Sob a coordenação do Comando Militar do Sudeste (CMSE), o Exército Brasileiro realiza a Operação PERSEU, o maior e mais abrangente exercício militar de 2024. Com a participação de mais de 7.600 militares oriundos de cinco comandos militares de área, a operação é um marco no adestramento da Força Terrestre, simbolizando sua prontidão e capacidade de resposta em situações de combate e cooperação.
Realizada com cenário que simula condições reais de conflito, a operação mobiliza 62 veículos blindados, 433 viaturas não blindadas e 15 aeronaves, em um teatro de operações que abrange os municípios paulistas de Caçapava, Taubaté e Lorena, além de Resende, no Rio de Janeiro. Essa distribuição estratégica permite o treinamento das tropas em ambientes variados e desafiadores, alinhando-se aos padrões de doutrina militar contemporânea e às demandas de um cenário de combate multidomínio.
A Operação PERSEU não se limita à preparação para o combate convencional. Além de testar as capacidades operacionais da Força de Prontidão (FORPRON), o exercício reforça a habilidade de atuação em missões de defesa da pátria, apoio a agências governamentais e cooperação em política externa. Esse amplo espectro de missões reflete o compromisso do Exército Brasileiro com a segurança nacional e sua adaptabilidade diante dos desafios modernos.
A Operação PERSEU, Está servindo para consolidar a integração entre unidades e recursos tecnológicos, modernizando e fortalecendo a capacidade do Exército Brasileiro de atuar em qualquer cenário, simbolizando a busca contínua pela excelência no adestramento e preparo das tropas brasileiras.
Assalto Aeromóvel e conquista de aeródromo
Um dos destaques da operação foi o Assalto Aeromóvel realizado pela Brigada de Infantaria Aeromóvel na cidade de Cruzeiro, no Vale do Paraíba. Cerca de 500 militares da Força-Tarefa Ipiranga foram deslocados em 25 aeronaves do Comando de Aviação do Exército, incluindo aeronaves Fennec, Pantera K2, Cougar e Jaguar. A missão: conquistar um aeródromo estratégico.
Essa simulação demonstrou a capacidade de mobilização rápida e a eficácia no transporte de tropas e equipamentos em cenários críticos. O General de Brigada Igor Lessa Pasinato, comandante da Brigada de Infantaria Aeromóvel, enfatizou: "Esse exercício coroou um ano inteiro de preparação. Nossa brigada se adestrou intensamente para alcançar essa capacidade, essencial em operações de alta complexidade."
Superando desafios: transposição do Rio Paraíba do Sul
Outro ponto de destaque foi a transposição do Rio Paraíba do Sul, coordenada pelo 4º Grupamento de Engenharia. A operação, que envolveu embarcações, pontes móveis e viaturas blindadas Guarani, demonstrou a capacidade de superar obstáculos naturais em missões reais.
O General de Brigada Pablo José Lira de Almeida, comandante do 4º Grupamento de Engenharia, ressaltou: "A transposição de cursos d’água é uma das tarefas mais desafiadoras em uma operação militar. Essa atividade exige coordenação, coesão e alto nível técnico, características que nossas tropas adquiriram com treinamento rigoroso ao longo do ano."
A execução contou com a participação de batalhões especializados, como o 2º, 3º e 6º Batalhão de Engenharia de Combate e unidades blindadas, reforçando a integração entre diferentes setores da força.
Conflitos urbanos e combate a forças irregulares
Na cidade de Silveiras, o 28º Batalhão de Infantaria Mecanizado (28º BIMec) conduziu operações simuladas contra forças irregulares, incluindo a captura de líderes inimigos. Blindados Guarani, equipados com o sistema SARC-REMAX, foram essenciais para oferecer proteção e precisão em combates urbanos.
O General Santiago César França Budó, comandante da 11ª Brigada de Infantaria Mecanizada, destacou o impacto dessa tecnologia: "O Guarani oferece proteção incomparável contra armas leves, além de sensores avançados que facilitam a identificação de alvos ocultos. Com a torre remotamente controlada, nossos soldados operam com segurança e eficácia."
