quinta-feira, 6 de novembro de 2025

Marinha realiza exercício em Iperó (SP) para aprimorar Defesa NBQR e segurança física nuclear

0 comentários

A Marinha do Brasil realizou, entre 3 e 7 de novembro, a 6ª edição do exercício voltado ao fortalecimento da capacidade de resposta do Sistema de Defesa Nuclear, Biológica, Química e Radiológica (NBQR) e ao aperfeiçoamento dos procedimentos de segurança física nuclear. A atividade ocorreu no Centro Industrial Nuclear de Aramar (CINA), em Iperó (SP), sob organização do Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP), reunindo militares e servidores civis de diversas organizações militares e instituições parceiras do setor nuclear brasileiro.

O exercício teve como foco avaliar e aprimorar protocolos de prevenção, detecção e resposta a incidentes NBQR, além de testar a eficácia das medidas de proteção física de materiais e instalações nucleares. Para as atividades, foi constituído um Grupamento Operativo de Fuzileiros Navais, coordenado pelo Comando de Proteção e Defesa NBQR da Marinha, com participação de meios da Força de Fuzileiros da Esquadra, do Rio de Janeiro, e do 3º Batalhão de Proteção e Defesa NBQR de Brasília.

Ao longo da semana, foram conduzidas simulações de emergências radiológicas e químicas, exercícios de contenção de vazamentos, atendimento médico em áreas contaminadas, procedimentos de descontaminação e neutralização de ameaças cibernéticas. Os treinamentos também contemplaram ações de segurança física nuclear, com reforço de barreiras, controle de acesso a áreas sensíveis, desativação de artefatos explosivos, resposta a intrusão e sabotagem, controle de distúrbios e atividades de Operações de Informação.

Mais de 500 militares e civis participaram do adestramento, que contou, de forma inédita, com a presença de observadores da Autoridade Nacional de Segurança Nuclear (ANSN) e do Centro Regional de Ciências Nucleares do Nordeste (CRCN-NE), órgão vinculado à Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN).

O Diretor do CTMSP, Vice-Almirante (EN) Celso Mizutani Koga, destacou a evolução do exercício nesta edição. “O exercício de 2025 evidencia a contínua evolução da Marinha na integração das áreas de defesa NBQR e segurança física nuclear, por meio da validação de protocolos de resposta a emergências radiológicas, químicas e cibernéticas, da aplicação rigorosa de medidas de proteção física e do aprimoramento da interoperabilidade entre diversos setores da Marinha. Esta atividade reforça o compromisso institucional com a proteção de pessoas, instalações estratégicas e meio ambiente, fortalecendo a prontidão operacional e a excelência tecnológica da Marinha do Brasil.”

O Comandante de Proteção e Defesa NBQR da Marinha, Contra-Almirante (FN) Roberto Lemos, ressaltou o emprego integrado das capacidades dos batalhões especializados. “O Adestramento de Proteção e Defesa NBQR, sob coordenação do Centro Tecnológico, alcançou o propósito de aprimorar a capacidade de apoiar a Resposta Integrada a Emergências (‘Safety and Security’) na área nuclear. Em sua sexta edição foram utilizadas também as estruturas da Secretaria Naval de Segurança Nuclear, por meio do Sistema do Centro de Acompanhamento de Respostas a Emergências Nucleares e Radiológicas Navais (SisCARE). Digno de mencionar o inédito emprego dos 1°, 2° e 3° Batalhões de Proteção e Defesa NBQR de forma integrada, que reforçou ou incrementou as atuais capacidades para a segurança das instalações nucleares.”

O exercício reforça a continuidade dos esforços da Marinha para assegurar a proteção física, operacional e tecnológica das instalações nucleares, consolidando a prontidão das equipes e a interoperabilidade entre as instituições que integram o Sistema de Defesa NBQR, alinhado às diretrizes da Estratégia Nacional de Defesa.

O Sistema de Defesa NBQR da Marinha

O Sistema de Defesa Nuclear, Biológica, Química e Radiológica da Marinha é responsável por prevenir, detectar e responder a incidentes envolvendo agentes NBQR, protegendo pessoal, instalações estratégicas e o meio ambiente. Composto por unidades especializadas, equipes de pronto emprego, laboratórios e equipamentos de monitoramento, atua de forma integrada com órgãos civis e militares, incluindo o Sistema de Proteção ao Programa Nuclear Brasileiro (SIPRON), e combina ações de prevenção, resposta e desenvolvimento científico e tecnológico.

Programa Nuclear da Marinha e PROSUB

O Programa Nuclear da Marinha (PNM) tem como objetivo o domínio completo do ciclo do combustível nuclear, desde a produção e enriquecimento de urânio até a operação segura de reatores para propulsão naval. O Programa de Submarinos (PROSUB), desenvolvido em parceria com a França, integra esse esforço ao prever a construção de submarinos convencionais e do futuro Submarino com Propulsão Nuclear Convencionalmente Armado (SNCA), que utilizará o reator desenvolvido pelo CTMSP. O PROSUB fortalece a soberania marítima e impulsiona o desenvolvimento científico, tecnológico e industrial do país.


GBN Defense  - A informação começa aqui

com Marinha do Brasil


Continue Lendo...

Condor fortalece as capacidades operacionais da Marinha do Brasil com entrega de novos equipamentos não letais no âmbito do PANL

0 comentários

A Condor Tecnologias Não Letais, empresa brasileira que integra o conglomerado de defesa dos EAU, EDGE Group, alcançou mais um marco importante no fortalecimento das capacidades operacionais das Forças Armadas. No dia 28 de outubro, a companhia realizou a entrega de um conjunto de equipamentos e munições não letais ao Centro de Avaliação da Ilha da Marambaia (CADIM), organização militar da Marinha do Brasil.

A iniciativa faz parte do Programa de Armas Não Letais (PANL) e é resultado da parceria institucional entre o Comando do Material de Fuzileiros Navais (CMatFN) e a Condor. O Batalhão de Polícia de Fuzileiros Navais (BtlPolFuzNav) apoiou a ação, sendo responsável pela transferência dos materiais e pela condução do treinamento técnico junto aos militares do CADIM. A capacitação reforça a doutrina de emprego responsável e proporcional da força, princípio central no uso de tecnologias não letais em operações militares e de segurança.

Durante a entrega, o Chief Operating Officer (COO) da Condor, Luiz Monteiro, destacou o papel estratégico da iniciativa para a ampliação das capacidades nacionais e o fortalecimento institucional das Forças Armadas. “O fortalecimento contínuo das instituições brasileiras por meio de tecnologias nacionais, aliadas a treinamento e doutrina, é parte da nossa missão de preservar vidas e apoiar o emprego seguro da força. É uma honra contribuir para o preparo operacional dos Fuzileiros Navais neste importante Programa”, afirmou.

O Programa de Armas Não Letais (PANL) tem caráter estruturante e visa consolidar o uso de tecnologias não letais no âmbito das Forças Armadas, alinhando o Brasil às melhores práticas internacionais e reforçando o compromisso do país com o uso progressivo e proporcional da força.

Com mais de quatro décadas de atuação e presença consolidada em mais de 80 países, a Condor é referência global em soluções não letais e um exemplo da capacidade da indústria nacional de defesa. A empresa segue comprometida com o desenvolvimento tecnológico, a soberania do Brasil e a preservação da vida, contribuindo diretamente para a modernização e o preparo das instituições brasileiras.


GBN Defense - A informação começa aqui

Continue Lendo...

