Em uma reviravolta notável na dinâmica geopolítica da região, Grécia e Türkiye deram as mãos em 15 de fevereiro, aderindo simultaneamente à ambiciosa iniciativa europeia de defesa antimíssil "Sky Shield", proposta pela Alemanha. A assinatura dos documentos ocorreu à margem da cimeira ministerial da OTAN em Bruxelas, com os Ministros da Defesa, Nikos Dendias e Yaşar Güler, formalizando a participação de seus países no programa.
A iniciativa, proposta pelo Chanceler alemão Olaf Scholz em agosto de 2022, ganha força com o objetivo de fortalecer o Sistema Integrado de Defesa Aérea da OTAN, frente às ações de Putin e às preocupações sobre uma possível retirada dos EUA da defesa e segurança europeias, especialmente se Donald Trump retornar à Casa Branca.
A Grécia, representada por Nikos Dendias, enfatizou a importância de manter um clima de contenção entre os dois países, destacando a necessidade de evitar provocações e ações que possam prejudicar o ambiente atual. Por sua vez, Yaşar Güler, ministro turco da defesa, considerou a adesão como um passo crucial para cumprir os requisitos da OTAN, garantindo a interoperabilidade e integração dos aliados turcos.
A "Sky Shield Initiative" envolve a aquisição conjunta de sistemas de defesa antimíssil, incluindo o sistema alemão Iris-T, o americano Patriot e/ou israelense e o Arrow-3. Estes sistemas de curto, médio e longo alcance têm como objetivo criar um sistema integrado de defesa aérea terrestre para fortalecer a capacidade de resposta da Europa em face de ameaças à segurança.
Atualmente, 19 países membros da OTAN já aderiram à iniciativa, incluindo Bélgica, Bulgária, República Tcheca, Dinamarca, Estônia, Finlândia, Alemanha, Letônia, Lituânia, Países Baixos, Noruega, Eslováquia, Eslovênia, Romênia, Grã-Bretanha, Suécia, Hungria, Áustria e Suíça. No entanto, a França e a Itália ainda não fazem parte, com Paris expressando preocupações sobre a dependência de equipamentos externos e descontentamento pela exclusão do sistema antimísseis franco-italiano SAMP-T.
Outra ausência notável é a Polônia, que ainda não justificou sua posição. Especula-se que Varsóvia esteja focada na implementação de programas avançados de defesa aérea em cooperação com os EUA e o Reino Unido.
A adesão da Grécia e da Türkiye à "Sky Shield Initiative" marca um capítulo significativo na busca por uma defesa antimíssil europeia integrada, consolidando a cooperação em meio a desafios geopolíticos e demonstrando um compromisso conjunto com a segurança da região.
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