Poder de fogo: artilharia de longo alcance com o sistema ASTROS
A Artilharia Divisionária da 3ª Divisão de Exército demonstrou o impacto estratégico do sistema ASTROS. Capaz de atingir alvos a até 300 km com mísseis táticos de cruzeiro e foguetes de precisão, o ASTROS amplia significativamente a capacidade de apoio de fogo das tropas.
O General Pablo José Lira de Almeida descreveu o sistema como um divisor de águas no campo de batalha: "O ASTROS é um multiplicador de força que oferece rapidez, precisão e alcance em níveis sem precedentes. Ele é um elemento-chave em nossa estratégia operacional."
Exercícios Operacionais Intensos Marcam a Reta Final da Operação PERSEU
A Operação PERSEU entra em sua reta final com um cronograma repleto de atividades desafiadoras e realistas. As tropas estão empenhadas em missões que simulam cenários de combate, promovendo um treinamento essencial para o aprimoramento da capacidade operacional das Forças Armadas.
Neste sábado (30), a ação se concentra na Represa do Funil, em Itatiaia/RJ, onde estão sendo realizados os exercícios de Assalto Aeroterrestre e Assalto Aeromóvel. No primeiro, tropas paraquedistas são lançadas de aeronaves em território inimigo, demonstrando precisão e habilidade em infiltrações aéreas. No segundo, helicópteros realizam o transporte das tropas diretamente para a zona de combate, garantindo rapidez e eficiência no desembarque.
O dia esta sendo marcado pela integração de unidades de elite, como as Tropas Paraquedistas do Rio de Janeiro, e o suporte de aeronaves da Força Aérea Brasileira e do Comando de Aviação do Exército, que contribuem para o dinamismo e o realismo das operações.
O domingo (1) será dedicado a exercícios que simulam o avanço em território hostil. As tropas realizarão a Marcha para o Combate, um deslocamento planejado para aproximar-se do inimigo. Em seguida, será executado o Ataque, ação ofensiva decisiva para neutralizar as forças adversárias.
Após o sucesso dessa operação, ocorrerá o Aproveitamento do Êxito, uma manobra que explora a vantagem obtida para consolidar posições e avançar ainda mais no campo de batalha. Esses exercícios testam o poder de resposta das tropas e integram diversas armas e viaturas em um cenário de combate simulado.
Na segunda-feira (2), os treinamentos continuam com foco na execução de Ataque, Junção e Tiro de Fração. Durante essas ações, as tropas simularão combates diretos contra forças inimigas e a junção de unidades para fortalecer a ofensiva.
O exercício culminará com o Tiro de Fração, momento em que frações menores de combate testarão sua precisão e eficiência em um ambiente controlado, mas desafiador.
Na próxima terça e quarta-feira (3 e 4), a Operação PERSEU será encerrada com exercícios de Tiro Real em Resende/RJ. Esses dois dias serão dedicados à aplicação de todos os conhecimentos adquiridos ao longo da operação, unindo Aviação, Manobra, Artilharia de Campanha e Defesa Antiaérea.
As tropas utilizarão armamentos de alta tecnologia, viaturas blindadas e aeronaves para neutralizar alvos simulados, em um treinamento que reflete as condições de um combate real. Essa fase final é importante para validar o desempenho operacional das unidades envolvidas e reforçar a capacidade de integração entre diferentes forças.
A Operação PERSEU é uma oportunidade única para o Exército Brasileiro testar sua prontidão e reforçar sua preparação para enfrentar desafios reais complexos. As atividades intensas previstas são uma prova do compromisso do Exército Brasileiro com a defesa da soberania nacional e o constante aprimoramento de suas tropas.
Ao fim do exercício, a coesão entre tropas, a aplicação prática da doutrina militar e o uso inovador de tecnologias reafirmaram a capacidade do Exército Brasileiro de enfrentar cenários complexos, garantindo segurança e soberania nacional.
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com Exército Brasileiro