quinta-feira, 16 de janeiro de 2025

Fincantieri Adquire WASS e se Consolida no Mercado Bilionário de Defesa Submarina

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A italiana Fincantieri anunciou a conclusão da compra da fabricante de torpedos WASS, uma unidade de defesa submarina de renome mundial. O valor da aquisição, que pode chegar a aproximadamente US$ 428 milhões, marca um passo estratégico da Fincantieri para consolidar sua posição como líder no setor submarino, um mercado que deve registrar um crescimento significativo nos próximos anos.

A transação foi formalizada após meses de negociações, com a Fincantieri adquirindo a WASS da Leonardo, grupo italiano também controlado pelo estado, que já vinha buscando vender a empresa para concentrar seus esforços em outras áreas, especialmente aeroespaciais. Com a compra da WASS, a Fincantieri fortalece sua atuação em tecnologias avançadas para submarinos, incluindo torpedos, sistemas acústicos subaquáticos e drones, reforçando seu portfólio no competitivo setor de defesa.

“Com esta aquisição, a Fincantieri integra expertise única em tecnologias acústicas subaquáticas e sistemas de armas avançados, consolidando sua liderança no domínio subaquático”, afirmou a Fincantieri em comunicado oficial.

O preço inicial pago pela Fincantieri foi de € 287 milhões, com a possibilidade de um pagamento adicional de até € 128 milhões, dependendo do desempenho financeiro da WASS em 2024. No ano passado, a empresa gerou uma receita de cerca de € 160 milhões. A compra inclui a participação de 50% da WASS no consórcio GEIE EuroTorp, uma parceria com a Naval Group e a Thales, que desenvolve o torpedo leve MU90. A WASS também opera em instalações localizadas nas cidades italianas de Livorno e Pozzuoli.

A Fincantieri projeta que o mercado global de defesa submarina movimentará cerca de US$ 100 bilhões entre 2024 e 2030, impulsionado por um aumento crescente das ameaças à infraestrutura submarina. A empresa italiana está bem posicionada para capturar uma fatia significativa desse mercado, ao expandir suas capacidades e consolidar-se como um dos principais fornecedores de soluções para submarinos e sistemas de armas subaquáticas.

A Herança da WASS no Setor Submarino

Fundada como John Whitehead & Co. em 1875 por um engenheiro britânico, a WASS tem uma longa tradição de inovação no desenvolvimento de torpedos. O primeiro torpedo autopropulsado eficaz do mundo foi criado por John Whitehead em Fiume, que hoje faz parte da Croácia. A empresa foi adquirida pela Finmeccanica em 1995, renomeada posteriormente para Leonardo. A WASS é especialmente conhecida por seu torpedo MU90, que é amplamente utilizado por marinhas ao redor do mundo, sendo um dos sistemas mais avançados de seu tipo no mercado.

A aquisição pela Fincantieri representa mais do que uma simples expansão de portfólio. Ela reforça a crescente demanda por sistemas de defesa submarina, impulsionada por uma série de fatores geopolíticos, incluindo as tensões no Mar do Norte, no Pacífico e outras áreas de grande relevância estratégica. Além disso, o crescente foco em tecnologias de guerra não-tradicionais, como drones submarinos e sensores avançados, torna a Fincantieri ainda mais bem posicionada para liderar a inovação nesse campo vital.

O Futuro da Defesa Submarina

Com o mercado global de defesa submarina em rápida expansão, a Fincantieri está atenta às necessidades de suas clientes no setor naval, incluindo marinhas de países que buscam modernizar suas forças. A experiência adquirida pela Fincantieri e pela WASS na construção de submarinos e sistemas de torpedos coloca a empresa em uma posição privilegiada para capturar contratos estratégicos, que são cada vez mais disputados por grandes potências internacionais.

Além da inovação em torpedos, a Fincantieri também tem investido em novas tecnologias de sensores subaquáticos, essenciais para o futuro das operações navais. Ao integrar essas novas capacidades com as soluções de defesa submarina da WASS, a empresa está se posicionando para desempenhar um papel crucial no cenário global de segurança marítima.

A compra da WASS é, portanto, uma jogada estratégica da Fincantieri para não apenas consolidar sua posição no mercado de defesa, mas também para se preparar para os desafios do futuro, em um setor onde as ameaças à segurança global são cada vez mais complexas e dinâmicas. Com um portfólio robusto de tecnologias de ponta, a Fincantieri está bem posicionada para ser uma líder de mercado na defesa submarina nas próximas décadas.


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com Fincantieri 

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EUA Ameaçam Veto à Venda do Gripen E/F para a Colômbia em Meio a Negociações Tensas

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A Colômbia, à medida que busca modernizar sua força aérea, enfrenta um desafio diplomático e operacional importante ao considerar o Saab Gripen E/F como substituto para seus vetustos Kfir C.10/C.12, que já não atendem mais às necessidades de defesa do país. Este processo de aquisição, que já é uma prioridade estratégica devido à crescente ameaça de vizinhos como a Venezuela, tem gerado discussões intensas sobre a influência dos Estados Unidos, que possuem tecnologias-chave integradas ao Gripen.

Recentemente, uma visita de autoridades colombianas aos Estados Unidos para discutir a cooperação bilateral e a venda do Gripen à Colômbia levantou questões delicadas. O governo dos EUA se mostrou resistente à aprovação da venda do Gripen E/F, alegando preocupações com a presença de componentes fabricados nos EUA nestas aeronaves, o que exige aprovação para exportação. Essa situação complicou ainda mais o processo, já que o Departamento Administrativo da Presidência da República da Colômbia (Dapre) não tem competência formal sobre a aquisição de sistemas de defesa, tornando suas ações inadequadas do ponto de vista das autoridades americanas. Isso resultou em tensões diplomáticas, com o governo dos EUA adotando uma postura rigorosa contra qualquer envolvimento com processos que possam sugerir falta de transparência ou indícios de corrupção.

Além disso, a crise política interna se complicou ainda mais quando o Departamento de Justiça dos EUA reabriu investigações sobre possíveis subornos relacionados à aquisição do Gripen para a Força Aérea Brasileira, o que adicionou uma camada de complexidade à negociação colombiana. O envolvimento da Dapre em discussões sobre offset e compensações, apesar de não ser um ator relevante para processos de defesa estratégica, gerou desconfiança nos Estados Unidos.

