilidade de mais vazamentos, indicando uma estratégia russa para influenciar as decisões alemãs.
O chanceler Scholz, até o momento, recusou-se a enviar mísseis Taurus para a Ucrânia, citando preocupações sobre o alcance dos mísseis e a possível implicação direta ou indireta das tropas alemãs na guerra.
A Rússia, através da porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Maria Zakharova, exigiu uma explicação imediata da Alemanha, classificando a situação como evidência de uma "guerra híbrida" travada pelo Ocidente contra a Rússia.
Enquanto as tensões aumentam na região, a Alemanha enfrenta desafios diplomáticos significativos, tendo que equilibrar seus compromissos internacionais com as pressões do vazamento que ameaçam impactar suas decisões estratégicas na crise ucraniana. A investigação em curso lançará luz sobre as circunstâncias do vazamento e suas implicações geopolíticas.
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com Deutsche Welle
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