KC-390 da FAB realiza lançamento inédito de paraquedistas a 33 mil pés e consolida salto tecnológico e operacional brasileiro

0 comentários

A Força Aérea Brasileira (FAB) alcançou um marco inédito ao realizar, com a aeronave multimissão KC-390 Millennium, o primeiro lançamento de paraquedistas a 33 mil pés de altitude, cerca de 10 quilômetros. A operação foi conduzida pelo Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) entre os dias 20 e 30 de outubro, na Base Aérea de Anápolis (BAAN), e representa um avanço significativo na consolidação da capacidade do Brasil em executar missões de infiltração aérea em grandes altitudes.

Integrada ao contexto da Operação Zeus 2025 – Fase ASSAET, a missão teve foco no emprego do sistema High Altitude Low Opening (HALO), técnica utilizada em ações especiais que exigem discrição, precisão e elevada resistência física. O objetivo principal foi validar o sistema de fornecimento de oxigênio do KC-390 para pilotos e tripulantes durante voos despressurizados em altitudes elevadas, etapa essencial para o emprego do Salto Livre Operacional (SLOP) e para lançamentos de cargas em níveis próximos ao teto operacional da aeronave.

Os ensaios confirmaram a plena capacidade do KC-390 para operações de assalto aeroterrestre em condições extremas, reforçando seu papel como plataforma estratégica de transporte e sustentação da FAB. O feito também evidencia o amadurecimento tecnológico do vetor e consolida o protagonismo da indústria nacional, por meio da Embraer.

A avaliação foi coordenada pela Gerência Técnica do Projeto KC-390 do DCTA, com planejamento e execução conduzidos pelo Instituto de Pesquisas e Ensaios em Voo (IPEV). A missão contou com a participação de tripulações do 1º Grupo de Transporte de Tropa (1º GTT – Esquadrão Zeus) e do 1º Esquadrão do 1º Grupo de Transporte (1º/1º GT – Esquadrão Gordo), além de paraquedistas do Esquadrão Aeroterrestre de Salvamento (PARA-SAR) e especialistas da Embraer.

Por se tratar de uma operação de alto risco, médicos acompanharam o voo para monitorar as condições fisiológicas dos militares em ambiente extremo, com temperaturas abaixo de –40°C e aeronave despressurizada. O suporte sanitário assegurou total segurança aos participantes.

Segundo o Major Aviador Bruno Cândido de Paula, Engenheiro de Provas do IPEV, o ensaio reforça o grau de maturidade técnica do instituto. Ele destacou que o trabalho conjunto entre pilotos, engenheiros, tripulações operacionais e paraquedistas conferiu singularidade à avaliação.

O Major de Infantaria José Ivan Pedroza Bezerra Ribeiro, do PARA-SAR, destacou que o salto livre operacional em condições extremas amplia a capacidade da FAB e do próprio esquadrão em missões de infiltração aérea de alta complexidade, aumentando a prontidão da Força para cenários reais.

Para o Capitão Aviador Bruno Campanaro da Silva, do 1º GTT, o resultado simboliza um grande avanço operacional. Em suas palavras, o lançamento a 33 mil pés representa mais do que um recorde: consolida uma capacidade há muito almejada, demonstrando o elevado preparo das equipes e o desempenho do KC-390 operando próximo ao limite de sua capacidade.

O feito reforça a evolução tecnológica e operacional da Força Aérea Brasileira na condução de missões especiais, ao mesmo tempo em que consolida o KC-390 Millennium como um vetor de classe mundial, capaz de atuar em operações de transporte tático, infiltração aeroterrestre e apoio humanitário sob condições extremas. 


GBN Defense - A informação começa aqui

com FAB

Continue Lendo...

EsIE forma novos especialistas em DQBRN, com destaque para primeira Oficial DQBRN da linha bélica da AMAN e presença internacional

0 comentários

A Escola de Instrução Especializada (EsIE) realizou, nos dias 5 e 6 de novembro, as cerimônias de diplomação e formatura de mais uma turma do Curso de Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear para Oficiais (DQBRN), consolidando seu papel como centro de excelência na capacitação de militares para atuação em cenários de alta complexidade e sensibilidade estratégica.

A qualificação prepara oficiais para comandar frações especializadas, planejar e coordenar ações preventivas e de resposta diante de incidentes envolvendo agentes químicos, biológicos, radiológicos ou nucleares. Além de formar especialistas operacionais, o curso tem caráter multiplicador, capacitando instrutores aptos a difundir conhecimento técnico e científico no âmbito da Força Terrestre.


Na edição de 2024, 19 oficiais concluíram o treinamento: 18 brasileiros e um militar do Exército do Senegal, reforçando o intercâmbio internacional e o reconhecimento da expertise brasileira na área. Entre os formandos, um marco histórico: a primeira oficial da Linha de Ensino Militar Bélico, formada pela Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), a obter o título de Oficial DQBRN, avanço simbólico e concreto na representatividade feminina em uma das áreas mais especializadas da Força.

A solenidade de diplomação, realizada no primeiro dia, incluiu o tradicional descerramento da placa da turma, ato que registra para a memória institucional a conclusão do curso e o legado deixado pelos novos especialistas.

No dia seguinte, ocorreu a formatura, presidida pelo General de Divisão Giovani Moretto, Comandante da 1ª Região Militar e oficial general detentor do Curso DQBRN. O retorno à EsIE teve significado especial: há 30 anos, o general também se formava naquele mesmo curso. Em sua fala, Moretto resgatou momentos marcantes da evolução da defesa DQBRN no Brasil, citando o acidente radiológico com o Césio-137, em 1987, e as lições da pandemia de COVID-19 como capítulos que demonstram a relevância e a necessidade de constante aperfeiçoamento na área.

O general destacou que as futuras demandas da especialidade exigirão preparo contínuo e atualização permanente. “Sorte é quando a oportunidade encontra o preparado”, afirmou, incentivando os novos oficiais a buscarem evolução profissional e acadêmica dentro e fora do país.

Moretto parabenizou ainda o Comandante da EsIE, Coronel Fedozzi, pela condução do curso e pelo trabalho da Escola na formação de especialistas altamente capacitados. Reconheceu o empenho dos formandos e agradeceu às famílias pelo apoio essencial durante a jornada de estudos e desafios.

A conclusão da turma reforça a posição da EsIE como referência nacional em ensino militar especializado. Com rigor técnico, embasamento científico e sólidos valores militares, a instituição segue preparada para formar profissionais capazes de proteger o Exército e a sociedade frente a ameaças DQBRN, cujo impacto e importância se tornam cada vez mais presentes no cenário global.


GBN Defense - A informação começa aqui

com Exército Brasileiro

Continue Lendo...

Exército realiza novo ensaio de qualificação do míssil anticarro brasileiro MAX 1.2 AC no CAEX

0 comentários

O Exército Brasileiro avançou mais uma etapa no processo de qualificação do míssil nacional MAX 1.2 AC, durante uma atividade de tiro realizada entre os dias 21 e 24 de outubro, no Centro de Avaliações do Exército (CAEX). O exercício contou com a participação do Centro Tecnológico do Exército (CTEx) e da SIATT, empresa responsável pelo desenvolvimento e fabricação do sistema.