A Colômbia tem urgência em substituir seus vetustos Kfir

No entanto, em meio a esses desafios, a Colômbia ainda se vê diante de uma necessidade urgente de renovar sua frota de caças. O Kfir, uma aeronave derivada do Mirage 5, que há mais de três décadas representa a espinha dorsal da Força Aérea Colombiana, está se tornando cada vez mais obsoleto. Com sistemas de armas desatualizados, alta manutenção e baixa confiabilidade, o Kfir coloca a Colômbia em uma posição vulnerável, especialmente considerando a crescente capacidade militar de países vizinhos, como a Venezuela, que opera aeronaves Su-30MK2.

Neste cenário, o Gripen E/F surge como uma opção estratégica para modernizar a força aérea colombiana. Conhecido por sua alta manobrabilidade, radar AESA avançado e custos operacionais mais baixos em comparação a outras aeronaves de sua categoria, como o F-16 e o Rafale, o Gripen pode ser uma solução econômica e eficiente para a Colômbia. Além disso, a aeronave é capaz de operar em pistas curtas e improvisadas, uma característica crucial para a geografia montanhosa e variada do país.

Outro ponto positivo é a possibilidade de compensações e cooperação industrial oferecidas pela Saab, o que poderia impulsionar a economia local, capacitar engenheiros e técnicos colombianos, e proporcionar uma transferência de tecnologia valiosa para o país. A presença de componentes americanos no Gripen, que exige a autorização para exportação, é um obstáculo, mas a cooperação com o Brasil, que já opera a aeronave, pode oferecer uma solução de suporte técnico e logístico para a Colômbia.

O Saab Gripen E/F, com sua capacidade de operar em missões de longo alcance sem reabastecimento, é ideal para o contexto colombiano, permitindo que a força aérea do país execute patrulhas e missões ofensivas sem comprometer a eficiência. O radar avançado e os sistemas de guerra eletrônica de última geração também oferecem à Colômbia uma vantagem estratégica em relação a seus vizinhos, com a possibilidade de monitorar e neutralizar ameaças aéreas de forma mais eficaz.

A decisão de adquirir o Gripen E/F representaria, portanto, um avanço significativo na modernização da força aérea colombiana, além de fortalecer a cooperação regional, especialmente com o Brasil, que já acumula experiência com a aeronave sueca. Mesmo com os desafios diplomáticos impostos pelos EUA, a escolha do Gripen E/F pode garantir à Colômbia uma força aérea mais capaz, eficiente e alinhada com as necessidades de defesa do país.


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Saab Expande Presença na Finlândia com Nova Unidade de Produção do Sistema de Sensores Sirius Compact

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A Saab, empresa sueca de defesa, anunciou a abertura de uma nova unidade de produção em Tampere, Finlândia, para atender à crescente demanda por seus sensores de guerra eletrônica passiva Sirius Compact. Com operação prevista para início de 2025, a unidade dará suporte à produção em série do sistema avançado de sensores, consolidando ainda mais a posição da Saab no mercado global de defesa.

O Sirius Compact, lançado pela primeira vez em 2022, rapidamente se destacou pela sua capacidade inovadora de detectar, geolocalizar, classificar e priorizar radares hostis e emissores de comunicação. Fabricado na Finlândia, o sistema oferece recursos de ponta que tornam a Saab um nome relevante no campo da guerra eletrônica. As entregas significativas do Sirius Compact estão programadas para 2025, refletindo a forte recepção do mercado ao sistema.

Expansão e Investimento no Mercado Finlandês

Kristian Tornivaara, Diretor Executivo da Saab Finlândia, destacou a importância da nova unidade para a expansão da empresa no país. "A pegada da Saab está crescendo na Finlândia com foco em operações de pesquisa e desenvolvimento no campo da guerra eletrônica. Esta iniciativa reafirma nosso compromisso em fornecer soluções de defesa de ponta aos nossos clientes", afirmou Tornivaara.

Atualmente, a Saab emprega mais de 200 pessoas em diversas cidades finlandesas, incluindo Helsinque, Tampere e Turku. A empresa planeja ampliar ainda mais sua equipe à medida que as operações se expandem, evidenciando o impacto positivo que a Saab está gerando na economia local e na indústria de defesa do país.

O sistema Sirius Compact é parte de uma família de sensores desenvolvidos para aplicações terrestres, aéreas e navais. Seu principal objetivo é aumentar a consciência situacional ao permitir a detecção e análise de emissores hostis, um recurso essencial para operações de guerra eletrônica. Além do Sirius Compact, a Saab está investindo em recursos de rede de sensores e ferramentas de gerenciamento de biblioteca de ameaças, que apoiam operações táticas de Medidas de Suporte Eletrônico (ESM) dos clientes, ampliando a gama de soluções de defesa oferecidas pela empresa.

Esse desenvolvimento estratégico reforça a posição da Saab como líder em tecnologia de guerra eletrônica, um setor cada vez mais vital para a segurança e a defesa em um cenário global de rápidas mudanças tecnológicas. Ao fortalecer sua presença na Finlândia, a Saab também contribui para o fortalecimento do setor de defesa do país, oferecendo produtos que são fundamentais para o fortalecimento das capacidades militares e de segurança de nações ao redor do mundo.


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com SAAB

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BAE Systems Conclui Testes e Avança na Missão SPHEREx da NASA para Estudo do Universo

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A BAE Systems deu mas um passo crucial em direção ao lançamento da missão SPHEREx da NASA, com a conclusão dos testes ambientais de um dos projetos mais ambiciosos da astrofísica contemporânea. O SPHEREx, ou Spectro-Photometer for the History of the Universe, Epoch of Reionization and Ices Explorer, é uma missão pioneira destinada a expandir o nosso entendimento sobre a origem do universo e a formação das galáxias.

Esta missão histórica, que terá duração mínima de dois anos, será a primeira a realizar levantamentos espectrais em todo o céu, oferecendo uma visão sem precedentes sobre a evolução cósmica. Utilizando um avançado sistema de imagem, o SPHEREx mapeará a totalidade do céu em infravermelho próximo, repetindo esse processo quatro vezes ao longo de sua missão. O resultado será um mapa cósmico com detalhes impressionantes sobre mais de 450 milhões de galáxias e milhões de estrelas de nosso próprio sistema solar.

Os dados coletados pelo SPHEREx terão um impacto profundo na compreensão da evolução do cosmos. A missão se propõe a estudar a expansão do universo desde o Big Bang, a formação das galáxias e os processos que envolvem a criação de planetas. Além disso, o SPHEREx investigará a presença de elementos essenciais à vida, como a água, e como esses fatores influenciam o desenvolvimento de mundos habitáveis.

Alberto Conti, vice-presidente e gerente geral da BAE Systems Space & Mission Systems, comentou com entusiasmo sobre o avanço da missão: "Essa missão nos permitirá olhar para o passado distante do universo, trazendo novas perspectivas sobre como ele surgiu e como chegou ao estado atual. Estamos empolgados em contribuir para essa missão histórica e em fortalecer nosso apoio contínuo às missões de astrofísica da NASA."

