Marinha do Brasil Realiza Feito Histórico: Primeira Mulher Qualificada para Conduzir Navio na Antártica

Durante a atual 42ª Operação Antártica (OPERANTAR), um marco histórico foi alcançado pela Marinha do Brasil (MB) com a qualificação da primeira mulher para conduzir um navio na desafiante região da Antártica. A Capitão-Tenente (Intendente de Marinha) Sabrina Caldeira Fernandes da Silva tornou-se apta a desempenhar a função de Oficial de Quarto, assumindo responsabilidades cruciais na operação e manobra do Navio de Apoio Oceanográfico “Ary Rongel”.

Esta conquista representa não apenas um marco individual na carreira da Capitão-Tenente Sabrina, mas também um avanço significativo na trajetória de 43 anos das mulheres na MB. Desde 1981, as mulheres têm gradualmente assumido papéis de destaque em diversos setores, incluindo atividades operativas, solidificando seu espaço dentro das Forças Armadas brasileiras.

"A sensação de ser a primeira mulher a cumprir serviço de Oficial de Quarto em águas austrais é definitivamente uma conquista incrível e motivo de grande orgulho", compartilha a Capitão-Tenente Sabrina, que ingressou na Marinha em 2016. "Após um período de qualificação exigente, estou pronta para cumprir a tarefa que me foi confiada. O desafio foi grande, mas muito recompensador", acrescenta.

O processo de qualificação demandou um treinamento intensivo ao longo de três meses, durante os quais a militar se familiarizou com as peculiaridades do ambiente antártico e as responsabilidades associadas ao cargo de Oficial de Quarto. O Comandante do Navio de Apoio Oceanográfico “Ary Rongel”, Capitão de Mar e Guerra Marco Aurelio Barros de Almeida, destaca a importância do Oficial de Quarto na manutenção da segurança do navio e da tripulação, descrevendo-o como o representante direto do Comandante na manobra da embarcação.

Além das habilidades técnicas necessárias para operar o navio em condições extremas, o Oficial de Quarto na Antártica deve possuir conhecimentos específicos sobre as condições meteorológicas, tipos de gelo e navegação em campos de gelo fragmentados. Princípios como paciência, observação e oportunidade são fundamentais para garantir o sucesso das operações nesse ambiente desafiador.

A Capitão-Tenente Sabrina não apenas desempenha suas funções como Oficial de Quarto, mas também está envolvida em atividades relacionadas à Intendência, como abastecimento, municiamento e conforto da tripulação do navio. Apesar dos desafios profissionais e da distância prolongada dos familiares, ela destaca a gratificação de contribuir para uma missão nobre, apoiando o Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR).

"A sensação de estar fazendo o melhor que podemos nos satisfaz como profissional e como pessoa", ressalta a Capitão-Tenente Sabrina, evidenciando o compromisso e a determinação dos militares envolvidos na OPERANTAR.

A qualificação da primeira mulher para conduzir um navio na Antártica marca não apenas um avanço na igualdade de gênero na Marinha do Brasil, mas também destaca a competência e o profissionalismo das mulheres militares, reforçando seu papel fundamental nas operações navais e científicas em todo o mundo.

Este feito histórico representa um passo significativo em direção à inclusão e diversidade dentro das Forças Armadas brasileiras, celebrando não apenas a conquista individual da Capitão-Tenente Sabrina, mas também o potencial ilimitado das mulheres em alcançar e superar os mais altos padrões de excelência militar.

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com Marinha do Brasil