O ensaio integrou a campanha de testes prevista para a entrega do lote inicial de munições adquirido pelo Comando Logístico (COLOG). Nesta fase, foi conduzido um lançamento telemétrico voltado à qualificação de fornecedores de componentes e subsistemas, buscando comprovar a manutenção do desempenho e da conformidade técnica mesmo com a integração de materiais de diferentes origens. Esse tipo de teste é essencial para assegurar a padronização e confiabilidade do sistema em produção seriada.

O MAX 1.2 AC é um míssil antitanque superfície–superfície de médio alcance, composto por um vetor encapsulado em seu tubo de lançamento e uma unidade portátil de tiro. Projetado para emprego por unidades de Infantaria e Forças de Operações Especiais, o sistema foi submetido a rigorosos testes no CAEX e homologado pelo Departamento de Ciência e Tecnologia (DCT), atendendo plenamente aos requisitos técnicos estabelecidos pelo Exército Brasileiro.


Adotado oficialmente pela Força em julho de 2025, o míssil consolidou-se como o principal sistema nacional para enfrentamento de alvos blindados. Seu desenvolvimento representa um marco estratégico para o país, por ser integralmente concebido e produzido no Brasil, um avanço direto para a autonomia tecnológica, o fortalecimento da Base Industrial de Defesa (BID) e o aumento da capacidade dissuasória do Exército.

A campanha no CAEX também marcou um momento histórico: em 24 de outubro, a 1º Tenente Beatriz Luberiaga Bezerra, engenheira militar da Seção de Mísseis e Foguetes do CTEx, realizou um lançamento real com o MAX 1.2 AC, tornando-se a primeira mulher no Exército Brasileiro a operar o sistema em um disparo real. O feito simboliza não apenas um avanço tecnológico, mas também o progresso contínuo na representatividade feminina em áreas de alta especialização no setor de defesa.

Com a fase de qualificação avançando, o míssil MAX 1.2 AC aproxima-se de entrar em operação em larga escala, reforçando o compromisso do Exército com a modernização de seus sistemas de armas e com a consolidação de soluções de defesa produzidas em território nacional.


GBN Defense - A informação começa aqui

com Exército Brasileiro

Continue Lendo...

EUA buscam instalar base militar em Damasco até o fim do ano, mas governo sírio nega acordo

0 comentários

Um possível acordo para que os Estados Unidos estabeleçam uma presença militar em Damasco, capital da Síria, até o final de 2025, veio à tona nesta quinta-feira após uma reportagem da Reuters citar fontes ligadas às negociações. A medida marcaria uma mudança significativa na atuação americana no país, onde Washington mantém atualmente apenas uma base no sudeste do território, instalação que opera sem autorização oficial do governo sírio e é alvo de críticas de Moscou, que alega que o local se tornou um “refúgio para grupos terroristas”.

De acordo com a agência, o plano estaria vinculado a um pacto de não agressão entre o novo governo sírio e Israel. O acordo, mediado pelos Estados Unidos, incluiria a criação de uma zona desmilitarizada no sul da Síria, com o objetivo de reduzir tensões na fronteira e limitar ações de facções armadas que desafiam o controle central.

Fontes militares citadas pela Reuters afirmam que a instalação americana em Damasco não teria perfil de base de combate direto, mas sim funções voltadas para logística, vigilância, reabastecimento e operações humanitárias. Segundo essas fontes, a Síria manteria “total soberania” sobre o local. Washington estaria pressionando pela formalização do acordo antes de uma possível visita do atual líder sírio, Ahmed al-Sharaa, aos Estados Unidos.

As informações surgem após a visita do comandante do Comando Central dos EUA (CENTCOM), almirante Brad Cooper, a Damasco em setembro. Embora as declarações oficiais divulgadas após o encontro tenham sido vagas, mencionando apenas “cooperação política e militar em prol da estabilidade regional”, fontes indicam que o tema da possível instalação americana e de garantias envolvendo Israel esteve entre os pontos discutidos.

O contexto interno sírio permanece volátil desde a queda do presidente Bashar al-Assad no ano passado. A ascensão ao poder de Ahmed al-Sharaa, ex-líder do grupo jihadista Hayat Tahrir al-Sham (HTS), onde era conhecido como Abu Mohammad al-Julani, mergulhou o país em um período de instabilidade e conflitos entre forças governistas e grupos minoritários. Facções islamistas têm realizado ataques frequentes contra comunidades alauítas, cristãs, curdas e drusas, intensificando tensões sociais e sectárias.

A situação dos drusos, em particular, motivou Israel a intervir militarmente na zona-tampão próxima às Colinas de Golã, alegando necessidade de proteger a minoria e impedir ações hostis ao longo da fronteira. O episódio aumentou ainda mais o peso geopolítico das negociações envolvendo Washington, Tel-Aviv e Damasco.

Poucas horas após a divulgação da matéria, o Ministério das Relações Exteriores da Síria negou as informações, classificando-as como “falsas” em nota à agência estatal SANA. O pronunciamento, porém, não esclareceu quais pontos do relatório seriam incorretos, afirmando apenas que “trabalhos estão em andamento para transferir para Damasco as parcerias e entendimentos firmados com entidades provisórias”.

Com versões divergentes, o possível acordo segue envolto em dúvidas, mas caso confirmado, significaria um realinhamento estratégico sem precedentes na Síria pós-Assad, aproximando o novo governo de Washington e mudando a dinâmica regional no Oriente Médio.


GBN Defense - A informação começa aqui

com Reuters

Continue Lendo...

Suécia avalia financiar venda de até 150 caças Gripen E para a Ucrânia em acordo histórico

0 comentários

A Suécia e a Ucrânia avançam nas negociações para um acordo considerado potencialmente o maior da história da indústria aeronáutica sueca, envolvendo a possível aquisição de até 150 aeronaves Gripen E pela Força Aérea Ucraniana. Segundo o ministro da Defesa da Suécia, Pal Jonson, parte do pacote poderá ser financiado por Estocolmo por meio de mecanismos de ajuda militar, exportação e fundos internacionais.

O plano surge após a assinatura, em outubro, de um acordo de cooperação de longo prazo entre os dois países, incluindo defesa aérea e a possibilidade de exportação de aeronaves de combate de quarta geração para Kiev. Caso confirmado, o contrato representará a maior encomenda de caças produzidos pela Saab.

Embora o valor estimado do acordo não tenha sido revelado, a negociação atrai atenção devido ao alto custo envolvido. Para referência, a venda de quatro aeronaves Gripen para a Tailândia no terceiro trimestre foi avaliada em 5,3 bilhões de coroas suecas (aproximadamente US$ 563 milhões), o que levanta questionamentos sobre a capacidade financeira de Kiev para uma compra em escala tão ampla.

Pal Jonson reconhece que a capacidade da Ucrânia de financiar os caças com seu orçamento pós-guerra será um dos pontos centrais da proposta. Contudo, reforça que o pacote poderá ser estruturado com diferentes fontes de financiamento, o que inclui:

• créditos à exportação
• utilização de ativos russos congelados na Europa
• recursos do plano sueco de apoio militar à Ucrânia, que prevê 40 bilhões de coroas suecas em 2026 e outros 40 bilhões em 2027

O ministro afirmou ainda que o plano foi apresentado à chamada “coalizão dos dispostos”, grupo de 16 países europeus que apoia financeiramente o esforço de guerra da Ucrânia contra a Rússia. Países envolvidos na cadeia industrial do Gripen também podem contribuir, dado o interesse direto na expansão do programa, já que o caça utiliza motores da norte-americana General Electric e vários componentes fabricados no Reino Unido.