Uma Nova Era para a Astronomia

Além dos estudos científicos, o SPHEREx terá um papel essencial como precursor de futuras observações astronômicas. Seus dados servirão para identificar alvos interessantes para telescópios como o James Webb, que já está em operação, e o futuro Telescópio Espacial Nancy Grace Roman. A missão também preparará o terreno para a realização de estudos mais aprofundados, expandindo o horizonte da exploração espacial.


A BAE Systems desempenhou um papel fundamental na construção da estrutura do satélite e do telescópio, além de desenvolver a tampa do instrumento que protege os equipamentos. A empresa também liderou os testes ambientais e de integração do sistema, incluindo simulações de temperatura, condições no espaço, testes de vibração e acústica para imitar as condições de lançamento, e verificações de compatibilidade eletromagnética para garantir a proteção do satélite contra falhas elétricas.

O Dr. Jamie Bock, do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), é o pesquisador principal da missão, e o Caltech, em parceria com o Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, contribuiu para o desenvolvimento de outros elementos do sistema.

Com os testes ambientais finalizados, a BAE Systems agora se prepara para o envio e lançamento da missão, com a previsão de lançamento marcada para fevereiro de 2025. A expectativa é de que o SPHEREx traga descobertas revolucionárias sobre o universo, fornecendo uma base sólida para as futuras gerações de astrônomos e exploradores do espaço.


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Indenizações de seguros marítimos e aeronáuticos batem recorde com alta de 155,1% em 2024

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Os setores marítimo e aeronáutico, pilares estratégicos da economia global, registraram um aumento expressivo nas indenizações de seguros ao longo de 2024. Segundo dados divulgados pela Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), os pagamentos somaram R$ 1,5 bilhão entre janeiro e outubro, um crescimento de 155,1% em comparação ao mesmo período de 2023.

Esse aumento significativo está atrelado a diversos fatores, como acidentes, eventos catastróficos e falhas operacionais, tanto no transporte aéreo quanto no marítimo. No setor aeronáutico, o volume de acidentes cresceu 11% entre 2023 e 2024, com destaque para a Aviação Geral. A Força Aérea Brasileira (FAB) registrou 138 mortes em acidentes aéreos apenas no Brasil entre janeiro e o início de dezembro deste ano.

Carlos Eduardo Polizio, presidente da Comissão de Seguros de Cascos Marítimos e Aeronáuticos da FenSeg, aponta que fatores como julgamentos incorretos de pilotos, planejamento inadequado de voos e manutenção deficiente foram determinantes para o aumento das ocorrências. No transporte aéreo comercial, os índices de fatalidades chamaram atenção ao longo do ano.

Setor marítimo em alerta

No setor marítimo, o número de naufrágios e colisões de embarcações de grande porte, como navios de carga e plataformas de petróleo, também impulsionou os valores pagos. Além disso, eventos climáticos extremos e falhas de manutenção preventiva em embarcações de recreio contribuíram para o aumento dos sinistros.

As indenizações marítimas somaram R$ 457,7 milhões, enquanto o segmento arrecadou R$ 492,4 milhões em prêmios, um avanço de 10,4% em relação a 2023. Polizio destaca que falhas em máquinas e sistemas propulsores foram as principais causas de sinistros no setor.

A implementação do seguro obrigatório de Danos Pessoais Causados por Embarcações ou suas Cargas (DPEM) em julho de 2024 também contribuiu para consolidar a cultura de seguros no mercado marítimo brasileiro. Em apenas três meses, o DPEM arrecadou R$ 5,2 milhões e desembolsou R$ 87,5 mil em indenizações.

Aviação lidera arrecadação

No segmento aéreo, os seguros arrecadaram R$ 1,2 bilhão, representando um crescimento de 27,9%. O seguro de Responsabilidade Civil do Explorador ou Transportador Aéreo (RETA), conhecido como o “DPVAT dos ares”, arrecadou R$ 18,8 milhões entre janeiro e outubro, com aumento de 8,1% em relação a 2023. Contudo, os pagamentos às vítimas recuaram 56,7%, totalizando R$ 4,2 milhões.

Os seguros aeronáuticos abrangem todos os segmentos da aviação, incluindo satélites, com coberturas que contemplam responsabilidade civil e danos a terceiros. Essa amplitude reflete a complexidade e a importância do setor no cenário econômico e social.

Gerenciamento de riscos e prevenção

Polizio enfatiza que tanto o setor marítimo quanto o aeronáutico têm adotado medidas rigorosas para reduzir os riscos operacionais. A exigência de treinamento para pilotos, regularização documental de aeronaves e embarcações, além de vistorias constantes, são práticas essenciais para mitigar perdas e garantir maior eficiência nos transportes marítimos e aéreos.

O desempenho robusto da arrecadação nos dois segmentos, que alcançou R$ 1,6 bilhão, demonstra o potencial do mercado de seguros como ferramenta indispensável para a segurança e a continuidade das operações.

Com a consolidação das regras e a fiscalização mais rigorosa, espera-se que esses segmentos se fortaleçam ainda mais, atendendo às demandas de um mercado que exige soluções inovadoras e resilientes para enfrentar os desafios da atualidade.


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com CNseg
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Itália adota sistema de defesa aérea Skynex da Rheinmetall em contrato milionário

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O Exército Italiano deu um passo importante para modernizar sua defesa aérea ao optar pelo sistema Skynex da Rheinmetall. A Rheinmetall Italia SpA, com sede em Roma, garantiu um contrato inicial de € 73 milhões para a entrega do primeiro sistema, com a possibilidade de aquisição de três unidades adicionais, avaliadas em € 204 milhões. Caso essa opção seja exercida, o valor total do acordo pode chegar a quase € 280 milhões.

O Skynex é uma solução de ponta projetada para lidar com uma ampla gama de ameaças aéreas, incluindo drones, mísseis, artilharia e aeronaves. Cada sistema conta com componentes avançados, como sensores de vigilância aérea, uma unidade de rastreamento, uma estação central de comando e controle e quatro canhões Revolver Gun Mk3 de 35 mm. Esses canhões, que disparam até 1.000 tiros por minuto com alcance de até 4 quilômetros, utilizam munições Ahead programáveis, projetadas para resistir a contramedidas eletrônicas.

A entrega do primeiro sistema está prevista para o segundo trimestre de 2026. Já os três sistemas adicionais, caso adquiridos, deverão ter entregas concluídas até 2027. O contrato inclui ainda treinamento, suporte técnico, peças de reposição e munições, assegurando um desempenho operacional consistente.

