O impulso da Coreia do Sul para se tornar o quarto maior exportador mundial de defesa até 2027 enfrenta desafios consideráveis devido à incerteza financeira que paira sobre acordos de vendas. Em um cenário onde a legislação para aumentar os empréstimos de importação e exportação está estagnada devido a um impasse partidário antes de uma eleição parlamentar, a realização dessa ambição torna-se cada vez mais complexa.
O impasse está centrado na tentativa de aumentar o capital social do banco estatal sul-coreano para 25 a 35 trilhões de won, visando elevar o limite de empréstimos para 10 a 14 trilhões de won. No entanto, o atual cenário legal impede o Banco de Exportação e Importação da Coreia de emprestar mais do que 40% de seu capital próprio para um único mutuário. Isso coloca em risco a continuidade da venda de armas para a Polônia, vital para os planos da Coreia do Sul.
A atual crise política, marcada por um impasse entre os partidos no poder e a oposição, adiou a aprovação dos projetos de lei antes de uma sessão parlamentar extraordinária marcada para 19 de fevereiro. As eleições gerais de 10 de abril adicionam uma camada de complexidade às negociações, tornando urgente a resolução do impasse.
Abhijit Apsingikar, analista aeroespacial e de defesa da GlobalData, destaca que a mudança na liderança da Polônia no ano passado levantou dúvidas sobre o cancelamento de contratos, mas as consequências diplomáticas desaconselham tal medida. No entanto, a falta de uma linha de crédito para financiar a aquisição sul-coreana coloca em risco a entrega de obuseiros K9 e carros de combate Black Panther K2.
O Ministério da Defesa Nacional polonês está conduzindo uma auditoria nos contratos de modernização para garantir que atendam às necessidades do exército polonês e verificando as fontes de financiamento. Essa medida visa garantir a transparência e a conformidade com as exigências contratuais.
O presidente Yoon Suk Yeol, em seu terceiro ano de presidência, enfatiza a prioridade nas exportações de alto valor, incluindo as vendas de defesa. O governo sul-coreano busca tornar-se um player significativo no mercado global de defesa, como evidenciado pelo acordo de US$ 3,2 bilhões da empresa LIG Nex1 para exportar um sistema de defesa antimísseis terra-ar para a Arábia Saudita.
No entanto, a dependência das exportações, particularmente no setor de defesa, destaca a necessidade urgente de aumentar o limite de capital para apoiar grandes acordos de exportação. As exportações de defesa são cruciais para a economia sul-coreana, e o aumento do limite de empréstimos é considerado essencial para garantir o sucesso desses negócios.
A Coreia do Sul e a Polônia, apesar de terem assinado contratos para a primeira fase do acordo, ainda não concluíram a segunda fase, avaliada em cerca de 30 trilhões de won. A incerteza sobre o financiamento por meio de agências de crédito à exportação (ECAs) apoiadas pelo Estado sul-coreano aumenta os desafios, com o governo polonês preferindo a estabilidade e as taxas de juros mais baixas oferecidas por essas instituições.
Com cinco bancos locais prontos para conceder um empréstimo, Seul tenta reduzir os obstáculos de financiamento. No entanto, a preferência da Polônia pelas ECAs e a falta de acordo financeiro com a Hanwha Aerospace, responsável pela produção dos obuseiros, adicionam uma camada adicional de incerteza ao cenário.
O prazo para alcançar um acordo financeiro com a Hanwha Aerospace está estabelecido até o final de junho de 2024. A ausência desse acordo pode comprometer a aquisição de 308 obuseiros K9 e 820 Black Panther K2. As negociações estão em curso, mas a falta de uma resolução rápida pode impactar significativamente os planos da Coreia do Sul de se consolidar como um importante exportador de defesa global.
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