A Suécia tem intensificado a pressão para que a União Europeia autorize o uso de aproximadamente 200 bilhões de euros em ativos russos congelados para financiar o apoio militar à Ucrânia, incluindo o projeto de aquisição dos Gripen.

O primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, declarou recentemente que o acordo é “muito realista”, embora ainda exija avanços nas negociações. Caso seja firmado, as primeiras entregas poderiam ocorrer em cerca de três anos. A Saab, por sua vez, disse estar preparada para ampliar a produção do caça e avalia parcerias industriais com Ucrânia, Canadá e outros países, inclusive para complementar a linha de montagem existente no Brasil.

Reconhecido por analistas como uma alternativa de menor custo em relação aos caças de quinta geração, como o F-35, o Gripen E vem ganhando espaço como opção para países que buscam modernização com menores custos operacionais. A visita do primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmyhal, a Estocolmo nesta quinta-feira deverá dar continuidade às negociações e à construção de um modelo de financiamento multilateral para viabilizar o acordo.


GBN Defense - A informação começa aqui

com Reuters

Continue Lendo...

Embraer abre capacitação gratuita para formar mecânicos de aeronaves em Sorocaba

0 comentários

A Embraer abriu inscrições para um programa de capacitação gratuito voltado à formação de 35 novos profissionais de manutenção de aeronaves, reforçando sua atuação no desenvolvimento de mão de obra qualificada e ampliando oportunidades para moradores da região de Sorocaba. A iniciativa busca preparar técnicos para atuar na indústria aeroespacial, setor estratégico para o país e com demanda crescente por profissionais certificados.

Com início previsto para 26 de janeiro de 2026, o curso terá duração de três anos, com aulas de segunda a sexta-feira, das 18h às 22h, em local próximo ao Aeroporto Internacional de Sorocaba. A capacitação é gratuita desde a inscrição até a conclusão e foi estruturada para que, ao final, os participantes estejam aptos a obter certificação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), requisito fundamental para exercer a função de mecânico de aeronaves.

Alinhada ao compromisso da Embraer com diversidade e inclusão, a formação reserva 12 das 35 vagas para mulheres e pessoas pretas ou pardas. A proposta é ampliar o acesso de grupos historicamente sub-representados a carreiras técnicas no setor aeroespacial, estimulando pluralidade e integração social.

As inscrições seguem abertas até 16 de novembro, no site (click aqui), e o critério de prioridade será por ordem de inscrição. Para concorrer, o candidato deve ter 18 anos completos até outubro de 2025, Ensino Médio concluído, não ter trabalhado previamente na Embraer e residir em Sorocaba, Araçoiaba da Serra, Boituva, Itu, Mairinque, São Roque ou Votorantim.

O processo seletivo inclui prova com questões de raciocínio lógico, matemática, interpretação de texto e inglês básico. Os aprovados nessa etapa participarão de entrevistas on-line. A formação terá foco prático e teórico, preparando os alunos para atuar em hangar, linha de voo e serviços de manutenção, setores essenciais para a segurança e a disponibilidade das aeronaves.

A iniciativa fortalece o polo aeroespacial do interior paulista e contribui diretamente para a formação de especialistas, estimulando a geração de empregos qualificados e o desenvolvimento regional em um dos segmentos mais avançados da indústria nacional.

A Embraer é uma empresa global do setor aeroespacial, com sede no Brasil, que fabrica aeronaves para aviação comercial, executiva, defesa, segurança e aplicações agrícolas. A companhia também oferece serviços e suporte pós-venda por meio de uma ampla rede de centros próprios e credenciados.

Fundada em 1969, já entregou mais de 9.000 aeronaves ao mercado mundial. Em média, a cada 10 segundos um avião Embraer decola em algum lugar do planeta, transportando mais de 150 milhões de passageiros por ano. Líder mundial na produção de jatos comerciais de até 150 assentos, é considerada a maior exportadora brasileira de produtos de alto valor agregado, com presença industrial e de serviços nas Américas, África, Ásia e Europa.


GBN Defense - A informação começa aqui

Continue Lendo...

Brasil dá passo decisivo rumo à criptografia pós-quântica em parceria inédita entre CISSA e ABIN

0 comentários

A iniciativa reforça soberania digital e prepara o país para ameaças da próxima era tecnológica; acordo envolve pesquisa aplicada em algoritmos resistentes à computação quântica

O Brasil se posiciona para ocupar espaço de protagonismo na corrida global pela segurança cibernética pós-quântica. O CISSA e a Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) firmaram uma parceria inédita para conduzir pesquisas estratégicas na área de criptografia pós-quântica (CPQ), tecnologia considerada essencial para a proteção da soberania digital nas próximas décadas.

Ainda em fase de maturação, a computação quântica representa uma ruptura tecnológica capaz de comprometer toda a base de criptografia atualmente utilizada para proteger comunicações governamentais, militares, corporativas e pessoais. Com o avanço dos computadores quânticos, algoritmos amplamente adotados hoje poderão ser quebrados em questão de minutos. Para autoridades de segurança, isso inaugura uma corrida contra o tempo, marcada pelo risco crescente do cenário “Harvest Now, Decrypt Later”, quando dados sigilosos roubados hoje podem ser decifrados futuramente, à medida que a tecnologia evolui.

Segundo Georgia Barbosa, Gerente Executiva do CISSA, a iniciativa reforça o papel do centro de competência como agente de transformação tecnológica. “Ao desenvolvermos soluções pós-quânticas eficientes, garantimos que o país estará preparado para a próxima fronteira tecnológica, defendendo nossa soberania e a segurança dos nossos dados. Esta colaboração com a ABIN materializa nosso propósito, posicionando o Brasil não como um seguidor, mas como um protagonista na construção de um futuro digital seguro.”

Acordo abre caminho para soluções aplicadas à infraestrutura crítica

O primeiro acordo firmado prevê cooperação direta entre o CISSA e o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento para a Segurança das Comunicações da ABIN (CEPESC). O projeto terá duração inicial de 18 meses e focará na otimização de algoritmos criptográficos resistentes a ataques quânticos. Embora considerados seguros, esses protocolos ainda apresentam alto custo computacional e elevado consumo de energia — fatores que desafiam sua adoção em larga escala, especialmente em ambientes de missão crítica como redes industriais, estruturas de governo e sistemas de defesa.

“A segurança digital no século XXI será definida por nossa capacidade de antecipar o futuro tecnológico”, afirma Vanderson Rocha, Diretor do CEPESC. “A parceria estratégica com o CISSA nos coloca na vanguarda da defesa cibernética, unindo a expertise de inteligência da ABIN ao ecossistema de inovação de ponta do CESAR. Juntos, estamos construindo as bases para proteger a infraestrutura de dados do Brasil contra as ameaças mais sofisticadas que estão por vir.”

O pesquisador-chefe do CISSA, Fábio Maia, destaca que o momento é decisivo: “Os algoritmos pós-quânticos são a solução, mas sua implementação em larga escala ainda é um desafio. Nossa pesquisa conjunta com a ABIN buscará refinar esses algoritmos para torná-los viáveis e eficientes, garantindo uma transição segura e sem vulnerabilidades para os sistemas governamentais.”

Soberania digital e defesa nacional

Além do avanço tecnológico, a iniciativa reforça diretrizes estratégicas de Estado, alinhando-se às agendas de soberania digital, defesa cibernética e autonomia tecnológica, temas prioritários para nações que buscam reduzir dependência externa em tecnologias sensíveis.