A decisão da Itália torna o país o primeiro membro da OTAN a adotar o sistema Skynex, que já demonstrou sua eficácia no campo de batalha, protegendo com sucesso áreas estratégicas na Ucrânia contra drones e mísseis de cruzeiro.

Um dos diferenciais do Skynex é sua modularidade, permitindo integração com diversos sensores e sistemas de defesa existentes, como o Skyshield e o Skyguard, ambos da Rheinmetall. A configuração adotada pela Itália inclui o radar XTAR 3D, capaz de monitorar o espaço aéreo em um raio de 50 quilômetros, ampliando suas capacidades de vigilância.

Além de reforçar sua defesa aérea, a parceria com a Rheinmetall reflete a crescente presença da empresa no setor de defesa italiano. Com três subsidiárias no país, a Rheinmetall gera cerca de € 1 bilhão por ano e emprega aproximadamente 1.500 pessoas. Em colaboração com a Leonardo, a empresa também está envolvida em projetos estratégicos, como o fornecimento de veículos de combate avançados para o Exército Italiano, incluindo o futuro carro de combate principal (MBT) italiano e a viatura blindada de combate de infantaria (VBCI, ou no inglês IFV) Lynx.

Com o contrato do Skynex, a Itália reafirma seu compromisso com a modernização de suas forças armadas, posicionando-se como referência em defesa aérea na Europa.


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com Rheinmetall


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Mudanças no Corpo de Fuzileiros Navais, marca aposta da Marinha em força litorânea para modernizar defesa costeira

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Buscando otimizar sua estrutura face os  modernos desafios estratégicos, e reforçar a defesa do extenso litoral brasileiro, a Marinha do Brasil decidiu no dia 14 de janeiro de 2025, realizar mudanças estratégicas no Corpo de Fuzileiros Navais (CFN). Por meio de uma série de portarias, foram redefinidas as estruturas e nomenclaturas de algumas unidades operacionais, evidenciando um direcionamento estratégico voltado para operações litorâneas e a modernização de sua capacidade de resposta.

A principal mudança veio com a substituição do Comando da Tropa de Reforço (ComTrRef) pelo Comando da Divisão Litorânea (ComDivLit). Essa alteração vai além de uma nova nomenclatura: representa a centralização de esforços em operações costeiras, fundamentais para a proteção de infraestruturas estratégicas e enfrentamento de desafios como crimes transnacionais e desastres naturais.

Além disso, os antigos Grupamentos de Fuzileiros Navais (GptFN) foram reorganizados e renomeados como Batalhões de Operações Litorâneas de Fuzileiros Navais (BtlOpLitFN). Confira a nova configuração:

  • 1º Batalhão de Operações Litorâneas (1ºBtlOpLitFN): Antigo GptFNRJ (Rio de Janeiro).
  • 2º Batalhão de Operações Litorâneas (2ºBtlOpLitFN): Antigo GptFNSa (Salvador).
  • 3º Batalhão de Operações Litorâneas (3ºBtlOpLitFN): Antigo GptFNNa (Natal).
  • 4º Batalhão de Operações Litorâneas (4ºBtlOpLitFN): Antigo GptFNSantos (Santos).
  • 5º Batalhão de Operações Litorâneas (5ºBtlOpLitFN): Antigo GptFNRG (Rio Grande).

Essas alterações refletem a preocupação em adaptar o CFN às demandas contemporâneas de defesa, ampliando sua capacidade operacional e autonomia.

Foco estratégico no litoral brasileiro

Com mais de 7.000 km de costa, o Brasil possui uma das maiores zonas litorâneas do mundo, abrigando mais de 70% da população e importantes infraestruturas econômicas, como portos e plataformas de petróleo. Essa extensa área também está sujeita a ameaças como tráfico de drogas, contrabando, pirataria e possíveis disputas envolvendo recursos naturais.

A criação do Comando da Divisão Litorânea (ComDivLit) e a reestruturação dos batalhões são passos importantes para enfrentar esses desafios. As mudanças prometem maior prontidão para atuar em:

  • Defesa costeira: Proteção de áreas críticas e infraestruturas estratégicas.
  • Resposta rápida: Combate a ameaças híbridas e apoio a missões humanitárias.
  • Operações integradas: Maior coordenação entre diferentes unidades e forças.

Modernização e eficiência operacional

A transformação do CFN reflete o compromisso da Marinha em modernizar suas capacidades, alinhando-se às necessidades de uma nação com crescentes desafios de segurança marítima. A especialização das unidades em operações litorâneas reforça a posição do CFN como uma força de elite ágil, eficiente e preparada para proteger a soberania nacional.

Essa reestruturação também pode atrair novos investimentos em treinamento e equipamentos, como novos meios e veículos anfíbios, sistemas de vigilância costeira e maior integração tecnológica.

Com essas mudanças, o CFN reafirma seu papel como um pilar essencial da defesa nacional, mostrando que a segurança do Brasil começa no mar. Mais do que uma reconfiguração estrutural, o que está em jogo é a adaptação às demandas do futuro, consolidando o compromisso da Marinha com a proteção do patrimônio e dos interesses brasileiros.


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França Treina Forças Especiais para Responder a Possível Agressão Bielorrussa na Ucrânia

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No final de 2024, as Forças Especiais da França realizaram um exercício ultrassecreto denominado "Perseus", com o objetivo de se prepararem para uma possível incursão militar russa da Bielorrússia na Ucrânia. Durante várias semanas, mais de 3.000 soldados franceses, incluindo as unidades de elite do Commandement des Actions Spéciales Terre (CAST) e o 13º Regimento de Dragões Pára-quedistas, realizaram manobras que simulavam o envio de tropas francesas para apoiar a defesa ucraniana, com foco nas habilidades de combate táticas em um cenário de batalha intensiva.

Os exercícios, que ocorreram em uma área de treinamento similar ao terreno ao redor da curva do rio Dnieper, no norte de Kiev, foram projetados para testar a eficiência das tropas em uma possível intervenção militar. Inspiradas nas estratégias ucranianas bem-sucedidas contra a invasão russa de 2022, as tropas francesas se concentraram no uso de drones, guerra eletrônica e reconhecimento, além da compatibilidade entre unidades de forças especiais para operações conjuntas.

Além das unidades principais de combate, o exercício contou com o apoio de diversos elementos auxiliares, como o Centro de Operações Interagências, que analisou imagens de satélite e realizou voos constantes de aeronaves de reconhecimento, incluindo drones chineses Mavic 3T equipados com imagens térmicas. A coleta de informações sobre a movimentação das tropas inimigas também foi reforçada pela 6ª Companhia de Inteligência Técnica, que utilizou bloqueadores de rádio para monitorar as frequências de estações russas, como Aqueduct e Azart. 