A parceria também consolida o CISSA e o CESAR como polos centrais da pesquisa aplicada em segurança cibernética no País, fortalecendo a formação de competências nacionais e a capacidade do Brasil de se preparar para ameaças emergentes em um cenário internacional cada vez mais competitivo.


GBN Defense - A informação começa aqui



Continue Lendo...

Taurus conquista contrato no Norte da África e amplia presença no mercado internacional de defesa

0 comentários

A Taurus Armas S.A. venceu uma licitação internacional para o fornecimento de fuzis de assalto destinados a um país localizado no Norte da África, consolidando sua atuação global no segmento de defesa e segurança. O contrato contempla não apenas o fornecimento dos armamentos, mas um pacote completo de equipamentos e serviços, incluindo acessórios, kits de manutenção, peças de reposição e treinamentos voltados à capacitação operacional e de manutenção de agentes especializados.

Avaliado em aproximadamente 7 milhões de dólares, o acordo determina que as entregas sejam realizadas ainda em 2025. O pacote inclui suporte técnico e logístico contínuo, com treinamentos especializados e atendimento a exigências técnicas compatíveis com padrões internacionais de alto nível, além do compromisso de fornecimento de peças por um período superior a dez anos, assegurando a disponibilidade e a longevidade do sistema adquirido pelo país africano.

A venda para uma nação do Norte da África representa um movimento estratégico para a Taurus no cenário internacional, por se tratar de uma região onde a demanda por equipamentos de defesa e segurança mantém relevância constante. Ao ampliar sua presença em um mercado que tradicionalmente valoriza fornecedores capazes de garantir suporte de longo prazo e confiabilidade operacional, a Taurus reforça sua credibilidade como uma fabricante capaz de atender a requisitos rigorosos de desempenho, manutenção e disponibilidade de equipamentos.

Segundo a empresa, este novo contrato reforça o compromisso da Taurus com excelência, inovação e confiabilidade em seus produtos, que atendem aos mais elevados requisitos do mercado internacional de defesa e segurança. Apesar disso, no Brasil a empresa ainda enfrenta barreiras e controvérsias em processos licitatórios, mesmo oferecendo produtos com competitividade reconhecida globalmente.

Um caso recente ocorreu em Alagoas, onde uma licitação realizada em outubro para aquisição de 1.590 fuzis gerou questionamentos devido ao valor considerado superior ao pago pelo Governo Federal, dois meses antes, para equipamento da mesma categoria, além de inconsistências apontadas nos testes de aceitação. Situação semelhante foi registrada em Minas Gerais, onde a Taurus venceu uma licitação ao apresentar melhor qualificação técnica e preço, mas acabou desclassificada de forma considerada indevida.

Taurus reforça presença internacional no segmento de defesa e segurança

Reconhecida como uma das maiores fabricantes de armas leves do mundo, a Taurus caminha para celebrar 86 anos de atuação com forte presença nos mercados civil, policial e militar, tanto no Brasil quanto no exterior. O mercado global de armas apresenta perspectivas de crescimento e pode alcançar 71,5 bilhões de dólares até 2032. O segmento militar representa cerca de 39% desse universo, e a Taurus integra esse setor de forma estratégica com a expansão de seu portfólio, que inclui armas militares de maior porte e calibres, alcançando o .50 BMG, dentro da divisão Taurus Military Products.

A Taurus reforça constantemente sua característica exportadora. Em 2024, aproximadamente 80% de sua produção foi destinada ao mercado externo. Além dos Estados Unidos, que representam cerca de 75% das vendas internacionais da empresa, a fabricante brasileira consolidou negócios em diversos países, entre eles Índia, Guatemala, Filipinas, África do Sul, Quênia, Equador, Peru e Honduras.

Sediada em São Leopoldo (RS), a empresa emprega cerca de 2.200 colaboradores no Rio Grande do Sul e movimenta uma ampla cadeia de fornecedores responsável por milhares de empregos indiretos. Exportando produtos de alto valor agregado para mais de 100 países, a Taurus investe em inovação, tecnologia e processos alinhados ao conceito da Indústria 4.0. Além de sua estrutura no Brasil, mantém unidades produtivas na Geórgia, nos Estados Unidos, e em Haryana, na Índia.


GBN Defense - A informação começa aqui


Continue Lendo...

Itália oficializa primeiro contrato da joint venture Leonardo – Rheinmetall para fornecimento de blindados A2CS Combat

0 comentários

O agrupamento temporário entre Leonardo e Rheinmetall, por meio da joint venture Leonardo Rheinmetall Military Vehicles (LRMV), formada em participação igualitária entre as duas empresas, recebeu o primeiro contrato para o fornecimento de 21 veículos A2CS Combat ao Exército Italiano. A previsão é de que o primeiro blindado seja entregue até o final de 2025.

O pedido consolida o início da cooperação industrial entre Itália e Alemanha no campo dos sistemas de defesa terrestre, reforçando o desenvolvimento conjunto de capacidades e tecnologias voltadas à modernização das forças armadas europeias.

O presidente executivo da LRMV, David Hoeder, destacou a importância deste contrato inicial para a consolidação da parceria entre as duas empresas: “Este primeiro pedido conjunto, após a decisão de criar uma joint venture entre a Rheinmetall e a Leonardo, é um marco importante. Ele aproxima as duas empresas, assim como dois dos maiores países da Europa. A cooperação deixou de ser opcional, ela é a própria essência da soberania estratégica europeia.”

O CEO da joint venture, Laurent Sissmann, também ressaltou o significado do acordo como primeiro resultado concreto da integração industrial entre as duas fabricantes. “Temos satisfação em anunciar este primeiro passo da sinergia industrial entre Leonardo e Rheinmetall. Trabalharemos lado a lado para fornecer veículos blindados de última geração, capazes de operar em cenários operacionais modernos.”


O contrato prevê o fornecimento de 21 veículos blindados sobre lagartas, sendo cinco unidades do Lynx KF-41 da Rheinmetall equipadas com torre Lance, e outras 16 unidades utilizando o mesmo chassi, porém configuradas com a torre Hitfist 30 mm da Leonardo. O acordo inclui ainda a modernização de toda a frota para essa última configuração, além de uma opção para mais 30 veículos adicionais e o fornecimento de sistemas de treinamento e simulação para capacitação das equipes. Os blindados são totalmente digitalizados e projetados para atender aos requisitos de operações multidomínio, reunindo tecnologias avançadas disponíveis no mercado.

O fornecimento integra o programa A2CS – Army Armoured Combat System, anteriormente denominado AICS – Armoured Infantry Combat System, que prevê a aquisição de um total de 1.050 veículos blindados de combate. Este esforço, somado ao programa de desenvolvimento do novo carro de combate principal do Exército Italiano, representa um passo decisivo para a renovação da frota de veículos pesados da força terrestre.

Em termos industriais, este contrato reforça a tendência de consolidação europeia na área de defesa terrestre, estimulando sinergias entre fabricantes do continente para fortalecer a base industrial de defesa e ampliar a autonomia tecnológica europeia. Embora ainda em fase inicial, a parceria entre Leonardo e Rheinmetall indica um movimento alinhado aos objetivos de cooperação e interoperabilidade no âmbito europeu.


GBN Defense - A informação começa aqui


Continue Lendo...

ABIMDE recebe representantes do projeto francês Kepplair-72 e discute possíveis cooperações com a BID

0 comentários

A Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança (ABIMDE) recebeu, no dia 4 de novembro, representantes do projeto francês Kepplair-72 – The Forest Keeper, para uma reunião técnica dedicada à troca de informações e à avaliação de potenciais oportunidades de cooperação com a Base Industrial de Defesa e Segurança (BID).