Adicionalmente, especialistas em cibersegurança da Companhia 712, especializada em monitoramento de redes sociais, acompanharam o exercício, analisando plataformas como o Telegram em busca de informações sobre os movimentos de tropas inimigas. 

Apesar do uso de tecnologias de ponta, alguns analistas militares franceses criticaram a falta de drones de ataque FPV, que poderiam ter sido um recurso importante para os exercícios. A Direção Geral de Armamentos (DGA) da França, responsável pela aquisição de armas, ainda não havia estabelecido requisitos operacionais para esse tipo de equipamento, embora a guerra moderna e a evolução das tecnologias de drones esteja exigindo uma mudança nesse cenário. De fato, em janeiro de 2025, o 3º Regimento de Helicópteros de Combate francês começou a integrar drones de ataque em suas operações de combate, visando melhorar o suporte aéreo em operações terrestres.

O exercício "Perseus" reflete não apenas a preparação da França para uma possível escalada do conflito na Ucrânia, mas também uma reavaliação das suas capacidades tecnológicas e táticas em face da guerra moderna, marcada pela utilização intensiva de drones, guerra eletrônica e operações cibernéticas.


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Com agências de notícias 

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Incremento da capacidade industrial do EB objetivando a sustentabilidade da prontidão operacional

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A prontidão para o combate é o estado ideal de qualquer força militar, pois garante sua utilidade para o país. Um exército em constante prontidão oferece dois efeitos cruciais para a defesa nacional. O primeiro é a dissuasão, já que potenciais adversários podem evitar o confronto militar ao perceberem que essa opção não é viável ou factível. O segundo efeito é a maior chance de vitória em caso de conflito, uma vez que a força defensiva estará preparada para proteger os interesses da nação.

Reconhecendo essa importância, o Comandante do Exército Brasileiro, em sua Diretriz de 2023-2026, prioriza o estado de prontidão: "Priorizaremos nossa operacionalidade, mantendo a coesão e o estado de prontidão". Isso evidencia a necessidade de manter a Força Terrestre preparada para qualquer eventualidade e em condições de pronta resposta.

A prontidão operacional depende de vários fatores, como a formação dos militares, treinamentos e a aplicação de doutrinas de emprego. No entanto, um aspecto fundamental para garantir a prontidão operacional é a prontidão logística. Não há como falar de prontidão operacional sem antes alcançar a prontidão logística, que envolve fornecer às Organizações Militares (OM) os meios necessários em quantidade, local e momento adequados no Teatro de Operações (TO). Essa capacidade deve ser desenvolvida e treinada em tempos de paz, para ser imediatamente utilizada em conflitos e guerras. Em situações de crise, a prontidão logística regular pode não ser suficiente para atender às demandas da Força Terrestre, exigindo um esforço de Mobilização Nacional. Neste contexto, a Mobilização Industrial desempenha papel central, pois garantirá o fornecimento de itens essenciais para as operações militares, diretamente aumentando a prontidão logística.

Assim, o Exército busca a prontidão operacional, que depende da prontidão logística. Isso é adequado para operações de baixa intensidade e curta duração. No entanto, em operações de média ou grande escala e duração, é necessário também ter prontidão fabril e tecnológica para sustentar as operações militares.

Nesse cenário, destaca-se a capacidade fabril do Exército Brasileiro, coordenada pelo Departamento de Ciência e Tecnologia (DCT), por meio da Diretoria de Fabricação (DF) e seus Arsenais de Guerra (AG). A missão da DF é planejar, coordenar e controlar a fabricação, revitalização, adaptação, modernização e nacionalização de materiais de interesse da Força Terrestre em parceria com a Base Industrial de Defesa.

A DF e seus três Arsenais – Arsenal de Guerra do Rio (AGR), Arsenal de Guerra de São Paulo (AGSP) e Arsenal de Guerra General Câmara (AGGC) – compõem o Sistema Fabril do Exército Brasileiro (SisFab). O AGR e o AGGC, com mais de dois séculos de existência, têm uma longa história de contribuição à defesa nacional, tendo produzido itens até para a Guerra da Tríplice Aliança e a Segunda Guerra Mundial.

O SisFab tem desempenhado papel crucial no fortalecimento das capacidades militares. Entre as entregas mais importantes estão morteiros de 120 mm, 81 mm e 60 mm, equipamentos de engenharia, blindagens para veículos, manutenção e revitalização de obuseiros e morteiros, além de armamentos leves como fuzis e pistolas. Além disso, o SisFab também fabrica e realiza manutenção de equipamentos de comunicações e de visão noturna, utilizando também tecnologias de manufatura aditiva para produzir componentes.

A DF também atua em projetos complexos de Sistemas de Materiais de Emprego Militar, como a nacionalização das Viaturas Blindadas Multitarefa – Leve Sobre Rodas (VBMT-LSR) 4x4 Guaicurus, do Míssil Tático de Cruzeiro (MTC300), e a atualização da torre UT30 das Viaturas Guarani, além da atualização tecnológica dos radares SABER M60. Esses projetos envolvem estreita cooperação e confiança mútua com a indústria nacional.

A capacidade fabril do EB, representada pela DF e seus Arsenais, será estratégica em uma situação de mobilização industrial, uma vez que os Parques Regionais de Manutenção (PqRMnt), apesar de sua importância, não possuem as mesmas habilidades críticas dos Arsenais. Entre as capacidades exclusivas dos Arsenais têm-se a liderança dos Engenheiros Militares apoiados por seu corpo técnico multidisciplinar, destacam-se também expertise de gerenciamento de projetos e produção de Sistemas de Materiais de Emprego Militar (SMEM), desenvolvimento de soluções próprias de engenharia, laboratórios de qualidade e parcerias com a Base Industrial de Defesa (BID), além da produção de itens críticos e nacionalização de componentes.

Diante desse panorama, a manutenção e ampliação da capacidade industrial do EB é essencial para garantir uma prontidão logística, tecnológica e industrial robusta. Uma possível solução seria transformar os PqRMnt em Arsenais de Guerra, o que ampliaria a capacidade de sustentação das operações militares de grande escala e longa duração.

Entendendo a Prontidão Operacional como o objetivo primário do EB e, entre outros fatores, a prontidão logística e prontidão tecnológica/industrial são as estratégias para alcançar esse objetivo. E um núcleo estratégico é o conjunto de fatores, atores ou capacidades fundamentais que servem de base para a implementação e o sucesso dessa estratégia em nível nacional ou organizacional. Desta forma, as capacidades industriais orgânicas do EB passam a ser os núcleos estratégicos, os quais desenvolveram, desde os tempos de paz, os processos industriais que alavancarão as atividades industriais de obtenção de SMEM numa mobilização industrial.