O encontro ocorreu na sede da entidade, em São Paulo, e contou com a presença do Presidente-Executivo da ABIMDE, Tenente-Brigadeiro do Ar R1 José Augusto Crepaldi Affonso, além de Carlos Marques, representante do Kepplair-72 no Brasil, e Fabian Ballet, da empresa francesa Kepplair Evolution.

ATR 72 como base para aeronave multifunção

O projeto Kepplair-72 propõe a conversão do avião regional ATR 72 em uma aeronave multifunção, com destaque para sua configuração como avião-tanque destinado à supressão de incêndios florestais. Entre as características previstas estão:

• Tanques com capacidade total de 7.500 litros;

• Sistema de largagem de água ou retardante;

• Adaptações estruturais e operacionais específicas para a missão.

De acordo com informações públicas do programa, a expectativa é que a certificação ocorra até o final de 2026, com início das operações no verão europeu do mesmo ano.

A escolha do ATR 72 se apoia na ampla presença da aeronave no mercado, com mais de 1.200 unidades em operação globalmente, e nas vantagens consolidadas de logística e operação do modelo, incluindo capacidade de operar em pistas curtas a partir de 1.050 metros, baixo consumo e emissões reduzidas por passageiro-quilômetro, fatores que contribuem para a viabilidade de missões em regiões com menor infraestrutura.

Estimativas de custo e produção

O projeto contempla duas opções de acesso à solução:

• Kit de conversão para aeronaves usadas, com custo estimado entre 9 e 12 milhões de euros;

• Aeronave nova já convertida, com valores entre 30 e 35 milhões de euros.

A previsão divulgada indica uma cadência de produção que pode alcançar cerca de 12 aeronaves por ano, condicionada às decisões industriais e ao processo de certificação.

Diálogo técnico e possibilidades de parceria

Durante a reunião, foram discutidos requisitos técnicos, aspectos de certificação regulatória, linhas de suprimento e possíveis modelos de parceria industrial, incluindo cenários que envolvem transferência tecnológica e a criação de estrutura local de manutenção e integração.

Também foram abordadas especificidades operacionais relacionadas à missão de largagem de massa, como impactos estruturais, perfil de soltura, sistemas de segurança e a necessidade de ensaios para validação das soluções propostas.

Ao encerrar o encontro, o Presidente-Executivo da ABIMDE destacou a importância da interlocução internacional para o desenvolvimento da indústria nacional.

A ABIMDE mantém interlocução permanente com atores internacionais que trazem propostas tecnológicas com potencial de aplicação nacional. A convergência entre um projeto técnico consistente e a capacidade industrial local é condição para avaliar a viabilidade de implantação no Brasil”, afirmou o Brigadeiro Crepaldi Affonso.


GBN Defense - A informação começa aqui

com Rossi Comunicação

Continue Lendo...

quarta-feira, 5 de novembro de 2025

Observador da Junta Interamericana de Defesa elogia profissionalismo da Marinha do Brasil na "Operação Furnas 2025"

0 comentários

A "Operação Furnas 2025", o maior exercício realizado pela Marinha do Brasil no estado de Minas gerais, reuniu no país observadores estrangeiros e representantes de organismos internacionais para acompanhar, in loco, o adestramento das tropas em cenários de resposta a crises, apoio humanitário e operações ribeirinhas. O GBN Defense esteve presente com seu editor, Angelo Nicolaci, acompanhando as atividades, que contaram com delegações e observadores da França, México, Arábia Saudita, Equador, Portugal, Reino Unido e Namíbia, além da participação de tropas francesas e italianas em ações combinadas.

Entre os representantes internacionais, esteve o Coronel Chávez, do Equador, integrante da Junta Interamericana de Defesa (JID), que avaliou positivamente o nível de preparo, a integração interagências e a capacidade de pronta-resposta demonstrados pela Força Naval brasileira.

Segundo o oficial equatoriano, participar como observador permitiu ampliar a compreensão sobre a diplomacia naval e a cooperação internacional entre marinhas do continente. “Foi possível compreender que as Marinhas de diferentes países podem apoiar-se no compartilhamento de ensinamentos doutrinários. Além disso, podem cooperar em situações que ultrapassem as capacidades de qualquer Marinha para cumprir sua missão”, destacou.

O cronograma do exercício incluiu demonstração de operações de pronta resposta, com acompanhamento do emprego de uma QRF (Quick Reaction Force) no cenário de missão de paz no âmbito da ONU, além de operações ribeirinhas conduzidas em conjunto por militares brasileiros, franceses e italianos, cenário que evidenciou a interoperabilidade entre forças amigas. Outro ponto de destaque foi uma operação interagências simulando uma crise humanitária, reunindo Marinha do Brasil (Fuzileiros Navais), Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, Guarda Municipal e equipes de saúde, em um cenário de desastre que exigiu coordenação integrada para proteção da população.

Ao comentar as lições observadas durante o treinamento da Força de Paz Brasileira, o Coronel Chávez afirmou que o Brasil demonstrou possuir elevado grau de preparo e capacidade de projeção, estando apto a atuar em distintos cenários. “Ficou evidente no nível de treinamento e nos meios disponíveis que a força pode cumprir com excelência e êxito as missões que lhe forem atribuídas, onde quer que seja necessário seu emprego”, afirmou.

Cooperação e fortalecimento de capacidades regionais

O representante da JID ressaltou que as lições colhidas durante o exercício serão de grande utilidade para fortalecer programas e capacidades militares no Equador, especialmente no que diz respeito ao apoio humanitário e às operações em ambiente ribeirinho, realidade compartilhada por diversos países da região.

“Levaremos essas lições aprendidas à nossa Marinha, para aprimorar nossa doutrina e orientar os meios necessários ao emprego eficiente dessas capacidades”, afirmou, reforçando a contribuição do Brasil para a modernização doutrinária das forças navais parceiras.

Integração interagências como diferencial brasileiro

Um dos pontos que mais chamou a atenção do observador foi a capacidade de coordenação entre as Forças Armadas e diferentes instituições do Estado brasileiro durante o exercício, um requisito fundamental para operações em desastres naturais e situações de crise.

Segundo o Coronel Chávez, “foi possível constatar o elevado profissionalismo da Marinha do Brasil, seu nível de treinamento e a disponibilidade de meios, além de destacar a integração alcançada com diferentes instituições estatais para atuar em casos de desastres naturais ou situações adversas que exijam intervenção para a segurança da população”.

Papel da Junta Interamericana de Defesa

Vinculada à Organização dos Estados Americanos (OEA), a Junta Interamericana de Defesa (JID) atua como organismo consultivo que promove cooperação em defesa, segurança hemisférica, interoperabilidade e intercâmbio técnico entre as forças armadas das nações do continente. A participação da JID em exercícios como a "Operação Furnas 2025" reforça a integração regional e a capacidade de resposta conjunta diante de crises.

O Coronel Chávez afirmou que, sob a perspectiva da JID, a participação foi “muito proveitosa em todos os aspectos”. Ele acrescentou que a experiência reforça a segurança de que os países membros podem contar com o apoio da Marinha do Brasil caso uma situação de crise ultrapasse a capacidade militar de um Estado. “O Brasil já demonstrou experiência e participação relevantes em cenários desse tipo anteriormente”, complementou.