Por fim, é possível constatar que o SisFab, composto pela DF e seus Arsenais, possui uma estrutura que oferece respostas, frequentemente, mais completas e sustentáveis às demandas tecnológicas da Força Terrestre, sendo os núcleos estratégicos do EB de seus processos industriais. Logo, transformar os Parques Regionais de Manutenção em Arsenais de Guerra consolidará este núcleo estratégico das capacidades industriais do Exército Brasileiro, garantindo a sustentabilidade da prontidão logística e operacional, especialmente em operações de maior intensidade e duração.


Autores: General de Divisão Tales Eduardo Areco Villela

                Cel Juacy


Fonte Exército Brasileiro / EBlog

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Força Aérea Portuguesa avança na instalação de simulador para o KC-390

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A Força Aérea Portuguesa deu um passo significativo no aprimoramento do treinamento de suas tripulações com a chegada dos últimos componentes do simulador do KC-390 Millennium, que será instalado na Base Aérea N.º 11, em Beja, nas instalações da Esquadra 506 – “Rinocerontes”. A montagem do equipamento já está em andamento, com previsão de conclusão no primeiro trimestre de 2025, e a entrada em operação total estimada para junho do mesmo ano. O simulador, que reproduz fielmente o cockpit do KC-390, permitirá que a maior parte do treinamento e qualificação de pilotos seja realizada sem o uso das aeronaves reais. Essa inovação traz benefícios significativos, como economia de combustível, redução do desgaste operacional dos aviões e maior disponibilidade para missões reais. Além disso, a simulação de situações de emergência e condições extremas contribuirá para elevar os padrões de segurança operacional.  

A adoção do simulador do KC-390 representa um marco na racionalização de recursos da Força Aérea Portuguesa, alinhando-se a práticas mais sustentáveis e eficientes. Com menos dependência de voos reais para treinamento, será possível otimizar as missões operacionais, como transportes médicos e logísticos, que já somaram cerca de 1.500 horas de voo realizadas pelas aeronaves entregues até o momento. Desde a aquisição, em 2019, de cinco unidades do KC-390 e de um simulador pela Força Aérea Portuguesa, duas aeronaves já foram entregues, destacando-se em operações estratégicas. Entre as missões realizadas, estão o transporte de três helicópteros UH-60 Black Hawk e ações de apoio médico e logístico. A entrada em operação do simulador promete consolidar ainda mais a eficiência do uso desse vetor multimissão.  

Produzido pela Embraer, o KC-390 é uma aeronave de transporte tático e estratégico que se destaca por sua versatilidade. Operada pela Esquadra 506 – “Rinocerontes”, a aeronave é capaz de realizar uma ampla gama de missões civis e militares, incluindo transporte de tropas e veículos, lançamento de paraquedistas e cargas, reabastecimento aéreo, transporte aeromédico, combate a incêndios florestais e operações de busca e salvamento. Com alcance intercontinental e capacidade multimissão, o KC-390 se consolidou como um ativo estratégico para Portugal, permitindo uma atuação robusta tanto em operações nacionais quanto internacionais. A integração do simulador ao treinamento das tripulações reforça ainda mais essa capacidade, preparando os pilotos para os desafios operacionais com precisão e eficiência. A Força Aérea Portuguesa demonstra, com a instalação do simulador, um compromisso claro com a modernização e a sustentabilidade de suas operações, garantindo que a Esquadra 506 esteja equipada com os melhores recursos tecnológicos para cumprir suas missões no mais alto nível de excelência.


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Força Aérea dos EUA extende cronograma para o treinador T-7A, novos atrasos

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O desenvolvimento do treinador avançado T-7A Red Hawk, concebido para substituir o veterano T-38 Talon, sofreu novos atrasos, com o início da produção agora previsto para 2026, quase oito anos após a Boeing vencer a concorrência para fornecer a próxima geração de treinadores à Força Aérea dos Estados Unidos. O anúncio veio acompanhado de ajustes significativos na estratégia de aquisição, buscando mitigar os impactos dos desafios enfrentados pelo programa até agora.  

Entre as mudanças destacadas está a aquisição de quatro aeronaves "pré-série" antes da fabricação em larga escala. Essas aeronaves serão utilizadas para acelerar os testes e permitir que o serviço alcance a capacidade operacional inicial entre o final de 2027 e o início de 2028, meses antes do cronograma divulgado anteriormente. Essa abordagem também servirá para melhorar a prontidão da produção e reduzir a necessidade de ajustes caros em modelos já fabricados.  

O programa T-7A, uma colaboração entre Boeing e a sueca Saab, enfrentou diversos obstáculos ao longo dos anos, como problemas no assento ejetável e interrupções na cadeia de suprimentos. Além disso, o contrato de preço fixo obrigou a Boeing a absorver mais de US$ 1 bilhão em prejuízos devido aos custos inesperados. Em resposta, a Força Aérea optou por expandir a capacidade de testes e oferecer incentivos financeiros à Boeing para acelerar o desenvolvimento e solucionar questões técnicas não previstas no contrato original de 2018.  

Embora o orçamento total de US$ 362 milhões para o ano fiscal de 2025 não tenha sido alterado, os incentivos adicionais visam assegurar a entrega de uma aeronave de treinamento segura e eficiente. Segundo Andrew Hunter, secretário assistente da Força Aérea para aquisições, a nova estratégia permitirá maior integração entre as fases de desenvolvimento, teste e produção, reduzindo riscos futuros e garantindo um sistema de treinamento moderno e confiável.  

Importância estratégica do T-7A  

O T-7A Red Hawk é considerado crucial para preparar as próximas gerações de pilotos em um ambiente de treinamento avançado, simulando cenários de combate moderno. A aeronave foi projetada para incorporar tecnologias de última geração e reduzir custos operacionais em comparação com o antigo T-38, que está em serviço há mais de 50 anos.  

Steve Parker, presidente interino da Boeing Defense and Space, destacou a importância do programa: “Estamos comprometidos em fornecer aos nossos combatentes o sistema de treinamento mais seguro e avançado do mundo. Essa abordagem inovadora nos permite reduzir riscos e entregar a capacidade crítica que a Força Aérea precisa.”  

Embora os ajustes no cronograma sejam uma tentativa de recuperar a confiança no programa, os constantes atrasos e desafios técnicos colocam em evidência as dificuldades de gerenciar contratos de preço fixo para projetos tão complexos. Para a Força Aérea dos EUA, o sucesso do T-7A não é apenas uma questão de substituir uma frota obsoleta, mas também de demonstrar a capacidade de inovar e adaptar-se às exigências de treinamento militar em um cenário global cada vez mais competitivo e avançado.  


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LCS: Um Projeto Marcado por Promessas, Desafios e Mudanças de Rumo

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Os Navios de Combate Litorâneo (LCS) da Marinha dos Estados Unidos representam um dos programas mais controversos da história recente da indústria naval de defesa. Concebidos nos anos 2000 como uma solução ágil, modular e econômica para operar em águas costeiras, esses navios enfrentaram desafios desde sua concepção até a operação. Com o avanço da China que a passos largos desafia a hegemonia dos EUA como potência naval, o cenário estratégico global mudou drasticamente, levando a questionamentos sobre sua relevância no atual contexto estratégico naval.  

O Contexto de Criação  

O LCS foi idealizado em um período de hegemonia militar dos EUA, com foco em conflitos assimétricos contra grupos extremistas e operações de contrainsurgência. A visão original era de um navio capaz de operar com agilidade e eficiência em águas litorâneas, com sistemas modulares que permitiriam adaptação a diferentes missões, como guerra antissubmarino, combate de superfície e operações de desminagem.  

A promessa de construção rápida e a custos reduzidos atraiu atenção, mas o projeto sofreu com atrasos, mudanças de especificações e custos que excederam consideravelmente o orçamento inicial. Além disso, o LCS passou a ser visto como inadequado para enfrentar ameaças de alta intensidade, como as representadas por forças navais mais avançadas com a China.  

Apesar das críticas, os LCS tiveram momentos de destaque. O USS Indianápolis realizou uma missão de 22 meses no Mar Vermelho, abatendo drones e mísseis Houthi, e foi o primeiro da classe a receber a Fita de Ação de Combate. O USS St. Louis, por sua vez, participou de operações antissubmarino e contribuiu para a apreensão de narcosubmarinos com carga avaliada em US$ 111 milhões em drogas destinadas à América do Norte.  

Essas operações demonstram que o LCS pode ser eficaz em cenários de baixa intensidade e missões de interdição. No entanto, o papel limitado desses navios em conflitos de alta intensidade questiona sua viabilidade a longo prazo, especialmente diante de ameaças como os mísseis balísticos antinavio chineses e a crescente frota de destróieres e fragatas modernas do país asiático.  

Desafios Técnicos e Operacionais  

Desde o início, os LCS enfrentaram sérios problemas de confiabilidade. Em 2016, metade da frota operacional sofreu falhas mecânicas significativas, destacando fragilidades nos sistemas de propulsão e manutenção. Muitos problemas decorrem da complexidade técnica dos navios, que exigem suporte contínuo de empresas especializadas, limitando a autonomia das tripulações em reparos de rotina.  

Um estudo de 2021 recomendou 32 medidas para melhorar a sustentabilidade e a confiabilidade dos LCS, mas os avanços foram lentos. Sete navios já foram descomissionados, e outros dois podem seguir o mesmo caminho. Além disso, a modularidade prometida, um dos pilares do conceito LCS, não foi plenamente implantada, prejudicando sua flexibilidade operacional.  

Mudança de Cenário e Impactos no Programa  

O surgimento da China como potência naval transformou o panorama estratégico dos EUA. A Marinha passou a priorizar navios maiores, mais bem armados e com maior capacidade de sobrevivência em combate de alta intensidade. Isso culminou na interrupção da produção do LCS após 28 construídos, em vez dos 52 originalmente planejados.  

Enquanto o LCS foi projetado para enfrentar insurgentes e piratas, a China desenvolveu capacidades avançadas, como seus mísseis antinavio DF-21D e DF-26, conhecidos como "matadores de porta-aviões". A força naval chinesa, agora a maior do mundo em número de navios, inclui destróieres, fragatas e porta-aviões tecnologicamente avançados, capazes de operar em múltiplos teatros.  

Forças, Fraquezas e Cenários Potenciais  

Pontos Fortes:  

- Versatilidade em operações de baixa intensidade: Ideal para patrulhamento, interdição e combate assimétrico.  

- Alta velocidade e mobilidade: Permite respostas rápidas em cenários costeiros.  

Pontos Fracos:  

- Baixa capacidade de sobrevivência: Projetado para conflitos de baixa intensidade, é vulnerável em cenários de alta intensidade.  

- Complexidade técnica: Sistemas avançados dificultam a manutenção e dependem de empresas especializadas para realizar determinados reparos e manutenções periódicas.  

- Modularidade subutilizada: A promessa de flexibilidade operacional não foi plenamente cumprida.  

Cenários e Possibilidades:  

O LCS seria mais adequado para marinhas de países que enfrentam desafios assimétricos, como o combate a pirataria, patrulhas costeiras e combate ao tráfico de drogas. Nações com longas costas a patrulhar, como Indonésia, Filipinas ou México, poderiam se beneficiar de navios desse tipo.  

Em regiões com menor ameaça de conflitos de alta intensidade, como a América Central e o Caribe, esses navios poderiam ser eficazes para manter a segurança marítima. No entanto, marinhas que enfrentam desafios mais complexos, como a proteção de áreas de exclusividade econômica contra potências navais, precisariam de meios mais robustos.  

Opção para o Brasil?

No contexto da Marinha do Brasil, o LCS seria insuficiente para atender às necessidades estratégicas do Brasil. Com uma extensa Zona Econômica Exclusiva, recursos estratégicos na "Amazônia Azul" e missões que incluem projeção de poder e defesa de áreas de alta relevância econômica, como o Pré-Sal, navios com maior capacidade de combate, alcance e sobrevivência são essenciais, como fragatas da Classe Tamandaré.  

A escolha da classe Tamandaré, com características mais alinhadas às exigências nacionais, reflete essa necessidade. As fragatas brasileiras oferecem maior flexibilidade em missões de alta e média intensidade, mantendo custos relativamente controlados e um ciclo de vida operacional mais condizente com a realidade orçamentária brasileira.  

O Navio de Combate Litorâneo (LCS) não atenderia às demandas estratégicas da Marinha do Brasil devido às suas limitações em termos de capacidade de sobrevivência e alcance operacional. A extensa Zona Econômica Exclusiva (ZEE) brasileira e a proteção de recursos estratégicos, como o Pré-Sal, exigem embarcações com maior resistência a conflitos de alta intensidade e capacidade de operar em mar aberto por períodos prolongados. A fragilidade do LCS diante de ameaças mais sofisticadas, aliada à dependência de manutenção altamente especializada, comprometeria sua eficácia em uma marinha que precisa de autonomia operacional e alta confiabilidade em condições desafiadoras.  