Laços bilaterais fortalecidos

Ao final, o oficial equatoriano destacou que o exercício contribuiu diretamente para o estreitamento das relações entre Brasil e Equador. “Levo impressões muito positivas e favoráveis no âmbito profissional e, especialmente, para nossos países. Convites como este a nações amigas fortalecem laços de irmandade, considerando que nossas Marinhas existem para servir à segurança de nossas populações.”

Com resultados reconhecidos internacionalmente, a "Operação Furnas 2025" reforça o papel do Brasil como referência em missões de paz, operações ribeirinhas, resposta humanitária, integração interagências, interoperabilidade e diplomacia naval, pilares estratégicos para a segurança regional e para a cooperação entre as Marinhas das Américas.



por Angelo Nicolaci


GBN Defense - A informação começa aqui


Continue Lendo...

Espanha assina contrato histórico com a Türkiye para aquisição de 45 aeronaves HÜRJET

0 comentários

A Espanha firmou um dos maiores contratos de defesa já estabelecidos pela Türkiye com um Estado-membro da União Europeia. O governo espanhol aprovou a compra de 45 aeronaves de ataque leve e treinamento HÜRJET, desenvolvidas pela Turkish Aerospace Industries (TAI), em um acordo avaliado em 3,12 bilhões de euros.

O programa integra o Sistema Integrado de Treinamento (ITS-C) da Espanha, concebido para substituir a antiga frota de aeronaves F-5 e modernizar completamente a infraestrutura de formação de pilotos. De acordo com o Ministério da Defesa espanhol, o ITS-C não se limita à aquisição das aeronaves, incluindo também simuladores de voo avançados, suporte logístico essencial e um programa de treinamento integrado, visando preparar pilotos para os complexos cenários de combate contemporâneos.

Cooperação industrial e impacto econômico

O contrato, com vigência até 30 de novembro de 2035, prevê ampla cooperação industrial liderada pela Airbus Defence and Space, envolvendo pelo menos 15 empresas espanholas especializadas, como Indra, GMV e Centum, entre outras. O objetivo é integrar a tecnologia e a capacidade de produção do HÜRJET ao setor de defesa local, fomentando transferência de know-how e desenvolvimento industrial.

Além disso, o governo espanhol anunciou empréstimos de 1,04 bilhão de euros ao longo dos primeiros cinco anos do programa, que deverá gerar cerca de 2.600 empregos, sendo aproximadamente 800 empregos diretos. As entregas das aeronaves estão previstas para 2028, com entrada em serviço entre 2029 e 2030, e sua vida operacional deverá se estender por três décadas ou mais.

HÜRJET: a nova referência em treinamento avançado

O HÜRJET é o primeiro jato de treinamento totalmente produzido na Türkiye, projetado como aeronave supersônica, monomotora e biposto, adequado tanto para treinamento avançado quanto para missões de ataque leve. O desenvolvimento do projeto começou em 2017, e o protótipo realizou seu primeiro voo em 25 de abril de 2023.

A aeronave utiliza o motor GE Aerospace F404, já presente na frota espanhola de F/A-18 Hornet, o que garante sinergias logísticas. Seu cockpit digital, sistemas de controle avançados, capacidade de reabastecimento em voo e compatibilidade com visão noturna posicionam o HÜRJET entre os mais modernos jatos de treinamento do mundo.

Em termos de desempenho, o HÜRJET possui 13,7 metros de comprimento, 4,1 metros de altura e alcance de 1.060 milhas náuticas, suportando forças de até 6,3G a 4.500 metros de altitude, com taxa de subida de 14.700 metros por minuto. Sua flexibilidade operacional é ampliada pela capacidade de transportar até 3.400 kg de munição e equipamentos, tornando-o eficiente tanto em missões de ataque quanto em treinamento avançado de pilotos.

Um passo estratégico para a defesa europeia

O contrato entre Espanha e Türkiye reforça não apenas a modernização das forças aéreas espanholas, mas também fortalece laços industriais e estratégicos entre os dois países. Ao investir em tecnologia de ponta e integração logística, o programa ITS-C coloca a Espanha na vanguarda da formação de pilotos para operações modernas, ao mesmo tempo em que contribui para o desenvolvimento da indústria de defesa europeia.


GBN Defense - A informação começa aqui



Continue Lendo...

Capitão do Exército Brasileiro se destaca no Curso de Operações Ribeirinhas no México

0 comentários

O Exército Brasileiro teve representação de destaque no Curso de Operações Ribeirinhas realizado no México. O Capitão de Infantaria Rafael Leonardo Ribeiro Bernal participou do treinamento, que contou com a presença de militares de unidades de elite de diversas nações, reforçando a cooperação internacional em operações especializadas.

O curso foi ministrado no Subcentro de Adestramento de Operações na Selva e teve como foco o desenvolvimento de habilidades essenciais para operações ribeirinhas, incluindo resistência física e mental, autocontrole, tomada de decisão, patrulha, observação, camuflagem, navegação, reconhecimento, além de manutenção e condução de embarcações.

O Cap Bernal obteve o 2º lugar na classificação geral, evidenciando o alto nível de preparo e profissionalismo dos militares brasileiros. Sua participação não apenas destacou a excelência técnica do Exército, mas também reforçou os laços de cooperação entre as Forças Armadas do Brasil e do México, promovendo o intercâmbio de conhecimentos e experiências em operações de selva e rios.

Durante a cerimônia de encerramento, o Capitão recebeu o Diploma de conclusão do curso, reconhecimento pela dedicação e empenho demonstrados ao longo das atividades. O diretor da escola e os instrutores do curso parabenizaram o militar, ressaltando sua disciplina, competência e comprometimento com os padrões exigidos em treinamentos internacionais de alto nível.


A participação do Brasil em cursos como este fortalece não apenas a capacitação de seus militares, mas também a presença e a influência do país em programas de cooperação internacional, contribuindo para o aprimoramento técnico e estratégico das Forças Armadas.


GBN Defense - A informação começa aqui

com Exército Brasileiro


Continue Lendo...

Exército realiza primeira instalação do Sistema Gerenciador de Plataforma PROTEUS na Viatura Guarani

0 comentários

Entre os dias 27 e 30 de outubro, o 1º Batalhão de Infantaria Mecanizado (1º BIMec) recebeu um marco tecnológico para o Exército Brasileiro: a primeira instalação do Sistema Gerenciador de Plataforma (SGP), integrado ao kit de vídeo do projeto PROTEUS, na Viatura Blindada de Transporte de Pessoal – Média de Rodas (VBTP-MSR) 6x6 Guarani.

A atividade, conduzida por especialistas da Diretoria de Fabricação (DF), incluiu não apenas a instalação dos equipamentos, mas também uma semana de instrução voltada ao uso operacional do sistema. A receptividade da tropa foi destacada como extremamente positiva, reforçando a importância de integrar a experiência do usuário final no desenvolvimento e implementação de novas tecnologias militares.

O projeto PROTEUS representa um avanço estratégico na modernização da Força Terrestre. Ao centralizar e integrar os sistemas eletrônicos da viatura, o SGP permite ao comandante a visualização das câmeras da plataforma e do sistema de armas, além de disponibilizar informações críticas sobre o estado do veículo, alertas de operação, controle do sistema de comunicações (rádio) e acesso ao Gerenciador de Campo de Batalha.