Apesar disso, há uma clara necessidade de meios de superfície mais robustos e economicamente viáveis, com deslocamento igual ou superior às fragatas da Classe Tamandaré. Esses navios deveriam combinar poder de resposta equivalente em termos de armamentos e sistemas, enquanto mantêm custos operacionais mais modestos. Soluções que integrem versatilidade, maior capacidade de defesa antiaérea e antissubmarino, além de modularidade prática, são fundamentais para atender às demandas operacionais do Brasil, garantindo presença efetiva no Atlântico Sul e proteção eficiente de seus interesses estratégicos.

MILGEM

Uma possível solução para atender às necessidades da Marinha do Brasil seriam projetos como as corvetas da Classe Milgem turca ou as fragatas de Defesa e Intervenção (FDI) francesas. Ambas oferecem uma combinação de deslocamento adequado, sistemas de armas modernos e flexibilidade operacional, alinhando-se aos requisitos de robustez e custo-benefício. A Classe Milgem destaca-se pela modularidade, baixo custo operacional e capacidade antissubmarino, enquanto as FDI, com seu avançado sistema de defesa aérea e sensores de última geração, são projetadas para enfrentar ameaças sofisticadas em diversos cenários. Esses modelos representam opções viáveis para reforçar a esquadra brasileira, oferecendo capacidade de resposta compatível com os desafios da atual conjuntura geopolítica e operacional no Atlântico Sul.

FDI

Conclusão  

O LCS representa uma lição valiosa sobre o equilíbrio entre inovação e requisitos estratégicos. Embora tenha encontrado nichos operacionais onde se destaca, sua incapacidade de evoluir para enfrentar ameaças de alta intensidade limita sua utilidade em cenários estratégicos mais exigentes.  

Para países como os EUA, que enfrentam potências navais avançadas como a China, a transição para fragatas mais capazes é inevitável. Para o Brasil e outras nações, o exemplo do LCS serve como um alerta sobre os riscos de investir em capacidades que não atendam às necessidades específicas de sua estratégia marítima. A experiência reforça a importância de projetar forças navais baseadas em ameaças reais e futuras, em vez de tendências passageiras ou inovações mal implementadas.  


Por Angelo Nicolaci 


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quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

Pioneirismo na FAB: Major Joyce se Torna a Primeira Mulher a Comandar uma Unidade Aérea, o Renomado Esquadrão Gordo

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A partir desta quarta-feira, 15 de janeiro de 2025, a Major Aviadora Joyce de Souza Conceição escreve um novo capítulo na história da Força Aérea Brasileira (FAB). Ela se torna a primeira mulher a comandar uma Unidade Aérea na história da FAB ao assumir o comando do Primeiro Esquadrão do Primeiro Grupo de Transporte (1º/1º GT) – "Esquadrão Gordo", sediado na Base Aérea do Galeão (BAAG), no Rio de Janeiro (RJ). Este feito, oficializado em julho de 2024, representa uma conquista histórica para as mulheres nas Forças Armadas do Brasil e um marco na trajetória de pioneirismo e liderança da Major Joyce.

Uma Carreira de Superação e Pioneirismo

Natural de Manaus, no estado do Amazonas, a Major Joyce ingressou na FAB em 2003 e se formou Aspirante a Oficial Aviadora em dezembro de 2006, fazendo parte da primeira turma de aviadoras da Academia da Força Aérea (AFA). Desde o início de sua carreira, ela tem quebrado barreiras e se tornado referência para mais de 13 mil mulheres nas Forças Armadas. “Fazer parte da primeira turma de Oficiais Aviadoras foi um desafio e uma grande responsabilidade”, afirma Joyce, destacando a importância da adaptação ao voo e da formação em conjunto com suas colegas de turma.

Após sua formatura, Joyce se especializou na Aviação de Transporte e teve a oportunidade de voar no Norte do Brasil, enfrentando desafios operacionais e climáticos da região Amazônica. Entre suas principais conquistas, destaca-se a formação como a primeira aviadora brasileira habilitada a pilotar o C-130 Hercules, em 2012, consolidando-se como uma das principais aviadoras da FAB.

Feitos Históricos: Desbravando a Antártica e a Liderança no Esquadrão Gordo

Em 2016, a Major Joyce tornou-se a primeira mulher brasileira a pousar na Antártica, alcançando um feito histórico. As missões de apoio ao Programa Antártico Brasileiro marcaram um ponto culminante em sua carreira como piloto da aeronave C-130. “Os desafios da meteorologia instável na Antártica exigiram experiência e perícia de toda a equipe”, relembra com orgulho.

Sua trajetória no Esquadrão Gordo, uma das unidades mais tradicionais da FAB, foi marcada por grandes realizações. Em 2021, como Major, ela coordenou atividades operacionais complexas na unidade e, agora, com o comando, retorna ao voo na aeronave KC-390, substituindo o C-130. “Ser escolhida para comandar o Esquadrão Gordo foi uma grande emoção e um reconhecimento do trabalho desenvolvido ao longo da minha carreira”, afirma.

Desafios e Inspiração para as Novas Gerações

A nomeação da Major Joyce para o comando do 1º/1º GT é um reflexo do avanço da participação feminina nas Forças Armadas e serve de inspiração para as novas gerações. A comandante, que agora lidera uma das unidades mais estratégicas da FAB, tem o desafio de manter a excelência operacional, principalmente em missões de grande relevância nacional e internacional, como transporte de tropas, ajuda humanitária, e missões de resgates.

“Espero dois anos de muitos desafios, onde liderarei minha Unidade com o compromisso de manter a excelência no emprego da aeronave KC-390. Para as mulheres que desejam ingressar na Força Aérea e almejam comandar um Esquadrão, digo que o céu é vasto e há espaço para todas nós”, conclui Joyce, reforçando sua mensagem de coragem, determinação e preparação.

O Esquadrão Gordo e a Aviação Brasileira

O 1º/1º GT, também conhecido como "Esquadrão Gordo", é uma unidade estratégica da FAB com um papel vital no transporte de tropas, carga e apoio logístico. Operando a aeronave KC-390 Millennium, o "Esquadrão Gordo" é responsável por missões de transporte e reabastecimento em voo, além de atuar em situações de emergência, como combate a incêndios e operações de resgates. A capacidade da aeronave KC-390 traz um salto significativo para a unidade, permitindo um desempenho ainda mais eficiente em missões de grande porte.

Com a nomeação da Major Joyce, o "Esquadrão Gordo" se destaca como exemplo de competência e liderança, refletindo o crescente papel das mulheres na aviação militar e o compromisso da FAB com a promoção da igualdade de gênero nas Forças Armadas.


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