Segundo especialistas, essa integração não apenas aumenta a consciência situacional, mas também aprimora o apoio à decisão e a inteligência logística, fatores essenciais em operações modernas. A cooperação do 1º BIMec foi considerada fundamental, pois contribuiu para que as necessidades práticas do operador final fossem contempladas desde o início do projeto.

A instalação do PROTEUS na viatura Guarani evidencia o compromisso contínuo do Exército com inovação tecnológica, excelência operacional e modernização de seus meios. Trata-se de mais um passo na evolução das capacidades da Força Terrestre, preparando o Exército Brasileiro para enfrentar desafios cada vez mais complexos em cenários contemporâneos.


GBN Defense - A informação começa aqui

com Exército Brasileiro


Continue Lendo...

Furtividade - Por que submarinos e UUVs serão o núcleo do poder naval?

0 comentários


A evolução das forças navais está passando por uma transformação sem precedentes. A tecnologia moderna tornou as frotas de superfície cada vez mais vulneráveis. Sistemas de detecção avançados, armas de precisão e capacidades de guerra eletrônica reduzem a margem de manobra e aumentam a exposição de navios e plataformas visíveis. Tudo que é detectável está sob risco. Nesse cenário, submarinos tripulados e submersíveis não tripulados emergem como ativos centrais, insubstituíveis em praticamente todos os aspectos estratégicos, operacionais e tecnológicos. Eles se tornaram pilares da guerra marítima contemporânea e do futuro, oferecendo uma combinação de furtividade, persistência, flexibilidade operacional e capacidade de dissuasão que nenhuma outra plataforma pode igualar.

Submarinos nucleares e convencionais oferecem uma capacidade incomparável de operar em ambientes hostis, coletar inteligência, conduzir vigilância, realizar reconhecimento e executar ataques de forma quase invisível. Eles permitem aproximação, ataque e retirada com segurança, mesmo em regiões saturadas de sensores ou ameaçadas por forças superiores. Um submarino moderno, mesmo convencional, equipado com tecnologias de supressão de assinatura acústica, permanece extremamente difícil de localizar e neutralizar, seja em águas profundas ou litorâneas, onde o ambiente complexo oferece camuflagem natural e tecnológica. Os SSBNs, em particular, são elementos estratégicos cruciais da dissuasão nuclear, oferecendo credibilidade a qualquer segundo ataque e consolidando a estabilidade geopolítica ao obrigar adversários a considerar consequências devastadoras em caso de agressão inicial.

Além do poder estratégico, os submarinos tripulados transportam uma ampla gama de armamentos e sistemas: torpedos, minas, mísseis de cruzeiro e balísticos, veículos subaquáticos não tripulados, sistemas de inteligência e até forças especiais. Eles podem operar como centros de comando e controle subaquáticos, projetando poder, coletando informações e coordenando ações de múltiplas plataformas simultaneamente. A combinação de furtividade, capacidade de dissuasão, potência de fogo e autonomia torna esses submarinos insubstituíveis para missões críticas.

Paralelamente, os submersíveis não tripulados (UUVs/AUVs/ROVs) estão transformando a guerra submarina. Lançados de submarinos, navios de superfície ou bases costeiras, eles realizam patrulhamento persistente, monitoramento acústico e magnético, detecção de minas e reconhecimento de áreas hostis sem colocar vidas humanas em risco. Veículos como o australiano Ghost Shark XLAUV e o israelense BlueWhale demonstram que essas plataformas podem atuar em missões de longo alcance, inteligência, vigilância e ataque, aumentando exponencialmente a presença operacional e a saturação do espaço inimigo. Países como Estados Unidos, Rússia, China e Israel utilizam UUVs para reduzir riscos, ampliar a consciência situacional e criar dilemas complexos para o adversário.

A incorporação de inteligência artificial permite que UUVs operem de forma autônoma ou semi-autônoma, desviando obstáculos, detectando ameaças e realizando operações coordenadas em enxames. Essa capacidade transforma submarinos tripulados em navios-mãe de plataformas não tripuladas, permitindo presença simultânea em múltiplos teatros e garantindo persistência e cobertura em regiões de alto risco. A força combinada de submarinos e UUVs oferece furtividade, persistência, alcance, dissuasão, capacidade de segundo ataque e flexibilidade operacional, criando um ecossistema subaquático que nenhuma plataforma isolada pode reproduzir.

Nenhuma dessas classes isoladamente é suficiente para os desafios do século XXI. Submarinos tripulados exigem alto investimento financeiro, treinamento especializado e logística complexa, além de expor tripulação a riscos. UUVs, por sua vez, enfrentam limitações de autonomia, carga útil, potência e vulnerabilidade a interferências, sequestros ou destruição. Quando combinados, entretanto, eles se complementam: submarinos executam missões estratégicas de alto valor e risco, enquanto UUVs ampliam presença, realizam reconhecimento, saturam o espaço adversário e reduzem riscos para o pessoal.

Em cenários de negação de acesso e área (A2/AD), a importância dessa integração torna-se ainda mais evidente. Plataformas inimigas podem usar sensores, minas e baterias de mísseis para bloquear o acesso a regiões estratégicas. UUVs, operando de forma furtiva, mapeiam o fundo do mar, detectam ameaças e implantam sensores, preparando o terreno para ações dos submarinos tripulados. Ao mesmo tempo, fornecem dados persistentes para ISR, topologia subaquática, assinaturas acústicas e informações críticas que permitem ataques surpresa, emboscadas e tomadas de decisão estratégicas, ampliando a eficácia operacional e a dissuasão.

A integração tecnológica é igualmente crucial. Submarinos e UUVs dependem de sistemas avançados de sensores, propulsão silenciosa, materiais de casco, energia nuclear ou híbrida, comunicações resilientes e segurança cibernética. Modelos operacionais inovadores, como o conceito “navio-mãe + enxame”, aumentam alcance, consciência situacional e capacidade de resposta. A operação coordenada entre plataformas tripuladas e não tripuladas transforma o oceano em um domínio onde o controle e a inteligência subaquática se tornam determinantes para o sucesso de qualquer campanha.

Para o Brasil, a lição é clara e estratégica. Com um litoral extenso, rotas marítimas críticas, plataformas de exploração e áreas de interesse econômico no Atlântico Sul, investir em submarinos nucleares convencionalmente armados e UUVs é essencial. Submarinos nucleares proporcionam dissuasão credível e capacidade de segundo ataque; submarinos convencionais permitem presença avançada e flexibilidade em missões estratégicas; UUVs aumentam cobertura, reduzem riscos e multiplicam o efeito operacional. Essa combinação garante soberania, defesa dos recursos naturais, controle do mar e capacidade de projeção de poder, especialmente em um contexto geopolítico e tecnológico em rápida evolução.

Além da defesa, essa estratégia fortalece a indústria nacional, promove inovação tecnológica e garante autonomia estratégica. Desenvolver submarinos tripulados e submersíveis não tripulados integrados significa não apenas acompanhar as tendências globais, mas liderar a transformação da guerra marítima no Atlântico Sul. Para o Brasil, investir nessa sinergia é indispensável: representa a construção de uma força naval capaz de operar em múltiplos domínios, de garantir dissuasão, de proteger interesses nacionais e de responder com eficácia às ameaças emergentes, assegurando relevância estratégica e autonomia na defesa do território e dos recursos marítimos.


por Angelo Nicolaci


GBN Defense - A informação começa aqui

Continue Lendo...
 

GBN Defense - A informação começa aqui Copyright © 2012 Template Designed by BTDesigner · Powered by Blogger